McRae, Colin
O rali de Inglaterra lembra-me sempre Colin McRae.
Todos nós temos os nossos favoritos, os que mais nos marcaram, mas o Colin era praticamente unânime, o mais popular entre os fãs dos ralis.
Normalmente no Mundial de Ralis não há a rivalidade da F1. Mesmo quem torcia pelo Sainz, conseguia aplaudir uma passagem do Colin e assumir que ele era especial.
Para mim, estarão sempre entre os eleitos o Vatanen e o Kankkunen, mas o Colin estava acima de tudo.
Nunca existiu quem dissesse tanto ao público e ele dizia tudo pela forma como conduzia. Nos anos 90 já se assistia ao evoluir do estilo de condução, que haveria de culminar no advento do Loeb, uma condução sempre com o carro muito certinho, sempre a andar para a frente. Veja-se por exemplo o Makkinen ou mesmo o Burns. Não queria dizer que o piloto não fosse numa batalha constante atrás do volante, o quê isso não era transmitido para o carro e como tal também não para o público.
Com o Colin tudo era diferente, se ele estava a lutar com o carro, então quem estava à beira da estrada percebia isso e se ele fosse em plena harmonia com o mesmo, como normalmente acontecia no RAC, nós também percebiamos isso, só de o ver passar.
Depois havia aquele tirocínio da vitória. A foto é do rali do Chipre, 2002, quando após domínio em toda prova, já no último dia, o Ford Focus capotou, levando a que perdesse a liderança para o Gronholm. Os mecânicos lá conseguiram amanhar a lata, por forma a acabar a prova, então num confortável segundo lugar. O Colin não fez nada disso, arrancou a fundo para ainda tentar apanhar o Gronholm e o primeiro lugar. O Ford acabou capotado novamente.
Colin McRae só corria para ganhar!