Por mais que custe há que dizê-lo: Pedrosa ganhou bem

Enganei-me bem quando escrevi que o Stoner iria ganhar a prova em Jerez, pois não só não ganhou como fez uma corrida desastrosa - já não via nada tão mau desde 2006, quando andava de Honda.

Não só a Ducati não ganhou como tive que engolir uma vitória do Pedrosa, que fez um corridão, não dando hipóteses nenhumas ao Rossi e ao Lorenzo.

O campeonato deste ano promete ser um dos mais renhidos de sempre e devemos ver isso já em Portugal, com três Yamahas muito fortes (Rossi, Lorenzo e Toseland), duas Hondas (Pedrosa no campeonato todo e Hayden em Laguna Seca) e a Ducati de Stoner. Para além disso só as Suzukis poderão chegar aos lugares da frente, numa ou noutra corrida o Capirossi dá um ar da sua graça e se chover o Vermeulen ganha.

Mal mas mesmo mal estão as Ducatis que deverão continuar a dar uma pálida imagem do que é a marca italiana, pois como se viu hoje não é muito abonatório o facto de só o Stoner ser capaz andar na frente e as outras três motos vermelhas andarem a arrastar-se no fim do pelotão, com pilotos como o Melandri e o Elias que com uma montada competitiva disputavam sempre um lugar entre os cinco primeiros.

Gostei de ver

O último post de hoje acerca da KTM, assinala a vitória de Mika Kallio na corrida de 250cc, que é um dos pilotos que gosto de ver correr nas duas rodas e é daqueles que julgo que dava um grande piloto se passasse para a classe rainha, com motos com potência quanto baste para o finlandês poder explanar o seu talento. Sendo assim acho que qualquer corrida que faça nas quarto de litro é mais uma corrida desperdiçada para ele e para os fãs das duas rodas.

Rápido mesmo só com duas rodas

Por falar em KTM, a marca austríaca proporcionou hoje uma corrida ao Schumacher, no troféu Superduke e este não se fez rogado, acabando no quarto lugar na sua primeira corrida oficial.

Certamente que o alemão participou só pelo divertimento e não terá pretensões a nada mais do que isso, mas não deixa de ser impressionante a velocidade que demostra em tudo o que pilota.

KTM K-Bow a correr na categoria GT4

Estou bastante curioso para ver como é que o KTM X-Bow GT4 se vai sair na primeira corrida contra super-carros como o Aston Martin Vantage, já a 20 de Abril. Para já conseguiram a primeira vitória que foi a homologação da FIA na categoria GT4.

O último carro deste tipo que me lembro de ver correr foi o Caterham, mas como estava a incomodar os construtores dos super-carros super-caros, decidiram tirar-lhes a homologação. Vamos ver como se porta esta loucura da KTM.

Dignificou a bandeira

Não andaram à frente da classificação, mas pelo que vi pelos tempos das classificativas, representaram dignamente a bandeira nacional, por terras argentinas.

Para um "rookie", o Bernardo Sousa está a portar-se muito bem, fazendo-se já notar entre os participantes do mundial. Foi pena que o Mitsubishi não tenha aguentado.

O regresso do "Porta-Chaves"

Recebi com agrado a notícia de que o Pedro Matos Chaves iria correr na próxima prova do nacional de TT. Acredito que este piloto, que tanto fez no desporto automóvel, ainda pode dar um válido contributo no TT, valorizando não só um pelotão já de si valorozo, como também trazendo ainda mais competitividade a um campeonato já muito competitivo.

Apesar de ser uma participação esporádica, em substituição do João Ramos, pode ser que o “bichinho” pegue e que a Toyota ponha um segundo carro a correr.

Espero também que os rumores que colocam o mesmo Matos Chaves ao volante do Peugeot S2000 da BF Goodrich Drivers Team, no Rali de Portugal, não passem disso mesmo, de rumores. Por mais palmarés que o piloto tenha, já deu o que tinha a dar aos ralis nacionais, está na altura de dar lugar aos mais jovens.

Mesmo se sei que o ex-piloto de F1 e campeão nacional de ralis, tem muito boa gente muito bem colocada para o colocar ao volante do Peugeot, não acredito que seriamente tal possa ser considerado, tal o absurdo da ideia. Pelo que entendo da iniciativa, tal pretende dar uma oportunidade a pilotos que tenham potencial mas que de momento estejam apeados, numa lógica de lhes permitir mostrar o seu valor. O Matos Chaves não encaixa em nada disto, pelo que o único “interesse” que posso vislumbrar desta hipotética participação é o facto de podermos assistir à ressurreição de dois dinossauros das corridas, ele e o Auriol.

Prémio “dá-me o porco que eu dou-te um chouriço”

Ron Dennis promete oferecer um McLaren F1 a Lewis Hamilton caso este ganhe o campeonato.

Reventon e o canto do cisne

Numa altura em que temos o petróleo mais caro de sempre e os construtores de super-desportivos lançam modelos como nunca, a Lamborghini mostra-se como o mais pujante de todos saindo-se desta vez com o espectacular Reventon, que mesmo com um preço exorbitante tem clientes dez vezes superiores à quantidade de produção (20 unidades).

Será este o "canto do cisne" dos desportivos tal como os conhecêmos? Será esta uma fuga para a frente dos construtores, tentando fazer esquecer que os combustíveis fósseis são um bem cada vez mais precioso para ser esbanjado em carros com delirantes valores de potência?

Seja porque vivemos num tempo de "vacas gordas" ou talvez de "vacas magras", a verdade é que nunca houve tantos e tão espectacuares super-carros como agora, a fazer as delícias de quem gosta de os ver passar na rua ou nas fotos das revistas.

Prémio "recado para a administração da Renault"

"Julgem-nos só depois do GP da Turquia" - Flavio Briatore

Aigner de C4 WRC?

Já se estava à espera que depois da confirmação da Red Bull como patrocinadora da Citroen no Mundial de Ralis, surgissem rumores de pilotos supostamente protegidos pela bebida energética, a participarem com carros da equipa francesa.

Mesmo sendo um rumor, não deixa de ser uma ideia credível esta de um ter terceiro C4 WRC com Andreas Aigner ao volante. O piloto há muito que é apoiado da marca austríaca e para além de ter indiscutível valor, a marca do touro encarnado sempre apoiou os "seus" pilotos de forma activa.

Se assim for é mais uma boa notícia, pois há muito que a Citroen devia ter seguido o exemplo da Ford no apoio à continuidade do campeonato, disponibilizando mais viaturas que as "obrigatórias" da equipa oficial.

Fafe proporciona momentos destes

As fotos da Peugeot a testar em Fafe apareceram em tudo o que é site de ralis por esse mundo fora e que belas fotos se tiraram na "casa-mãe" dos ralis nacionais.

Foi como limpar o rabo a meninos

Se o grande prémio anterior foi aborrecido para os "tiffosi", hoje deve ter sido aborrecido para todos os outros adeptos. O Kimi e o seu Ferrari limparam a corrida como se limpa o rabo a um bébé adormecido, simples e fácil.

Só não foi uma corrida imaculadamente vermelha porque o Massa decidiu ser a ovelha negra outra vez. Esta época quando desligaram as ajudas electrónicas desligaram também a capacidade do Massa andar em ritmo competitivo durante várias voltas. Já tinha dito aqui, na semana passada, e reafirmo aqui outra vez que vai demorar muito até que o brasileiro consiga andar sem a electrónica, que servia como mata-borrão para os pequenos erros que cometia durante a corrida. Resta saber se a Ferrari está disposta a esperar.

A BMW esteve muito bem com o Kubica, pena só o mau arranque do Heidfeld, mostrando que vai lutar com a McLaren pelos lugares mais baixos do pódio.

A Mclaren foi banal, batendo-se só com a Toyota e com a Red Bull. O pódio do Kovalainen acabou por ser melhor do que podiam aspirar com um carro que parecia uma cabra montesa, veja-se a luta travada pelo Hamilton contra o próprio carro durante toda a prova.

Registo para o reaparecimento do Trulli, fazia falta lá na frente e também para o Webber que teria feito uma corrida de antologia não fossem as paragens nas boxes. O Red Bull deve ter apanhado qualquer virus nas boxes pois cada vez que o australiano lá entrou perdeu duas posições de forma inexplicável.

Quem também tem problemas com as boxes é o Barrichelo, hoje foi a segunda penalização em duas corridas. Os carros de F1 têm um botão no volante que limita a velocidade quando se entra no "pit-lane", mas este ano no Honda esse botão desliga o cérebro do brasileiro, transformando-o num autêntico boçal quando entra naquela zona da pista.

Ao Massa às vezes corre-lhe bem

Bestial a volta de qualificação do Massa, mesmo se estiver mais leve que o Kimi não deixa de impressionar pela forma limpa e sem erros como conquistou a pole.

O Kimi estará eventualmente mais pesado que o Massa, tendo vantagem para uma mais que provável corrida com chuva. Se não chover ganha na mesma, oxalá o carro aguente.

O Kovalainen qualificou-se à frente do Hamilton, mas isso aconteceu porque o Hamilton atrapalhou-se atrás do Glock, amanhã quando chegar à primeira travagem já vai à frente do finlandês.

Webber a mostrar outra vez como é que se conduz, situação onde teve a companhia do Alonso. Goste-se ou não do espanhol - por estes lados não é particularmente popular - aquele nono lugar só aparece porque ele se fartou de conduzir, impressionou.

Prevejo que o problema da Williams este ano seja novamente a falta de consistência, mal que afecta invariavelmente todas as pequenas equipas, por alguma razão não perceptível o namorado da Barbie, Nico Rosberg, não consegue mais do que décimo sexto lugar, atrás do novo miúdo maravillha, Sebastian Vettel.

O futuro presidente da FIA?

Para quem achou a saída do Todt da presidência da Ferrari um pouco intempestiva já circula aí uma provavel explicação, ainda que na base do rumor.

O francês de 62 anos tem feitio para tudo menos para se reformar e com o Max Mosley a terminar o mandato no próximo ano, não é difícil imaginar o ex-patrão da Ferrari a tomar conta dos destinos na FIA.

F1 em Lisboa

Li no outro dia que em Braga estão a planear reabilitar o circuito Vasco Sameiro, assim como em Cascais se tentam encontrar formas de viabilizar o autódromo do Estoril. Juntando o autódromo de Portimão, ficamos com três excelentes pistas às moscas, sem corridas que as possam justificar economicamente.

Já todos sabemos que não temos dimensão para ter grandes campeonatos nacionais, pelo menos enquanto o país não acordar para o facto do futebol não ser o único desporto existente em Portugal.

Visto isto, estamos perante mais uma fatalidade lusitana, continuamos a gastar dinheiro em infraestruturas que só servem uma reduzida malta com dinheiro que gosta de brincar às corridas, que por sua vez são normalmente desinteressantes para o público em geral e nunca mais teremos o grande motor do desporto automóvel de massas que é a F1. Muitos de vocês dirão que temos as MotoGP, mas mesmo isso é uma questão de tempo pois a tendência é que esse campeonato siga as pisadas da F1, procurando mercados maiores ou paragens mais exóticas.

Parem de imaginar remodelações malucas nos autódromos porque a única maneira de vermos o Bernie Ecclestone em Portugal é adiantarmo-nos à nova moda e propor uma corrida de F1 nas ruas de Lisboa, à noite.

A F1 é hoje um desporto de sofá, não interessa quantas pessoas estão nas bancadas, até podem estar vazias que isso pouco importa, o dinheiro ganha-se hoje nas transmissões e como tal o que interessa é que o espectáculo seja de qualidade. Também já percebemos que não interessa se o circuito foi desenhado por Herman Tilke ou por outro qualquer cromo do betão, veja-se que mesmo com biliões investidos na China e na Malásia, o Mónaco continua a liderar as audiências das transmissões televisivas.

Então, se as pessoas gostam é de ver passar os carros por cima de tampas de esgoto então façamos circuitos citadinos com fartura, este ano já em Valência e Singapura, se possível no Domingo ao fim da tarde, num horário mais consentâneo que a tradicional hora de almoço, com a vantajem de servir também o continente Americano.

Já imagino os holofotes a realçarem as marcas de travagem na Av. da Liberdade, com os carros a entrarem para o Marquês ainda com os travões ao rubro e depois outra vez a fundo a subir para o Saldanha, com a recta da meta na Av. da República...

Momentos de antologia - Hakkinen vs. Schumacher em Spa

Esta é das melhores ultrapassagens da história da F1, esperemos que no próximo fim-de-semana possamos assistir a algo pelo menos semelhante.

Deuses do Olimpo automóvel

A "velocidade natural" é a característica primordial de entre todas aquelas que constituem um piloto de automóveis.

Esta foto reúne os dois melhores pilotos de ralis que já vi correr, que tinham em comum o facto de possuírem a mais alta "velocidade natural" de todos os da sua geração.

Não foram os que mais títulos ganharam, mas foram deuses entre todos os mortais que com eles disputaram quilómetros ao cronómetro.

Liberdade locomovida a gasolina

Uma Harley a cruzar as estradas portuguesas parece tão ridícula como um chalé suíço na planície alentejana, no entanto não acredito que não tenha passado alguma vez pela cabeça de qualquer amante das duas rodas o disfrutar de uma longa viagem aos comandos da bicilíndrica americana, ao som da música mais famosa dos Steppenwolf, "Born to be wild".

Inesquecível a imagem do Peter Fonda aos comandos da "Capitan America" com o capacete pendurado na "sissy bar", ao som daquele inconfundível e preguiçoso matraquilhar do V2 a quarenta e cinco graus.

Momentos de antologia - Rossi em "power-slide"

O próximo GP vai ser ganho novamente pelo Stoner, mas mesmo assim fica este video como mensagem de alento ao Rossi, pois quem faz um "power-slide" destes em plena corrida merece muito mais do que resultados recentes possam levar a pensar.

BF Goodrich Drivers Team - o interesse adensa-se

A iniciativa da equipa Kronos e da BF Goodrich de proporcionar a participação no Rali de Portugal num Peugeot S2000 a um piloto nacional, está a despertar bastante interesse e depois de pilotos como Jorge Pinto ou Diva Teixeira terem feito a sua candidatura, aparecem agora pilotos com outro potencial, como é o caso de Pedro Clarimundo, que formalizou ontem a sua inscrição à BF Goodrich Drivers Team.

Trata-se duma iniciativa de louvar, esperemos que a escolha do piloto seja igualmente consensual.

A beleza dos ralis

Às vezes não há notas, reconhecimentos, navegadores ou o que quer que seja para prevenir certos acidentes. São assim os ralis e é aí que reside grande parte da sua beleza.

Mercedes ganhou até com o safety-car

Na corrida de ontem tudo correu bem à Mercedes, para além da vitória do Hamilton ainda conseguiram uma valente promoção ao novo "safety-car", é que com tanto acidente o SL63 AMG esteve mais tempo no ecrã do que muitos dos monolugares que participaram na corrida.

Prémio "O mais aborrecido"

O presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, acerca do campeonato de F1 e de um alegado domínio da sua equipa: "Antevejo um campeonato aborrecido" - 06.03.2008.

Sem dúvida que a corrida de hoje foi bastante aborrecida para ele e para todos os tiffosi, tal foi a vergonhosa prestação da Ferrari. Há muito tempo que não se via nada tão mau, com os dois pilotos constantemente fora de pista por erros próprios - o Massa vai-se ver aflito o ano todo para conduzir sem o controle de tracção - acabando ambos por abandonar com problemas mecânicos.

Patético, foi tudo simplesmente patético.

Este tipo é o maior!

Tudo para o Mark Webber, não pela qualificação que acabou na gravilha, mas porque sim (!), porque é dos pilotaços que anda na F1.

Não teve grande sucesso na Williams - um australiano numa equipa tradicional inglesa só podia dar nisso - mas agora na Red Bull a história é outra e mesmo se o carro não dá para ganhar corridas, é dos pilotos que dá gosto ver conduzir, que piloto (!).

Seja pela bebida energética ou pelas loucas festas que a equipa organiza na quinta à noite, o Mark Webber reencontrou-se e ainda bem, é daqueles pilotos que fazem falta, quanto mais não seja porque ridiculariza as outras florzinhas todas que por ali andam.

A Ferrari enerva

Para quem torcia pela Ferrari a qualificação foi absolutamente enervante. Primeiro foi a "pane seca" ou outra avaria qualquer que o carro do Kimi sofreu, obrigando-o a ser empurrado até às boxes com consequente proibição de continuar o treino qualificativo - esta regra da FIA não deixa de ser absurda, pois um piloto não pode ser ajudado a continuar durante os treinos, mas se tal acontecer durante a corrida já não tem mal nenhum, como se viu no ano passado quando tiraram o Hamilton da gravilha para continuar a corrida.

Depois do Kimi foi o Massa que ao contrário de todos os outros só fez uma tentativa para alcançar a pole. Sinceramente continuo sem perceber porque é que o brasileiro nunca consegue fazer o que os outros conseguem, sendo que hoje depois de fazer a primeira e única volta rápida, que lhe deu o quarto lugar, entrou para as boxes quando faltavam para aí uns quatro minutos para o fim da sessão, com o Hamilton atrás dele. O Hamilton ainda conseguiu sair para mais uma volta rápida, que lhe veio a dar a pole-position, enquanto que o brasileiro nada. Há pilotos a quem falta sempre qualquer coisa e o Massa é um deles.

Parabéns Mário

Se o Bruno Magalhães já anda a este nível há um tempo, o Mário Castro está agora pela primeira vez no patamar onde pertence de forma natural, pela sua competência, profissionalismo e dedicação.

Pela vitória no rali de estreia com a Peugeot, aqui ficam os meus parabéns

Valeu a pena

A corrida já foi no Domingo mas ainda hoje há quem converse sobre ela, mesmo quem nunca antes demonstrou especial apreço pelas corridas de motos.

Só consigo ligar este súbito interesse na prova de abertura do campeonato de MotoGP, ao facto da corrida se ter disputado numa situação inédita, com iluminação artificial e num horário bastante propício, Domingo às 8 da noite. A maioria das provas continuará a disputar-se à hora de almoço, mas no final do campeonato sempre quero ver quais os GPs que tiveram mais audiência, se os de horário tradicional ou os disputados à noite.

No que diz respeito à prova em si, tenho que dar a mão à palmatória, porque se o Stoner dominou como tinha escrito antes da corrida, o Rossi passou por dificuldades quase humilhantes para garantir um quinto lugar e o Vermeulen, se bem que devido a problemas mecânicos, fez uma corrida para esquecer, pelo menos para mim que tinha apostado que ele ficava entre os cinco primeiros.

Também escrevi aqui que iríamos ter surpresas da parte do Lorenzo e do Toseland, aqui não me enganei, os dois rookies andaram que se fartaram. Julgo mesmo que se o Toseland tem o motor de 2008 igual ao dos oficiais Yamaha, então teria lutado sem problemas pelo segundo lugar - trata-se de um piloto e tanto, basta dizer que ganhou um título de Superbikes com uma Honda contra a Ducati do Bayliss.

O que eu não estava à espera era do Pedrosa a andar entre os primeiros com uma Honda, supreendeu-me pelo andamento demonstrado e não causou surpresa nenhuma no triste comportamento para com o seu compatriota Jorge Lorenzo. A idiotice da "pulga" espanhola era já bastamente conhecida, pelo que o facto de ignorar o também jovem espanhol da Yamaha, que na sua corrida de estreia conquista um pódio, só vem confirmar que normalmente de Espanha não vêem nem bons ventos nem bons casamentos.

Carjacking

Parecia mal não falar aqui do Rali Torrié, prova inaugural do nosso campeonato de ralis.

A vitória da dupla Bruno Magalhães/ Mário Castro não foi surpresa para ninguém, que acompanhe habitualmente o panorama dos ralis nacionais. O que foi surpreendente foi o facto do Bruno não se ter distanciado muito dos pilotos que lhe sucediam e que disputaram renhidamente o segundo lugar do pódio, Bernardo Sousa e José Pedro Fontes.

Julgo que o Fontes dão dá para mais que o segundo lugar, andará sempre naquele registo a queixar-se do carro e de tudo o resto, já o Bernardo Sousa mostrou um andamento realmente surpreendente, para alguém que tripula um grupo N. Vê-se bem que o ritmo do Mundial de Ralis faz com que os pilotos ganhem outra dimensão, quanto mais não seja porque se preparam doutra forma, no caso do piloto madeirense, com cursos de condução e treinos com fartura. Fica o exemplo para o Armindo, que em vez de andar de "carro zero" a passear jornalistas, bem podia aproveitar para fazer uns quilómetros em ritmo de competição e ganhar com isso ritmo competitivo.

Realce também para Fernando Peres que mostra que a idade não é factor limitativo para se andar depressa, fosse ele tão bom preparador como piloto e poderia lutar seguramente pelo segundo lugar no campeonato - nunca vi tantos Mitsubishis com problemas mecânicos como os da Peres Competições.

Já o Pascoal deve-se ter sentido como um cego com uns óculos novos, o Peugeot S2000 será sempre areia demais para ele, situação ainda mais evidente no caso do Carlos Matos com o Renault S1600, que andou a levar na cabeça de um Fiat a gasóleo e de um C2 de troféu.

Sem surpresa as prestações do Pedro Leal (Fiat a gasóleo) e Paulo Antunes (C2 de troféu), que mais uma vez andaram muito para além do que as suas viaturas poderiam levar a pensar. O caso destes dois pilotos é a maior evidência da triste realidade que se vive no campeonato maior do desporto automóvel português. Como é que é possível que dois pilotos destes, que já ganharam e provaram tudo o que havia para ganhar e provar, com as suas parcas possibilidades, ainda não tiveram uma oportunidade para mostrar o seu valor?

Se eu fosse o Pedro Leal ou o Paulo Antunes, já tinha cometido um "carjacking" sobre o Nuno Barroso Pereira para correr com o Punto S2000 dele.

Eis o novo carro-vassoura

A Mercedes já fez muito e certamente fará muito mais pelo desporto automóvel e para além de todo o seu palmarés, nos livros de história deve ser escrito já que a marca alemã deu à F1 os melhores "Safety-car" de sempre.

Palpite: Vermeulen deve andar entre os primeiros

Palpite de última hora para de Vermeulen, que deve fazer uma corrida entre os cinco primeiros, num nível muito acima do que vale a sua moto.

MotoGP começa a faiscar este Domingo

Não me recordo de uma grelha tão preenchida como a que vamos encontrar no domingo à noite, na prova de abertura do mundial de MotoGP.

Já meti as minhas fichas todas no Stoner, mesmo se o Rossi vai andar numa moto mais potente equipada com os mesmos pneus da Bridgestone que o campeão mundial vai ter na sua Ducati. Mesmo se para mim o Rossi é o melho piloto que já vi correr, aposto no Stoner simplesmente porque acredito que o equilíbrio que se viu no ano passado na equipa vermelha ainda se mantém, faltando um bocado ainda grande para que a Yamaha lá chegue.

Depois destes dois é paisagem, tirando duas ou três surpresas, sendo que a Honda vai arrancar com o motor do ano passado – incrível como é que um atraso destes acontece numa equipa que tem mais de 2000 funcionários a trabalhar para ela – a Suzuki ainda anda a perceber porque é que contratou o Capirossi, na Kawasaki o Hopkins quase não testou por impossibilidade física e o resto são satélites. As surpresas serão certamente Lorenzo, Toseland e Dovizioso.

Ainda que o vencedor possa estar certo, o facto de termos tantas motas em pista de certeza que vai dar uma corrida bem engraçada, ainda por cima com a estreia de uma corrida nocturna, que deve dar imagens espectaculares com muita faísca à mistura.

Em três acertaram um

Antes de mais agradeço a exposição do Quim.

É certo que o Armindo não poderia correr de Fiat, não fui ingénuo no post anterior, mas se a organização paga para se correr de Punto também pode pagar para se correr de Mitsubishi.

Que o Hanninen é um piloto com créditos para correr no Rali de Portugal, não tenho qualquer dúvidas, mas porque razão se dá um bónus destes a um adversário dos nossos dois representantes no mundial sem dar qualquer apoio a estes?

Não escrevi nada sobre o Duval porque me pareceu uma escolha inequívoca, inatacável por ser um piloto da nova geração, trazendo até nós um ritmo e uma condução de alguém que já ganhou uma prova do WRC dos tempos modernos.

A política de trazer pilotos de craveira que possam acrescentar um pouco mais de interesse e competitividade à nossa prova é algo com que eu concordo. Não concordo é com os critérios, ou falta deles, para a escolha desses pilotos.

Ideia saloia

Que ideia estupenda esta de convidar o Auriol para correr no próximo Rali de Portugal. Brilhante!

O francês deve ser um tipo impecável, uma companhia agradável, educado e lavadinho, mas ele não vem cá de borla, pelas nossos lindos olhos. A presença dele é paga pela organição, assim como o aluguer do Punto S2000 que vai conduzir.

Investir na presença de um piloto que já deve vários anos à reforma é algo que só uma iluminada alma lusitana se poderia lembrar. Qual é a mais valia da presença do francês?

Será que o dinheiro não era melhor aplicado apoiando um piloto nacional? Será que o Armindo não poderia estar entre os três convidados especiais da prova?

Se queriam colocar um piloto reformado a conduzir, então que convidassem o Rui Madeira ou o Miguel Campos.

A somar ao Auriol ainda se lembraram de convidar o Hanninen, que pelo que sei é adversário do Armindo e do Bernardo Sousa no PWRC. Outra vez, este também pode ser uma jóia de rapaz, mas qual é a mais valia para a prova? A única vantagem que vejo é para o finlandês, que assim se mantém em forma e vai fazendo a mão aos ralis de terra, para na próxima prova do PWRC zupar os dois tugas. Mais uma vez brilhante!

Muita gente só paga a cota do ACP por causa dos reboques. Eu sempre disse com orgulho que era sócio do maior clube português porque este era de facto o meu clube, os de futebol nada me dizem. Hoje tive vontade de rasgar o cartão, valeram os reboques.

A minha vida dava um anúncio automóvel - Porsche Cayenne GTS

Hoje o conselho de administração do grupo VW aceitou um eventual aumento da participação da Porsche no capital da empresa, de 31% para 51%. Isto quer dizer que a marca do 911 poderá tomar conta do gigante que criou o Carocha, o que para mim não deixa de ser impressionante, pois eu ainda sou do tempo em que o pequeno construtor de desportivos estava à beira da falência, há menos de vinte anos atrás.

Agora prepara-se para tomar conta do maior construtor europeu, o que pode ser uma boa notícia para os accionistas - a Porsche é desde a metade dos anos noventa o equivalente da Toyota no velho continente, aumentando resultados de ano para ano, de forma quase galopante - é uma péssima notícia para os amantes dos desportivos, pois muitos dos carros de sonho que agora enchem as primeiras páginas das revistas, desaparecerão.

Este avanço em direcção ao grupo VW tem como objectivo maior, travar a explosão de desportivos que têm aparecido como cogumelos, desde Lamborghinis, Bugattis e até mesmo a Audi com o R8. Todos estes desportivos têm vindo a invadir agressivamente o território tradicionalemente da Porsche, pelo que o argumento de que o principal interesse são os famosos motores TDI da VW para equipar o Cayenne, não passa de uma meia-verdade.

Notícia que interessa

Esta foto deveria ter aberto os telejornais de hoje, assim como ser primeira capa nos jornais.

É a primeira foto oficial e confirmação do novo VW Scirocco, que vai ser produzido na fábrica da Autoeuropa em Palmela. O Scirocco e o EOS asseguram sózinhos uns 5% das exportações nacionais e mais de 5000 postos de trabalho, entre fábrica e fornecedores.

Infelizmente os serviços noticiosos ou abrem com alguma tragédia à beira de uma discoteca ou então com futebol. Notícias que realmente interessam à vida em Portugal, ficam para a internet.

Cheirou a gasolina e a algum gasóleo

Este foi o primeiro fim-de-semana do ano com cheiro intenso a gasolina, mais algum gasóleo à mistura vindo dos fogareiros da Seat no WTCC.

Nas Superbikes, Troy Bayliss e a Ducati começaram no nível esperado, arrasando tudo quanto era concorrência japonesa, deixando que a única provável ameaça se auto-anulasse - Max Biaggi mais uma vez a acabar as duas corridas do fim-de-semana na escapatória.

Depois de enorme pressão das marcas japonesas, pela primeira vez na história do campeonato, o regulamento deste ano obriga as bicilindricas (Ducati) a um peso mínimo superior ao das tetracilindricas. Parece que tal não foi suficiente para abrandar a Ducati 1098 e se à quarta prova o domínio italiano se mantiver então começará a receber penalizações que podem ir da adição de peso até à diminuição do restritor da admissão, tudo a bem do espectáculo e da competitividade.

Onde houve uma competitividade aparente foi no WRC, com o Latvala a dar trabalho ao Loeb até meio do rali. Foi no entanto sol de pouca dura e mesmo se o jovem piloto da Ford parece ter velocidade para incomodar o francês nos pisos mais escorregadios, isso não se manterá nas provas de asfalto e em ralis onde as classificativas sejam mais estreitas e não se possa andar com o carro tão solto. Como já aqui escrevi, se a FIA não tomar medidas de nivelamento entre os pilotos, como existem no WTCC com a adição de peso ou mesmo nas Superbikes com a redução da secção do restritor de admissão, este será mais um passeio para o Loeb.

Mais duas notas acerca da prova mexicana, a primeira para o aparecimento dos furos - quem andar acima das possibilidades como o Hirvonen andou, vai ficar ainda mais sujeito; com o desaparecimento das mousses anti-furo os exageros dos pilotos são agora mais evidentes e penalizados.
A segunda nota vai para a falta de investimento da Citroen no campeonato. Não é que a marca francesa não invista na sua equipa, mas a bem do campeonato deveria fazer como a Ford, cedendo e apoiando mais carros em equipas privadas, a fim de engrossar o número de pilotos no pelotão do mundial. É tempo da Citroen servir um pouco a modadalidade e não só servir-se dela.

No WTCC não houve nada de registo, a não ser um circuito (Curitiba) perfeitamente desinteressante, não tendo praticamente nenhuma curva rápida à excepção da entrada na recta da meta, parecendo desenhado por encomenda para os motores turbo dos Seat TDI. Se eu mandasse na BMW nem sequer tinha embarcado os carros para o Brazil.