Saturday, January 18, 2014

O Dakar acaba hoje




O Dakar acaba hoje. É pena.

Não senti a intensidade competitiva de outros anos, mas acho que isso se deve a não simpatizar nem com o Roma, nem com o Peterhansel.

A mesma coisa nas motos, o Coma não me diz nada e o Barreda é ainda um miúdo desconhecido, apesar de parecer muito, muito rápido.

Acho que é a minha embirração com os espanhóis e com os franceses. Com excepção do Sainz, acho que não gosto de nenhum.

De qualquer das maneiras, ter dois carros, no último dia, separados por menos de um minuto é notável.

Se o Peterhansel ganhar, será das suas vitórias mais justificadas, pois para qualquer outro piloto, o atraso que acumulou na primeira semana de prova, seria impossível de recuperar. Para ele não, há prova até à bandeira de xadrez e até lá é a fundo.

Para Roma pode ser a derrota de uma vida, uma vez que tinha um avanço tal, que para qualquer outro se trataria apenas de gestão até ao final. Há dez anos atrás, ainda de moto, as câmaras apanharam-no sozinho, completamente desorientado no deserto, a chorar. Nessa altura percebi que o espanhol não tinha aquela tenacidade que caracteriza os grandes pilotos do deserto. Como era espanhol, no ano seguinte a Repsol lá o colocou a correr de carro e assim se tem arrastado até hoje, nunca passando de um piloto mediano. Se assim é, porque é que está à beira de ganhar um Dakar? Porque tem o melhor navegador do pelotão e no Dakar os navegadores ainda ganham provas.

Quanto ao resto, muito abaixo do esperado, começando pelo Nasser, passando pelo De Villiers e acabando no Gordon, que este ano nem se viu.

O Sainz esteve bem enquanto o carro deixou, mas a ilação é a mesma dos dois últimos anos: seja de buggy ou de 4x4, um privado já não consegue ganhar o Dakar. O poderio de uma equipa como a Mini é simplesmente demasiado grande.

Nas motos, a desilusão é só Tuga, pois com três pilotos apontados pelo menos ao pódio, apenas o Helder conseguiu aproximar-se de um quinto lugar, mas mesmo assim sem nunca mostrar velocidade ou consistência para almejar sequer o pódio. Muitos estarão a dizer que teve problemas com a moto que o atrasaram. Então vejam o Després, que teve problemas quase todos os dias com a Yamaha e recuperou até terceiro e se o Dakar tem mais dois ou três dias de duração ainda ganhava a prova.

O mínimo que se esperava dos Tugas era que andassem ao nível de um Barreda ou de um Duclos, ou mesmo do Pain. Mas não, entre a queda do Rúben, as lágrimas do Paulo e os lamentos do Helder, nenhum deu nas vistas, sequer por uma etapa.

Isso foi o que fez o Sousa, que fez o que lhe competia, andar o máximo enquanto o carro aguentasse, ganhando a primeira etapa. Apareceu, deu retorno à equipa e só foi pena que o carro se tenha finado no dia seguinte. Para história fica mais uma vitória numa etapa para o Tuga, mostrando uma rapidez que já nem eu me lembrava que ele tinha.

Sunday, January 05, 2014

Dakar com motos ao rubro




Há mais de dez anos que não se viam tantos construtores a lutar pela primazia das motos no Dakar. Depois de enfadonhos anos de KTMs contra KTMs, temos este ano também Hondas, Yamahas e Shercos, todas com argumentos para disputarem a vitória.

A Honda refez por completo a CRf e contratou tudo o que era piloto em ascensão. O ano transacto foi uma desilusão para o maior construtor do mundo, pelo que decidiu puxar pelos galões e mostrar porque é que o HRC emprega mais de três mil pessoas. Têm cinco pilotos muito bons, mas o que tem mais experiência, parece que começa a perder velocidade - o Helder Rodrigues, que há quem diga que nunca mais foi o mesmo depois do acidente de há um ano e meio atrás. O cabeça de lista de verá ser o espanhol Barreda e o Paulo Gonçalves a fazer de mochileiro.

A Yamaha não investiu grande coisa na moto, porque seguiu uma estratégia inversa, apostou tudo no piloto e contratou o Després. Para mim, apostou bem, porque o francês vale mais do que muitas motos bem preparadas.

A KTM tem o Coma e o Rúben, mais não sei quantos anos de muita experiência.

No fim, aparece a Sherco, que tem umas motos muitíssimo boas para uma empresa mais pequena que o catering da Honda! Emprega o francês Duclos, que é um excelente piloto.

Enfim, perspectiva-se uma luta com quatro construtores, renhida durante duas semanas.