Tuesday, January 31, 2006
Friday, January 27, 2006
Ford RS 200 - the ultimate machine
Quando este carro foi lançado no Campeonato do Mundo de Ralis, julgo que em 86, foi temido e admirado por todos como a máquina suprema, que iria dar à Ford o título tão desejado. O carro era, de facto, uma das máquinas mais impressionantes que já se viu no mundo dos ralis, construído de raiz para vencer, 450 CVs, motor em posição central, chassis tubular, carroçaria em fibra, tracção às quatro e por aí fora. Mas desenganem-se, mais uma vez, a Ford lançou o carro perfeito na altura errada. Este carro encerra uma era de belas máquinas, que seriam banidas após o trágico acidente de Joaquim Santos, no rali de Portugal de 86, precisamente a estrear-se aos comandos da máquina infernal da Ford. Estes carros eram demasiado rápidos, pelo que viriam a ser banidos das competições, esgotando-se assim a participação do RS200, após apenas três provas no Campeonato do Mundo. Ficou assim por saber se este carro seria tão bom nas corridas como no papel e se era desta que a Ford ganhava o caneco. Na foto vê-se Malcolm Wilson, hoje director desportivo da Ford no Mundial, aflito para controlar esta besta de potência. Diga-se de passagem que ele era tão pézudo que teria dificuldade em controlar qualquer coisa com mais potência que um Ford Anglia.
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Thursday, January 26, 2006
TT nos States
O desporto automóvel nos Estados Unidos da América, é na esmagadora maioria, mais um espectáculo do que um desporto, pois para proporcionar ao espectador o maior retorno possível, pela compra do bilhete, o conceito de desporto é bastante sacrificado. No entanto, existe por aquelas bandas algo que congrega com o espectáculo, muito do que na Europa gostamos de ver numa corrida de automóveis, a velocidade e a destreza dos pilotos em condições de condução imprevisíveis, como as existentes numa corrida com mil milhas de extensão em todo o terreno. É assim a famosa Baja 1000, que se desenrola ao longo do golfo da Califórnia, em viaturas de construção espectacular, valendo quase tudo, desde chassis tubulares, potentes motores V8 de cilindrada quase ilimitada, suspensões com cursos impossíveis, tudo isto mascarado por uns painéis de fibra de forma a tentar parecer-se com um automóvel, normalmente uma Pick-up.
Ninguém ficou indiferente à participação de Robby Gordon no Dakar deste ano, com uma destas viaturas, uma aberração ao pé nos padrões Europeus, mas espectacular de ver correr, causando o delírio do público mas ao mesmo tempo suficientemente rápida, para andar entre os vinte mais rápidos do Dakar. Esta é uma vertente do desporto automóvel que admiro e onde na Europa ainda se pode evoluir muito, provas de TT rápidas onde se anda completamente a fundo do início ao fim.
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Wednesday, January 25, 2006
A beleza do Monte Carlo
Os acessos são impossíveis, as ligações um caos, o público insubordinado e por aí fora. O Monte Carlo pode ter muitos problemas que em qualquer outro sítio ditariam a sua saída imediata do calendário do Campeonato do Mundo, mas persiste e persiste e vai persistir enquanto houver ralis. Porquê? Porque é uma daquelas provas míticas, disputadas em consdições únicas, como o GP do Mónaco ou as 500 milhas de Indianápolis, é uma prova que está no imaginário do desporto automóvel e isso vale muito. Para além disso fornece as melhores fotos do ano.
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Saturday, January 21, 2006
Vatanen outra vez.
Não é a primeira vez que escrevo acerca de Ari Vatanen, apesar do agora deputado no parlamento europeu, já quase nada fazer em termos de desporto automóvel.
A nova ferramenta do Google, a pesquisa de videos, fez-me relembrar esse incrível piloto, para mim um dos maiores de todos os tempos. Para além dos títulos e das vitórias em tudo o participou, é um daqueles pilotos que sempre aliou a rapidez à beleza e espectacularidade da condução, proporcionando, ainda hoje, das mais belas filmagens acerca do desporto automóvel.
Deixo aqui dois links, um para o mítico filme da subida em "Pikes Peak" e outro um pequeno tributo à sua carreira nos ralis.
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Friday, January 20, 2006
O ano da Ford?
Todos anos a mesma história, a Ford e a vitória no mundial, que já não consegue à mais de vinte anos.
Sempre com uma aposta muito forte, normalmente participando com um carro competitivo, muitas vezes considerado como o melhor, por uma ou outra razão o título escapa sempre à marca do oval azul.
Este ano parece novamente a equipa favorita, um carro feito à medida do novo regulamento, um piloto com provas dadas, Gronholm que joga a cartada decisiva da sua carreira, e uma concorrência num nível como não se via à muitos anos, em tão baixo nível.
Quanto a mim só existe um senão que pode inquinar novamamente as pretenções da equipa, desta e de qualquer outra, chama-se Sebastien Loeb. Apesar de este ano o Francês não ter, aparentemente, uma viatura ao mais alto nível, julgo que vai ser novamente o grande protagonista da temporada. Hoje, no Rali de Monte Carlo, ficou fora de combate, deixando o Ford de Gronholm, na frente da corrida. A ver vamos no desenrolar das próximas provas, num campeonato que vai ter como pólo de interesse a luta de todos os outros contra Loeb. Eu vou torcer pela Ford, tal como nos últimos anos.
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Thursday, January 19, 2006
Do deserto para a neve
Depois das temperaturas tórridas do Lisboa-Dakar, o desporto automóvel ao mais alto nível desloca-se para temperaturas bastante mais baixas, na prova que marca o arranque do mundial de ralis, o Rali de Monte-Carlo.
Depois de uma prova onde se anda a poupar a mecânica e o físico do princípio ao fim e onde terminar já é uma vitória, vamos para uma prova onde é andar a fundo do princípio ao fim e onde só o vencedor é lembrado. Dos lugares decididos por minutos, passamos para as décimas de segundo, ah, já tinha saudades.
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Sunday, January 15, 2006
A neve e os nórdicos
O IP4 foi encerrado devido a forte nevão que se fez sentir naquela zona.
O desporto automóvel é povoado, de uma forma geral, por pilotos nórdicos, estando a Filândia para as corridas de carros como o Brasil para o futebol.
Nós por cá encerramos tudo e paramos em pânico com uns milímetros de neve, eles vivem metade do ano com vários centímetros. A terem que conduzir com condições tão precárias de aderência, aos poucos lá se vão desenvolvendo aquelas aptidões de condução, parecendo inatas, tal a naturalidade, tornando uma ida ao supermercado num autêntico treino de nível mundial.
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Luc Alphand - Dos Alpes para o Sahara
À uns anos atrás andava este rapaz pista abaixo, pista acima, com um par de skis nos pés e equipamento para o frio, era então campeão do mundo de ski. Quem se lembra dele diz que nessa altura era impressionante a forma e velocidade como consumia kms de neve. Hoje ganhou o Dakar, esse marco do desporto automóvel e de certa forma, tb dos nossos tempos. Alguns podem dizer que os Mitsubishis dão para tudo, até para quem só sabe andar de ski, o que só em parte deve ser considerado. Os Mitsu dão para tudo, de facto, mas não andam sózinhos e temos que dar o mérito a quem consegue, mesmo na melhor das montadas, ultrapassar as agruras do deserto e chegar à frente de muitos que têm muitas vezes mais kms ao volante que o simpático ex-esquiador.
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Saturday, January 14, 2006
Orgulho Nacional
Não só por serem Tugas mas porque de facto foram das boas surpresas da prova, Helder Rodrigues e Ruben Faria fizeram uma prova notável a todos os níveis, com o primeiro a acabar nos dez primeiros lugares e só não ganhando a sua classe, porque à frente dele fica um mais experiente e oficial piloto da invencível armada KTM.
Ficam aqui dois bons exemplos de dois pilotos que valem bem um maior apoio das entidades, deixêmo-nos de pensar só em Carlos Sousas e Tiagos Monteiros.
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Tuesday, January 10, 2006
A prova mais bela
Num dia marcado pelo luto, quero lembrar algo de subliminar que só o Dakar nos dá de forma tão esmagadora. A beleza das imagens que o Dakar leva até nossas casas todos os anos, que tudo devem às magníficas paisagens Africanas, é avassaladora e devem servir também para nos lembrar daquele imenso continente, quase sempre esquecido. Em nenhum outro sítio, a congregação de um desporto e da paisagem natural resulta desta forma, tornando-a, na que considero ser a mais bela prova do mundo.
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Monday, January 09, 2006
O verdadeiro Dakar
Acredito que o verdadeiro espírito do Dakar, tal qual Tierry Sabine o criou, ainda existe nos motards que nele participam. Nos carros já se sabe que é andar a poupar e a controlar, esperando pelos percalços dos outros, até chegar ao lago rosa, mas nas motas é um tal de andar a fundo do início ao fim, brindando-nos com algumas das mais belas imagens do desporto, a fundo a galgar dunas, ou por entre os desfiladeiros da Mauritãnia, muitas das vezes sózinhos e perdidos, quantos deles já de noite pelas dunas à procura do acampamento, para arrancarem daí a pouco tempo. Recordo-me das imagens de Nani Roma, que mais tarde viria a vencer o Dakar e hoje é oficial da Mitsubishi, perdido, sózinho, a andar às voltas até cair para o lado exausto e desesperado. Quando a câmara chegou até ele, chorava como um bebé, apesar de ser na altura o chefe de fila da KTM.
Mérito para o nosso Helder Rodrigues que hoje com a pequena Yamaha, conseguiu um terceiro lugar no meio da potente armada da KTM. Parabéns Helder.
Hoje faleceu Andy Caldecott, certamente a fundo como sempre, espectacular com toda a certeza.
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Sunday, January 08, 2006
Diesel ou gasolina?
Muitos dos adeptos do Diesel, a maioria, utilisadores deste combustível no dia a dia, torcem pela vitória da VW e do seu motor TDI, no Dakar deste ano. Os adeptos da gasolina, normalmente dizem que nunca viram um Ferrari ou um Porsche a andar a Diesel, mas isso pode bem começar a mudar de figura, caso a VW vença o Dakar ou a Audi, que vai participar em Le Mans com um TDI, vença a clássica prova Francesa.
Este tipo de motores, normalmente mais pesados e menos potentes, tem como grande vantagem o binário, que nas provas de velocidade pura não parece ser grande grande ajuda, talvez nos casos de velocidade mais baixa e em zonas mais encadeadas se possa tornar uma mais-valia. Seja como for, uma vitória de um motor Diesel, provará que que estes motores são de facto, rápidos e provavelmente poderão equipar modelos de cariz desportivo, calando os cada vez mais saudosos fãs dos motores a gasolina.
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Friday, January 06, 2006
A mais louca corrida do mundo
São de facto muitos e salutares os loucos que participam numa das últimas grandes aventuras dos nossos tempos. Um sidecar com motor da Harley V-Rod não é comum, mas a galgar dunas é uma coisa ainda mais improvável. Coisas do Dakar...
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Thursday, January 05, 2006
Mitsubishi Proto???
O Paulo Marques inscreveu-se no Dakar de 2006 aos comandos de um carro ao qual chamou Mitsubishi Proto.
Não sei o que é que ele entende por Proto, mas a menos que a Mitsibishi esteja para reeditar a antiga geração do Mégane, aquilo onde ele vai sentado tem a estética de um Renault Mégane Coupé. Podem perguntar a quem quiserem pois é por demais evidente, um cego identifica-o como um Mégane só por apalpar as ópticas, até uma mulher consegue ver que se trata de um Renault.
O que é que lhe passou na cabeça na altura da inscrição não sei, mas que não consegue enganar ninguém, à isso não, chega mesmo a ser anedótico. Parece que estou a ver os Touaregs no deserto a ver passar aquele Renault parecido com uma carocha, a que um Tuga decidiu chamar Mitsubishi, e a dizerem um para o outro que ainda existe gente parva no mundo. Se eu fosse a Mitsubishi punha-le um processo, por injúria ao bom nome da marca.
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Wednesday, January 04, 2006
Ó Sousa
"O facto de estarmos sentados muito baixo faz com que, em particular nos topos, a visibilidade seja reduzida, e fiquemos sem saber se é para a esquerda ou para a direita..." - Carlos Sousa dixit no final da segunda etapa do Dakar, que ligava Portimão a Málaga.
Por favor ó Sousa, como é que se pode dizer uma coisa destas. Depois de um ano sem competir mas com a participação no Dakar assegurada desde o Verão, com uma prova de preparação pelo meio, em Portalegre, vir dizer que não se afinou a altura do banco convenientemente. O mínimo que se esperava era que a preparação para as especiais Portuguesas, tivesse sido meticulosa, na preparação, afinação do carro e ninguém ficava escandalizado se tivessem sido feitas passagens nas zonas onde se iriam realizar as duas etapas ou mesmo passar no percurso e tirar notas. Há muito que o percurso não era segredo para ninguém. Quando vamos correr lá fora é porque é lá fora e os outros têm vantagem, quando é aqui ao lado, é porque é mesmo assim.
Realmente, isto é de bradar aos céus, um piloto com aquele orçamento, aceitar e dizer que correu mal por causa da altura do banco. Há que lembrar que para o Sousa correr naquele nível existem muitos pilotos que ficaram sem nada, porque os patrocínios não abundam e não dão para todos.
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Tuesday, January 03, 2006
O regresso com o Dakar
Estou de regresso a este espaço e não é possível falar de mais nada a não ser do Lisboa-Dakar. Falar do ínicio em Portugal ou da irrepreensível organização que espantou todos os que não conheciam as capacidades dos tugas e que deixou de quatro os Franceses que organizam a prova à quase trinta anos, torna-se algo curriqueiro, pois não se fala de outra coisa em Portugal e ainda bem. Aliás não só é bom para desenjoar um pouco do futebol mas principalmente para interromper algum fatalismo e provar que conseguimos ser tão bons como os outros, muitas das vezes melhores.
Realço hoje uma iniciativa de louvar que incompreensivelmente não teve mais adeptos entre os pilotos Portugueses. A Yamaha proporcionou este ano um kit para equipar a sua WR450 de série, com tudo o que é necessário para se fazer o Dakar de uma forma competitiva e acessível. Neste ano em que a velocidade nas duas rodas está limitada a 160 Km/h, a pequena e ágil Yamaha tira muita vantagem em comparação com as enormes KTMs, com a vantagem da fiabilidade e baixo custo de manutenção de uma mota quase toda ela de série.
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