Wednesday, April 28, 2010

Travar para acelerar?



A FIM está numa sangria de novas regras para tentar relançar a categoria máxima do motociclismo, o MotoGP. E com apenas 17 pilotos à partida, bem se pode esforçar.

Este ano os motores foram limitados a um máximo de 6, para 18 provas. Acabaram-se os "burnouts" e os "cavalinhos" no final das provas, os pilotos vão ter que poupar em cada aceleração, cada subida de rotação, para que a alma da sua moto dure pelo menos três corridas.

No entanto, a revolução maior aparece em 2012, quando aos actuais protótipos de 800cc se juntarão outros de 1000cc com electrónica reduzida e para aumentar a confusão, haverá ainda a entrada de motos de 1000cc com motores derivados de série. A intenção por detrás das motos derivadas de série é proporcionar alternativas mais baratas aos pilotos. Estas motos poderão correr com depósitos maiores e os motores terão que fazer apenas suas corridas. Provavelmente a maioria dos adeptos das MotoGP nem vai perceber que se tratam de motos que derivam do que encontramos nos stands e mesmo que saibam não se importarão. Quanto a mim, acho que o MotoGP, assim como a F1, deve ser uma competição de protótipos, o pináculo do engenho técnico de competição. Corridas com motos de série devem estar reservadas ao Campeonato do Mundo de Superbikes.

Uma coisa é certa, é preciso acabar com esta época de electrónica que reina actualmente nas corridas de motos. A electrónica retira muita da beleza da competição. Não mais vimos aqueles belos slides de traseira em aceleração. Mais prejudicial ainda que a falta de espectáculo, é o facto das motos actuais tornarem o lugar mais alto do pódio praticamente inacessível a quem não ande por lá há pelo menos três anos. Os pilotos têm que desenvolver estilos de condução completamente novos. Para além do Rossi, do Stoner, do Pedrosa e do Lorenzo, não há mais ninguém com capacidade de ganhar com regularidade e até há por lá grandes pilotos como Spies, Kalio ou Dovizioso.

Hoje em dia, após o vértice da curva, o Rossi e o Stoner apontam à saída e rodam acelerador - até aqui tudo bem - ao mesmo tempo que pressionam o travão traseiro para "acalmar" a traseira e apertam a manete do travão dianteiro para pressionarem a frente e assim terem mais direcção. Sair de uma curva com o acelerador a fundo e com os travões pressionados? Isto não são pilotos, são aliens das motos.

Precisamos de MotoGPs que sejam conduzidas de forma semelhante a todas as outras que um piloto conduz durante a sua formação. Não será por isso que o Rossi deixará de ser o maior.

Sunday, April 25, 2010

Destino traçado


No mesmo dia em que recebi umas imagens do Aston Martin Rapide que vai participar nas 24 horas de Nurburgring, recebi também o filme de um Porsche Panamera versão táxi.

Cada qual seguiu seu destino.

Há quem diga que foi sorte



Há quem diga que a sorte protege os audazes, outros que ter sorte dá trabalho e há até quem tenha descoberto a estrelinha de campeão.

Seja lá o que for que o Bernardo Sousa tem, esta é uma passagem do caraças.

Monday, April 19, 2010

Álvaro, o Sherpa


Este fim-de-semana vi uma corrida do Open de GT, em que os vencedores foram Álvaro Parente e o seu companheiro de equipa Francisco Cruz Martins. A vitória de uma dupla lusa deixou-me orgulhoso e não deixei de me lembrar doutro grande feito luso desse dia, a subida ao topo do Annapurna por João Garcia.

O que me fez juntar um acontecimento ao outro não foi o facto de serem ambos conseguidos por portugueses. Foi ao aperceber-me que João Garcia conseguiu aquele feito, para nós épico, guiado por quatro sherpas, que fazem banalidades daquelas todos os dias, que me percebi que o Álvaro Parente foi o sherpa do Cruz Martins.

As banalidades de uns são a glória de outros.

Saturday, April 17, 2010

Restringir os testes, para quê?


Não acredito que a proibição dos testes na F1, com o intuito de reduzir os custos das equipas, esteja a fazer efeito. Para já o único efeito da medida é o aumento do fosso entre as equipas grandes e as recém chegadas.

O que acontece hoje é que se uma equipa tiver, por exemplo, uma asa nova, então só a poderá testar durante o fim-de-semana de corrida e caso a peça nova funcione então convém ter pelo menos mais um exemplar produzido, para que os dois carros a possam utilizar na corrida. Caso a asa não traga resultados, então vão os dois exemplares para o lixo. Uma asa frontal custa 30 mil euros.

Caso os testes fossem permitidos, os conceitos poderiam ser testados em soluções provisórias e só em caso de resultados positivos se passaria à linha de produção.

Para além disso, com testes, as novas equipas poderiam ganhar valiosos quilómetros de pista e tentar recuperar terreno para os da frente. Tal como está a situação agora, vão arrastar-se durante toda a época de forma patética. Será que algum patrocinador quererá ver a sua imagem associada a carros vassoura? Sem patrocinadores não há dinheiro e sem dinheiro dificilmente sobreviverão para além desta temporada.

Trata-se de uma hipocrisia das equipas da frente e de uma injustiça para com as lá de trás.

Friday, April 16, 2010

Tuesday, April 06, 2010

A minha vida dava um anúncio automóvel - Golf GTI


Um dos favoritos de sempre, da mais pura genialidade dos antigos anúncios da VW. Em Portugal a SIVA tinha uma versão traduzida, que traduzia tudo o que era ter um Golf GTI.

Kubica, a contratação do ano


O GP da Malásia trouxe a confirmação de que a Renault fez a melhor contratação da pré-temporada. A McLaren contratou o Button, a Ferrari o Alonso, a Mercedes o Rosberg e o Schumi; tudo bons pilotos, mas no caso da Renault pode-se dizer que o piloto polaco está realmente a fazer a diferença.

Saturday, April 03, 2010

Há tipos que não aprendem


Absolutamente inadmissível o que se passou hoje na qualificação. Mais uma vez os "meninos finos" da Ferrari decidiram não se misturar com a ralé e como tal ficaram nas boxes enquanto os outros faziam as primeiras voltas. Pouco depois começa um dilúvio e foi já tarde demais para correr atrás do prejuízo, acabando por nem sequer chegarem à segunda fase da qualificação.

No ano passado aconteceu algo semelhante, mas parece que em Maranello ninguém aprendeu com isso.

Nem o facto do Hamilton ter cometido o mesmo erro atenua mais uma trapalhada vermelha.

Friday, April 02, 2010

Temos melhor para oferecer


Estive a ver umas imagens do ETCC e por mais interessante que tenha sido a corrida não consegui deixar de pensar que se estava a passar no cenário errado.

O autódromo Vasco Sameiro está degradado e mal cuidado. A corrida parecia que se estava a passar num antigo aeródromo perdido no Burkina Faso, onde só o pasto dos animais impedia que as ervas crescessem ao ponto de nos taparem a visão dos carros.

Uma prova internacional, ainda por cima de qualidade, merecia melhor e nós temos melhor para oferecer. O circuito de Braga em relação ao de Portimão é como colocar a feira de Paranhos ao lado da Eurodisney.