Sunday, January 15, 2012

Vitórias francesas - vergonha de organização



Não sou de teorias da conspiração, mas lá que os franceses são favorecidos no Dakar, lá isso são.

Desde que vi uma das edições da mais bela prova do mundo, desenhada para que o Schlesser tivesse vantagem naquela espécie de carocha azul que ele guiava, que tenho a certeza desse favorecimento chauvinista.

Esta edição não é excepção e mesmo aceitando que o Peterhansel merece ganhar porque, de facto, foi o mais consistente, não deixa de se notar uma gigante nódoa, fruto da polémica com o sistema de enchimento de rodas do Hummer, que se estivesse mesmo ilegal então deveria ter sido pronunciado como tal logo nas verificações técnicas e não apenas após os pedidos dos homens da MINI, com mais de metade da prova decorrida e exactamente quando o carro americano começada a fazer sombra à vitória de Peterhansel.

No que às motas diz respeito, se eu fosse o Després teria vergonha de receber o caneco da vitória deste ano. Para além da impressionante falta de fair-play demonstrado na situação em que deixou o Paulo Gonçalves atolado, ninguém poderá esquecer que todo o tempo que o francês perdeu num obstáculo natural do percurso lhe seria descontado "à posteriori". Caso este tempo lhe tivesse sido imputado Després ficaria irremediavelmente afastado da vitória.

Para além de ter sido com um francês, não se entende esta atitude da organização, que se assim continuar e despenalizar todos os que perdem tempo com os obstáculos não contidos no Road-book, está a transformar a prova numa corrida para "meninos". Qualquer dia está pior que a F1 e as suas florzinhas.

1 comment:

Gonçalo said...

Penso que pela primeira vez estamos todos de acordo. Este Dakar foi uma vergonha! Quem esteve muito bem foi o nosso português. Reparem nas suas declarações depois do incidente: «Já tinha passado ao lado do Cyril e percebi que ele estava em dificuldades, preso na parte de trás da mota. Tentei colocar-me para o ajudar e acabei por ficar lá também. Depois ajudei-o e ele acabou por retomar a corrida, o que não considero que tenha sido uma decisão bem refletida. No final falei com o Cyril, tentei perceber a atitude dele e as coisas ficaram resolvidas. É um assunto que ficou encerrado lá». É preciso realmente ter-se muito chá...