Friday, December 26, 2014

F1 2014



2014 foi o ano do Hamilton. Porque ganhou o campeonato, mas mais pela forma como ganhou. Contra um Nico no topo da sua forma, contra um alemão numa equipa alemã. Um Hamilton maduro, capaz de se manter calmo durante grande parte das adversidades, como se viu na última corrida do ano, a corrida do título, quando mesmo perdendo a pole para o colega e rival, manteve-se no topo "do seu jogo" para arrancar de forma fulminante e acabar logo ali, no arranque, com as esperanças vitoriosas do filho do Keke.

 Se o Nico não desiludiu - muito pelo contrário, não tivesse ele que partilhar a "garagem" com o Hamilton e seria um justo campeão do mundo - quem surpreendeu mesmo muito foi o Ricciardo. Que surpresa e que confirmação de pilotaço. Abafou o Vettel e tudo o resto. Não fosse um Red Bull muito abaixo dos Mercedes e teria lutado pelo título. Novamente, que piloto!

Referências positivas para o Bottas e Hulkenberg. Negativas para o Magnussen, que apesar da velocidade não mostrou classe para ali estar e para o Grosjean, que quando teve carro nunca esteve lá. Depois foi quase tudo mediano, com alguns louvores para os Williams e para o Alonso. Digo quase, porque Red Bull e o Vettel estiveram mal e a Ferrari esteve péssima, medíocre mesmo. O Kimi desapareceu, ou melhor, a certa altura retrocedeu. No entanto, no seu caso como no do Vettel, acho que o problema não está todo no piloto, uma vez que estes não desaprendem e estamos a falar de campeões do mundo. A Red Bull ainda foi capaz de entregar um carro amiúde competitivo, já a Ferrari nunca conseguiu ter um carro de Top5 e não fosse o génio do Alonso coisa poderia estar muito pior, o que não é algo fácil de imaginar - como é que aquilo poderia acabar pior?

 Este presidente do grupo FIAT é completamente lunático, com tiradas a roçar a incompetência. Apesar da esperança de ver os carros vermelhos novamente no topo, na verdade não espero nada de muito bom nos próximos tempos. O pior é que já nem sequer falo da equipa de F1, pois as jogadas de venda de parte da empresa do Cavalino para pagar a dívida comprada à Chrysler e entretanto acumulada na FIAT, não traz nada de optimista. Grande parte do segredo dos últimos vinte anos na marca dos carros vermelhos tinha sido a estabilidade accionista, directiva e a independência do resto dos devaneios do grupo FIAT. Infelizmente, nos próximos anos não se espera nada de bom pelos lados de Maranello. Volta Luca, estás perdoado.

 Por falar em excessos directivos, acho que já está mais que na hora do Bernie pedir a reforma. Ainda que tenha sido ilibado do processo que corria na Alemanha, a verdade é que o duende está para lá do prazo. Não sou ingrato e como fã da F1 reconheço a tarefa épica que este teve durante anos e que colocou o desporto num nível absolutamente inimaginável. Mas já chega, acho que está cansado ou então é o resto do mundo que está cansado das tiradas de burgesso, de ditadorzinho, de retrógrado prepotente. Ele não faz tudo bem, como ninguém faz, mas não aceita esse facto, a culpa é sempre dos outros e já são mais as vezes que falha do que as que acerta. Veja-se o campeonato deste ano, comparado com os últimos três. OK, ele vai dizer que quem faz o regulamento técnico é a FIA e que ele nada tem a ver com esta coisa destes carros que nem barulho fazem, mas isso é a resposta habitual da sua soberba. Se ele é quem manda no campeonato deveria ser mais competente antes de deixar os engenheiros da FIA espiarem as suas frustrações nas regras da F1 sempre que esta está a ter algum tipo de corridas bem disputadas. Depois houve a vergonha de ter equipas sem conseguirem participar em todas as rondas do campeonato, pura e simplesmente porque as exigências deste estão a anos luz da realidade das equipas de uma forma geral - a bem dizer o campeonato que o duende organizou este ano só serve quatro equipas, Red Bull, McLaren, Mercedes e Ferrari.

No global, 2014 foi um mau ano para a F1. Ficarão para a história as boas disputas do Hamilton com o Rosberg e o título do primeiro. O segundo perdeu a sua hipótese de ser campeão do mundo e acho que não terá outra.

Monday, December 22, 2014

Assustador





Já participei num acidente deste género, mas não foi de noite, não havia neve e seguia a pelo menos um décimo da velocidade. Assustador.

Monday, December 08, 2014

A queda do Ruby

Parte do mundo Cafe Racer está de luto. Pelo menos a parte mais recente desta comunidade, a da moda das calças dobradas e dos Belstaff, a parte mais estilística, que é tão válida como qualquer outra, mas que se presta mais a ser jocosamente comentada. A empresa que produzia os capacetes Ruby abriu falência e com ela muito provavelmente nunca mais veremos os famosos capacetes de mil euros. Era uma espécie de Louboutin dos capacetes, que eu até gostava. Nunca tive nenhum, provavelmente nunca terei, mas gostava de ver. Enfim, apenas mais um ícone recente que irá desaparecer.

Thursday, November 20, 2014

Erro duplo

O Rali de Portugal de volta ao norte, ainda que a Guimarães e não a Fafe, como muito se cogitou. Para mim, um erro. Um erro duplo. O Norte do País é demasiado acanhado, apertado, exíguo para uma prova desta dimensão se realizar com a serenidade com que se realizou nos últimos anos no Algarve. Como país a aposta faz sempre mais sentido no Algarve, para tentar compensar alguma da sasonalidade do turismo balnear. Há sempre o argumento do público, que está em maioria no Norte. Os verdadeiros fãs farão sempre 500 ou 600 kms para ver o seu desporto de eleição. Os outros, os simpatizantes, são aqueles que acabarão por estragar o rali a norte. São demasiados, pouco respeitadores, pouco conhecedores e com motivações que vão muito para lá dos carros. Da mesma forma que sempre rumei a Sul, agora rumarei também a Norte, onde reencontrarei os mesmos amigos de sempre, aqueles que seguem o rali para onde ele for. Reencontrarei também muitos outros, aqueles que quanto a mim acabarão por tirar ao Rali de Portugal aquela dimensão que encontrou no Algarve, aquela dimensão de Mundial, ainda que com menos gente junto à estrada, apenas a gente suficiente.

Saturday, November 15, 2014

Uma questão de estilo

Nos salões da especialidade cada vez se apresentam menos novidades técnicas. Talvez seja pelo facto das motos estarem a atingir um nível de performance que já não está acessível a quem não tenha a habilidade do Rossi. Motos com mais de 180 cvs e menos que esse número em kgs, são hoje uma realidade muito comum. Autênticas motos de corrida, que como tal, requerem pilotos de corrida.

Depois há toda a coisa da electrónica, que para além dos amantes das BMW não fascina muito o motociclista comum - a electrónica filtra muito do que é conduzir e é por causa da experiência de condução que se anda de moto.

O que tem aparecido muito nos salões de motos são derivações dos mais variados feitios, formas e conceitos. O motociclista quer cada vez mais um veículo que marque o seu estilo, a sua individualidade. É aí que o mundo das motos se separa dos carros, que cada vez são mais todos iguais.





Sunday, November 09, 2014

A calculadora





Esta coisa da nova pontuação da F1 baralha muito as coisas, no entanto não acho que seja completamente injusta.

A bom ver, o Hamilto foi o piloto mais virtuoso do ano, arrancando as melhores exibições e as vitórias mais brilhantes.

O Rosberg foi o mais certinho, errando pouco, vencendo sem grandes espalhafatos, assegurando muitos e valiosos pontos, mesmo nos dias em que nitidamente não estava tão rápido quanto o Hamilton.

Assim, chegamos à última corrida com uma ligeira vantagem do astro da condução sobre o contabilista, que quanto a mim espelha bem o equilíbrio do campeonato.

Há quem diga que se o Hamilton perder na última prova será injusto. Falamos então, depois dessa última prova, naquele impressionante circuito que mais parece um jogo de consola.

Friday, October 31, 2014

Portalegre 2014

Esta prova é incontornável há quase trinta anos, mas este ano com esta lista de inscritos e com temperaturas de Verão - acho que é prova que nunca farei com chuva - é também imperdível.

Ainda para mais na companhia de um bom amigo, que também é um piloto de mão cheia, dos que melhor tratam do volante, dos pedais e afins.

Os meus heróis têm nome e este chama-se Pedro Dias da Silva.

Sunday, October 19, 2014

Rossi

Ninguém que perceba um pouco de motos podia esperar a vitória de hoje, de Valentino Rossi.

Partiu de oitavo, o Márquez estava destacado na frente e a Yamaha não tem a velocidade da Honda.

O italiano ganhou no seu GP número 250, o que é absolutamente memorável.

A carreira deste homem é já memorável. Ainda estamos todos à espera de algo que manche o que até aqui tem sido um percurso absolutamente imaculado, mesmo que se já longo, muito longo.

É certo que os números do Agostini são mais impressionantes, mas Rossi é o maior de todos os tempos.

Nos carros ainda podemos falar do Schumacher, do Fangio, do Senna e por aí fora, mas nas motas não há dúvidas.

Rossi não é só o maior das motas, é também um o exemplo do que o desporto motorizado deve ser.

 

Saturday, October 11, 2014

Baja TT Rota do Douro - o mais importante já lá está





Já aqui escrevi antes, várias vezes, que o que faz a viagem é a estrada e não tanto o veículo.



Foi com esta convicção que me inscrevi na primeira edição da Baja TT Rota do Douro.  Uma prova a sair da marina de Gaia até à Régua em cerca de 250 Kms de prova cronometrada em linha, passando por muitos troços do antigo rali de Portugal, terminando em 45 kms feitos a fundo, pelo meio das vinhas até ao Pinhão, era absolutamente irrecusável.



É claro que organizar uma prova desta dimensão no rendilhado douriense, passando por não sei quantas propriedades, localidades, quintas e em plena época de vindimas é um autêntico tirocínio, mas a organização mostrava-se confiante e a perspectiva de treinar para a participação no Portalegre em tão grandioso cenário, não levantou muitas dúvidas na hora da inscrição.



A prova estava para lá de mal marcada, toda a gente se perdeu pelo menos uma vez. Os cruzamentos e as localidades obrigavam a um limite de velocidade de 50km/h que ninguém respeitou. Todos encontrámos muitos animais no percurso. Muitos houve que encontraram veículos, carregados de uva, acabados de sair das vindimas (!!!) - ninguém se aleijou, mas foi por pouco, uma aberração em termos de segurança.



Se voltava a fazer esta prova? Já amanhã. O percurso valeu por tudo o resto. A beleza natural, a Aboboreira, o Marvão e aquela descida triunfal até ao Pinhão, entre vinhas e vinhedos fazem com que se esqueça tudo o resto.



Parece que para o ano irão organizar a segunda edição, não mais em Setembro, para evitar a confusão das vindimas. Decisão sábia.



Com um pouco mais de esforço na marcação do percurso e alguns ajustes nos horários, esta tem tudo para ser uma prova de antologia. O que conseguiram este ano foi já notável, seguramente para o ano será novamente inesquecível, porque o mais importante já lá está, a beleza do percurso, da estrada.

O triste peso da senilidade

Custa muito ver pessoas que tiveram contribuições inestimáveis para a sociedade perderem, com o passar da idade, a noção de quando devem estar calados, veja-se o caso do nosso ex-presidente Mário Soares. O problema com Helmut Marko é que este nunca teve nenhuma contribuição para o bem comum que deva ser mencionado, no entanto, o nível de idiotice das suas afirmações continua a aumentar, de forma quase exponencial à sua idade.

Wednesday, October 08, 2014

Os acidentes não acontecem assim, são provocados.

Por mais que me digam que os acidentes acontecem, neste caso acho que não deveria ter acontecido. Porquê? Porque uma grua, outro qualquer veículo, ou mesmo um comissário de pista, nunca poderão entrar para lá das barreiras de protecção enquanto os carros estiverem em ritmo de corrida. Aceitaria apenas a entrada da grua para retirar o Sauber, caso o safety car estivesse já com os carros agrupados atrás de si. O que ocorreu foi facilitismo. Foi acreditar na sorte. Aceito que a profissão de piloto de F1 é das mais arriscadas do mundo, mas isso só deverá ser aceitável quando o risco que os pilotos correm se deve às velocidades que alcançam e nunca devido à negligência dos comissários ou outro qualquer interveniente intempestivo. Uma coisa é perder a vida porque se estava a dar o seu melhor, no limite da velocidade. Outra coisa é perder a vida porque um tipo entrou com um Caterpillar em pista. Bem aventurado sejas, Bianchi.

Friday, October 03, 2014

Vai deixar saudades



Não posso dizer que estou contente. Não era o meu piloto favorito, principalmente depois da trapalhice que foi a sua passagem pela McLaren, mas é um dos melhores, se não mesmo o melhor piloto da actualidade. Há muito que se repete que Alonso, por si só vale 0.3 segundos por volta. Deve ter sido por isso que lhe ofereceram 50 milhões para se mudar para Woking.

Não estou a ver uma contratação evidente para substituir o espanhol, talvez Vettel. Menos que isso saberá a derrota ainda mesmo da temporada começar.

Thursday, September 25, 2014

Quase nada

 
Sete milésimos é quase nada. Mas ainda que invulgar, comum na F1. Os amantes dos outros desportos ficam incomodados com a escala temporal do desporto do Bernie, é que aquilo são zeros a mais depois da vírgual e muitos já têm tanta dificuldade com os décimos, quanto mais com os milésimos.

Há muito, acho que desde os oitentas, que nos habituámos a contar o tempo em milésimos de segundo, pelo menos ao Sábado antes de almoço - no Domingo já a "coisa" perde relevância. No entanto, nos últimos cinco a dez anos, contar milésimos ficou mais ainda comum. Hoje em dia as diferenças são mais pequenas e quando em carros semelhantes, os pilotos qualificam-se uns "em cima" dos outros.

Os pilotos têm formações similares, escolas de condução muito idênticas. A telemetria e as ajudas dos engenheiros também estão democratizadas. Os pneus são iguais para toda a gente. Os circuitos são do conhecimento geral, não havendo praticamente estreantes. Depois há também os simuladores, que ajudam a fazer "tábua raza" na vantagem dos mais experientes. É assim natural que andem todos muito mais juntos.

Mas para mim, há uma coisa que faz com que andem mesmo todos muito juntos: os carros actuais. É claro que os Mercedes não dão hipótese a ninguém, mas em carros iguais os pilotos andam todos mais juntos, porque hoje a condução é muito mais fácil e previsível. Já não vou falar das ajudas electrónicas, mas só o facto de ser impossível falhar uma troca de caixa, de não ter que se lidar com a embraiagem, nem no arranque, de quase se poder esmagar o acelerador a meio de cada curva, para além do inacreditável grip dos carros, faz com que a imprevisibilidade, a diferença do humano, desapareça quase por completo.

A diferença faz-se muito no virtuosismo, mas numa qualificação, em que a pressão por fazer a volta perfeita é mais que muita, o erro tem ainda mais preponderância e como hoje é muito difícil de errar, pois o carro não deixa, então a diferença é feita só mesmo por este último. Como os dois Merecedes são iguais, a diferença entre eles deve ser nula ou quase nada. Sete milésimos, são quase nada.

 

 

Sunday, September 14, 2014

Quem sai aos seus não degenera.



O que o filho do Prost fez hoje ao Heidfeld não foi acidental, foi propositado.

Há quem diga que é na pista que se revelam as verdadeiras personalidades, o verdadeiro carácter de cada um. Não consigo deixar de pensar que neste caso o pai teve muita influência no carácter do filho.

Uma nota final para a aberração que é fazer corridas em circuitos construídos "à pressão", por motivos puramente economistas - O Heidfeld podia ter-se aleijado a sério.

Monday, August 25, 2014

Só mesmo a tecnologia evoluiu

 

O que a tecnologia fez a uma curva como Eau Rouge é impressionante. Uma curva que era feita com mil cautelas é hoje um exercício quase só de volante, feita a fundo, sem dó nem piedade.

Se a tecnologia evoluiu muito, mas mesmo muito, o mesmo não se pode dizer do comportamento humano e mesmo um piloto acético como o Rosberg, reage quando sob pressão. Não vou fazer aqui a apologia do Hamilton, pois o que aconteceu é fruto da natureza humana e é isso que tem marcado a F1 e tanto nos tem apaixonado a nós. Já vimos aquilo tantas vezes, Lauda, Hunt, Piquet, Prost, Senna, Schumacher, Hill, Alonso, Vettel ...

O Hamilton está a fazer o papel dele, mas que ninguém esqueça as tropelias do inglês.

Desta vez só tem mais piada, porque são dois rapazes porreiros, que até eram bons amigos.

Thursday, August 21, 2014

Nem em filmes

Nem num filme esta proeza ficaria tão bem feita. Impressionante.

Wednesday, August 20, 2014

Anos noventa

O meu favorito absoluto dos anos noventa.

Sunday, August 17, 2014

911 melhor na estrada que na pista

O Porsche ajudou e muito o fantástico resultado do José Pedro Fontes na Madeira, o que não deixa de ser surpreendente, pois ao contrário do que acontecia regularmente, com quase todas as gerações do 911, estas duas últimas não se têm revelado particularmente felizes nas várias competições e campeonatos de GT em que têm participado.

Talvez não tenha nada a ver com o carro em si - por exemplo, o GT3 3.8 ainda agora foi considerado o melhor carro de sempre ensaiado pela revista EVO - talvez seja pela concorrência, que fez autênticas máquinas de corrida, nomeadamente a Ferrari com o 458 e a Audi com o R8.

Sunday, August 10, 2014

Street fighter

Uma das melhores características das motas é que há de tudo para todos os gostos e quando não encontrarmos o que pretendemos num catálogo ou num stand, então podemos sempre personalizar ao nosso gosto.

Percebo todas as personalizações e alterações, menos as Street fighters. É que as motas ficam feias, muito feias.

Friday, August 01, 2014

José Pedro

Não é dos meus pilotos favoritos. No entanto há que reconhecer e enaltecer que o Porsche, por mais potência que tenha, não se guia sozinho e o que o José Pedro Fontes está a fazer nos ralis de asfalto é excecional.

Sunday, July 27, 2014

Conspiraçãozinha?

Conhecendo os alemães diria que a teoria de conspiração, da própria equipa contra Hamilton, afim de favorecer o Rosberg, tem pouco cabimento, mas que traz um pouco de "salero" a uma época aborrecida, lá isso traz.

O Hamilton começa a entrar na categoria dos imortais, não pelos títulos conquistados, mas pela forma humana com que os perde. Foi o mesmo com Mansell ou com o McRae.

 

Friday, July 18, 2014

Algo se passa que não é normal

 

Muita coisa se tem escrito acerca da falta de velocidade do Kimi ao volante do Ferrari deste ano. Esta semana, li mesmo um artigo muito interessante que ligava os problemas do finlandês ao sistema de suspensão "push-rod" da Ferrari.

Não sei se é isso ou não, agora alguma coisa se passa, pois mesmo aceitando o que geralmente se diz, que o Alonso é mais rápido que qualquer outro piloto 0.3 segundos, não é normal que perca quase um segundo para o espanhol.

Espero que o Kimi resolva o problema depressa, pois faltam pilotos que sejam capazes de lutar por um lugar sem a choraminguice que ouvimos ao Vettel, mas também ao Alonso, no GP passado.

Já não vou falar dos monstros sagrados do passado, mas conseguem imaginar tal pieguisse a pilotos como Webber ou Button? Não, claro que não, porque esses têm-nos no sítio.

 

Tuesday, July 08, 2014

Só mesmo em Goodwood

Só mesmo em Goodwood é que podemos voltar a ver Freddy Spencer a fazer um "cavalo" na sua NSR de 1985.

 

Thursday, June 26, 2014

Há que saber ganhar

Não fica bem a ninguém a provocação pós vitória.

Mas enfim, a Ref Bull bem que provocou durante quatro anos.

Sunday, June 22, 2014

É simplesmente estúpido.

Nas primeiras corridas pensei que era uma questão de tempo até as equipas dominarem esta nova tecnologia de motor.

Hoje desesperei. Já há demasiado tempo que vejo pilotos a poupar ao invés de andarem a fundo.

Já chega, estou farto e para mim é oficial: esta F1 é uma seca.

Se queriam poupar, que tivessem colocado motores a diesel. Agora ver os pilotos impedidos de lutarem entre si, porque das boxes lhes dizem que têm que poupar gasolina é abjecto.

Poupar gasolina numa corrida de F1...Que estupidez!

 

Sunday, June 15, 2014

Obrigado Eurosport

 

Normalmente as corridas de 24h são mais interessantes para quem as faz do que para quem as vê. A excepção acontece nas 24h de Le Mans e muita da culpa por isso é da Eurosport.

No meu caso acho até que a culpa maior é dos comentadores do Eurosport português, que de forma absolutamente brilhante conseguem cativar ao longo de uma transmissão de 24h(!).

A afirmação é provocatória e talvez exagerada, mas acho que existem já muitos casos em que o contributo da Eurosport para o desporto automóvel é maior do que o da FIA.

 

Wednesday, June 11, 2014

Tenrinhos demais para Senna e Prost

Depois das declarações de Hamilton no Mónaco, toda a gente esperava uma reedição da antologia Senna vs Prost. Honestamente, até eu.

Não deu em nada. Se pensarmos bem era natural que nada do género se passasse no Canadá. A razão principal pelo "fiasco" prende-se com o facto de que nem o Rosberg consegue ser mau carácter como o Prost, nem o Hamilton consegue premeditar seja o que for. Aliás, o primeiro parece o namorado da Barbie e o segundo parece o Pluto, sempre a querer agradar.

De Prost e de Senna, apenas têm o facto de, como estes, serem dois pilotos do "caraças".

 

Thursday, June 05, 2014

Artesanato nas superbikes

 

 

A Bimota voltou este ano, finalmente, ao Campeonato do Mundo de Superbikes. Que regresso, pelo menos de aspecto já ganharam o mundial.

A mota não tem andado nada, nem para os dez primeiros dá. Para além disso, nem sequer pontua, uma vez que a Bimota não produz motos em quantidade suficiente para ser considerado um construtor - pelos olhos da federação devem fazer artesanato.

Pouco interessa, o que é importante é que tiveram coragem e apareceram sem medos. Os tempos são outros e dificilmente se irá repetir o que aconteceu há uns vinte cinco anos atrás onde quase ganharam o campeonato do mundo e então o mundo percebeu que havia uns italianos para lá dos alpes que faziam obras primas de duas rodas.

 

Sunday, June 01, 2014

Erzberg Rodeo

Acabou hoje, com a vitória de Jonny Walker, a vigésima edição do Erzberg Rodeo, a corrida impossível.

Esse é o mote primeiro dos organizadores, desenhar uma prova que seja impossível de acabar. Assim dito, desculpando a publicidade oportunista deste mote, dá para se ter uma ideia do que espera os concorrentes.

Dura um dia e é já um dos certames mais populares do mundo das duas rodas.

20 anos de loucura, que só podia acontecer num país como a Áustria, um dos mais civilzados do mundo.

Tuesday, May 27, 2014

Bentley é bemvinda

Hoje não estou com grande vontade de falar da (má) prestação do Kimi e do enfadonho GP do Mónaco.
Ao invés, foi bom ver a Bentley ganhar uma corrida. Foi bom porque há muito que não se via a mítica marca nas corridas e porque o seu carro é prova de que se pode ainda ser competitivo com formatos distintos, longe das tendências habituais.
É bom ver um "tanque de guerra" a zupar os carrinhos do costume.


Sunday, May 18, 2014

É por isto que a Lancia vive em nós

Capazes do melhor e do pior, mas muito mais do melhor, do extraordinário.

Friday, May 16, 2014

Mais uma da Lancia

A Lancia é daquelas marcas que está na grande parte dos corações dos amantes do automóvel, pura e simplesmente porque é capaz do melhor e logo a seguir deitar tudo a perder. É mais ou menos como o Jean Alesi, o Hamilton ou o Miguel Esteves Cardoso.

A mesma marca que nos deu o Stratos, o Fulvia, o 037 ou Deltona, agora saiu-se com uma espécie de Thema arraçado de um Chrysler qualquer feito para mafiosos e pseudo assassinos contratados.

O pior de tudo é que ao vivo é ainda mais feio que o Chrysler. Enfim, uma aberração. Enfim, Lancia.

Monday, May 05, 2014

Massa, quem é que o leva a sério?

O Massa apareceu com uma foto destas, mascarado de Jack Sparrow. Quem é que o pode levar a sério?

Thursday, May 01, 2014

Senna

Foi há vinte anos, mas certamente para todos os que lá estavam naquele dia, ou que assistiam na televisão, parece que foi ontem. Goste-se ou não do Ayrton, aquele foi um domingo marcante para qualquer fã do desporto automóvel.

Para mim foi o dia em que se perdeu um ser humano invulgarmente incrível, que traduzia uma quase divindade em, velocidade.

Sunday, April 27, 2014

Chicotadas

Montezemolo rings changes at Ferrari after poor start to F1 season

Anda tudo satisfeito com a chicotada psicológica do Luca, mas temos todos que nos lembrar que na F1 a tecnologia tem mais influência que a componente humana, pelo que tendo ainda que fazer mais de dois terços naquele carro, não é por trocarem as pessoas nas cadeiras que a falta de competitividade fica, de repente, resolvida.

Sunday, April 13, 2014

No fundo, no fundo, gostamos todos um bocadinho disto

Na semana passada foi o Rali de Portugal a demonstrar a capacidade organizativa e a paixão pelo desporto motorizado. Ontem e hoje foi no campeonato do mundo de Enduro, em Vale de Cambra, um sítio improvável para se ver um espectáculo de primeira, com uma imensidão de público.

Por mais que muita gente diga, incluindo eu, que Portugal é um país onde só há lugar para o futebol, acabo por concordar que não é por dizermos muitas vezes uma mentira que ela passa a ser verdadeira. No coração de muitos de nós Tugas, ainda bate a paixão por algo que queime gasolina e que sirva de pretexto para irmos para o meio do mato com a geleira cheia de minis.

Sunday, April 06, 2014

Sem título

Por mais que se ache estranho uma equipa de bebidas duvidosas dominar a F1, nos últimos anos, numa coisa temos todos que concordar, os tipos fazem as coisas bem, muito bem. Veja-se o programa de formação de pilotos, que entre outros, já gerou um Vettel e agora um Ricciardo.

As outras equipas, pelo menos muitas delas, têm muito a aprender com uma equipa de bebidas, sobre automobilismo.

 

Friday, March 21, 2014

Ayrton Senna

I find amazing for you to make such a question, Stewart, because you are very experienced and you know a lot about racing, and you should know that by being a racing driver you are under risks all the time. And by being a racing driver means you are racing with other people. And if you no longer go for a gap that exists, you're no longer a racing driver. Because we are competing. We are competing to win.

Sunday, March 16, 2014

Esquisito, muito esquisito

 

Os motores fazem um barulho horrendo, os narizes são uma anedota e a fiabilidade é patética. Da corrida de hoje fica a prestação do Bottas e do Magnussen, a decoração da Williams e a confirmação Ricciardo.

Tudo o resto foi andar para trás, graças à FIA e à sua inabilidade para gerir qualquer tipo de desporto. Quem é que se lembra de mudar absolutamente tudo numa F1 que finalmente parecia começar a funcionar.

Para além de todas as alterações técnicas, que só tornaram o desporto ainda mais caro, hoje ficámos sem dois campeões do mundo logo nas primeiras voltas, por nítida falta de fiabilidade - talvez a maior conquista da F1 nos últimos anos.

Preparem-se para um ano de F1 esquisito, muito esquisito.

 

Monday, March 10, 2014

Gorilla punch

Uns tipos na Dinamarca criaram esta moto, a partir de uma velhinha CB750, aí há uns cinco anos atrás.

Hoje em dia, para além de estar na moda, quase toda a gente que goste de motos tem uma Cafe Racer idealizada a partir da mítica CB750. Já vi muitas transformações, muitas "cafezadas", mas não vi ainda nenhuma tão brutal e espectacular como esta.

 

Friday, February 21, 2014

Muito melhor que tudo o resto

 

Não conduzi muitos carros, mas de todos os que conduzi poucos se distinguiam de forma determinante de todos os outros. Sim, um Fiat Uno é muito diferente de um SLS. No entanto a expectativa também se adapta, pelo que sabemos de antemão o que esperar de um Skoda Fabia e de um 911.

Para mim isto era a verdade, de que todos os carros se assemelham uns aos outros na fundo da sua essência, até que conduzi um Ferrari.

O 575 Maranello sempre foi um dos meus favoritos, pelo que tinha lido o suficiente sobre o GT italiano. Por mais que tenha lido e admirado, a experiência de conduzir foi muito para lá do que poderia imaginar. Não é o carro mais potente que conduzi, nem o mais leve, mas há ali algo que faz com que se conduza de outra forma. Tudo parace mais leve, mais preciso, mais rápido. Tudo parece diferente, para melhor. Como se a sua génese, na sua esséncia, tivesse sido criado de outra forma, como nenhum outro.

Não sei se é o chassis, a direcção, a suspensão, o equilibrio, ou seja lá o que for, ao pé daquilo tudo o resto é como dançar o tango com um lutador de Sumo.

Nunca tive o desejo incontornável de ter um Ferrari, acho que nunca me tentarei por comprar um, no entanto agora entendo muita da loucura à volta da marca italiana, ou melhor dos seus carros.

São de facto muito diferentes de tudo o resto. Para melhor.

 

Saturday, February 08, 2014

Era bom, mas hoje é melhor

Por vezes podemos pensar que o Dakar já foi mais competitivo do que agora, principalmente se nos lembrarmos de batalhas ultra renhidas como as que habitualmente se travavam entre Hubert Auriol e Cyril Neveu.

Tinha um poster da Cagiva da Lucky Strike, que admirei durante anos de meninice, o Auriol e o Neveu eram os meus heróis.

Mas mesmo se cresci a ver esses tempos épicos continuo a achar que o Dakar de hoje é melhor, por um simples factor, porque hoje em dia conseguimos assistir à prova sentados no sofá.

Antes apenas ouvíamos qualquer coisa, aqui e ali, sobre o decorrer da prova. Normalmente só obtinhamos alguma informação depois da prova terminar.

Hoje seguimos muitas vezes a prova em directo e todos os dias recebemos muitos minutos de imagem que nos mostram a beleza da mais louca corrida do mundo.

 

Saturday, February 01, 2014

Não tenho a certeza, mas acho que sim


Ainda não tenho a certeza, mas acho que as alterações introduzidas na F1 nos vão dar uma boa época. Os carros continuam feios, o barulho dos motores não entusiasma, mas esta coisa de limitarem o consumo, obrigando a uma gestão adicional e com um KERS mais forte, que permita ultrapassagens para além das zonas de DRS, pode dar um resultado bem bom.

Para além do mais parece que o Vettel não tem, para já, um carro canhão.

Parece que tem a vantagem é a Mercedes, o que até nem é mau, uma vez que a Williams e não só, usam motores germânicos.

Estou curioso para ver como fica a Ferrari e o Kimi no meio da salada que vai ser a primeira corrida do ano.

Saturday, January 18, 2014

O Dakar acaba hoje




O Dakar acaba hoje. É pena.

Não senti a intensidade competitiva de outros anos, mas acho que isso se deve a não simpatizar nem com o Roma, nem com o Peterhansel.

A mesma coisa nas motos, o Coma não me diz nada e o Barreda é ainda um miúdo desconhecido, apesar de parecer muito, muito rápido.

Acho que é a minha embirração com os espanhóis e com os franceses. Com excepção do Sainz, acho que não gosto de nenhum.

De qualquer das maneiras, ter dois carros, no último dia, separados por menos de um minuto é notável.

Se o Peterhansel ganhar, será das suas vitórias mais justificadas, pois para qualquer outro piloto, o atraso que acumulou na primeira semana de prova, seria impossível de recuperar. Para ele não, há prova até à bandeira de xadrez e até lá é a fundo.

Para Roma pode ser a derrota de uma vida, uma vez que tinha um avanço tal, que para qualquer outro se trataria apenas de gestão até ao final. Há dez anos atrás, ainda de moto, as câmaras apanharam-no sozinho, completamente desorientado no deserto, a chorar. Nessa altura percebi que o espanhol não tinha aquela tenacidade que caracteriza os grandes pilotos do deserto. Como era espanhol, no ano seguinte a Repsol lá o colocou a correr de carro e assim se tem arrastado até hoje, nunca passando de um piloto mediano. Se assim é, porque é que está à beira de ganhar um Dakar? Porque tem o melhor navegador do pelotão e no Dakar os navegadores ainda ganham provas.

Quanto ao resto, muito abaixo do esperado, começando pelo Nasser, passando pelo De Villiers e acabando no Gordon, que este ano nem se viu.

O Sainz esteve bem enquanto o carro deixou, mas a ilação é a mesma dos dois últimos anos: seja de buggy ou de 4x4, um privado já não consegue ganhar o Dakar. O poderio de uma equipa como a Mini é simplesmente demasiado grande.

Nas motos, a desilusão é só Tuga, pois com três pilotos apontados pelo menos ao pódio, apenas o Helder conseguiu aproximar-se de um quinto lugar, mas mesmo assim sem nunca mostrar velocidade ou consistência para almejar sequer o pódio. Muitos estarão a dizer que teve problemas com a moto que o atrasaram. Então vejam o Després, que teve problemas quase todos os dias com a Yamaha e recuperou até terceiro e se o Dakar tem mais dois ou três dias de duração ainda ganhava a prova.

O mínimo que se esperava dos Tugas era que andassem ao nível de um Barreda ou de um Duclos, ou mesmo do Pain. Mas não, entre a queda do Rúben, as lágrimas do Paulo e os lamentos do Helder, nenhum deu nas vistas, sequer por uma etapa.

Isso foi o que fez o Sousa, que fez o que lhe competia, andar o máximo enquanto o carro aguentasse, ganhando a primeira etapa. Apareceu, deu retorno à equipa e só foi pena que o carro se tenha finado no dia seguinte. Para história fica mais uma vitória numa etapa para o Tuga, mostrando uma rapidez que já nem eu me lembrava que ele tinha.

Sunday, January 05, 2014

Dakar com motos ao rubro




Há mais de dez anos que não se viam tantos construtores a lutar pela primazia das motos no Dakar. Depois de enfadonhos anos de KTMs contra KTMs, temos este ano também Hondas, Yamahas e Shercos, todas com argumentos para disputarem a vitória.

A Honda refez por completo a CRf e contratou tudo o que era piloto em ascensão. O ano transacto foi uma desilusão para o maior construtor do mundo, pelo que decidiu puxar pelos galões e mostrar porque é que o HRC emprega mais de três mil pessoas. Têm cinco pilotos muito bons, mas o que tem mais experiência, parece que começa a perder velocidade - o Helder Rodrigues, que há quem diga que nunca mais foi o mesmo depois do acidente de há um ano e meio atrás. O cabeça de lista de verá ser o espanhol Barreda e o Paulo Gonçalves a fazer de mochileiro.

A Yamaha não investiu grande coisa na moto, porque seguiu uma estratégia inversa, apostou tudo no piloto e contratou o Després. Para mim, apostou bem, porque o francês vale mais do que muitas motos bem preparadas.

A KTM tem o Coma e o Rúben, mais não sei quantos anos de muita experiência.

No fim, aparece a Sherco, que tem umas motos muitíssimo boas para uma empresa mais pequena que o catering da Honda! Emprega o francês Duclos, que é um excelente piloto.

Enfim, perspectiva-se uma luta com quatro construtores, renhida durante duas semanas.