Tuesday, September 28, 2010

Justiça aos vencedores



Justiça seja feita ao novo Campeão do Mundo de Superbikes, Max Biaggi.

Não é dos pilotos que admire mais e a Aprilia RSV4 apesar de ser uma grande moto, usufruiu de um perigoso precedente aberto no regulamento, ao ser-lhe permitido utilizar um sistema de distribuição completamente diferente do da moto de série - isto num campeonato de motos derivadas do que se encontra nos stands. Mesmo assim, é com gosto que vejo esta conquista por um construtor que estava falido há cinco anos atrás e por um piloto que foi enterrado vivo quando saiu do MotoGP.

Parabéns Aprilia e Biaggi, este ano foram sem dúvida os melhores.

Sunday, September 26, 2010

Hamilton, aí vão duas seguidas



Para o Hamilton ser campeão do mundo é preciso que os outros façam muitas asneiras, pelo menos tantas como ele. É um daqueles pilotos que não se pode dizer que realmente ganhou o campeonato, os outros é que o perderam. Esta foi a segunda corrida consecutiva em que acaba sem pontos, mais uma vez na sequência de uma manobra mal calculada. Quem erra desta forma não merece o título.

É claro que agora virá dizer que a culpa não foi sua, mas as imagens não deixam dúvidas e se com outros pilotos poderia ter resultado, com Webber nem pensar. O australiano, que luta verdadeiramente pelo título mundial, poderia ter-se amedrontado com a ousadia do inglês, poderia ter pensado nos pontos do quarto lugar e antecipado a travagem, deixando o McLaren passar. O Mark Webber não é assim. Mesmo arriscando um despiste e consequente perda de pontos, com ele uma posição disputa-se sempre até ao fim. Coragem e bravura é o que todos lhe reconhecem e da próxima vez que o Hamilton estiver em posição de tentar uma destas manobras suicidas sobre o australiano, vai certamente pensar duas vezes.

Para além de mais uma do Hamilton, que o deverá afastar da luta pelo título, Singapura testemunhou mais uma excelente corrida do Alonso. O espanhol está embalado para o título e parece que só mesmo o facto de já não ter mais nenhum motor disponível até ao final da temporada, poderá impedi-lo de conseguir o tri-campeonato. Isso ou o Webber, que parece na realidade o único com verdadeiras chances de lhe fazer frente.

Saturday, September 25, 2010

O Ring não perdoa



O Ring não perdoa a quem anda mais assanhado.

Monday, September 13, 2010

O efeito Rossi


Já que estamos a falar de Ducati, deixo aqui o primeiro resultado prático que a contratação de Valentino Rossi já teve para a marca italiana e para o motociclismo, i. e., o encerramento da equipa de Superbike.

A marca dos motores desmodrómicos renasceu, no início dos anos noventa, muito por graça dos fantásticos resultados desportivos que ia tendo no, então recém-criado, campeonato do mundo de Superbikes. Foi assim durante vinte anos, até que por força do investimento necessário para ter o pluri-campeão Valentino Rossi nas fileiras da sua equipa de MotoGP, acabou com a equipa de SBK. É claro que isto não foi cabalmente admitido, mas que ninguém seja ingénuo ao pensar que uma empresa com pouco mais de duas mil pessoas poderá abarcar tal aventura sem que isso tenha consequências no seu natural funcionamento - falo da competição como "natural funcionamento" da marca de Bolonha, porque esta é de facto a única marca de motos que faz da competição parte intrínseca do seu "core business", mais ou menos como a Ferrari nas quatro rodas.

Máquina do tempo


Já que estamos numa de revivalismo, aqui fica uma contemporânea de Agostini, uma Ducati 750 Sport, nesta ocasião montada por Keira Knightley.

Lembrar Agostini

Monza



O Alonso ganhou bem, a Ferrari tinha o carro mais forte em Monza e o espanhol esteve imperial, sem erros. Mesmo no arranque não se pode dizer que tivesse errado. A perda da primeira posição para o Button deveu-se só ao facto do McLaren do inglês ter um "grip" muito superior aos dos adversários. Este foi, para mim, outro ponto alto da corrida, o setup do carro do campeão em título.

Sabendo que o seu McLaren não teria vantagem na velocidade de ponta, o campeão do mundo, apostou num setup com muito mais carga aerodinâmica que toda a gente, aparecendo em pista com uma asa posterior absolutamente gigante, que lhe retirava muita velocidade de ponta, mas que lhe permitia travar muito mais tarde, no final da longa recta de Monza e fazer o restante circuito a fundo. Só nas boxes perdeu o primeiro lugar, conquistando preciosos pontos sem ter que arriscar absolutamente nada durante toda a corrida, ao contrário do seu colega, Hamilton, que no desespero de recuperar lugares acabou por se "enfaixar" no carro do Massa, acabando na gravilha com a direcção partida.

Surpreendente a prestação de Nico Hulkemberg ao volante do Williams equipado com motor Cosworth. Andou sempre entre os 7 primeiros e calou quem dizia que o motor inglês não tinha potência para acompanhar os Renaults ou Mercedes. Perguntem ao Webber o quanto suou para passar o jovem alemão.

Thursday, September 09, 2010

Kimi no shakedown


No shakedown do Rali do Japão o Kimi deixou o "macho" neste estado. Abençoados mecânicos que mesmo assim ainda conseguiram recuperar o carro para sair para a estrada e acabar o dia nos cinco primeiros.

Tuesday, September 07, 2010

Bravo


Desde a época passada que Álvaro Parente não corria com um carro de GP2. Foi convidado para "desenrascar" a equipa Coloni na corrida de Spa. Chegou lá, pegou no carro e logo na primeira corrida faz um segundo lugar. Na corrida do dia seguinte mostrou que não tinha sido sorte e repete o pódio com um terceiro lugar.

Para além de ter passado um atestado de condução à malta que participa regularmente neste campeonato, mostrou mais uma vez que merecia ter conseguido um lugar na F1. Decididamente, está no top 3 dos melhores pilotos portugueses de sempre.

Acaso também não é certamente o facto deste feito ter sido conseguido em Spa, a última pista do campeonato onde o piloto ainda faz realmente a diferença. Pode-se dizer que a pista belga está para os pilotos como o vento está para os incêndios, apaga os mais fracos e alimenta os mais fortes.

Friday, September 03, 2010

Sonhos no planeta Terra



Na semana passada parece que encontraram um sistema solar semelhante ao nosso, com um planeta do mesmo tamanho da Terra e tudo. De imediato, o imaginário colectivo avançou com mil possibilidades, desde seres semelhantes a nós, até a uma civilização mais avançada, que poderíamos visitar, como quem vai visitar os primos no Verão.

Quando vejo publicações como a EVO, a CAR ou semelhantes, pergunto-me de que planeta é que eles nos estarão a escrever? Estas revistas não escrevem sobre Citroens ou Toyotas, escrevem sobre os nossos sonhos de criança. Em que planeta é que um Pagani Zonda Cinque Roadster se cruza com um Koenigegg CCXR, enquanto é ultrapassado por um Veyron Super Sport?

Muitos de vocês dirão que decerto existe uma avenida, algures no planeta Terra, em que o Murciélago LP670-4 SV se encontra num semáforo com o Alfa 8C Competizione, para logo serem seguidos pelo 599 GTO e pelo 911 GT2 RS. Sim, é provável que num qualquer emirado árabe isso aconteça com alguma frequência, mas isso não é o dia-a-dia e nos emirados vive uma ínfima porção dos condutores do planeta. No resto do mundo motorizado, quase todos andam de Dacia Sandero, de Skoda Yeti, ou semelhante. Parece pessimismo, pois em grande parte da Europa já se trocou o Dacia, o Skoda e o Hyundai pelo Audi, Bmw e pelo Mercedes. Mesmo assim continuamos a falar de eunucos motorizados, já que mesmo estes burgueses alemães não passam, na sua esmagadora maioria, de versões assépticas e esterilizadas dos veículos feitos em França, no leste europeu ou no sudoeste asiático.

Não é o chapéu que faz o cozinheiro, nem tão pouco é a chuteira que faz o jogador e de igual forma não é o veículo que dita o condutor, nem o gosto que se tem no manejo da "argola" e dos pedais - retenho na memória momentos gloriosos ao volante de um Skoda Fabia a gasóleo. Não é no entanto, esta certeza de que podemos ser felizes ao volante de um Smart que nos faz deixar de suspirar por um planeta como aquele em que eles escrevem a revista EVO.

Vinha do Algarve e parei na Avenida Luísa Todi na Quinta à noite, para comer um peixinho grelhado ali logo ao lado do fogareiro. Estava ainda a ambientar-me aquela fantástica noite de Verão e a todo um bulício de gente que andava para trás e para a frente à procura de repasto, quando começo a ouvir, ao longe, o trabalhar inconfundível de um V4. Estou incrédulo, não é só um. À minha frente passam bem juntas três Aprilias RSV4 pretas, logo seguidas por duas Agustas 312R, uma vermelha e cinza, outra branca e preta. Enquanto pestanejava de surpresa, ainda vislumbro uma BMW S1000RR branca. Em que planeta estaria? Ali, numa esplanada da Luísa Todi, entre uma cerveja e uma sandes de choco frito, estavam estacionados seis veículos de duas rodas que no mundo das quatro só poderiam ser chamados por Paganis, Lamborghinis, Bugattis ou coisa do género. Estava no planeta Terra, em Setúbal, numa Quinta à noite na Luísa Todi.

Este é o grande segredo das motos. São o sonho de criança ao acesso de qualquer um. Um McLaren F1 de duas rodas pelo valor de um Kia Venga. Na minha garagem só ainda não está a VFR 400R branca, azul e vermelha, como a do poster que tinha na parede do quarto de miúdo (mesmo ao lado da foto do Ferrari 288 GTO) porque ainda não encontrei nenhuma à venda. Quanto ao GTO, talvez quando estiver noutro planeta.

Wednesday, September 01, 2010

Prémio - o meu sonho era saber ultrapassar


Dizer que o Vettel é imaturo, impulsivo, que é um verdadeiro barbeiro, é uma constatação óbvia. Para além disso tudo, o que eu acho mesmo é que ele é burro. Quando digo burro, refiro-me especificamente à falta de inteligência, acefalia.

Quase que se pode dizer que, no ano passado, ele perdeu o campeonato pelos inúmeros incidentes em que se envolveu. Este ano pode-se afirmar exactamente o mesmo e nestes casos o que é que se chama a alguém que não aprende com os próprios erros?

O alemão é rápido que nem uma bala, mas para além de não ser brilhante tacticamente em situação de corrida, é perfeitamente desastroso quando tem que lutar por um lugar, fazer uma ultrapassagem.

São incidentes a mais para quem quer ser campeão do mundo.