Sunday, February 27, 2005

Os ralis na sala de estar


O que o jogo Colin Mcrae nos tem dado é a possibilidade de ter o Campeonato Mundial de Ralis, na sala de estar, em frente à lareira sentimos as emoções do gelo da Suécia ou o calor da Austrália, tudo isto com a possibilidade de "zuparmos" os nossos amigos sentados lado a lado no sofá. Existem muitos jogos do género mas só o Colin nos dá a sensação de que só falta sair pó pelas colunas do televisor para nos sentirmos como numa equipa oficial a lutar pelos primeiros lugares numa qualquer prova do Mundial.

Thursday, February 24, 2005

Barcelona-Dakar 2005


Barcelona-Dakar, foi assim que se denominou este ano a mais dura e bela prova do mundo. Para a maioria, aficionados ou não, continua a ser o Paris-Dakar, a única diferença é que este ano saíu das Ramblas e não da torre Eifel, mas isso pouco importa, ao que ninguém fica indiferente é ao conteúdo de uma prova destas, à competição, à variedade de cenários por onde passa, à beleza das imagens que proporciona. É hoje a seguir à Fórmula 1, a prova de desporto automóvel que mais audiências tem, apesar de que no primeiro caso estamos a falar de um campeonato com 16 provas e no segundo de uma única prova, que fascina durante quinze dias.
É habitual termos vários representantes Lusos na prova Africana, infelizmente este ano, apenas nos automóveis, mas logo com o regresso do Campeão do Mundo, Carlos Sousa e com outras quatro equipas. Mais quatro equipas, porque apesar existir mais uma equipa inscrita, liderada por Francisco Inocêncio, nem sequer chegou a partir, capitulando devido a problemas mecânicos. Mau demais de facto, inacreditável como é que ainda pode acontecer, mas é um pouco a imagem do país e deve servir como exemplo para o maior profissionalismo necessário.
Profissionais podemos chamar a Carlos Sousa, Paulo Marques, Bernardo Vilar, Ricardo Leal dos Santos e Elizabete Jacinto, pelas boas prestações manifestadas na mítica prova. De realçar o sétimo lugar de Carlos Sousa, que podia ser quarto, não fosse um daqueles azares que só acontecem a quem vai numa equipa privada, como foi o caso de um rolamento gripado. De qualquer das maneiras no nosso Carlos soube adequar o seu andamento às capacidades do seu Nissan, bem inferior ao Mitsubishi que conduzia anteriormente, e devagarinho lá levou a àgua ao seu moinho, sem exageros nem abusos da mecânica, parabéns Sousa.
Não posso deixar de falar dos vencedores, principalmente de Peterhansel, que após ter ganho seis vezes de moto, conquistou este ano o segundo troféu nas quatro rodas. O Francês quando comparado com os seus adversários, bem pode ser considerado um extraterrestre, pois as diferenças são do outro mundo, brindando o resto do pelotão com uma exibição imaculada de erros, mantendo uma tenacidade e velocidade constante, sagrando-se mais uma vez, o rei do deserto.
Nas motos, Cyril Després, ganhou bem, muito ajudado pela sua equipa, mas com uma vitória justa e plena de mérito, que fica apenas ensombrada por motivos alheios que marcaram a prova este ano. As quatro mortes registadas ensombraram as areias do deserto, sendo a mais marcante a da “Raposa do Deserto”, Fabrizio Meoni, que aos 47 anos, pretendia acabar a sua carreira na prova que já tinha ganho duas vezes, e que triste maneira de abandonar uma vida de corridas. Certamente muito terá que mudar no regulamento das duas rodas, no próximo ano, por forma a limitar o andamento e performance estonteantes que se registaram este ano, tornando-se as próprias montadas um perigo para os pilotos.Fica uma palavra final a todos os que conseguiram chegar às margens do lago rosa, em Dakar, porque só esse facto já os transforma em heróis dos tempos modernos.

Posted in "Diário de Aveiro"

Monday, February 14, 2005

O Norueguês Voador


Verdade seja dita, que o sacana do Norueguês andou que se fartou, limpando a péssima imagem de Monte Carlo. "Hollywood" Solberg anda muito, e apesar de algumas provas mais decepcionantes ainda transporta aquela mistica nórdica, que ficou famosa pelos Finlandeses, mas que hoje apenas nos é trazida pelo piloto do Subaru. Sim senhor é de se lhe tirar o chapéu. Gronholm, arruma a viola mais uma vez e vai para casa de mãos a abanar.

Wednesday, February 09, 2005

Um Porche é sempre um Porche


Conduzimos utilitários, monovolumes ou comerciais, novos, velhos, de serviço ou muito estimados, semi-novos. Muitos estão satisfeitos com a sua vida automobilística, no conforto do que é conhecido, do que não exige esforços acrescidos nem sacrifícios. Gastam pouco, são económicos, fiáveis, têm espaço de bagagem para a viagem anual para o Algarve, têm quatro portas e espaço atrás para carregarmos os sogros ao domingo ou os colegas de trabalho quando o carro destes está na oficina, ar condicionado, jantes de liga leve e aileron desportivo, naquele look pseudo-qualquer coisa. Enfim, tudo uma maravilha.
Se é assim tudo tão bom porque razão paramos quando passa um Porche por nós? Porque razão olhamos com cobiça quando vêmos algum estacionado, ali parado, indefeso à nossa tentação? E que pensamentos ostensivos são esses quando finalmente conseguimos passar algum, e que importa se o condutor abrandou porque vai ao telefone ou à conversa com o pendura ou pura e simplesmente porque quer ir mais devagar. Se temos o nosso castelo com rodas, a nossa “piéce de resistance”, porquê tanta cobiça? Será porque ele ainda nos transmite aquilo que tentamos esquecer à muito, a paixão pelas quatro rodas?
Para mim o 911 é isso mesmo, paixão, sensualidade, calor, suores, coisas que desapareceram na adolescência, ou que tentamos apagar desde essa altura e que temos milhares de desculpas para não voltar a sentir.
Se existe alguém que possa a sentir a magia então porque não arriscar, mesmo que não seja novo a estrear, nem da nossa cor preferida, afinal, um Porche é sempre um Porche.

Sunday, February 06, 2005

Obrigado John Britten



Existem pessoas que nos ficam para sempre na memória, John Britten é uma delas. Não porque fosse uma figura pública ou cuja vida fosse um relato comum, admirava-o pelo seu trabalho, pela sua obra. John construíu algo único de então até agora, no mundo das duas rodas, uma moto de design revolucionário, capaz de fazer frente a tudo o que existia na altura, incluindo motos e equipas de fábrica. A Britten, não tinha como ponto forte a aerodinãmica, o motor, a suspensão, o quadro, os travões ou qualquer outro aspecto, era toda ela, no seu conjunto, uma obra surpreendente e inovadora de engenharia. Ainda hoje se vêem criações com geometrias ou soluções invulgares, mas funcionam no meio de um mundo de outras soluções já conhecidas e testadas, para John Britten a única coisa certa era que uma moto tem duas rodas, tudo o resto era para ser discutido e re-inventado.
Para os mais avessos a moto será de imediato rotulada de feia, estranha, horrível, mas à medida que se conhece o porquê das soluções apresentadas começa-se a admirá-la e mesmo a gostar de tudo o que vêmos.
Na primeira metade dos anos noventa ganhou e bateu records em tudo o que correu, apesar do budget reduzido, suscitou olhares de todos os que frequentavam o paddock. Afinal as suspensões rigidas funcionavam, o motor V-twin como elemento rígido substituía o quadro, a carenagem servia só para esconder o piloto e abaixo desta a parte mais larga da moto era o pneu de trás, como dizia John, a moto cortava o vento em vez de o empurrar como as outras. Quando as coisas estavam realmente a começar, o seu criador falece prematuramente, em 1995, deixando um sabor amargo e de que ainda havia muito para dar, a todos os seus fãs.

Wednesday, February 02, 2005

A paixão das duas rodas


Para muitos Ducatistas espalhados por esse mundo fora este é que é o ano da confirmação, não há Rossi nem Honda que lhes tirem essa crença. Tudo isto porque nos testes de pré-temporada ninguém conseguiu fazer sombra às máquinas vermelhas, que ganharam uma alma nova desde que calçaram borrachas da Bridgestone. Para muitos as motas italianas são Ferraris com duas rodas e esperam-se as mesmas vitórias e alegrias que os carros do Cavalino têm dado na F1. É melhor termos todos calma, porque apesar de amarmos o vermelho sangue, a distribuição desmodrómica e os motores em L, os testes de ínicio de temporada são emganadores, e as máquinas Japonesas ainda estão a esconder o jogo. Para além da contratação de Checa para ser companheiro de Capirossi, não me parecer a mais acertada, pois o Espanhol conhece melhor o asfalto das vezes em que lá caíu do das que andou em cima da moto, o ano de 2005 deve ser novamente um pelotão atrás do Dr. Rossi e da sua aparentemente inferior Yamaha. Espero estar enganado, saudações desmodrómicas.