Armindo - outra vez
Tivemos um fim de semana em cheio, com o Hayden a tornar-se campeão, em simultâneo com o Loeb, o Schneider, o Armindo e até há quem diga que também com o Bruno Magalhães.
Falando primeiro do Armindo, porque é Português e porque foi o que suou mais pelo título – o Loeb nem saíu do sofá, bastou ficar a ver as asneiras do Gronholm – mas também porque estou um pouco cansado da conversa que o carro que ele tripula, o Mitsubishi oficial, foi oferecido por um grupo de extra-terrestres numa qualquer troca inter-galáctica e como tal o carro é do outro mundo e até lá podiam sentar o Papa que era Campeão na mesma. Em contraste, na mesma história, diz-se que o Subaru do Miguel é igualzinho ao que vem do stand, só que ainda com menos cavalos e sendo assim é impossível termos uma luta justa pelo título do Nacional de Ralis.
Sinceramente, os Subarus ganham pelo mundo inteiro (não é só no Mundial), em Itália, Inglaterra, Suíça, ou até nos Estados Unidos, para citar alguns exemplos, estes carros ganham ralis à geral, logo não serão assim tão maus, mas em Portugal, como o Miguel não se pode queixar do orçamento ou da falta de apoios, que devem ser dos maiores que um piloto já teve para correr no Nacional de Ralis, então queixa-se do carro, que até foi uma escolha dele e não sendo ele nenhum menino nisto das corridas, não apostava assim num cavalo errado. Para além disso tudo há que dar o mérito ao Armindo porque demonstrou andar mesmo muito, sempre que se bateu com pilotos estrangeiros que podiam fazer de referência para níveis de Mundial ou de Europeu de Ralis.
Já aqui escrevi mais de que uma vez que não sou especial fã do estilo de pilotagem do piloto de Santo Tirso, digo mesmo que muitas vezes nem chego a perceber como é que os tempos aparecem, pois a maneira de pilotar é tudo menos ortodoxa, mas eu também não tenho que saber tudo e a verdade é que o cronómetro não mente. Porque é um piloto verdadeiramente virtuoso, porque é a quarta vez que é Campeão, porque soube fazer de uma transição difícil das duas para as quatro rodas motrizes, uma oportunidade para crescer e se afirmar, aqui ficam os meus sinceros parabéns ao Armindo Araújo e o meu desprezo e repúdio para os que não querem ver que de facto, actualmente é o melhor.
Uma palavra para o Bruno Magalhães, que ganhou a luta nas duas rodas motrizes, mas sinceramente não se sabe bem o que é que ganhou. O título que o Bruno ganhou é algo que verdadeiramente não vale nada para a Peugeot, porque apesar de ganhar, ninguém o viu a lutar pelos primeiros lugares, ninguém saíu de casa para o ir ver e todo o investimento de uma equipa oficial deu em algo que só nós que andamos atrás destas coisas, mas que somos muito poucos e não compramos Peugeots, sabemos e nos vamos lembrar depois de amanhã. Não admira portanto que marcas como a Peugeot façam pressão sobre a federação para que para o ano possam correr com os S2000 e se mantenham as mesmas limitações aos Grupo N e assim não possa voltar a acontecer que equipas privadas andem a zupar as oficiais.