Claudio Castiglioni, o pai da industria motociclística moderna europeia.
Título forte mas verdadeiro e justo. De Ducati, de Aprilia, de Cagiva, de MV Agusta, de KTM, Triumph ou Husqvarna, tenham sido ou não marcas ressuscitadas por ele, todos os que montam estas gloriosas máquinas produzidas no Velho Continente devem algo a este nobre empresário italiano.
Quando nos anos oitenta, através da Cagiva, decidiu fazer renascer a Ducati, levando-a não só ao pináculo do desporto motorizado, mas criando o potencial que a fez na marca que todos nós hoje conhecemos, Castiglioni estava a provar que era possível, que não mais teríamos que viver subjugados às RR japonesas ou apanhar Parkinson ao andar nos cavalos de pau americanos da Harley. Provou que a excelência do mundo das duas rodas ainda estava algures em Itália, que havia lugar para a diferença e que não era na produção em massa que recaíam os sonhos de muitos dos que gostavam de andar em duas rodas.
Depois daquele primeiro título no campeonato do mundo de Superbikes em 1990, com a Ducati, todos os outros acreditaram, que era possível. Construtores como a Aprilia, que deixou de fazer só pequenas máquinas a dois tempos e acreditou que conseguiria bater as japonesas no seu terreno, com canhões de 1000cc a quatro tempos. Construtores de "garagem" como a KTM que hoje até carros faz, para não falar da mítica Triumph ou da rainha MV Agusta, que voltou a deixar muitos corações a suspirar.
Castiglioni voltou a colocar uma marca europeia no mundial de velocidade, com a Cagiva de 500cc, ganhou o campeonato do mundo de SBK à toda poderosa Honda com a sua RC30. Ganhou campeonatos de enduro com a Husqvarna, deu-nos hinos, obras de arte, como a Cagiva Mito, a 916, Monster, terminando com a obra-prima, em conjunto com o seu eterno "alfaiate" Tamburini, ofereceu ao mundo a MV Agusta F4.
Uma semana depois do seu desaparecimento, um sincero obrigado Claudio Castiglioni.