Friday, August 27, 2010

Grelhada mista



Entre nós o grelhador é muitas vezes o melhor amigo do Verão. Carvão e sardinhas é algo popular nesta altura do ano.

Este (m)otário australiano deveria estar desesperado por uns grelhados.

Tuesday, August 24, 2010

Trapaça



Não tenho grandes pruridos em assumir que o Senna não era o protótipo do fair-play, não era um "gentleman driver". Não há grandes dúvidas em afirmar que ele ceifou o Prost na primeira curva para garantir desde logo o título mundial. Poderá dizer-se que foi com trapaça. Não foi nesse sentido que disse que o Schumi era trapaceiro.

O Ayrton nunca evitou confrontar-se com os seus actos mais desleais. Sempre assumiu friamente as suas acções, como mais um meio para atingir o objectivo final, a vitória. O Schumacher é sonso, dissimulado, cínico. Provavelmente a diferença não é grande, ambos davam tudo para ganhar, mas a forma como o praticavam era diferente.

Temos, hoje na F1, outros pilotos que fazem quase qualquer coisa para ganhar, casos do Alonso ou do Hamilton, mas analise-se a época até agora e compare-se a conduta de cada um. Nenhum deles teve acessos de "chico-espertice", estilo o Schumi no Mónaco, no Canadá ou agora na Hungria. Sendo que o alemão não admitiu nenhum tipo de desvio à sua conduta em nenhuma das situações. O habitual.

Certo é que pilotos daqueles que se possam considerar exemplos do "fair-play", modelos da ética ao volante, há muito poucos a ganhar e nunca o conseguem fazer de forma continuada. Nos últimos vinte anos, lembro-me de um Button, Villeneuve, Hakkinen, Damon Hill e Nigel Mansell. Nada mais.

Há para mim um desvio de carácter entre o Schumi e o Senna. O mesmo que existe entre o espertalhão e o audaz.


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Opinião:

De uma forma geral concordo com tudo o que escreves excepto:

1. Mais uma vez misturas tudo: que o Schumacher foi “Chico-esperto” no Canadá e na Hungria tudo bem. Comparar estas duas situações com o que se passou no Mónaco é incorrecto e impreciso.
2. Realmente o Schumacher nunca assumiu as “trapaças” que fez. Mas devias conhecer um pouco melhor a cultura germânica. Sabes bem que para estes indivíduos admitir erros, pedir desculpa,… não são coisas banais como acontece com os latinos. Ainda hoje lhes custa admitir o erro que foi a II Guerra Mundial.
3. Não poder comparar a conduta do Alonso e do Hamilton com a do Schumacher só mesmo este ano. Mais uma vez, memória não é uma coisa uma apreciada por estas bandas. Já te esqueceste do que o Hamilton fez em Melbourne no ano passado (com o Trulli e o Safety Car).

Para concluir, penso que escolheste muito bem a fotografia. Tinha-te ficado bem teres gasto duas linhitas com aquele que proporcionou ao Senna ser tão admirado por tanta gente.

Gonçalo

Wednesday, August 18, 2010

Momentos de antologia - Barrichello vs Schumacher, 2010



Depois da poeira assentar é mais fácil fazer comentários, mesmo se na altura em que aconteceu já tinha ficado com a mesma opinião. O Schumacher foi o Schumacher de sempre. Não vi no Hungaroring nada de novo. Ou melhor, o que vi de novo não teve nada com o Schumacher, i.e., a surpresa deste video são os "tomates" do Barrichelo, que eu não sabia serem tão grandes. Depois desta ultrapassagem acho que não serão somente grandes, deverão ser igualmente pretos. Grandes e negros.

O Schumie, agora tão criticado, não fez mais agora do que fez durante toda a sua carreira. Quem dizia que ele estava velho e acabado, enganou-se, está na mesma; a única diferença é que agora não joga baixo na disputa de títulos mundiais, agora vê-se obrigado a ser o mesmo trapaceiro de sempre na disputa de um lugar dentro dos pontos. Nada mudou, apenas o carro é mais lento e obriga-o a fazer o mesmo por recompensas menores. De resto, o que ele fez agora é tão mau como o que fez durante toda a sua carreira na F1. Agora foi contra o Rubinho e antes foi contra o Damon Hill, o Villeneuve ou o Hakkinen.

O que é de facto digno de nota é mesmo a ultrapassagem do Rubinho, que não descrava o acelerador por um único momento. Sai absolutamente "cravado" do cone de ar do Mercedes e nem com a proximidade do muro hesita, segue de acelerador agrafado no fundo, mesmo com as rodas fora de pista, até consumar a ultrapassagem. Foi de piloto, daqueles a sério.

Na minha escala de consideração por pilotos o Barrichello subiu muito, para onde nunca tinha estado, já o Schumacher manteve-se no mesmo nível de sempre.


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Opinião:


esta foi uma ultrapassagem à senna, como ele tão bem explicou o que é ser um piloto

(bsendas)

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É por causa deste tipo de pensamentos que a F1 hoje está como está… uma seca.
Antigamente este tipo de situações aconteciam, mas havia uma diferença: não era o “cabrão” do Schumacher que estava envolvido.
Dizer que o Schumacher é duro, está correcto.
Dizer que esta manobra foi excessiva, está correcto.
Dizer que o Schumacher não é exemplo de fair play, também está correcto
Dizer que o Schumacher lutou trapaceiramente por títulos mundiais, é uma injustiça – e tu sabes bem disso.
Mas é normal este tipo de comentários em “sennistas” como tu. Faz-vos muita confusão ter existido um piloto que tenha ganho o que o Schumacher ganhou e esse piloto não ter sido o Senna.
Não ouvi ninguém dizer que o Senna tentou ganhar trapaceiramente o campeonato em 1989, quando em Suzuka foi empurrado. Também não ouvi ninguém dizer que o Senna ganhou trapaceiramente em 1990 quando pôs o Prost de fora na primeira curva. Tudo situações normais…

Acima de tudo é preciso ser coerente e perceber que isto é competição e não um grupo de amigos que se junta ao fim-de-semana para dar umas voltas de Kart.

NOTA FINAL: apesar de não ser fã do Senna considero que foi o piloto mais rápido da sua geração.

(Gonçalo)

Monday, August 16, 2010

Bem Haja Petrolheads



Hoje ouvi nas notícias que, na Eslováquia, um homem tinha perdido a vida nas recentes cheias, ao tentar salvar o seu automóvel. A todos os que partiram tentando salvar a sua montada e a todos outros que ainda presentes entre nós, amam o seu automóvel como à própria vida, aqui fica um saudoso "Bem Haja".

Sunday, August 15, 2010

Momentos de Antologia - tributo a um Senhor, Ayrton Senna


O BSENDAS mencionou há pouco o tributo que o TOP GEAR fez ao Ayrton Senna.

Às vezes penso que exagero ao escrever tanto sobre o Ayrton, não quero parecer saudosista. Não sou. Não gosto do cheiro a mofo, nem quero transformar isto num obituário do desporto motorizado. Uma coisa é história, outra coisa é revivalismo, viver no passado. Não é para mim.

Não gosto dos actores que se parecem com o James Dean ou com a Marilyn Monroe, detesto o novo Carocha e o Ford GT. Gina Lollobrigida e Sofia Loren tiveram o seu tempo, hoje temos as Giseles Bündchens e Scarletts Johanssons dos nossos dias.

No entanto, pensando bem, relembrar o Ayrton Senna não é saudosismo, celebrar o brasileiro não cheira a bafio. O Senna é uma figura incontornável do desporto automóvel. Ter uma tertúlia sobre carros e não falar no seu nome, seria como ter Olimpíadas e esquecer Atenas, Lisboa sem mencionar o Marquês, viver em Democracia omitindo Mário Soares. Não dá, é incontornável. Não há volta a dar-lhe.

Preconceitos esclarecidos e postos de parte, aqui fica este tributo ao que foi não só um piloto do outro mundo, mas acima de tudo um homem marcante, que mesclava uma competitividade insana com uma humanidade quase divina.

O brasileiro marcou de forma indelével todos aqueles que com ele contactaram. Todos são unânimes: foi o maior de todos os tempos.

Os Domingos nunca mais foram os mesmos, infelizmente.

Tuesday, August 10, 2010

Bicicletas de ciclismo?


Há uns anos atrás o Doug Polen ganhou o Campeonato do Mundo de Superbikes com uma moto que só tinha quatro velocidades, quando a concorrência utilizava caixas de seis. O Polen não era maluco, nem a Ducati tinha falta de carretos da quinta e sexta. O reduzido número de relações de caixa devia-se ao motor, que era tão bom que não precisava de mais. O americano explicava as coisas de forma simples, "... enquanto se está a passar de caixa não está a ser transmitida potência à roda, logo está-se a perder tempo, por isso quantas menos velocidades tiver que meter, melhor, menos tempo perco e este motor dá para isso tudo e muito mais. Ainda vou experimentar só com três relações de caixa, uma para arrancar, outra para o miolo e a última para a recta".

Desde então, sempre que vejo alguma marca a desfazer-se em publicidade a veículos com caixas de muitas velocidades - seis, sete, oito e agora de nove - suspeito sempre que tal se deve ao facto do motor não ser grande coisa.

Agora é a Mercedes a avançar com uma caixa de nove velocidades. Das duas uma: ou a marca de Estugarda está a projectar automóveis para concorrer com bicicletas de ciclismo ou então os motores destes veículos têm a mesma faixa de utilização de uma tanga "fio-dental".


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Opinião:

De facto é uma observação/desabafo válido...
Mas penso que esta recente mania de transformar a caixa de velocidades numa agenda telefonica, em que não tarda nada os carretos irão estar por ordem alfabética para a malta não perder a ordem,deve-se à tentativa de reduzir consumos...
O que vai levar a motores menos rotativos, mais mudanças, menos necessidade de muita rotação...
É chato, mas enquanto se insistir nos hibridos/electricos que no fundo continuam a queimar o mesmo combustível de sempre esta será a mudança esperada, mesmo nos old school combustão interna...

Esperemos que o hidrogénio apareça brevemente :D

Aí serão realmente electricos, limpos, e só irão precisar de 1 carreto pa frente e outro pa trás... (perde-se roncar do v8, mas não pode ser tudo mau)


(P.)

Sunday, August 08, 2010

A minha vida dava um anúncio automóvel - Honda NSX


Quando foi a última vez que um carro japonês gerou tanta paixão?

Friday, August 06, 2010

Prémio - Assim não brinco mais.


O responsável pela competição da Peugeot, Olivier Quesnel disse esta semana que "Se a Skoda mantiver equipa oficial a Peugeot sai do IRC`em 2011".

Como o Peugeot S2000 não tem feito outra coisa a não ser levar na cabeça, principalmente da Skoda, lembrou-se de amuar e dizer que assim não brinca mais. Supostamente os pilotos Peugeot que andam no IRC, andam todos em equipas amadoras.

Quantas vezes andou a Peugeot por esses campeonatos fora a correr contra verdadeiros privados?

Segundo número



Mais um excelente exemplo do que pode ser uma verdadeira publicação sobre as duas rodas, exemplo único na imprensa motorizada nacional, o segundo número da revista REV.