Auto-rádio, por favor.
É impressionante, a velocidade com que muda a percepção sobre o que deve ser um automóvel.
Infelizmente para nós, Tugas, não trocamos de automóvel tantas vezes como gostaríamos. O dia em que o fazemos é sempre especial, pois sabemos que irão passar largos anos sem que voltemos a sentir aquela sensação. Como tal, o momento em que estacionamos em frente ao café lá do bairro e mostramos a viatura à rapaziada pela primeira vez, faz parte do ritual e convém ser bem preparado. Memorizam-se detalhes, histórias sobre a compra, inflaciona-se o preço e por aí fora; da mesma forma, hoje em dia, como se fazia há vinte anos atrás. A diferença toda está na reacção da malta, nos comentários, nas perguntas.
O maluco dos computadores pergunta se "Tem sensores de estacionamento? E navegação? Tem sensor de chuva? Disco rígido?", logo de seguida o melómano pergunta "USB? Dá para ligar o iPod?", a que se junta o tipo da auto-estrada "Tem Cruise-control? ACC? Run-flat? Tem bancos aquecidos? Regulação eléctrica? Porta-copos?", mais o pai de família "Isofix? Como é a mala? DVD?". No final, para arrasar, em uníssono, "Qual é o consumo?".
Eu ainda suportava o "Tem ABS? E airbag? Direcção assistida? Vidros eléctricos?", mas isso foi há mais de dez anos atrás. O que aconteceu ao "Quantos cavalos tem? Bancos desportivos? E a suspensão?", "Como são os travões? Curva bem?", "A caixa? É curtinha?", "Tem autoblocante?", "Quanto pesam as jantes?", "Quanto é que dá?" ...
Esqueçam (!), hoje um carro é definido pelos gadgets, pelo número de botões e LCDs que tem no interior. O máximo que vos podem perguntar sobre as capacidades dinâmicas e de condução é se é confortável. Comprar um carro por ser confortável é como casar com uma mulher por ela ser pontual - talvez mude de ideias no futuro, quando tiver oitenta anos.
As marcas agem em conformidade, com listas de equipamento do tamanho das páginas amarelas. Cá para mim, a única cruz que não me esqueço de fazer numa lista de extras é no auto-rádio, quase tudo o resto é frescura.
Infelizmente para nós, Tugas, não trocamos de automóvel tantas vezes como gostaríamos. O dia em que o fazemos é sempre especial, pois sabemos que irão passar largos anos sem que voltemos a sentir aquela sensação. Como tal, o momento em que estacionamos em frente ao café lá do bairro e mostramos a viatura à rapaziada pela primeira vez, faz parte do ritual e convém ser bem preparado. Memorizam-se detalhes, histórias sobre a compra, inflaciona-se o preço e por aí fora; da mesma forma, hoje em dia, como se fazia há vinte anos atrás. A diferença toda está na reacção da malta, nos comentários, nas perguntas.
O maluco dos computadores pergunta se "Tem sensores de estacionamento? E navegação? Tem sensor de chuva? Disco rígido?", logo de seguida o melómano pergunta "USB? Dá para ligar o iPod?", a que se junta o tipo da auto-estrada "Tem Cruise-control? ACC? Run-flat? Tem bancos aquecidos? Regulação eléctrica? Porta-copos?", mais o pai de família "Isofix? Como é a mala? DVD?". No final, para arrasar, em uníssono, "Qual é o consumo?".
Eu ainda suportava o "Tem ABS? E airbag? Direcção assistida? Vidros eléctricos?", mas isso foi há mais de dez anos atrás. O que aconteceu ao "Quantos cavalos tem? Bancos desportivos? E a suspensão?", "Como são os travões? Curva bem?", "A caixa? É curtinha?", "Tem autoblocante?", "Quanto pesam as jantes?", "Quanto é que dá?" ...
Esqueçam (!), hoje um carro é definido pelos gadgets, pelo número de botões e LCDs que tem no interior. O máximo que vos podem perguntar sobre as capacidades dinâmicas e de condução é se é confortável. Comprar um carro por ser confortável é como casar com uma mulher por ela ser pontual - talvez mude de ideias no futuro, quando tiver oitenta anos.
As marcas agem em conformidade, com listas de equipamento do tamanho das páginas amarelas. Cá para mim, a única cruz que não me esqueço de fazer numa lista de extras é no auto-rádio, quase tudo o resto é frescura.
9 comments:
É a gasóleo?!
A pergunta "quanto dá?" já perdeu alguma validade tendo em conta que hoje em dia qualquer carro mais vitaminado que o normal vem com limitador de velocidade, para juntar a isto temos o número de radares a aumentar exponencialmente pelo país além do preço da gasolina que para encher o depósito já chega a valores comparáveis ao salário mínimo.
Sempre delicioso ler... :)
Devo dizer que me mantenho na lista daqueles que fazem as perguntas realmente que interessam!
Os meus carros nem auto-rádio tinham! Agora é só frescura.
Eu gosto de gagets nos carros... quem não gosta?
quem não gosta que lhe façam uma massagem enquanto conduz e que o banco faça mais força para o exterior da curva?
quem não gosta de ver o conta rotações no para brisas?
quem não gosta de uns faróis de led com um excelente alcance?
os que dizem que "não gostam" queriam gostar, mas gostar... é caro!!!
Plakona
Eu também ando de fogareiro, mas tenho bancos aquecidos.
isso é igual a dizer... carro importado!!!
Plakona
Pois eu actualmente estou em vias de comprar o meu primeiro carro "conjugal", substituindo o meu 3 portas a gasolina por uma carrinha a gasóleo. E estou um pouco como o AC, desde que tenha rádio (no meu caso com a frescura de ter de ler ficheiros MP3...) e ar condicionado (por causa da minha filha). Mas uma das razões que me ajudou foi o número de equídeos presos no motor e o comportamento em estrada. Afinal de contas, ao preço que estão os combustíveis, ainda vale a pena estar a fazer grandes contas com consumos que pouco ou nada variam entre concorrentes?
P.S. - A escolha recaiu numa Kia Cee'd de 115cv
Também gostava de ter as massagens no taxi, mas optei pelos LCD´s no encosto dos bancos. Só é importado quando vou a Portugal pelas festas, as matriculas continuam a ser de imigrante.
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