Thursday, October 11, 2007

As 49 mais belas máquinas de quatro rodas - BMW Z3 M Coupe (32)


A história que se conta acerca do BMW Z3M Coupe, é daquelas que os apaixonados pelas máquinas de quatro rodas (e não só) gostam de ouvir. Conta-se que foi um grupo de engenheiros que quando não tinham nada que fazer, queimavam o tempo a transformar um Z3 descapotável num desportivo a sério, pura e simplesmente porque eram apaixonados pela mecânica e excelência automóvel. Sem dúvida uma história bonita e apaixonante para quem gosta de carros, mas mesmo que tenha algo de verdadeiro – talvez só mesmo o facto dos engenheiros serem mesmo engenheiros pois na Alemanha não há Universidade Independente – não consigo imaginar tal a acontecer.

Alguém acredita que numa fábrica alemã, onde até os desarranjos intestinais dos trabalhadores estão previstos no cálculo de capacidades, existiria uma equipa de engenheiros que não tinha nada que fazer?

Mesmo que isso fosse verdade, será que não teriam uns e-mails com umas tipas roliças todas descascadas, para ler? Então e os e-mails com filmes de malta a cair de bicicleta, ou em festas de casamento, completamente bêbados, das formas mais idiotas, ficavam por ver? Será que não tinham que fazer um “forward” de um powerpoint sobre o equilibrio entre homens e animais mais a sabedoria chineza, para 25 amigos sob pena de lhes cair em cima uma maldição terrível?

Acreditando que sim, que desenhavam o carro às escondidas, à revelia das chefias, em todos os bocadinhos livres, à hora de jantar e ao fim-de-semana, não deixa de ser arrepiante imaginar que tipo de pessoas serão estas. A bem dizer, uns cromos destes nunca poderiam desenvolver algo que tivesse como principal função causar prazer e satisfação.

Mas pronto, sendo isto verdade ou mito, o que realmente interessa é que o carro que eles criaram é de facto algo sem compromissos com o intuito de ser o mais fiel e mais puro do que há na essência automóvel, algo cada vez mais raro e único nos tempos que correm.

Do Z3 Coupe dizem que se ama ou que se detesta, mas isso também é de louvar, neste tempo das viaturas amorfas.

Aquela silhueta com a infinita frente a terminar numa cabine estilo “shooting break” de dois lugares, ficará para sempre. O mesmo se pode dizer daquela traseira, com as cavas das rodas traseiras a derreterem sobre estas, rematando com as quatro ponteiras de escape cortadas a direito, de forma tosca e quase grosseira, dando a entender que debaixo daquelas curvas sedutoras se esconde algo de absolutamente demoníaco.

Por experiência de uns poucos kms, sente-se uma suspensão duríssima sem quaisquer cedências ao conforto, o que é bem compensado com a eficácia com que se pode curvar e acima de tudo pela forma como, sem qualquer ajuda electrónica, se consegue transmitir os 321 cvs ao asfalto. Impressionante, como uma lapa, sendo que só mesmo com uma provocação obscena de volante e de acelerador é que se consegue tirar as rodas dos carris, tal é o equilíbrio deste pequeno belo monstro.

Uma viatura realmente especial, pela estética, pelas poucas unidades produzidas, pela excelência mecânica e por ter nascido completamente à margem do habitual, sendo uma das 49 mais belas máquinas de quatro rodas.

2 comments:

Anonymous said...

Um carro impossível de utilizar no dia a dia... e provavelmente em mais nada!!!
Sem o ter pilotado estas são as palavras do campeão nacional de ralis e que eu subscrevo sendo possuidor de um M decente...

Família Mendonça said...

possuo a versão com 325cvs, logo a que usa o motor S54, o do M3E46 e não o S50, de 321cvs, do M3E36.

A minha versão já trás ESP. Isso faz a diferença em muitas situações.

Por outro lado, a suspensão de origem não é tão dura como se diz, tendo algum "body-Roll". O meu tem KW v3...são o melhor setup para este carro!!!

E o meu carro do dia-a-dia e eu não sou nenhum piloto...é bruto quado quero, caso contrário é como que um leão adormecido, com o rugido mas calmo...