Bom gosto

Dizem que o dinheiro não compra saúde, nem bom gosto. Até pode ser verdade, mas ajuda muito.
Veja-se este Ferrari feito à medida para um cliente indiano da marca. Soberbo.

Roubo puro e simples

Não há como dizer isto de outra forma: a Galp está a roubar!

39 subidas contra 26 descidas, desde o início do ano. E não me venham com a treta de que os impostos são altos, pois também há quem saiba fazer contas, certamente que não na Autoridade da Concorrência, constatando que mesmo antes de impostos, poucos sítios há em que o preço seja tão alto.

Roubo à cara podre, nada mais que isso.

Fado

O Armindo estava pressionado como nunca? Estava.
A equipa oficial da Mini era uma farsa? Era.
Nunca teve o melhor material? Não.
O brasileiro só lá ficou porque tinha dinheiro? Sim.
O seu WRC era o pior do pelotão? Mais ou menos, era pelo menos o pior entre os dez ou doze habituais no campeonato.
O Sordo teve sempre melhor material que ele? Sim, de longe.
A equipa proporcionou-lhe os testes que ele necessitava? Não.
Na Finlândia andou abaixo do esperado? Sim, bastante abaixo.
Tal pode-se imputar ao material menos competitivo? Não completamente.
Tal pode-se imputar ao piloto? Não completamente.
Estamos todos revoltados com a situação? Sim.
O italiano, dono da equipa, tinha argumentos para fazer o que fez? Sim, quanto mais não seja pela falta de resultados.
Concordamos com o que ele fez? Não.

Apesar de todos concordarmos com estas respostas, habituais no fado que é ser português, achamos que ele poderia ter andado mais? Sim, já todos o vimos andar melhor.
Houve um rali que tenhamos ficado com um sentimento de desilusão, pela sua fraca prestação? Pelo menos um, no rali de Portugal deste ano.
Desiludiu porque não ganhou? Não, não seria realista exigir-se-lhe isso.
Então o que é que faltou ao Armindo? Garra, bravura, coragem, sangue suor e lágrimas.
Isso é o que determina o sucesso de um piloto? Não, o material e as condições à sua disposição são até mais importantes, mas quando aparece um piloto disposto a "morrer na arena", como adeptos, ficamos conquistados, rendidos, independentemente do resultado.

Perguntem ao Alen, ao McRae, ao Quim Santos, ao Adruzilo, ao Solberg, ou mesmo ao Ogier.

O belo 458

No outro dia vi, pela primeira vez, o novo McLaren MP4 e apercebi-me de imediato como o 458 é um carro muito bem desenhado. Parece injusto, reconhecer uma qualidade apenas por contraposição com outra coisa qualquer, mas a vida é mesmo assim, é natural e ninguém deve ser censurado por considerar a Rita Pereira um trabucho quando colocada ao lado da Scarlett Johansonn.

O que não levanta grandes questões é de que o Stelvio é uma das estradas mais populares do mundo. Não é a mais bela, quanto a mim está longe disso, mas é certamente uma das mais procuradas para clips edílicos como este.

Se eu fosse o Rossi...

Com este retorno à Yamaha, Rossi colocou-se numa posição impensável, a de segundo piloto, atrás de Lourenço. Vai acabar mal, ou pelo menos não como os seus fãs esperam, a história do maior piloto de motos de sempre no MotoGP. Digo isto porque, nos dois anos de contrato não vai conseguir ganhar mais nenhum campeonato e isso vai abalar em muito o seu carisma e reputação.

Se eu fosse o italiano, teria renovado pela Ducati por dois anos e por mais dois com a Audi, para correr nas ... Superbikes. É o campeonato que falta a Rossi e onde se pode divertir ainda muito, pois estas corridas, há muito que são as melhores do mundo. Depois do título de SBK com a marca italiana, arrancaria com a Audi para as 24h de Le Mans, iniciando assim a tão esperada carreira do italiano nos automóveis.

Manteria a carreira ao mais alto nível, angariando ao mesmo tempo um palmarés que seria ainda mais invulgar.

Mas isto era se eu fosse o Rossi, como não sou, lá terei de torcer pelo 46, agora novamente com a mota pintada de azul, mesmo se dificilmente o verei a festejar outro caneco do título mundial.

Rali da Finlândia

O melhor do rali: Seb Loeb, por tudo, porque foi o mais consistente, quase sempre o mais rápido, o mais motivado e o mais inteligente. Ao fim de tantos anos de feitos impressionantes, é incrível como o o francês continua a deslumbrar. Os finlandeses com quem conversei diziam-me que quem ganhar o Ouninpohja é o verdadeiro vencedor do rali. O francês não ganhou o mítico troço, por pouco, mas na sua última passagem foi aplaudido de pé por todos os que se encontravam a assistir à sua passagem, finlandeses na sua grande maioria.

A desilusão do rali: Latvala, por ter sido batido em toda a linha, por ter passado a prova a chorar-se por tudo e por nada, por ser, apesar de rápido, um não-piloto. Parece que está a anunciar o seu abandono da Ford. Já vai tarde e só tenho pena da marca da oval não ter ninguém com sentido de liderança suficiente, para o ter despedido há mais tempo.

A confirmação: Jari Ketomaa, talvez por só agora ter seguido de perto um rali do finlandês, que muitos já diziam, há muito, que era um pilotaço. Fez um grande rali, a par do Tanak, que já não é surpresa para ninguém.

O ponto alto: Ouninpohja, uma especial do outro mundo. Se nós temos ícones como a Lameirinha ou Arganil - troços que já só existem no nosso imaginário - o mundial de ralis tem este troço na finlândia. Digo o mundial porque dificilmente imagino que haja algo semelhante noutro qualquer rali dos que compõem o mundial. Para além do que conhecia da televisão e do que vi nas duas passagens, tive a oportunidade de percorrer o troço, ainda que a baixa velocidade e testemunhar aquele que será certamente o traçado mais desafiante e mais belo do mundo das provas de estrada. Serão sempre poucas as palavras para descrever esta verdadeira Meca da condução. Simplesmente o melhor.

PS: não falei do Armindo porque acho que o piloto português nunca esteve presente neste rali. O que vi foi um Armindo irreconhecível. Não tem nada de relacionado com o carro. Já o vi conduzir a sério, coisa que nunca aconteceu neste rali. Há algo que limita a prestação do campeão do mundo de grupo N. Não sei bem o que é e também não vou especular, correndo o risco de ser injusto com alguém que de forma muito respeitosa está a fazer o que nenhum outro português alguma vez conseguiu.

Ouninpohja

Talvez o mais mítico dos mil saltos do rali dos mil lagos.

O Rali da Finlândia é "ao vivo", pelo menos tão espectacular  como em todos os videos, filmes e compilações de ralis, desde os anos 70 até à actualidade.

Os carros  voam de salto em salto, andam kms no limitador a fundo, num piso que parece mais alcatrão com um pouco de pó em cima, do que terra batida. Paisagem deslumbrante, uma organização primorosa, num rali em que se paga tudo, desde o acesso aos troços até ao estacionamento dos carros.

Loeb claramente à frente de toda a gente, numa prova onde toda a gente esperava mais de Latvala. Mantenho a aposta no Hirvonen, para a vitória amanhã.

Para nós, a desilusão é só uma, Armindo Araújo.

Agosto na Finlândia

Na Finlândia em Agosto só mesmo pelo rali e já que aqui estamos, vamos lá apoiar o Armindo, que apesar da fraca prestação é o nosso representante numa equipa oficial...

Prognóstico para o vencedor do rali: Hirvonen.