O melhor de 2012 - António Félix da Costa

Para não agoirar, até tenho algum receio em escrever sobre a prestação do piloto luso, em 2012, porque esta foi de tal nível que é inevitável projectar a F1 no seu futuro muito próximo. Vaticinei um futuro semelhante a Álvaro Parente e deu no que deu, infelizmente.

Desta, no entanto, acho que será mesmo inevitável, pois Félix da Costa teve um ano de tal forma impressionante, que dificílmente a Red Bull o deixará escapar. Não escrevo isto por estar a falar de um Tuga; a verdade é que vemos muitos pilotos a atingirem vitórias, com carreiras muito certinhas, muito higienizados, mas que ao primeiro obstáculo tudo cai como um castelo de cartas.

Este ano, o Tuga, ganhou tudo e de qualquer maneira, em não-sei-quantos carros diferentes, noutros tantos campeonatos e equipas. Mostra que a rapidez não é "trabalhada", é-lhe natural, inata, a chamada "velocidade todo-o-terreno", por cima de toda a folha. Isso é muito raro, ainda para mais numa F1 povoada por miúdos com aspecto de potenciais "namorados da barbie".

Um piloto destes, capaz de ganhar até com um carro de linhas, cheio de capacidade de adaptação, inteligência de corrida e velocidade, é caso muito raro, que de certeza nos dará muitas alegrias.

O melhor de 2012 - o regresso das Cafe Racer

O regresso das Cafe Racer em força, confirmando uma moda que timidamente começou a brotar em 2008, para agora ser confirmada não só pela malta que fazia alterações de rebarbadora na garagem, mas também pelas grandes marcas, como a Honda que lançou uma CB com motor 1100, ao estilo Ace Cafe.

Feliz Natal

 

O melhor de 2012 - o novo Pagani

Se eu tivesse 11 anos de novo, muito provavelmente esta seria a foto que estaria na parede do meu quarto.

O feliz dono de um Pagani Huayra é assim que se deve estar a sentir, com onze anos outra vez; porque é isso que estes carros fazem, tiram-nos o peso da idade de cima, trazem-nos de volta à meninice.

Num ano em que tudo parece ruir, ainda bem que aparece um sonho destes, bem sólido, um novo Pagani, com tudo o que os sonhos têm direito. Asas que se mexem de forma independente, quando se acelera, curva e trava, motor doze cilindros, carbono por tudo quanto é sítio, um interior que parece ter sido desenhado pelo relojoeiro da Alice no País das Maravilhas, portas de gaivota e por aí fora... enfim tudo o que possa ser exótico e fantástico.

Bem hajas Horacio Pagani, por ainda dares a miúdos e graúdos alguma coisa para sonhar.

O pior de 2012 - Scuderia Ferrari

Não foi a HRT, nem a Marussia, a pior equipa do ano, foi a Ferrari. Conseguir ter, a meio do ano, um piloto destacado no campeonato, como aconteceu com Alonso e não lhe ser capaz de dar um carro que pelo menos lutasse pelo pódio, para disputar a segunda metade do campeonato é mau demais.

Já nem vou falar do orçamento milionário ao dispôr da equipa italiana. Relembro só que esta equipa é uma das razões de existência do próprio campeonato, sendo-lhe facilitado e perdoado muita coisa em favor desse estatuto, como tal tem a obrigação de fazer mais do que aquilo que fez.

Como já aqui escrevi, o campeonato não foi ganho pelo Vettel ou pelo Newey, foi a Ferrari que o perdeu... Por pura e simples incompetência.

O melhor de 2012 - AJP nas bocas do mundo

Nas bocas do mundo não tenho a certeza, mas a marca portuguesa andou em muitas das revistas especializadas, por esse mundo fora.
Com o lançamento da PR5, com motor 250cc, a AJP começa a entrar em mercados onde anteriormente só se viam motos japonesas. Há muito que se falava das qualidades desta concepção lusa, mas quando a vi na primeira página da conceituada revista TBM, tive orgulho na capacidade deste nosso povo tantas vezes menosprezado.
Apesar de contarmos com armas tão mais inferiores que os gigantes mundiais, aí está a prova de que com engenho conseguimos ir longe, muito longe.

O melhor de 2012 - o Campeonato de F1

O Vettel foi um merecido vencedor, o Alonso também não ficava mal com o caneco, mas o melhor da Fórmula Um deste ano, foi mesmo o campeonato.

Não posso falar mais do que dos últimos 25 anos, mas afiançando comentários de quem vê F1 há mais tempo do que eu, este terá sido um dos melhores campeonatos de sempre. Foi pelo menos o melhor a que já assisti.

Mérito a quem o tem e se já tantas vezes critiquei a federação e o Ecclestone, não me custa dizer que criaram este ano um fantástico campeonato. Os pneus, o Kers, o DRS, ou seja lá o que for, muito provavelmente o conjunto destes todos, proporcionou-nos um espectáculo do caraças.

Se calhar, muito por fruto disto tudo, voltei a dicutir a F1 com a gente mais improvável, porque as corridas deste ano foram feitos incontornáveis do desporto automóvel.

A categoria rainha do automobilismo está de volta. Esta ė a F1 com que sempre sonhei.

Coitado do poste

É nisto que dá pedir a um carro que foi desenhado para andar a vender nas feiras, para fazer de "zero" num rali.

Vamos ter saudades deste tipo