Monday, January 31, 2005

Williams - o habitual!


Como é que é possível? No final do mês de Janeiro e a Williams ainda anda a brincar às escondidas, sem se decidir quanto ao companheiro de equipa para Weber, no próximo ano. Primeiro já tinha escolhido António Pizzonia, mas depois de uma “sugestão” da BMW decidiu arrastar Heidfeld para um sem número de sessões de testes em confronto com Pizzonia, como se fosse possível algum dos dois apresentar um milagre em pista que levásse o céptico Frank Williams, a tomar uma decisão. O que dá a entender é que nenhum dos dois é o piloto escolhido, no entanto para enganar os patrocinadores e talvez à própria equipa continuam a insistir na farsa das sessões de testes. Não sei quem sería o piloto ideal na cabeça de Frank, mas uma coisa é certa, o que for escolhido dos dois “aparentemente” não ideais já partirá em desvantagem, quer pelo desgaste que o arrastar da situação provoca quer pela falta de tempo para realmente se preparar. É assim que a Williams irá continuar a leste dos títulos mundiais, com a falta de rumo a continuar a desviar a equipa do caminho da vitória para caminhos mais tortuosos. A última vez que isto se viu foi entre Bruno Junqueira e Jenson Button, ganhou Button um ingresso no trampolim Williams, para acabar um ano depois na BAR.

Thursday, January 27, 2005

Saudades de Toivonen


Ao ver as imagens do Rali de Monte Carlo deste ano e dos pilotos a passarem, nas zonas em que o gelo persistia, quase parados, quais crianças assustadas, apesar dos diferenciais electrónicos e todas as ajudas que os carros têm hoje, apesar dos batedores que tão detalhadamente descrevem o estado do piso antes de alguém sair para a estrada.Todas estas cautelas e caldos de galinha fizeram-me lembrar de Henri Toivonen e do seu andamento nesse mesmo rali, em 1986 no seu Lancia S4, impressionante, o Finlandês era simplesmente impressionante. Até foi o mais jovem piloto a ganhar um rali do mundial, entre outros feitos históricos que marcam o seu palmarés, mas o que mais o caracterizava era o seu andamento estonteante, espectacular e incrivelmente rápido. Seguia à frente com mais de dois minutos, quando se despistou, falecendo em conjunto com o seu navegador, aos 29 anos. Que saudades !!

Monday, January 24, 2005

O ano da Sauber


2005 será o ano da Sauber. Para mim a afirmação é uma dado adquirido, não porque irão ganhar o campeonato ou vencer a Ferrari, mas sim porque este ano marca a viragem na equipa, que não mais se poderá considerar como pertencente ao segundo pelotão da F1. Tudo isto não se deve a ter um orçamento fabuloso, o motor mais potente ou uma dupla de pilotos do outro mundo, tudo isto deve-se tão só à competência da gestão de Peter Sauber. Em 2005 começam a pagar dividendos os esmerados investimentos feitos no passado, que criaram no seio da equipa o maior centro de competências técnicas logo a seguir às equipas oficiais, Ferrari, Mclaren, Williams e Renault. O carro deste ano é fruto da exploração das totais capacidades desta equipa técnica, não se limitando a seguir os customeiros desenhos da Ferrari, à semelhança do que fazem todos os outros, mas ousando e inovando, como é o caso da aerodinãmica verdadeiramente revolucionária. Para esta aerodinãmica inovadora, muito contibuiu o facto da equipa possuir um dos mais modernos túneis de vento, a mais recente aquisição e para muitos a última loucura de Sauber. Quem assim fala não sabe o que diz e se Villeneuve ainda tiver estofo de campeão do mundo, então vamos ver os carros azuis regularmente no pódio e não será de estranhar uma vitória, então muitos sapos terão que ser engolidos.

Sunday, January 23, 2005

Dá Deus nozes a quem...


Em dia de consagração de Loeb, como príncipe do Mónaco, após mais uma brilhante vitória, tenho que falar da Ford. Se a participação do Francês mantém-se ao nível estratosférico que nos tem habiuado, o segundo lugar de Gardemeister, vem confirmar que o Focus WRC05, é de facto o melhor WRC da actualidade. Que os fãs das outras marcas não se sintam ofendidos por tal presunção na afirmação, porque na Ford ter o melhor carro não significa nada.
Não falando do mal fadado RS200, talvez o mais espectacular carro de ralis alguma vez construído, olhando para o Escort Cosworth, um carro à frente do seu tempo, desenhado sem compromissos, com o único intuito de ganhar. O que é que aconteceu? O carro era fantástico no stand e nas revistas mas sem uma equipa válida para o desenvolver e para o conduzir, nunca saíu da sombra do Integrale. Vieram então os WRC, e o Escort WRC pioneiro dentro desta espécie, foi novamente mal gerido por uma equipa que de oficial tinha só o budget arrastando-se até ao advento do Focus. Aqui sim estava quase tudo reunido para uma série de anos brilhantes, novamente uma boa base para o carro, dois bons pilotos e tinham que estragar tudo ao entregarem a equipa ao Malcolm Wilson, que não é mau tipo, mas tem que governar a vida e fazer crescer a sua equipa. Sim, porque a Ford entra com tudo mas a equipa é do Malcolm. Este ano mais uma vez teremos um carro muito bom, gerido e guiado por uma equipa privada que tenta conseguir resultados com pilotos de segunda linha, apesar do mérito de Gardemeister e Kresta, não são pilotos consistentes em todas as superficies e ao longo do ano enquanto houver dinheiro para evoluções, vai ser o carro que os vai levar, como aconteceu no rali que hoje findou.

Wednesday, January 19, 2005

Força Tiago


Tiago à porta da F1, parece incrível mas temos de novo um tuga à beira de integrar a classe rainha do desporto automóvel. Vejo com alguma apreensão esta candidatura do Tiago Monteiro, não por ele, pois pode não ter uma velocidade natural estonteante, mas compensa com sapiência e consistência. É o mais profissional piloto Português que já vi, no entanto, julgo que estar a forçar uma entrada na F1 pode precipitar-lhe a carreira como aconteceu com Lamy à uns anos atrás. A férrea vontade de estar entre os melhores, por vezes, tolhe a visão e confunde escapatórias como a Minardi com oportunidades sérias e viáveis. Espero sinceramente que apareça um piloto com mais dinheiro do que o Tiago, por forma a tapar-lhe o ingresso na Minardi, e o deixe pensar mais serenamente em hipóteses que lhe permitam crescer como piloto, como parece ser a proposta da Midland. Seja o que for, força Tiago!!

Monday, January 17, 2005

O extraterrestre


Mais uma vitória para o alien, Peterhansel, após seis vitórias nas duas rodas, é a segunda vez que vence nas quatro rodas, a mais dura e mais bela prova do mundo. E que magnífica prova se desenrolou este ano, desde as Ramblas até ao Lago Rosa.
A forma como este Francês anda, a tenacidade, inteligência e superioridade fazem dele um ser de outro planeta, subjugando todos os outros para papéis secundários. É claro que tal supremacia acaba por tirar algum interesse competitivo, mas quando isso é feito de forma tão perfeita, acaba por gerar uma outra competição, a de Peterhansel sozinho contra as adversidades da prova.
Não posso esquecer a viatura que tornou tudo possível, o fantástico Mitsubishi EVO, mas este era igual ao do Masuoka e do Alphant, de quem pouco se ouviu falar, mesmo apesar de o ex-campeão de ski ter feito um belíssima prova, coroada com um segundo lugar, mas o que é isso ao pé do ET do Dakar.

Thursday, January 13, 2005

Mundial de Ralis - o melhor e o pior



Não posso deixar de falar da época de 2004 no Mundial de Ralis, este que foi talvez o último de uma série de anos absolutamente inesquecíveis deste campeonato. Fecha um ciclo que dificilmente se repetirá, cujo abandono anunciado da Citroen e da Peugeot é apenas o primeiro sinal, mais uma vez graças à incompetência da entidade organizadora, a FIA.
Falando de coisas positivas, o ano de 2004 é o ano Loeb, definitivamente o Francês deixa uma marca indelével na história dos ralis. A polivalência demonstrada, vencendo em todos os tipos de superfície, a consistência, contabilizando só um abandono por excesso, a velocidade natural, andando na discussão dos primeiros lugares em todas as provas, mesmo nas que tinha menos experiência e pela não menos postura impecável a todos os níveis, fazem dele o melhor de 2004.
No extremo oposto esteve Marcus Gronholm, dando uma pálida imagem de alguém que já conquistou o ceptro mundial por duas vezes. É certo que o Peugeot 407 não ajudou, mas quando isso aconteceu o piloto não se coibiu de proferir declarações vergonhosas contra a sua equipa. Quando o carro funcionava, o Finlandês teimava em inutilizá-lo em sucessivas saídas de estrada e acidentes. O cúmulo foi quando após abandono na primeira etapa e ao abrido da regra do Superali, participou novamente no dia seguinte, com o intuito de testar e fazer quilómetros, acabando por destruir o carro em mais uma saída de estrada. Mau demais para quem se considera sempre candidato à vitória.


Sunday, January 09, 2005

O melhor e o pior na F1

Na F1 nada de novo, Michael Schumacher, voltou a mostrar porque é o número um, simplesmente porque é o melhor. E em tempo de vacas magras na F1, Michael tem mesmo que ser considerado o MELHOR de 2004, porque tudo à sua volta não passa da média, excepção feita à sua própria equipa que sabe potenciar as capacidades do Alemão de forma magistral. O mistério reside no que ainda motiva Schumacher, o que é que o faz correr? Talvez o facto de olhar à volta e não ver ninguém à altura para o suceder.
Quando abandonar certamente que o campeonato ficará mais renhido, mas isso será nivelar por baixo, com pilotos com falta de talento e carisma a passearem-se pelas “motorhomes” como “superstars”, com ordenados principescos, à semelhança do mais novo do clã Schumacher, que apesar da concorrência, personificou o PIOR de 2004, na F1. Ralf Schumacher, com um dos vencimentos mais altos, uma equipa competitiva, de orçamento quase ilimitado, centrada nele, o benjamim Alemão não fez uma única corrida que justificásse o nome ou a posição que detém, e mesmo quando algumas críticas se fizeram sentir, teve que ser o irmão mais velho a subir a terreiro para o defender. O que parece incrível, é que apesar de tudo ainda existe alguém que se dispõe a manter-lhe o ordenado e contratá-lo durante dois anos. Por este andar a Toyota ainda vai ficar muitos anos afastada dos lugares da frente, continuando no nível deste ano, a monte com a mediocridade.

Thursday, January 06, 2005

O melhor e pior de 2004 - Ralis

Em início de 2005 podemos falar do melhor e do pior de 2004. No que toca aos ralis destaco como o MELHOR de 2004, a nova competitividade presente no Nacional de Ralis, com praticamente uma dezena de carros competitivos, entre S1600 e Grupo N, salientam-se as disputas entre Armindo Araújo, Pedro Leal, Miguel Campos, Fernando Peres e no final também Ricardo Teodósio.

Para o PIOR de 2004 escolho a prestação de Pedro Matos Chaves, no Clio S1600. Não existem contemplações para uma performance tão baixa, do bi-campeão Nacional, com uma viatura teoricamente favorita, nunca se encontrou, perdendo-se num rol de saídas de estrada, furos e abandonos.

Monday, January 03, 2005

O exemplo Carlos Sainz

O passado mês de Novembro, encerrou mais uma época do desporto motorizado nacional e internacional. Por cá Armindo Araújo, aos comandos do Citroen Saxo, conquistou pela segunda vez consecutiva o título de Campeão Nacional de Ralis. No todo-o-terreno, o título foi para Rui Sousa aos comandos da Nissan Navarra. Escrevo sobre estes dois recém coroados campeões, por competirem nas competições com mais expressão em Portugal e por consequência as que mais facilmente poderiam projectar um piloto na alta-roda mundial. De facto, no todo-o-terreno temos um Campeão do Mundo, Carlos Sousa, que deu à Mitsubishi um título feito de mérito e preserverança mas que não foi suficiente para lhe garantir lugar na equipa, para a participação no Paris-Dakar. A exclusão de Carlos Sousa da equipa, ganha ares de absurda ao ser anunciada a contratação do Espanhol, «Nani» Roma, vencedor do Dakar no ano passado, mas de moto. Assim, temos um experiente campeão do mundo apeado por troca com alguém que já andou no deserto mas apenas com duas rodas. À primeira vista, parece uma cena dos «apanhados» , mas um olhar mais atento revela que o piloto espanhol é patrocinado por uma gasolineira, com alguns milhões de euros para gastar, o que para os patrões da Mitsubishi faz toda a diferença.

Olhando para os ralis, tivemos este ano Miguel Campos a participar em algumas provas do Campeonato do Mundo, num mini-programa proporcionado pela Peugeot. Os resultados iniciais bastante modestos, aceleraram a guilhotina sobre a cabeça do piloto que não só não podia falhar, como tinha ainda o peso de ter de mostrar qualidades, em provas em que a inexperiência raramente perdoa. Se todos sabemos que em alta competição o mais pequeno erro se paga caro, também não é menos verdade que existe uma fase de adaptação e uma curva de aprendizagem, que quando respeitadas pagam dividendos elevados, normalmente com títulos.

O paradigma dos exemplos portugueses, terminou este mês uma gloriosa carreira, sempre ao mais alto nível, dá pelo nome de Carlos Sainz. Paradigma porque o «Rei» Carlos construiu a sua carreira contando sempre com o apoio do seu país e das instituições que através dos patrocínios e de numa gestão de carreira exemplar, lhe permitiram crescer e aprender até atingir a maturidade suficiente para disputar e conquistar dois títulos mundiais. Mas não é só de patrocínios que se faz uma carreira e Carlos Sainz foi sempre magistral naquilo que dele dependia, foi um pioneiro, apostando desde cedo no profissionalismo como via para atingir o sucesso. Num tempo em que ser piloto, era ser predestinado ou possuidor de algum dom, Sainz soube contrariar tudo e todos com trabalho exaustivo com os mecânicos e engenheiros, sendo o primeiro a perceber de facto como é que o carro funcionava, com trabalho físico por forma a resistir fisicamente a provas cada vez mais duras e testava tudo sempre mais e mais, num exercício meticuloso e exaustivo. Também fora do carro soube cultivar a carreira, na educação e amabilidade, sempre disponível, de postura impecável, transformando-se num embaixador do desporto motorizado, colocando-o no segundo lugar das audiências desportivas espanholas.

O que temos a aprender com o exemplo Sainz é que à medida que o país o foi apoiando na sua carreira, soube também crescer e evoluir, conseguindo inscrever um prova no campeonato do mundo de Ralis, dois circuitos permanentes nos mais importantes campeonatos internacionais, Formula 1, Moto GP, Superbikes, dois pilotos relevantes na F1, campeões do mundo de motociclismo e não pára por aqui. Certamente que Sainz não é responsável por isto tudo, mas certamente que ajudou a popularizar um desporto que à duas décadas estava no auge, em Portugal.
Posted in "Diário de Aveiro", 30.12.2004

Sunday, January 02, 2005

Finlandês Voador


Não sei se na Finlândia existe Vinho do Porto, mas existe um Finlandês a correr no Dakar, com uma característica idêntica, quanto mais velho melhor.
Ari Vatanen, como é que é chegar aos 52 anos e conduzir dessa maneira?