Sunday, November 30, 2008

Kamascooter


Já o condutor desta scooter tem uma visão muito mais prática da utilização de um veículo de duas rodas.

Moto de inspiração Jaguar


É compreensível o amor simultâneo pelas duas e quatro rodas, mas o fruto de tal paixão nem sempre é o mais conseguido. O autor desta "coisa" de inspiração Jaguar, tem certamente excesso de tempo e falta de sentido estético.

A minha vida dava um anúncio automóvel - Born to be blind

Saturday, November 29, 2008

Os melhores de 2008


O fim do ano aproxima-se e em época de defeso é tempo de fazer o apanhado do que foi o ano motorizado. Já aqui escrevi sobre as que foram as melhores equipas do ano, faço-o agora para os restantes artistas do desporto motorizado.

- Miguel Oliveira, é já o mais bem sucedido piloto do motociclismo nacional e ainda só tem treze anos. É claro que quase ninguém ouviu falar deste jovem fenómeno, mas isso deve-se apenas à mediocre imprensa que temos por cá, incluindo a imprensa dita especializada. Tem ganho corridas por todo o lado onde tem corrido e é o que temos de mais próximo de se tornar no Rossi lusitano.

- Armando Parente, porque foi o único piloto nacional a conseguir um título internacional, em 2008. Cruzei-me com ele há quatro anos atrás numa brincadeira de Karts - brincadeira para ele, porque para mim era de "faca-nos-dentes", como sempre. Ele era ainda mais miúdo que hoje, mas isso não o coibiu de me zupar a mim e a todos os outros que estavam em pista. Percebi bem a diferença entre um simples mortal e um astro do volante, mesmo que este ainda nem tenha chegado à puberdade.

- Sebastien Loeb, já é recorrente nestes resumos de fim de ano, mas o francês é inevitável sempre que se fala de automobilismo, pois trata-se do melhor piloto de ralis de todos os tempos. Mais um ano em que mesmo lutando outra vez sozinho (o Sordo nunca o ajudou realmente) contra uma equipa Ford que tinha tudo para sair vitororiosa, soube pontuar quando não conseguiu ganhar e ter novamente uma ponta final de campeonato absolutamente arrasadora. Sempre que o francês corre estamos a assistir a história a ser escrita, pois um dia poderemos dizer que fomos contemporâneos de um verdadeiro astro dos ralis, o maior que alguma vez existiu.

- Valentino Rossi, é também recorrente, pois assim como Loeb é o melhor de sempre na sua modalidade. Também como o francês, o italiano da Yamaha conquistou o seu título lutando sozinho contra tudo e contra todos. Mais uma vez mostrou-se sábio não só dentro da pista como fora dela. No início do ano decidiu apostar na Bridgestone, numa jogada muito arriscada. Muita gente o criticou por tal, mas como se viu depois, foi aí que ele começou a ganhar o campeonato. O maior das duas rodas.

- Sebastien Vettel, é para muitos o sucessor do Schumacher. Não ponho assim tanta fé neste prognóstico, mas a prestação do piloto da Toro Rosso foi absolutamente notável e uma verdadeira lufada de ar fresco. Não é só um piloto rápido como também entusiasmante, muito graças ao seu estilo de conduçâo espectacular.

- McLaren, proporcionou o título ao Hamilton. Não foi uma equipa com uma prestação espacial, mas mesmo depois da tempestade do ano passado, soube endireitar-se e dar o melhor e mais fiável carro, em quase todas as situações, ao que viria a ser o campeão do mundo. Merece também destaque porque ao não cometer erros idiotas ridicularizou completamente a sua arqui-rival Ferrari, que em muitas ocasiões pareceu uma equipa de circo.

- Yvan Muller, é mais um francês na alta-roda do automobilismo. Ponham-lhe um volante nas mãos e ele trata do resto, trazendo quase sempre o caneco para casa. Já correu nas coisas mais estranhas e em todas elas ganhou. Este ano até o fogareiro da Seat serviu para ganhar um campeonato que é muito provavelmente o mais renhido de todos. É um piloto rápido mas acima de tudo muito inteligente e constante. Quando não venceu, acabou quase sempre nos cinco primeiros o que num campeonato com o sistema de penalização por lastro, é obra.

- Troy Bayliss, é o digno sucessor de Carl Fogarty, como lenda do mundial de Superbikes. No ano em que se reformou, dominou o campeonato de fio a pavio, como se viu bem nas duas vitórias conseguidas no autódromo de Portimão, as últimas da sua fantástica carreira.

- Filipe Campos, é para mim, desde há muito, o melhor piloto do TT nacional. Nos últimos anos não tinha sido feliz muito devido à falta de uma viatura competitiva. Este ano o casamento com o BMW X3 foi perfeito e depois foi vê-lo não só a dominar o panorama nacional, como a bater-se em grande nível com as equipas oficiais, quando estas nos visitaram nas provas internacionais que tivemos por cá.

- Bruno Magalhães e Peugeot, por terem ganho o campeonato de forma inquestionável, mas também por fazerem tudo tão bem, no meio de um campeonato onde tudo parece sair mal. Um oásis no meio do deserto que é o actual Campeonato Nacional de Ralis.

Tuesday, November 25, 2008

Melhor? Para quê?


O Panamera é a prova que faltava para comprovar o velho rumor de que a Porsche tinha extinguido o departamento de design há quarenta anos atrás.

Durante estas décadas todas de 911, basicamente desenharam-se umas opticas novas e pouco mais. Houveram também uns devaneios merecedores de registo, como o 928 ou o 959, mas ou provinham de desenhadores externos ou derivavam directamente das linhas quase perfeitas do 911.

Ultimamente repetiram a fórmula no Boxster e no Cayman, mas quando decidiram fazer um SUV em conjunto com a VW, o Cayenne, as linhas do mítico 911 (mais usadas que as ligas de uma artista de cabaret) não encaixavam numa estrutura, também comum à Audi, que se baseava numa caixa de sapatos com quatro portas. Assim tiveram que desenhar algo de novo, o que teve um resultado terrível e logo aí tive a suspeita de que na ausência de um gabinete de design, lançaram um concurso interno para a melhor proposta, concurso esse que foi ganho pelo tipo da contabilidade, que foi premiado com um vale de desconto mensal no Lidl.

Se no Cayenne tive a suspeita, com o Panamera tive a confirmação. O carro é uma coisa desproporcional, com uma frente inspirada numa calçadeira e uma traseira que carrega uma corcunda.

A Porsche percebeu já há um tempo que a razão pela qual vendia tantos Cayennes se devia ao facto de ter quatro portas, daí ter criado (leia-se “abortado”) o Panamera. Enquanto um veículo se vender pelo número de portas que carrega e pelo emblema no “capot”, para quê estar a desperdiçar tempo e energia a desenhar algo agradável à vista.

Tal desiderato, o de investir no design do Panamera, era como pedir à antiga administração do BPN para se preocupar com a legalidade da sua gestão, quando à frente da entidade de supervisão, o Banco de Portugal, estava o Vitor Constâncio. Em ambos os casos, um desperdício de tempo e recursos.

Sunday, November 23, 2008

Prémio - "porque és o melhor!"


"Porque domino o WRC há cinco anos? Não sei bem..." - Sebastien Loeb em entrevista ao L'Équipe.

A garagem do Aladino


Este video circula por aí com o mesmo misticismo daquelas fotos de um celeiro cheio de clássicos, numa quinta algures no Ribatejo.

Várias histórias acompanham o video, mas fontes mais credíveis dizem que a garagem se localiza em Hong Kong e que pertence a um único indivíduo.

A colecção é de facto soberba, com algumas verdadeiras pérolas como o CLK DTM, dos quais foram produzidos somente 100 unidades.

Fica no entanto uma questão no ar, se o dono de tal garagem do Aladino se intitula um verdadeiro coleccionador, onde está o Bugatti Veyron?

Curioso é também o facto de no meio de tantos ícones do automobilismo, onde nem sequer falta um Mini, não estar nenhum carro a gasóleo.

Porsche Panamera - mais um prego no caixão


Não tenho dúvidas que os accionistas da Porsche estão a esfregar as mãos de contente ao verem esta fotografia. O novo Panamera vai trazer valores de vendas nunca antes vistos e consequentemente mais valor para o accionista. Do ponto de vista empresarial, este carro é uma jogada de mestre e isso já o perceberam os rivais Aston e Lamborghini, correndo a desenvolver carroçarias de quatro portas.

Do ponto de vista de um admirador ou purista da marca de Estugarda, este automóvel é mais um prego num caixão que encerrará a imagem de esclusividade criada com o mítico 911.

Hoje já vemos Porsches conduzidos por Barbies a caminho do shopping, por líderes de claques de futebol, miúdos recém-encartados, por funcionários da banca, jogadores de futebol-salão, basicamente, por toda a gente e em todo o lado. O Boxster trouxe essa democratização do emblema do 911, o que não se pode dizer que seja mau, apenas retirou a marca daquele escalão dos carros de sonho, onde vivem os Lambos, os Rolls, os Zondas e os Ferraris. Se todos tivéssemos uma Scarlett Johansson lá por casa, a trabalhar como "mulher-a-dias", de bata azul, a cheirar a "sabão-macaco", esta também deixaria o rótulo de diva do cinema para passar a figurar naquele segmento das "beldades-Maxmen", no meio das Ritas Pereiras e das Lucianas Abreu.

Saturday, November 22, 2008

Fogareiro Porsche já existe


Esta semana caiu um santo do altar da catedral do automóvel. Não só devido ao facto de pela primeira vez na história, existir um Porsche a gasóleo, mas também por este ter a relação peso/potência mais baixa de sempre, colocando-o de forma competitiva no nicho de mercado dos Hummer ou do Cadillac Escalade.

Thursday, November 20, 2008

Equipas Red Bull, as melhores de 2008


Após a época de 2008 e após os testes de Barcelona, os deuses da F1 devem andar-se a contorcer no Olimpo. Tudo por causa daquele lunático que um dia se lembrou de engarrafar uma bebida com hormonas de touro.

Com as suas duas equipas, Red Bull Racing e Toro Rosso, conseguiu impor-se na elite do mundo motorizado e alcançou mesmo uma vitória com o novo-astro alemão, Sebastien Vettel. As equipas taurinas mostraram que não estão ali só para animar a festa e mesmo mantendo aquele ar informal e irreverente, no que toca à competição são bravos como um touro de lide.

Mesmo se tudo parece uma extravagante jogada de marketing, ali não se esbanjam recursos ou oportunidades e isso ficou bem evidente nos recentes testes de Barcelona, onde no primeiro dia serviram os propósitos da publicidade, ao colocarem o Loeb aos comandos e consequentemente aparecerem em tudo o que era jornal, à boleia da notoriedade do prodigio dos ralis. Nos dias seguintes limitaram-se a ser os mais rápidos e sendo isso importante ou não quando estamos a falar de testes de pré-temporada, a verdade é que continuaram a passar a imagem de velocidade, que se quer a quem está no mais alto escalão do desporto motorizado.

Pela forma como conciliam coisas que parecem inconsiliáveis na F1 de hoje em dia, como rapidez, rigor e competitividade, em contraponto com irreverência, jovialidade e sentido de humor, as equipas do touro vermelho são a lufada de ar fresco no desporto de quatro rodas. Foram capazes de pensar fora da caixa, fora do que estava estabelecido como certo e conseguiram-no com sucesso, por isso para mim foram as melhores equipas de 2008.

Limpa-neves anorético


Limpa-neves anorético foi o que de melhor ouvi chamar a este BMW. Bom contributo do "Ponto Morto".

Tuesday, November 18, 2008

Meeeedo, muito medo.


Quando hoje, ao ler a reportagem dos treinos de Barcelona me deparei com esta foto do BMW, senti medo, muito medo.

Por cá não se fala noutra coisa a não ser no impacto visual dos contentores do futuro terminal de Alcântara. Então e o impacto visual causado por uma aberração destas a entrar-nos pela televisão a dentro todos os Domingos à hora de almoço? Não será uma agreção de igual gravidade? Caso este aborto estético apareça na grelha de partida em 2009, serei o primeiro a subscrever a petição para proibir tal atentado.

A minha vida dava um anúncio automóvel - Harley V-Rod


Goste-se ou não das Harleys, há que admitir que fazem os melhores comerciais.

Sunday, November 16, 2008

O regresso da BMW


O video anterior é um exemplo do que pior teve a filosofia de renascimento da BMW, encetada nos anos noventa. Não se pode dizer que o relançamento da marca no mundo das duas rodas não tenha sido bem sucedido, o quê, ficou um pouco aquém das expectativas para um nome de tal dimensão e com tal poderio económico.

Desde então, a marca bávara ficou conhecida por fazer motos que parecem sair do atelier de design da "Tupperware", para homens de meia idade que pretendem dar uma ideia de rebeldia opulente num veículo de duas rodas. Não acredito que tenha sido esta a ideia original dos engenheiros alemães. Esta situação foi criada involuntariamente pela filosofia escolhida na altura, de que, como no mercado automóvel, a marca teria apenas quatro ou cinco motos, versáteis o suficiente para agradar à generalidade do público.

Ora, as motos funcionam por tudo o que as distingue do automóvel e uma das características importantes em tal distinção, é a capacidade que têm para estabelecer uma ligação próxima com quem as conduz, i.e., a existência de motos construídas de raiz para todos os tipos de pessoas, estilos de condução, estaturas físicas, sexos, localizações geográficas, tipos de terreno e por aí fora, por forma a que o cliente consiga escolher uma moto que lhe sirva quase como uma peça feita à medida. Muitos dirão que uma Honda CBR é tão universal como um VW Golf e têm razão. No entanto, a CBR agrada a muitos porque muitos têm os mesmos gostos, da mesma forma que a Madonna agrada a meio mundo, simplesmente porque faz música para o "mainstream". Há também quem goste de estilos mais alternativos, jazz, scat, ou quem goste, por exemplo, de andar no mato ao fim-de-semana e aí encontra cinco ou seis modelos Honda diferentes, consoante o nível e estilo de condução de cada um. Se, por outro lado, gostarem de longos passeios, podem ir desde a Transalp, à Pan-european, passando pela Goldwing, Deauville ou DN-01, tudo modelos completamente diferentes uns dos outros, provenientes do mesmo construtor, à medida e gosto de cada um. Isto é válido para qualquer segmento de mercado e para qualquer construtor.

Voltando à "BM", ao fazerem motos que se mostrassem o mais versáteis possível, para que servissem a todos os condutores e tipos de utilização, tiveram que estabelecer compromissos. Assim uma GS, não poderia ser nunca uma moto de excelência em nenhum dos parâmetros de utilização, pelo simples facto que tinha que agradar de igual maneira a um condutor português, com o seu metro e setenta, oitenta quilos, que gostava de ir ao Guincho ao Domingo de manhã, como a um nórdico de metro e noventa, com cento e vinte quilos, que gostava de longas viagens com a mulher e bagagem. Tinha que ser boa num estradão marroquino, na auto-bahn alemã, numa passagem dos Alpes ou no trânsito de Istambul. Motas construídas como os carros, para serem utilizadas por todos, em todas as estradas ou fora delas. No final o resultado era sempre um compromisso demasiado penalizador da essência da moto - acontece o mesmo nos carros, só que já nem notamos que andamos em coisas que têm como virtudes, a versatilidade, a modularidade, o conforto térmico ou o interior acolhedor. Escolher um carro pelo seu conforto térmico é como andar com uma miúda porque ela é exremamente pontual.

Isto tudo para dizer que a imagem das "BMs" estava a enfraquecer e a concorrência, principalmente a europeia, estava a ganhar terreno, pelo que rapidamente emendaram a mão e estão agora a relançar completamente a sua gama de motos. Apresentam hoje propostas diferenciadas para quase todos os nichos de mercado, chegando mesmo a ousar pela primeira vez em motos radicais, como é exemplo a nova Superbike (foto). Em bom tempo o fizeram, porque a tricolor da Baviera faz falta ao verdadeiro mundo das duas rodas.

A meia idade tem destes momentos.


A semana passada postei aqui um video patético com Harleys a andarem à volta de uma oval. O video de hoje não é tão ridículo, se bem que bastante mais hilariante, com um grupo de indivíduos de abdómen pronunciado, que decidem aprender a andar nas suas elefanticas BMW GS.

Tuesday, November 11, 2008

Eu cá, ficava chateado.


Comprar um Aston Martin V8 Vantage e descobrir que este tem um pouco de Volvo, é como dormir com a Diane Kruger e descobrir que esta tem um pouco de homem.

A minha vida dava um anúncio automóvel - Ford contra o cancro da mama


Assim é que se contraria a crise, na América Latina. A Ford associa-se a uma campanha de apoio à detecção do cancro da mama, mas não perde a oportunidade para promover os seus produtos. Ao melhor nível.

Patético


Aqui está um bom exemplo do que é uma Harley a andar "depressa", sempre entre primeira e segunda velocidade, com curvas sempre para o mesmo lado.

Sunday, November 09, 2008

Confederate fighter - Bons ventos vindos do tio Sam


Não sei se por me estar a custar aceitar o título de campeão do mundo ou se por influência da imagem da sua estonteante namorada, o tema “Lewis Hamilton” estava já a ser recorrente por estes lados. Como tal, fica bem escrever aqui sobre algo completemente diferente.

A Confederate Motorcycles, é uma pequena construtora de motos do Alabama, que desde há pouco mais de meia dúzia de anos, se entretem a criar veículos de duas rodas que, segundo eles, são baseados no verdadeiro espírito americano. Assim dito parece mais uma treta vinda de uma campanha de marketing, mas na realidade desde a criação do iPod e da Scarlett Johansson que não via nada tão desejável vindo dos EUA.

Da terra do tio Sam provêm normalmente péssimos automóveis e motos cujo estilo de construção se situa entre o retro e o arcaico, as eternas Harley-Davidson. As motos americanas têm o seu sucesso garantido, mas tal baseia-se mais nas imagens que existem no nosso imaginário, dos rebeldes motorizados Marlon Brando e Peter Fonda, do que no prazer que oferecem ao condutor. Uma Harley a “cruzar” (este tipo de veículos não “anda”, “cruza”) em Portugal ou na Europa, é tão desajustada como uma limousine em Alfama ou um Smart numa perseguição em São Francisco.

Está na altura da América emendar a mão e dar um pouco mais ao resto do mundo. Certamente que o Obama fará a sua parte no que diz respeito à política externa. A Confederate está a fazer a sua parte no que à criação de máquinas de sonho diz respeito, falta agora alguém começar a importá-las para a Europa.

Monday, November 03, 2008

Que o Hamilton sirva de tónico para amanhã


Continuo a acreditar que grande parte da culpa da situação surreal em que se encontra o mundo civilizado nos dias de hoje, se deve ao erro de 2001, quando se "cozinhou" a eleição do Bush jr. Nunca então se pensou que colocar um tipo com o QI do rato Mickey, à frente da Casa Branca poderia ter um impacto tão profundo no resto do mundo.

O mundo motorizado americano de hoje é um espelho do seu presidente, amorfo, inconsequente, patético, ignorante e profundamente supérfulo.

O desporto motorizado não está melhor, com a excepção de alguns pilotos que vão aparecendo nas MotoGP, o supostos líderes mundiais estão arredados de tudo o resto a nível internacional. Vivem centrados no seu próprio umbigo em competições que nada dizem ao termo "desporto", tendo quase tudo em comum com algumas vertentes mais brejeiras do Circo, num resultado final ao nível dos Malucos do Riso.

Apesar de isto não ser um espaço de intervenção política, a eleição de amanhã impacta a todos e muito especialmente aos dependentes e/ou viciados da gasolina. Como tal espero que a conquista de ontem do maior título do automobilismo mundial, pela primeira vez por um piloto negro, sirva como tónico para a eleição do primeiro presidente negro da história da América do Norte.

Hamilton, o primeiro



É verdade que pelo sistema de pontuação antigo, alterado em 2003, sistema esse que priveligiava mais a vitória ao invés da regularidade, o Massa teria sido campeão com três pontos de vantagem sobre o Hamilton.

Também é verdade
que o Massa desperdiçou, por conta própria, demasiados pontos quando abandonou na Malásia e quando ficou possuído pelo espírito do pião-humano em Silverstone. A juntar a estes erros ainda teve que se haver com uma equipa que inventou um "lolly pop" electrónico que o fez arrancar das boxes de Singapura, com a mangueira de combustível ainda atarrachada e que lhe forneceu um carro que parou a poucos kms do fim quando dominava por completo o GP da Hungria.

O Hamilton não foi o piloto que ganhou mais corridas, mas em conjunto com a McLaren foi quem mais tirou vantagem de um sistema de pontos que favorece a regularidade - o que me custa escrever isto. Para além disso teve sempre que se haver sozinho, pois se o Kimi lhe retirou muitos pontos, o Kovalainen nunca conseguiu fazer o mesmo ao Massa.

Por correr na McLaren e por ter aquele aspecto certinho de quem faz a higiene íntima com luvas cirúrgicas calçadas, é natural que origine muitos anti-corpos
mesmo entre quem não é um "tiffosi" ferrenho, no entanto, talvez por ter sido o "menos mau", é o justo campeão do mundo de 2008.

Sunday, November 02, 2008

O justo campeão


O mais jovem campeão de F1, não teve uma temporada imaculada, cometeu bastantes erros, para não dizer asneiras, mas no cômputo geral e em conjunto com a sua equipa, foi quem errou menos, pelo que o título acaba bem entregue.

Se o título mundial tem ido para o Massa, teria ficado no ar uma sensação de injustiça, porque ele e a Ferrari cometeram erros absolutamente primários, para quem quer estar no topo do mundo automóvel.

É uma época de mudança para a F1, porque os campeões assim como os pilotos são e serão cada vez mais novos, porque pela primeira vez um piloto de cor ganha o maior ceptro mundial do automobilismo e também de mudança, porque hoje em vez de termos a enfadonha imagem do pai do Hamilton nas boxes da McLaren, tivemos a sua bela namorada, Nicole Scherzinger.

Foi por uma unha negra


No ano passado a decisão do título tinha sido uma perfeita loucura, mas a deste ano superou tudo o que já vi até hoje.

Era mais que provável que o Hamilton levasse o caneco no final da corrida brasileira, mas fazê-lo na última curva da última volta, era certamente algo que ninguém podia imaginar. Para quem sofria do coração ou fosse adepto do Massa, a última volta foi uma completa maldade.

Não acredito que alguma vez um título mundial se decida de forma tão renhida como aconteceu hoje no Brasil.

Schumi vai testar em Portimão


O Schumi vai estar hoje em Portimão para dar umas voltas no novo autódromo. Não vem porque gosta muito de nós, a juntar à promoção que vem fazer à Alfa Romeo, amanhã vai testar com uma das equipas, muito provavelmente com a Ducati se bem que a Honda também é hipótese.

Sébastien Loeb - o francês voador


O Loeb lá ganhou o caneco outra vez, nada que já não estivesse todo o mundo à espera. A conquista do quinto título mundial de pilotos era tão certa como o aquecimento global ou como o risco ao meio no cabelo do Paulo Bento.

Há outras coisas também certas à volta da carreira do francês, como o facto da Citroen se manter no mundial apenas por sua causa, se bem que aproveitando de forma bastante proveitosa o talento do piloto maravilha.

É certo também que todos os principais adversários do agora penta-campeão, são e foram grandes pilotos, assim como nos últimos três anos o Ford ter sido o melhor carro; o problema é sempre que Seb é simplesmente sobrenatural quando atrás do volante. Sobrenatural de uma forma nunca antes vista, nem nos ralis nem noutras disciplinas automóveis, sem paralelo algum. Se olharmos para hegemonias recentes, como as do Doohan, Makinen, Schumi ou Rossi, nada se compara à do francês. Mais do que a derrota de alguém, os cinco títulos são a vitória deste francês, Sébastien Loeb.

O futuro, no entanto, não se afigura risonho, pois nos ralis ele já estabeleceu a sua marca e mesmo que ainda tenha motivação para continuar num campeonato que é um marasmo, não sei se esse mesmo campeonato conseguirá sobreviver ao seu talento. A menos que haja uma alteração regulamentar para tentar nivelar os andamentos, como a introdução de lastro à semelhança do WTCC, a categoria maior das provas de estrada, já de si frágil, não sobreviverá a mais uns anos de hegemonia do francês, devido à falta de competitividade e incerteza no resultado. Os cinco títulos consecutivos já reformaram uns quantos pilotos antecipadamente, veja-se o Gronholm, poderá mandar para a pensão também a Ford e mesmo o campeonato inteiro.

Assim é com naturalidade que vejo aventarem-se possíveis participações noutras categorias, como a F1 ou os GTs. Trata-se de um processo idêntico ao do Rossi, mas no caso do francês era de todo benéfico para toda a gente, talves menos para ele, pois ao ingressar numa outra categoria certamente que arrastaria interesse acrescido e os ralis poderiam aproveitar o luto da perda do eterno vencedor para finalmente se reabilitarem.

Saturday, November 01, 2008

Momentos de antologia - Bayliss vs Edwards


Após anos de tentativas sucessivas para ganhar o campeonato, em 2002 a Honda decidiu abandonar a sua habitual arquitectura de quatro cilindros e fazer como a Ducati, construindo uma bi-cilindrica, a VTR 1000, que conseguiu levar ao título com Colin Edwards aos comandos.

O video mostra cinco minutos de infinitas ultrapassagens entre Edwards e Bayliss.

Deixa lá, Marco António


Por azar parei o zapping na Sic Notícias quando estava no ar o programa TV Turbo e ao fim de pouco mais de cinco minutos, quando me preparava para cortar os pulsos, fui salvo por um intervalo publicitário.

Houve uma passagem particularmente arrepiante, assinada por um tal de Marco António, o Eng. Mecânico do programa, que ao volante do novo Laguna Coupe, de olhos nos olhos com o telespectador, faz um acto de contrição porque durante o ensaio fez uma média de 8.5 l/100km, devido a uma "condução menos cautelosa".

O video é uma paródia bem engraçada a um programa que é capaz de transformar o automóvel numa coisa mais enfadonha que o visionamento do crescimento do cabelo humano.