Thursday, December 24, 2009

O condutor dos quatro piscas



Às vezes irrito-me com os chamados "condutores disciplinadores" - aqueles que se colocam do lado esquerdo a 120 km/h e não nos deixam passar para não infringirmos o código, ou então que buzinam quando pisamos um traço contínuo e por aí fora, basicamente intrutores de escola de condução frustrados - mas agora há uma nova raça que me chateia quase de igual forma, os chamados "condutores dos quatro-piscas".

Não digo que, por exemplo, em casos de paragem súbita numa auto-estrada não seja útil para avisar quem venha atrás, agora aqueles tipos que acendem os piscas por tudo e por nada, desde a paragem na fila da portagem até a um sinal de "Stop" ou um sinal vermelho, já é demais. É que ainda por cima há uns que na azáfama de encontrar o botão vermelho perdem completamente a atenção do que se passa na estrada.

Enfim, depois da malta do colete fluorescente pendurado nas costas do banco do condutor, surgiu mais uma estirpe dos ases da auto-estrada, o "condutor dos quatro-piscas".

O que é que ainda motiva Schumi?


O que é que ainda motiva o Schumi? Certamente não é o dinheiro e para além disso não vejo mais nenhuma razão plausível a não ser a vontade de competir.

Há pessoas que se dizem competitivas, mas depois desta demonstração do que é realmente a necessidade de competir, acho que irão reconsiderar a forma como se classificam. Schumi é o verdadeiro paradigma da competitividade humana.

No entanto, uma coisa é ser competitivo e outra é ganhar. A segunda será, desta vez, muito mais difícil para o alemão do que foi outrora. Não escrevo isto pela sua idade, pouco comum nas corridas de hoje em dia. Mesmo estando para lá dos quarenta, acredito que as capacidades estão lá todas - foi esta moda recente de colocar adolescentes ao volante dos carros mais rápidos do planeta que levou toda a gente a achar que um tipo como o Button era velho demais para ser campeão. O problema maior a ultrapassar serão os três anos em que esteve distante da evolução técnica dos carros e a ausência de testes durante a temporada, por forma a colmatar essa falta de contacto com os carros actuais.

Por outro lado, as vantagens do "não-sei-quantas-vezes" campeão mundial, serão uma equipa Mercedes ultramotivada, centrada completamente em si e o fim dos reabastecimentos, que levará a que os pilotos tenham que voltar a poupar pneus, coisa que para alguém que deu cartas nas corridas de resistência não será grande problema.

Seja para ganhar ou para levar na cabeça, eu como fã já estou satisfeito. Dificilmente haveria uma melhor notícia do que esta para uma era que se quer de mudança.

Tuesday, December 01, 2009

O frete dos 5 Milhões



O AutoSport tem hoje como tema de capa a possível ida do Álvaro Parente para a F1. Para além da capa há mais duas páginas no interior, cheias com muitas fotos e muito pouco de notícia. No fundo fazem-se umas considerações e desenham-se uns hipotéticos cenários. Notícias palpáveis nem vê-las. Também não é esse o objectivo - o de noticiar - da capa ou das duas páginas no interior. O objectivo é, de alguma forma, suscitar um elemento de pressão nos eventuais patrocinadores do piloto do Porto. Lê-se naquelas páginas que se os indecisos patrocinadores não avançarem de imediato, o lugar na equipa Virgin F1 será entregue a Lucas di Grassi.

Este tipo de "fretes" é aceitável, afinal trata-se do nobre propósito de ajudar um piloto português a atingir o pináculo do desporto automóvel.

A fazer fé no que diz o jornal, Parente precisa de 5 milhões de euros para assegurar um lugar numa equipa sem qualquer experiência na F1. Se eu fosse o hipotético patrocinador também estaria indeciso, estaria e muito.

Por mais que goste de F1 e que admire o Álvaro, acho que 5 milhões para garantir o lugar num carro que se irá arrastar no fundo da tabela, é um valor exorbitante. Cá para mim estão a tentar dar o golpe no Tuga. Cheira-me a mais uma história do género Coloni/Matos Chaves.

Vão ser precisas muitas primeiras páginas, no AutoSport e noutros pasquins noticiários para que se convença um papalvo ou um grupo deles, a entregar um milhão de contos antigos ao tipo da Virgin.