Monday, May 25, 2009

Prémio - Fala a voz da experiência


"...É o que dá colocarem pilotos sem experiência na Fórmula 1..." - Nelson Piquet jr sobre Sébastien Buemi, após este o ter colocado fora de prova.

Sunday, May 24, 2009

Afinal, ele ressuscitou mesmo


Estava para aqui, há pouco, a dizer que o Raikkonen parecia que tinha acordado, liderando a ofensiva da Ferrari, quando leio estas declarações após a prova de hoje.

"Eu sei que não fica muito bem dizê-lo, mas a verdade é que estava a andar bem e de repente perdi muito rendimento por causa dos pneus. Acho que a equipa deveria ter previsto essa situação. Para além disso, nas paragens nas boxes, eu e o Felipe perdemos muito tempo, e isso prejudicou-nos. É mais um alerta para a equipa, pois são detalhes que podem decidir as corridas. Penso que temos ainda muito trabalho a fazer para tentarmos chegar às vitórias. Penso que a equipa está a trabalhar muito, mas precisamos de desenvolver ainda mais o carro. Estou moderadamente satisfeito, mas não feliz. O terceiro e o quarto lugares é bom, mas queremos melhorar. Teremos um novo 'package' aerodinâmico na Turquia, na próxima corrida, o que certamente será uma ajuda." - Kimi na conferência de imprensa após o GP do Mónaco.

O homem está vivo, bem vivo e salutar, naquela acutilância dentro e fora do carro, que fizeram dele um caso raro da F1, nos tempos da McLaren.

É claro que os tiffosi mais fundamentalistas irão dizer que ele não devia dar alfinetadas destas à própria equipa, mas a uma equipa que não tem feito outra coisa que não dormir, eu diria que estas alfinetadas são mais do que bem vindas.

Isto não vai lá com o estilo "companheiro-de-quarto" do Massa. Eles não estão ali para andarem aos beijinhos e abraços. Dêem um carro decente ao tipo que lhes deu o último título mundial, que ele está com "ganas" para tratar do resto e certamente o fará.

Ford - dobradinha na Sardenha, HURRAH!



Não é que não goste do Loeb ou da Citroen, mas quando a equipa que mais deu ao Mundial de Ralis, durante toda a sua história, consegue uma dobradinha, como aconteceu hoje na Sardenha, merece aqui um destaque especial e uns sérios parabéns pela vitória.

Parabéns à FORD!!!

Button majestoso no Principado


Jenson Button não só é o mais sério candidato a campeão do mundo, também se comporta como um, daqueles da velha guarda.

A qualificação de Sábado ficará certamente na memória das qualificações. O que o Raikkonen estava a fazer, nos últimos cinco minutos, já era notável, fazendo três voltas muito rápidas com o mesmo jogo de pneus, dando a entender que a última passagem seria a da pole. Já sobre o tempo limite aparece o Button, numa volta impressionante, cravando um tempo 25 milésimos mais rápido que o do finlandês. O ponta-de-lança da Brawn voltou a ser soberbo, mais uma vez.

Na corrida foi mais do mesmo, rápido que nem uma bala, mas com uma suavidade de piloto de resistência. O suficiente para dominar de fio a paviu. Depois de hoje o Barrichelo calou-se definitivamente e já só pede para ganhar uma corridinha.

Depois da vergonha arrastada que tem sido até agora, a Ferrari conseguiu fazer um GP que, não sendo uma vitória não deixa de saber como tal. Incrivelmente, deram a volta por cima, parecendo estarem capazes de lutar taco-a-taco com a Brawn, ultrapassando tudo o resto.

A liderar a ofensiva vermelha está o melhor Kimi de há muito tempo. Quem o tenha visto na qualificação, viu certamente aquele Kimi que desperdiçava talento nos tempos da McLaren.

O Massa não esteve mal, mas ao pé do Iceman, parecia o Barrichelo diante do Button, banal.

Muito para lá de banal, para lá de mediocre mesmo, estiveram a Toyota e a BMW, que levaram um banho de todos os outros, incluindo da Force India. A BMW está na pior fase da sua história na F1, roçando já o anedótico. Com a Toyota passa-se aquilo que se passa com todas as equipas de meio da tabela, de vez em quando conseguem fazer e afinar um carro rápido, mas depois falta-lhes consistência para fazerem o mesmo durante todo o campeonato. Equipa verde, faltam-lhes muitos GPs para serem realmente ganhadores.

Verde é o melhor que se pode dizer do Vettel, que foi para o Mónaco brincar aos combóios, travando toda a gente atrás de si a um ritmo de mais de três segundo por volta, em relação aos primeiros. Depois de ter derretido um jogo de pneus em menos de uma dezena de voltas, lá lhe meteram umas borrachas novas para ele se enfiar, logo de seguida, de encontro ao muro do final da recta da meta. Não lhe fazia mal nenhum passar uns dias a aprender com o seu colega de equipa, Mark Webber, que hoje fez mais uma valente corrida, acabando consistentemente atrás dos quatro carros mais rápidos do Principado do Mónaco. O Webber pode não ter aquela velocidade natural do Vettel, mas na maioria das vezes compensa com méstria e bravura atrás do volante.

Palavra final para o Hamilton, que tendo errado nos treinos fez a corrida possível. O que queria mesmo realçar era o facto do campeão do mundo andar diferente. Não que não se esforce quando está atrás do volante, quando está fora do carro é que as coisas mudam de figura. É um piloto sem chama, comportando-se de forma insípida e sem qualquer entusiasmo. É o oposto do seu compatriota, Jenson Button. No entanto, era justamente no Button que deveria colocar os olhos e aprender que na F1 haverão sempre alturas em que um piloto ou equipa estarão em momentos menos bons. O Hamilton é muito novo, esta não será a única crise da sua carreira, mas com o seu talento é certo que haverão também muitos mais momentos bons. Por agora o miúdo inglês é apenas um piloto seco que dá umas entrevistas um pouco mais desinteressantes que as do Raikkonen.

Friday, May 22, 2009

Batemos no fundo


Nunca aqui me manifestei acerca da FPAK, mas desta foi demais, a entidade e consequentemente o automobilismo nacional, bateu no fundo.

Com o anulamento do campeonato nacional de karting, hipotecaram o futuro do desporto automóvel em Portugal, uma consequência da falta de acção da federação para com a disciplina fundamental.

Temos assistido ao depauperar dos campeonatos de ralis, de velocidade e agora até do todo-o-terreno, sempre com a justificativa de que é a crise, mas a crise não justifica tudo, porque muitos dos pilotos não abandonaram o desporto, limitaram-se a ir correr aqui para o lado, para Espanha. A mesma coisa acontece agora com o karting, com muitos pilotos a partirem para terras de "nuestros hermanos", onde uma época a um ritmo competitivo não custa uma fortuna, onde a promoção existe realmente e onde as grelhas de partida têm mais de trinta pilotos.

A crise não justifica a miséria em que está o desporto automóvel em Portugal. É tempo das pessoas assumirem as suas responsabilidades e promoverem a mudança. Chega!

24h Nurburgring - corridas para o povo


As 24 horas de Nurburgring são uma das competições mais populares que ainda se realizam.

Quando escrevo "populares" não o faço devido aos milhares de espectadores que estarão a acompanhar a prova. A expressão vem do facto de se tratar uma competição aberta a qualquer um, com qualquer tipo de veículo, coisa cada vez mais rara num desporto em que é quase sempre preciso ser-se milionário e não fazer mais nada a não ser correr. Tirando a impressionante excepção que são as corridas no Reino Unido, cada vez menos se vêem provas em que pilotos "amadores" possam correr a um nível profissional, pelo que é de salutar mais uma edição da mítica alemã.

Thursday, May 21, 2009

Açores - Motivo de orgulho


O Nuno enviou, e bem, um excelente video do rali dos Açores.

É o rali mais belo de Portugal e um dos mais belos do mundo.

Tuesday, May 19, 2009

A todos os fãs dos ralis.


Vivemos num tempo em que a sociedade "moderna" decretou que ninguém podia morrer e como tal criaram-se suficientes leis, regras e proibições para que o inevitável nunca aconteça.

É-nos por isso difícil compreender o que é que passava pela cabeça das pessoas que vemos no video, para se comportarem daquela maneira irresponsável, arriscada, estouvada, louca, vibrante, apaixonada e viva. Sim, acima de tudo viva, muito viva.

Não foi assim há tanto tempo. Os mais velhos de vocês poderão ter estado no filme e se não, pelo menos muitos dos vossos pais estavam ali a celebrar a vida, através da adrenalina de "tourear" um Grupo B.

Neste tempo em que é proibido morrer e em que, por vezes, a única emoção de uma corrida é dada pelo acidente do Safety-car, estas imagens parecem vir de uma realidade paralela. No entanto, não, são de há pouco mais de vinte anos e o que as originou então, ainda vive dentro de todos os que gostam de se levantar cedo para ir para o meio do monte apanhar pó de um carro de ralis.

A paixão dos ralis ainda vive, só que bem mais longe do perigo e um pouco mais distante da emoção.

Monday, May 18, 2009

A origem do drifting



O drifting nasceu nesta curva.

Skoda nos Açores


Belíssima foto!

O WTCC merecia mais


Este é já um dos videos mais vistos do WTCC, o que é normal, pois trata-se de algo nunca antes presenciado. Independentemente de tentar perceber se é falta de jeito do condutor do “Safety-Car” ou distracção do piloto do BMW, o que me fica na ideia é que este é mais um exemplo da baixa qualidade dos circuitos onde este campeonato se disputa.

A pista de Pau é perfeitamente aberrante, com os carros de hoje em dia, estando ao nível da de Puebla, da de Marrakech e do circuito da Boavista.

Pergunto-me porque razão insistem neste tipo de circuitos. Tantos autódromos por esse mundo fora e decidem correr entre muros e passeios, com zonas em que a largura de pista é inferior à de muitos autódromos e onde uma ultrapassagem só se consegue à custa de muita lata amassada.

Toda a gente tolera o Mónaco pelo significado do circuito no imaginário do público dos automóveis, mas não passa disso, tolerância. Ver carros a seguirem em fila entre prédios e ruelas é suficiente uma vez por ano.

O WTCC, apesar da guerra de regulamentos entre Seat e BMW, é um dos melhores campeonatos que nasceram nos últimos dez ou vinte anos e merecia muito melhor, em relação aos locais onde se disputa e às organizações que o recebem.

Os ingleses, que foram os peregrinos disto do desporto automóvel, organizam entre outros o melhor campeonato de carros de turismo do Mundo, o BTCC e ninguém os vê em pistas citadinas. Por alguma razão será.

Sunday, May 17, 2009

O efeito Porsche


Recebi esta semana um e-mail falando-me do Panamera e das anteriores tentativas da Porsche de fazer um carro com quatro portas. Nem por coincidência ontem, quando passava na rotunda da Porsche, cruzei-me com dois destes Panameras e mais uma vez tive aquela sensação que sempre tenho quando me cruzo com um Cayenne, de que de alguma forma, ali vai um mutante de quatro rodas.

No entanto, os gostos não se discutem e independentemente do que os puristas possam dizer, o que vai acontecer é que a marca vai sobreviver, com sucesso, ao Panamera, ao Cayenne e a outros "desviados" que se lhes juntem. É o chamado efeito Porsche, algo que lhes permite sair sempre por cima, mesmo depois de fazerem as coisas mais estranhas.

Mesmo depois de coisas como o 914, o 924, a tentativa de assassinato ao 911 com o 928 e mais ultimamente com o Cayenne - um VW feito na Eslováquia que leva uns retoques e o emblema Porsche - nunca impediram que a marca continuasse a crescer de forma absolutamente notável, ao ponto de estar já cotada acima da Toyota, como a maior geradora de lucros da indústria automóvel.

O "efeito Porsche" é normalmente atribuído ao fenómeno que é o 911, mas acho que a mestria da marca vai muito para além das belas formas do eterno desportivo.

Há mais por detrás deste "efeito", sendo que para mim, quase tudo se deve ao mais simples dos factos, de que naquela casa se fazem BONS carros! Fazerem-se bons carros é algo que muitos construtores acabam por esquecer - perguntem ao americanos - e no entanto continua a ser o mais básico dos princípios para se ter sucesso.

60% dos Porsches construídos, desde 1931, ainda hoje funcionam. Isso por si só é algo que poucos se poderão orgulhar e que diz muito sobre um construtor. Já ouvi as mais apaixonadas histórias a condutores de 911, mas mesmo a quem tem um 924, nunca ninguém ouviu dizer que o carro lhe deu problemas ou que o deixou à beira da estrada à espera do reboque do ACP.

Poderemos ser levados a pensar que não ouvimos falar de problemas porque simplesmente as pessoas se esquecem de os mencionar, no entanto não é isso que se passa no caso dos condutores dos Alfa Romeos. Sintomático, não?

Também não serão certamente os momentos bons que se sobrepõem aos maus, porque simplesmente o 924 não seria capaz de lhes proporcionar memórias tão boas que apagassem tudo o resto. É uma inevitabilidade das leis da física.

Podendo não ser sempre os mais rápidos, os Porsche são sempre bons carros que excedem, na grande maioria dos casos, as aspirações de quem os possui.

Todos sabemos que o 911 é mais rápido que o Cayman, mas fora do autódromo, conduzido nas estradas de todos os dias, pelo condutor de todos os dias, quantas vezes é que essa diferença de velocidade se verifica? No final do dia o condutor do Cayman ou do Boxster estará tão satisfeito como o do GT3 e para ambos o importante é que o carro que conduziram serviu sempre o propósito para o qual o compraram, sem chatices nem aborrecimentos.

No final, se um dia fossemos suficientemente abastados e necessitássemos de um veículo de quatro portas, quantos é que desdenhariam da posse de um Porsche Panamera? Muito poucos, certamente só os que escolhessem o Aston Martin Rapide.

Saturday, May 16, 2009

Nos ralis o público é fundamental


Não fossem os espectadores e mais de metade da rapaziada que passou nesta curva não tinha saído de lá. Nos ralis o público não está lá só para ver o espectáculo, também lá está para ajudar a colocar esse espectáculo de volta à estrada, sempre que precalços como os do filme acontecem.

Ralis



Imagens de ralis nos tempos em que havia mais do que um parque de assistência e em que a preocupação era chegar onde houvesse a melhor classificativa possível para pilotos e público.

Friday, May 15, 2009

Mais do mesmo


Para além das tonterias na F1, a FIA prepara-se para introduzir a regulamentação do “motor único”, i. e., uma motorização a ser desenvolvida para que sirva várias categorias. A ideia é ter um motor que dê para um carro de ralis e que com algumas pequenas alterações também dê par um monolugar ou veículo de resistência. É claro que desenvolver uma coisa tão versátil assim não sairá barato e depois manter também não, pois os compromissos técnicos nunca foram amigos das poupanças.

Caso seja implementado, o que vai acontecer daqui a dez anos é que vão chegar à conclusão que afinal isto do “motor para gregos e troianos” não foi assim uma grande ideia, à semelhança do que se está a passar agora com a regra do parque de assistência único, nas provas de ralis.

Há dez anos atrás quando vieram com a “boa nova” de um parque de assistência unitário em cada prova, era proclamado que tal medida salvaria as corridas de estrada. Hoje em dia, praticamente toda a gente está de acordo, que essa maravilha da regulamentação desportiva, não salvou a modalidade, acabando mesmo por, em muitos casos, afastá-la do público dos ralis e criou situações ridículas como ligações de estrada com mais de 150 kms.

Não me canso de puxar pelo exemplo das Superbikes, porque é a competição com o desenvolvimento mais exemplar das últimas décadas. Se querem cortar custos, então obriguem as equipas a utilizarem motores derivados de série. Tal beneficiaria não só os custos mas também a evolução da tecnologia dos veículos do dia-a-dia. Veja-se a evolução das motos de estrada nos últimos quinze anos - não são só as super-desportivas com matrícula que beneficiaram, hoje em dia, até as scooters têm algo que primeiro foi desenvolvido para ganhar corridas, numa miríade de inovações que vão desde os travões, aos pneus, passando pela injecção de combustível e acabando num mundo de electrónica – para se perceber como os veículos comerciais podem ganhar com a competição e veja-se uma corrida de SBK para se ficar embasbacado com a forma como uma competição pode ser espectacular partindo de motos saídas de um qualquer stand junto de si.

Monday, May 11, 2009

Mais uma expectativa gorada



Começam a ser recorrentes as fracas prestações de Bruno Magalhães e da equipa Peugeot Portugal, em provas internacionais.

Nos últimos dois anos, têm sido grandes as expectativas em relação ao campeão nacional sempre que uma prova internacional se disputa entre nós, onde é repetidamente apontado como candidato à vitória.

Essas expectativas têm saído, sem excepção, largamente goradas e sem querer deitar abaixo, levantam-se no mínimo algumas questões acerca do nível competitivo, se não desta equipa que tem dominado o panorama nacional, pelo menos acerca do nível competitivo do nosso campeonato.

***

Opinião:

É difícil encontrar explicações para tais fracassos. Os nossos melhores pilotos (e equipas), aqueles que têm um nível internacional quando se colocam em confronto directo com os demais parecem vacilar. Aconteceu com o Miguel Campos, com o Adruzilo, com o Armindo Araújo, e agora acontece com o Bruno Magalhães. Sendo português, sei que o único piloto a andar em Portugal com possibilidade de lutar pelos lugares cimeiros é o Bruno... e tal facto só aumenta a desilusão. Só o Rali Vinho Madeira poderá mudar este ciclo... ele conhece muito bem a prova, e tem argumentos para lutar por igual com os concorrentes do IRC... a diferença serão os pormenores.
Mas optou por colocar a fasquia baixa, ou não criar expectativas. Se vier um bom resultado excelente... se não é mesmo preciso ir à "bruxa".

(Quim)

Sunday, May 10, 2009

Três verdadeiros pilotos no pódio


A corrida não foi propriamente a mais animada da temporada, mas também não foi aborrecida. O Button esteve magistral, outra vez (já começa a ser uma repetição) e justifica finalmente porque é que sempre foi um dos mais bem pagos na F1. Quem o contratava parece que sabia o que é que ali tinha.

O Barrichelo também andou bem e não se tivesse atrasado com o segundo jogo de pneus e tinha ganho a corrida. Quem não saiba não imagina que o brasileiro já tem 36 anos, tal é a forma sadia como disputa as corridas. Se este ano for mesmo o seu ano de despedida da F1, então fá-lo-à pela porta grande.

Grande esteve também Mark Webber - não me canso de louvar este tipo - que foi para Espanha de faca nos dentes, para tentar reverter a desvantagem que tinha para o seu companheiro de equipa e mesmo depois da meia desilusão de ontem na qualificação, hoje fez um GP brilhante, de garra e inteligência. A ultrapassagem ao Alonso, no final da recta, na parte suja da zona de travagem, diz muito acerca das "ganas" que o australiano tinha para fazer um bom resultado. Após esta manobra de antologia, com a dose certa de agressividade, arrancou para uma corrida inteligente que lhe permitiu passar o Vettel e o Massa, para acabar num pódio mais que merecido.

O pódio de hoje terá sido dos mais consensuais de sempre, três verdadeiramente bravos pilotos, após uma grande prestação na corrida.

Tirando isto não há muito mais acerca do que escrever, a não ser que o Hamilton passa pela fase mais difícil da sua curta carreira, com um carro que, tirando o sistema KERS, não anda muito mais que um Force India. Sobre os Ferraris, já tinha dito tudo antes da corrida, estavam melhor se tivessem ficado em casa, evitavam a humilhação.

A palhaçada continua


Errar uma vez, pode acontecer a toda a gente. Cometer o mesmo erro duas vezes, acontece só aos burros.

O que a Ferrari fez na qualificação foi burrice e incompetência. Ter um carro capaz de ficar, seguramente, nos oito primeiros e não passar da primeira parte da classificação é incompetência pura de quem tem que gerir a corrida nas boxes.

Como é que é possível, ter um dos carros a fazer o melhor tempo (Massa) e ter outro parado nas boxes, qualificado para lá dos quinze primeiros.

O problema da Ferrari não está no carro nem no departamento técnico que o desenha e constrói. O problema da Ferrari resume-se à falta de liderança nas boxes.

Esta semana alguém dizia que a F1 sem a Ferrari não seria a mesma coisa. É claro que não, sem estes palhaços, o resto do pelotão ficava sem motivos para se rir.

Wednesday, May 06, 2009

Campeonato Ibérico


Há em Espanha um projecto para fazer uma nova competição de monolugares, intitulada de GP4. O projecto não traz nada de inovador em termos técnicos, pois promete mais uma vez ser uma fórmula de entrada nas corridas de circuito, destinada a quem vem do karting. O que é realmente diferente, é o facto de se propor a organizar uma competição ibérica, correndo-se em Portugal e Espanha.

Parece-me uma excelente ideia, não só para esta competição como para outras. Para além de permitir aos pilotos correrem noutros circuitos, contra uma concorrência mais vasta, traria grelhas de partida mais completas e assim, mais interessantes para o público. É claro que os custos de deslocação seriam outros, mas acredito que seriam largamente compensados pelos patrocínios, já que em termos de retorno se ganharia outra dimensão. Afinal Espanha é o maior mercado para a generalidade das empresas portuguesas.

O nosso país não tem dimensão para sustentar um nível realmente competitivo, em campeonatos de circuito ou de estrada. Se não se alargar o mercado de oferta aos patrocinadores, continuaremos a ter corridas com listas de inscritos paupérrimas ou suportadas apenas em troféus monomarca.

Momentos de Antologia - GP de Espanha 1986


Por acaso, apanhei no "GP Classics" a corrida de 86 em Jerez, lembrei-me então porque é que a F1 tem aquela magia.

O Mansell estava em quinto, quando iniciou um série espectacular de ultrapassagens, até chegar a primeiro. A oito voltas do final é ultrapassado pelo Senna e pelo Prost. Mansell decide ir às boxes colocar pneus novos, saindo para a pista de faca nos dentes, passando o Prost novamente, para acabar a corrida praticamente lado a lado com o Senna.

A forma como o Mansell conduziu, ultrapassou e corajosamente decidiu ir às boxes a tão pouco tempo do final da corrida, mostram que era o verdadeiro leão inglês. Até nas declarações finais, mostrou que era um piloto de uma classe que já não existe.

Monday, May 04, 2009

As 49 mais belas máquinas de quatro rodas - Ford Mustang (41)




Dos três grandes construtores americanos, a Ford é a única que se mostra capaz de sobreviver sem a ajuda dos contribuintes americanos. Tal não é de estranhar, pois a marca do oval azul foi a única a tentar e a conseguir afirmar-se fora dos EUA, sendo mesmo pioneira na tentativa (falhada) fazer um carro “global” (o mal fadado Mondeo). Esta ousadia de vender carros por esse mundo fora, ajudou a amortecer a queda do mercado americano e fez a diferença em relação aos seus colegas da GM e da Chrysler, que encararam sempre o mercado externo como um passatempo engraçado, enquanto preguiçosamente se governavam a vender “pick-up” (carrinhas de caixa aberta, como se diz cá no burgo) nos “drive-in” do McDonalds.

Acredito também que no ranking de simpatia automóvel, a Ford, apareça seguramente entre as três primeiras posições.

Se o automóvel existe hoje, tal qual o conhece-mos, deve-se em muito à marca de Henry Ford, tendo sido pioneira em muita coisa e mesmo onde não o foi, soube ser sempre uma honrosa percursora. Estiveram sempre presentes em tudo, não havendo segmento em que não tenham um veículo que todos recordem. Casos paradigmáticos, como o Ford T, o Anglia, o GT40, a Transit, o RS 200, o Escort ou o Focus, estarão sempre na minha memória. Da mesma forma acontece com as corridas, em que desde a F1, passando por Le Mans, acabando na verdadeira lenda que representam os seus carros no mundial de ralis, muito se deve a esta marca norte-americana.

Nunca foi, no entanto uma marca de carros estonteantes. Com pouquíssimas excepções (GT40 e pouco mais), os seus veículos cativaram sempre por aquilo que representavam. O melhor exemplo disso é o Mustang, que não sendo nenhum paradigma do design automóvel, suscitou sempre arrastadas paixões, mesmo por quem estava deste lado do oceano e só vislumbrava as suas formas, nas infinitas aparições nas séries de televisão. Não deve haver carro mais amado pelas câmaras de televisão e desde séries para adolescentes até coisas mais “hardcore”, não há programa em que não tenha aparecido.

É também por isso que aparece nesta lista, porque é um carro que me ficou no imaginário, quer seja com capota ou sem ela, havendo apenas um “must”, o motor V8 com aquele trabalhar pachorrento.

Sunday, May 03, 2009

Piscar de olho em Le Mans



Ninguém acredita que a Ferrari abandone a F1, ou pelo menos ninguém quer acreditar, mas o presidente da marca italiana, Montezemolo, vai fazer tudo para que a FIA sinta essa ameaça. Vai ser ele a dar a bandeirada de xadrez nas próximas 24 horas de Le Mans, piscando um olho às Le Mans Series e ameaçando um manguito à F1 de Max Mosley.

O maior de sempre


Vaticinei que o Stoner ganharia com facilidade o campeonato deste ano e julgo que não estarei longe da verdade. Continuo a achar que o australiano será superior na maioria dos circuitos, principalmente nos mais rápidos. No entanto, já lá vão três corridas e tivémos três vencedores diferentes, sendo que hoje ganhou o melhor piloto de todos.

Por aqui há uma tendência para se torcer a favor da Ducati, mas uma vitória do Rossi, como a de hoje, será sempre louvada e se no final do ano, se por acaso, ele voltar a conquistar o caneco, então mais uma vez será por ser simplesmente muito melhor que os outros todos.

Este ano não é fácil seguir as MotoGP, a não ser que se pague a propina à Sport TV, mas quem tenha oportunidade, então que o faça porque estará a testemunhar o maior piloto de motos de sempre e que este ano poderá estar na sua última temporada.

Pelo menos o público africano, merecia mais.


Não há ninguém que não aplauda o regresso de uma competição de nível mundial ao continente Africano, como aconteceu na jornada de hoje do WTCC em Marrocos, mas fazê-lo num circuito como o de Marraquexe é absolutamente ridículo.

Os circuitos citadinos já são normalmente aborrecidos (veja-se o nosso renovado circuito da Boavista) mas o que se viu hoje foi muito para lá de enfadonho. Não acredito que não se pudesse fazer mais do que uma pista que tinha apenas uma curva digna desse nome. O Continente Esquecido não precisava de se ver representado num campeonato do mundo de uma forma tão paupérrima. Não ajuda o desporto por aqueles lados, nem abona à forma como o ignorante "mundo civilizado" olha para aquelas paragens.

Sempre tive as ovais americanas como o nível mais baixo de uma pista de automóveis, mas hoje vi que a simplicidade bacoca do desporto norte-americano consegue ganhar toda uma miríade de particularidades interessantes, quando em comparação com a jornada do WTCC em Marrocos.

Friday, May 01, 2009



No fim-de-semana passado houve corrida de Superbikes e mesmo se no cômputo das duas mangas quem ganhou foi o Haga, a estrela foi mesmo o novo miúdo maravilha, Ben Spies, que ganhou a primeira corrida de forma absolutamente espectacular. A duas voltas do final estava em terceiro lugar, conseguindo duas ultrapassagens de antologia, uma delas ao Haga. Temos piloto!

Ayrton



Foi há 15 anos atrás.



***

Opinião:


O dia mais triste da F1. Ficou-me gravado para sempre. Tinha organizado um pic-nic familiar nas matas da encosta de V.N.Cerveira. Levei uma televisão a P&B, liguei-a à bateria do carro, e bora lá ver a corrida. 1ª confusão e tristeza com o acidente do Pedro Lamy no arranque. Recomeço, e ver o Ayrton a comandar a corrida num Williams, era para mim espectacular! Mas mal acontece o acidente, percebi logo pela dinâmica e pelas reacções do corpo que o Senna estaria mesmo muito mal. Acabamos o pic-nic de imediato, viemos embora a ouvir a radio (o Domingos Piedade, na Antena1, ou na RFM, já não me lembro), e a parar em todos os cafés para dar rápidas miradas na emissão da TV, ver se havia novidades. Tenho fotos desse pic-nic, dos meus filhos e sobrinhos, todos ainda pequenitos, e claro sempre que as revejo, vem a nostalgia do Senna e a raiva daquele fim-de-semana sangrento da F1. Mas logo de seguida revejo algumas das vitórias do Ayrton, a 1ª volta de Donington à chuva, a vitória "roubada" no Mónaco em 84, o mano a mano com o Mansell na recta de Barcelona, a volta de qualificação da sua 1ª pole, no Estoril no inesquecível Lotus-Renault JPS de 1000 cv, o acidente com o Prost no Japão 89, e a sua inquebrantável vontade de ganhar: pediu e pediu para lhe empurrarem o carro, prosseguiu e ainda foi ganhar a corrida...e o titulo, depois gamado na secretaria. E fico feliz por ter vivido todos esses acontecimentos, e ter desfrutado dessa maravilha que era ver o Senna a pilotar os F1, e a ganhar, e como alguém dizia, a ver o rails afastarem-se quando o Senna passava!

O Presidente