Wednesday, October 31, 2007

Não havia necessidade


Quando me ligaram a dizer que o Armindo tinha ganho a super-especial do rali do Japão, retorqui de imediato que seria algum erro da cronometragem. Verifiquei em mais do que um site a tabela de tempos e todos apontavam o português como vencedor, até que quando o site do WRC confirmou a classificação, finalmente acreditei. Não que eu não saiba da rapidez do Armindo, mas um Grupo N ganhar um troço aos WRC é mais do que improvável e sendo um português a fazê-lo, eu nem queria acreditar.

Ganhar uma super-especial com menos de dois quilómetros não diz muito acerca de um piloto, fazê-lo num carro do agrupamento de produção já diz um pouco mais, numa prova do campeonato do mundo, diz que pelo menos o tipo que ia com o volante nas mãos é rápido o suficiente para ter acreditado que podia zupar aquela malta toda e isso conta muito.

Pelo que escrevi acima tinha todas as razões para já ter aqui postado, no mínimo os parabéns à dupla portuguesa. Não o fiz e só estou a escrever agora por causa de um comentário.

Não escrevi porque não consegui dissociar um feito extraordinário do piloto, com a extraordinária incompetência da equipa. Ir daqui para o Japão para ser desclassificado por causa de um tubo é anedótico e mesmo que se diga que a culpa é dos tipos que venderam o carro, não desculpa uma equipa que se intitula como a oficial representante da Mitsubishi em Portugal.

Uma vez fui autuado porque o motociclo que conduzia não tinha piscas. Ainda repliquei que quem os tinha tirado tinha sido o dono, esse maluco, eu nada tinha a ver com isso, era só o utilizador. O polícia bem que acreditou que o dono do motociclo tinha sido um doido negligente, mas quem pagou a multa fui eu. Sacana do bófia que agora deve ser comissário técnico no Rali do Japão.

Sunday, October 28, 2007

Os naturais parabéns ao Álvaro Parente


Não quero parecer repetitivo, mas já aqui disse bastas vezes que é um piloto excepcional e acho que actualmente não há piloto nacional ao nível do Álvaro Parente, nem o Tiago Monteiro, nem o Filipe Albuquerque, nem os Petiz, nada. O seu valor é inegável pelo que este título acabou por ser natural. O que este piloto precisa é de uma oportunidade e de tempo para mostrar trabalho. Temo que daqui para a frente esbarre definitivamente na habitual injustiça do desporto automóvel e no facto de ser natural de um país com pouca representatividade no lobby da F1. De qualquer das maneiras, os maiores parabéns, porque mesmo longe dos holofotes e do mediatismo da televisão nacional, esta é uma das grandes notícias e feitos dos desporto nacional últimos tempos.

Será assim tão feio que o têm que esconder?


Já com o lançamento do novo Subaru Impresa WRX foi a mesma história. Agora as marcas lançam umas fotos enigmáticas antes de revelarem os novos modelos e foi o que a Ford fez com a versão Bullitt do Mustang.

Só há uma coisa que pergunto, será que o carro é tão feio que tiveram que lançar uma foto em que não se consegue ver nada?

Thursday, October 25, 2007

F1 - o melhor de 2007

Kimi Raikkonen - começando pelo campeão, pode-se dizer que a primeira parte do campeonato não foi brilhante, parecia adormecido, atordoado, a ver passar os McLaren. Tal também se pode ficar a dever à falta de competitividade do Ferrari, não sei, o que é certo é que nunca desistiu de lutar e fê-lo quase sempre de forma magistral. Já o disse aqui várias vezes, em corrida e no seco, o Kimi é o piloto mais rápido que já vi desde o Senna, deixando só algumas reservas em qualificação e no molhado, circunstâncias onde é apenas muito bom. Se em pista já toda a gente sabia o que ele valia, a forma como se comportou fora dela durante toda a época é também digna de um verdadeiro campeão como já não se via há um tempo. De referir a forma como se demarcou do Schumacher logo no início do ano, afirmando-se como piloto seguro e sapiente, assim como se esquivou a polémicas e comentários desnecessários, respondendo sempre aos adversários e críticos na pista, como deve ser.

Ferrari - se eles não ganham o campeonato de pilotos, os comentários por esse mundo fora eram de que a equipa tinha ficado orfã do Schumacher e do Ross Brawn.
A meio da temporada com parcos resultados, o Todt e o Montezemolo podiam ter-se escondido no alibi do caso da espionagem. Ao contrário melhoraram um carro mal nascido, que comia demasiados pneus e com problemas de fiabilidade, conseguiram unir a equipa em volta de uma dupla de pilotos que à partida era improvável de se entenderem. Antes do último GP renovam com o Massa para que este não tivesse dúvidas que fazia parte da equipa, acabando este por cumprir o seu papel no título do Kimi sem quaisquer polémicas ou atritos. Como equipa de F1 continuam a ser os melhores, há mais de uma década.

Hamilton - para a história ficarão os resultados do inglês no ano de estreia, representando records muito difíceis de bater no futuro. No entanto, para mim, o miúdo tem um grande caminho para percorrer e não será com facilidade que se encontrará noutra situação de poder ganhar o título, como aconteceu este ano.
Para além de ser rookie, a única razão para estar entre os melhores de 2007 é a sua prestação na qualificação, onde de facto foi superior. Há muito que não via ninguém ser capaz de tirar tanto de um carro numa única volta, mesmo em situações em que o McLaren não era melhor que os Ferrari, nem tinha a vantagem do peso. Aí foi sem dúvida o melhor.
Numa altura em que na F1 a posição na grelha praticamente determina a classificação final, o jovem inglês fez dessa supremacia em qualificação a sua força para conseguir bons resultados. Reafirmo que em corrida ele não mostrou nada por aí além, ou porque não precisou, ou porque ainda tem que evoluir nessa circunstância.

Mark Webber - que pilotaço. Talvez nunca chegue a uma posição de disputar um campeonato, mas tal é uma pena, pois em situações adversas de disputa em que um lugar tenha que sair a ferros, o australiano é no mínimo espectacular. Tem aquela tenacidade e aquela dureza que envergonha os meninos de laboratório, é um piloto de barba rija, à antiga. Quando o vejo em confronto com esta geração de miúdos extremamente rápidos e penteados, lembro-me que é como se o John Wayne contracenasse com o Tom Cruise.

Nico Rosberg - este aqui é a antítese do Webber, mas temos que aceitar porque é esta geração de laboratório que vai liderar a F1 nos próximos anos. Mesmo sendo parecido com o namorado da Barbie, o filho do Keke realizou um excelente campeonato, num ano de confirmação como piloto de excepção, com momentos muito bons como, por exemplo, em Monza.

Williams - diz-se que a história da F1 se confunde com a da Ferrari, mas se isso até pode ser verdade para quem vive o desporto com paixão, há que não esquecer que quem construiu este desporto tal qual o conhecemos hoje em dia, foram equipas como a Williams. É a última de uma nobre estirpe de equipas de competição que suportaram este desporto até à chegada dos grandes construtores e por isso deve ser homenageada, não só por ainda subsistir mas também por fazê-lo com brio, mérito e resultados. Ao contrário do que se poderia pensar há dois anos, quando poderia ter entrado numa expiral descendente onde já vimos desaparecer muitos outros, deu a volta por cima, conseguindo um bom budget e um pacote técnico que lhe permitiu ridicularizar os gigantes orçamentais da Toyota, da Renault e da Honda, batendo-se muitas vezes com a BMW, que diga-se em abono da verdade, aprendeu tudo sobre corridas com o bom do Frank Williams e com o Patrick Head.

Wednesday, October 24, 2007

F1 - o pior de 2007



Ron Dennis no Stepneygate – o comportamento do inglês foi simplesmente vergonhoso, atirando areia para os olhos de toda a gente (até do Max Mosley), numa tentativa de ridicularizar todos os que apontavam para o que era evidente. A forma como tentou manipular tudo e todos foi ao mais baixo nível que alguma vez vi na F1, só comparável às figuras invertebradas que pululam no mundo do futebol.

Alonso no Stepneygate – o espanhol esteve à altura do Dennis no meio do lodaçal que foi este episódio. Para mim correr num desporto automóvel com o nível de informação que o espanhol tinha acerca dos adversários é o mesmo que correr com doping no atletismo. Mas ele não ficou por aí com o seu escudeiro De La Rosa, buscou activamente essas informações ilícitas, pediu mais ao tal do Stepney, geriu a sua estratégia com base no trabalho dos outros (Ferrari), na mais pura trapaça, na mais descarada batota sem pruridos e isso para mim dá irradiação, ou pelo menos devia dar.

Alonso em geral – primeiro foram aquelas tangentes às boxes no GP dos EUA, pelo facto da equipa não ter dito ao Hamilton para o deixar passar, depois foi o episódio em que bloqueou o colega de equipa nas boxes para que este perdesse uma volta na qualificação, juntando as trocas de e-mails com informação da Ferrari à chantagem que fez com a própria equipa para que fosse preferido como o número um, acabando no triste espectáculo de forçar a FIA a colocar um fiscal para aferir da igualdade de oportunidades que a McLaren dava aos seus pilotos, tudo mostra o comportamento muito pouco digno de um bi-campeão do mundo. Mais uma vez lembro que muitas vezes o Schumacher foi vaiado porque a sua supremacia em pista não tinha reflexo no seu carácter, pois digo que nunca o Schumacher desceu tão baixo como o Alonso.

Spyker – livrou-se de boa, o Tiago Monteiro. Sinceramente pensava que os tempos miseráveis em que havia equipas que tinham que prostituir os lugares nos seus seus carros para continuarem a subsistir já tinham acabado. Enganei-me, qual Enzo Coloni, lá se viu mais uma participação no mais elitista desporto do mundo, a troco de alguns (muitos) milhões. Yamamoto pode ser um óptimo rapaz, mas não pertence ali, simplesmente porque ao pé dos outros é um lento, pé-de-chumbo, um empata, ao nível de uma Giovanna Amati.

Fiabilidade Red Bull – um tipo cansado quando bebe Red Bull fica com uma pujança imediata, mas após o efeito fica ainda mais cansado, a bebida é mais fogo de palha do que outra coisa. Os carros da equipa de F1 foram um espelho da bebida que lhes dá nome, a começarem sempre as corridas em grande para acabarem prematuramente com algum problema mecânico. Numa altura em que a fiabilidade na F1 é algo tão certo como a subida do preço dos combustíveis, é incompreensível como é que os carros do touro vermelho falharam tantas vezes. O Webber e o Coulthard mereciam muito mais.

Toyota – os carros japoneses deveriam ter um autocolante na traseira a dizer “Perca dinheiro, pergunte-me como”. Como é que uma empresa que dá lucro consecutivamente desde o ano da sua fundação, se permite gerir tão mal o maior investimento desportivo da sua história?

Honda - toda a gente comete erros e não é invulgar um F1 começar o ano com problemas de concepção. O que é difícil de entender é como é que durante um ano inteiro não se é capaz de reverter a situação. A Honda mais parece a equipa de futebol do Benfica, começa sempre com o plantel errado e depois é um sofrimento e um queimar de treinadores e jogadores até ao final do ano. O Button não merecia ver a sua carreira esfumar-se assim por causa de uma equipa incompetente. Já agora, se a Honda for como o Benfica, o Barrichello é o Mantorras.

FIA – mais um ano passou e continuamos a lançar um foguete quando dois pilotos chegam lado a lado à entrada de uma curva.
Acredito que uma grande parte dos fãs da F1 gosta de saber que o seu desporto favorito é o expoente máximo da tecnologia automóvel. Também é inegável que existem muitos outros que se estão nas tintas se o carro tem oito cilindros ou se anda a pedais. O que todos têm em comum é o facto de gostarem de boas corridas de automóveis. Ano após ano, a FIA continua a não conseguir acertar com um regulamento que ponha a tecnologia ao serviço do desporto e não o inverso, como acontece agora e nos últimos quinze anos.

Tuesday, October 23, 2007

A minha vida dava um anúncio automóvel - Respeito Harley


Depois de no anúncio anterior termos visto que um possuidor de um Mercedes depende das condições do tempo para adicionar alguma emoção à rotina do dia-a-dia, neste anúncio podemos ver como é que um possuidor de uma Harley o faz, exercendo respeito.

A minha vida dava um anúncio automóvel - confiabilidade Mercedes


Depois desta época de F1 ficou bem demonstrada a confiabilidade da Mercedes.

Sunday, October 21, 2007

Hoje, Deus foi Finlandês


O Senna dizia que Deus era Brasileiro, pois hoje Ele foi Finlandês e fez justiça divina dando o título ao Raikkonen, fazendo com que a verdade desportiva prevalece-se.
Parabéns Kimi, parabéns Ferrari.

A minha vida dava um anúncio automóvel - Citroen GS em três rodas


Hoje em dia a Citroen faz anúncios com carros a dançar, nos anos oitenta os carros andavam em três rodas.

A minha vida dava um anúncio automóvel - BMW + Cocas no Norte


Falou-se aqui no outro dia acerca da versão nortenha do anúncio da BMW. Gosto mais da versão sulista, mas para não ser acusado de elitista e liberal, aqui fica.

Saturday, October 20, 2007

O melhor em qualificação

O puto é mesmo bom. Hoje não foi o mais rápido na qualificação mas fez o que lhe competia, aviou o Kimi e o Alonso. Para mim o piloto mais forte em qualificação desde o Senna.

Friday, October 19, 2007

Coisas da F1

Depois do Schumacher no ano passado, parece que este ano é o Hamilton que também visitará o túmulo do Ayrton Senna, diz-se que na segunda-feira a seguir ao GP, muito provavelmente como campeão mundial. Ninguém poderá dizer que é um título imerecido.

A assinatura de um contrato até 2010 com o Massa, não é uma grande notícia para a Ferrari, mas pelo menos descansa os tiffosi que andavam sem dormir com a possibilidade do Alonso correr com um carro vermelho. O Massa não é um piloto lento, mas o máximo que se poderá dizer dele é que é uma versão melhorada do Barrichelo.

Os espanhóis andam a fazer uma festa com a notícia de que o Alonso será libertado a custo zero pela McLaren, depois desta ter sido pressionada pela Mercedes. Primeiro não vejo motivo de regozijo no facto de uma empresa com uma sede de vitórias maior que a do Benfica, despachar um bi-campeão do mundo. Certamente que por mais rápido que seja e por mais vitórias que lhes pudesse trazer, nada pagaria a publicidade negativa que lhes trouxe este ano. Em segundo, acho que se não for na Ferrari, mais nenhuma equipa terá material para que ele volte a lutar por um campeonato – no ano passado também disse isto da Mclaren e bem que me enganei.

Do Raikkonen ninguém fala e ainda bem. Faz parte do seu estilo, é algo comum a todos os finlandeses voadores, discreto e reservado. É mais provável que o défice público fique abaixo dos 3% do que o finlandês seja campeão do mundo, no entanto, não deixava de ser bonito ver uma vitória da verdade desportiva.

A F1 vive de facto um momento único e o Bernie tem sabido gerir bem essa situação, por um lado a opolência que o dinheiro trouxe com circuitos como a Malásia, o Bahrein ou a China e por outro lado a tradição de circuitos que mesmo presos por arames como Interlagos, arrastam multidões com uma paixão tal pelo desporto que mesmo a pagar barbaridades pelos bilhetes, no dia da corrida deixam as bancadas a rebentar pelas costuras.

Wednesday, October 17, 2007

Momentos de antologia - Raikkonen vs Kovalainen, Japão 2007



O Hamilton mostrou que é um piloto de eleição, não só porque quase não cometeu erros - a China para mim não conta pois a responsabilidade maior daquela infatilidade é da equipa que o obrigou a manter-se numa pista molhada com um F1 a rodar quase nas jantes - como se mostrou impressionantemente rápido na qualificação, sendo que este é para mim o ponto mais forte do inglês.

O Alonso apesar do feitio e do comportamento insuportável, não é bi-campeão à toa, é rápido o suficiente para se bater com qualquer um do actual pelotão da F1.

Mas para mim, neste momento, só há um piloto, Raikkonen. Para além de ser o que mais GPs ganhou é sem dúvida o mais virtuoso e o que tem mais velocidade natural. Só é pena o começo meio adormecido, muitos dizem que estava a aprender a equipa e o carro, mas julgo que isso não é desculpa. O Alonso também teve que aprender o carro e até teve que aprender o modo de funcionamento, não de uma, mas de duas equipas, da McLaren e da Ferrari.

Só é pena que o campeonato não tivesse mais umas provas, pois agora é que o filandês está no ponto e suspeito que o começo da próxima temporada vai ser novamente penoso, ele custa a arrancar, como que começa a época ainda enebriado pelas cargas etílicas que toda a gente diz que ele toma.

Do GP do Japão praticamente só se vêem imagens do Massa e do Kubica, pois vejam só esta ultrapassagem, captada nas bancadas, do Kimi ao Kovalainen. Impressionante.

A FIA tem onde aprender



O Rossi fez neste último GP, a terceira prova com o novo motor de distribuição de accionamento pneumático, que mostrou até agora ser uma boa aposta, não só porque não deu problemas de fiabilidade, como lhe trouxe alguma potência adicional permitindo-lhe pelo menos lutar com as Honda em termos de velocidade de ponta – as Ducati continuam inalcansáveis.

Esta tecnologia não é novidade, a Aprilia estreou-a nas MotoGP julgo que em 2003 e também não é sobre ela que escrevo, faço-o pelo facto de motores de válvulas pneumáticas já existirem na F1 há mais de dez anos e só agora terem chegado à categoria máxima do motociclismo.

Assim como muitas outras tecnologias utilizadas na F1, a distribuição penumática tão tem qualquer aplicação para além da competição, sendo de uma complexidade tal que pode custar quase tanto como o resto do motor.

De alguma forma a FIM tem sido mais sábia que a FIA, nunca tendo deixado evoluir as máquinas para níveis espaciais como os da F1, de uma complexidade tal que só os tipos que dormem no túnel de vento ou agarrados ao banco de ensaios é que conseguem tirar algum proveito, não se extraindo mais nada, nem em termos de espectáculo, nem em termos de aplicação no mundo automóvel do dia-a-dia.

Um bom exemplo da política da FIM foi o que se passou com os pneus. No ano passado o regulamento permitia que nos GP disputados perto de uma fábrica da Michelin, esta produzisse pneus de um dia para o outro, de acordo com as indicações que o Rossi desse durante as sessões de treinos da manhã, estando os pneus prontos e montados na moto na manhã seguinte. O piloto podia assim pedir para a próxima sessão de treinos ou mesmo para a corrida, o pneu que desejasse e que melhor se adaptasse às condições do asfalto.

Para além de injusta, pois a Bridgestone obviamente só podia fazer isso no GP do Japão, a regra só encarecia o desporto, não trazendo nada em termos competitivos. Se fosse na F1 o Max Mosley tinha decidido acabar com a competição entre fornecedores de borrachas e nomeava um fornecedor único. A FIM chamou a Bridgestone, a Michelin e a Dunlop e simplesmente pediu-lhes que redigissem entre eles um novo regulamento, acabando assim com queixas de uns contra os outros e trazendo igualdade de circunstâncias à modalidade.

Só para finalizar com mais um bom exemplo, os pneus de duplo composto desenvolvidos para a competição para aí há quatro anos, começam hoje a banalizar-se nas motos de estrada, revelando-se para o normal utilizador como um dos maiores avanços dos últimos tempos, não só em segurança como em durabilidade.

Há quanto tempo não vêmos nada da F1 a circular em algo com matrícula?

Tuesday, October 16, 2007

A minha vida dava um anúncio automóvel - BMW + Cocas



Esta não é a versão que passou na televisão, mas graças à internet foi vista por mais gente que o original que chegou a passar em horário nobre. Para além de ter sido mais vista, tem também muito mais piada.

Linha editorial


Este é um espaço de debate aberto pelo que não tenho qualquer pudor em discutir a linha editorial do mesmo.

No último “post” acerca das 49 mais belas máquinas de quatro rodas, relativo ao Z3M Coupe, houve um comentário do Pilotaço a dizer que tinha ouvido dizer que o mencionado carro era isto e era aquilo.

O Paulo possui uma destas raras viaturas, pelo que achei por bem pedir a opinião, na primeira pessoa, de alguém que realmente atesta no dia-a-dia os adjectivos atribuídos ao controverso desportivo alemão. Gentilmente, acedeu a este meu repto e brindou-nos com uma bela crónica acerca do relacionamento com a mencionada viatura.

Não foi a primeira vez que “postei” textos da autoria de visitantes do blog e certamente não será a última, pura e simplesmente porque considero que tal enriquece este espaço.

Monday, October 15, 2007

A minha vida dava um anúncio automóvel - Suspensão Independente Nissan


Recebi hoje um e-mail com esta fantástica explicação de como funciona a suspensão independente da Nissan.

Z3M Coupe na primeira pessoa



Recebi do Paulo Mendonça, possuidor de um Z3M Coupe, uma breve descrição do que é esta máquina, tantas vezes injustamente acusada.

"Boas,

O carro é perfeitamente "guiável". Temos é que notar que existem duas versão do Z3MC - S50 e S54
Este é um bom site para termos a noção das diferenças - http://www.bmwmregistry.com/model_faq.php?id=17
Diria que as três diferenças principais no S54, a tecnologia Drive-By-Wire (e não por cabo), tem ESP (desligável a 100%) e usa o motor do M3 E46, mas com 325cvs e caixa de 5vel. (felizmente a maioria dos restantes cavalos para perfazer os 343 do M3 são possíveis de obter com algumas alterações na caixa de ar e linha de escapes (o meu tem a maioria destas alterações, que potencia o "Ram Effect").

O motor do S50 é a versão de 321 cvs do M3 E36 mas também só com caixa de 5. e por ser o motor S50 é uma versão mais antiga do duplo vanos da versão S54.

Quanto à condução, o carro tem grip em seco como nenhum outro carro que já conduzi. Com os pneus traseiros em bom estado e piso decente não temos perdas de tracção, algo que os KW v3 (o meu não tem a suspensão OEM) ainda mais potenciam e mesmo com os pneus já bastante carecas (estado actual) posso sair duma rotunda levar a 2ª ao RedLine que o carro sai disparado. A traseira, devido ao estado dos pneus, foge ligeiramente mas o autoblocante faz a sua função, mais parecendo o condutor um às ao volante.

Em andamento normal, usando a faixa entre as 1500 e as 3000 rpms, dá perfeitamente para fazer a condução diária e andar em AE pelos 120/140, assim como fazer ultrapassagens seguras na nacional, usando como disse, a caixa entre as 1500 e as 3000. O acelerador é facilmente doseável e no 1º terço do seu curso não é assustador, é decidido mas não é assustador.

O problema coloca-se quando temos chuva ou piso molhado, aí sim convém não passar o 1º terço do acelerador e entrar com menor velocidade nas curvas. Acredito que com pneus novos seja um pouco diferente, mas ainda assim a minha versão, por ter ESP, em conjugação com o Autoblocante (que o S50 também tem) fazem a diferença à chuva para a versão S50, tornando-o num veículo completamente domesticável, sendo que no entanto é necessário juízo ao volante com a chuva.

Uma nota novamente para os KW v3, são importantes também para tornar o carro mais guiável, pois ainda que tornando a condução mais seca, eliminam a 95% o body-roll e com isso os efeitos das transferências de massa.

Não me vejo a conduzir outro carro no momento que não o M Coupê S54!!!

O carro é uma besta quando utilizado a sério e tem de facto um motor N/A fantástico (o melhor 6 cilindros. do mundo, sem dúvida), mas mesmo assim, haja piso suficientemente bom que o grip é fantástico e o carro segue sobre carris, sejam curvas apertadas, sejam curvas rápidas em AE (a velocidades muito altas mesmo).

Para se provocar a traseira, é claro que é relativamente fácil mas por norma tem que ser algo intencional (o que não está de acordo com uma condução limpa e eficaz) e o ESP deve estar desligado.

Eu sinto-me seguro no carro!!!"

Sunday, October 14, 2007

A minha vida dava um anúncio automóvel - Visa GTI



Quantas vezes o fascínio pelo automóvel não surgiu pelos olhos de miúdo agarrados à televisão quando de um anúncio comercial?

Colocarei aqui alguns dos melhores e outros não tão bons, mas que de uma forma ou de outra me marcaram.

Nos anos oitenta, o fascínio automóvel não se resumia aos super-carros (na altura acho que isso nem existia), pequenas máquinas como o Visa GTI, o GT-tonic ou o Bi-Campeão, faziam as delicias de quem os via passar na rua ou a saltar de um porta-aviões.

Este video serve também para mandar um abraço ao amigo Albano que partiu para o outro o lado do Atlântico e que sugeriu exactamente o comercial do Citroen Visa GTI.

Um polícia em salvaguarda do ladrão


Após mais uma choraminguice do Alonso, a FIA vai colocar um delegado nas boxes da McLaren, durante o próximo GP, com o intuito de garantir que a equipa inglesa não altere a verdade desportiva através de tratamento diferenciado aos seus dois pilotos.

Só me pergunto quem é vai garantir que o Alonso não volta a socorrer-se de informações secretas dos seus adversários, ou que não volta a bloquear o Hamilton na linha de boxes?

Já se vê de tudo na F1, agora teremos um polícia a garantir que o ladrão não é roubado.

Friday, October 12, 2007

Carros, só de corridas


O desaparecimento do Colin McRae a bordo do seu helicóptero seguido do acidente do David Richards (felizmente sem consequências) também a bordo deste tipo de máquinas voadoras, deixou-me a pensar na quantidade de pilotos que detém este tipo de veículos e o porquê de tal ocorrência.

O Senna só se deslocava de helicóptero, o Nanini ficou sem as pontas dos dedos a bordo de um, o Schumi delicia-se a bordo do seu Falcon, o Lauda até criou a sua companhia aérea e por aí fora...

Podemos dizer que têm estes meios de transporte caríssimos simplesmente porque podem tê-los. Ou então porque permitem-lhes deslocarem-se com mais rapidez. Não creio no entanto que essas sejam as principais razões, há por aí um senfim de gente endinheirada que quando se quer deslocar, alivia os bolsos em Ferraris, Lamborghinis e Bugattis.

Para mim os pilotos procuram os meios de transporte aéreos pelo simples facto de que em quatro rodas já não há nada que os seduza.

Um Range Rover comparado com um VW Race Touareg a saltar dunas é uma caixa de sapatos, um Veyron a arrancar ao lado de um F1 parece que engrenou a marcha-atrás, o RS4 ao lado do Xsara WRC é um colchão de molas, os travões em cerâmica da Porsche ao lado dos do Audi RS8 parecem-se com gesso e mesmo o melhor dos melhores pneus de estrada quando colocado ao lado do pior dos slicks, parece que foi construído em contraplacado.

Pensar que mesmo carros como o M3 CSL ou o 911 GT3RS, podem dar ao condutor a noção do que é um carro de corrida é como servir patê de sardinha para dar ideia do que é uma caldeirada.

Os carros de corrida são feitos para a eficácia máxima durante o curto período das corridas, sem compromissos, numa lógica em que se sacrifica tudo em função do resultado. A habituação a tal excelência mecânica proporciona episódios como o do Senna a bordo do NSX - com carro para além do que seria fisicamente possível ele mantinha aquele ar enfadado como o de quem procura lugar no parque do hipermercado - ou o do Schumacher a sair de dentro do 575M e suspirar que era um carro engraçado.

É por isso que os pilotos não se interessam pelos veículos de quatro rodas do dia-a-dia, porque simplesmente estes não lhes despertam qualquer emoção.

Momentos de antologia - Simon Mckinley em Ford Escort



Dei uma passagem pelo blog do Bullitt e encontrei lá um espectacular video de um tal de Simon McKinley aos comandos de um Ford Escort, a fazer os mais inacreditáveis "power slides" no campeonato de Hillclimb que se disputa nas ilhas britânicas. Atente-se à direita registada ao minuto e dois segundos... simplesmente brutal.

Thursday, October 11, 2007

As 49 mais belas máquinas de quatro rodas - BMW Z3 M Coupe (32)


A história que se conta acerca do BMW Z3M Coupe, é daquelas que os apaixonados pelas máquinas de quatro rodas (e não só) gostam de ouvir. Conta-se que foi um grupo de engenheiros que quando não tinham nada que fazer, queimavam o tempo a transformar um Z3 descapotável num desportivo a sério, pura e simplesmente porque eram apaixonados pela mecânica e excelência automóvel. Sem dúvida uma história bonita e apaixonante para quem gosta de carros, mas mesmo que tenha algo de verdadeiro – talvez só mesmo o facto dos engenheiros serem mesmo engenheiros pois na Alemanha não há Universidade Independente – não consigo imaginar tal a acontecer.

Alguém acredita que numa fábrica alemã, onde até os desarranjos intestinais dos trabalhadores estão previstos no cálculo de capacidades, existiria uma equipa de engenheiros que não tinha nada que fazer?

Mesmo que isso fosse verdade, será que não teriam uns e-mails com umas tipas roliças todas descascadas, para ler? Então e os e-mails com filmes de malta a cair de bicicleta, ou em festas de casamento, completamente bêbados, das formas mais idiotas, ficavam por ver? Será que não tinham que fazer um “forward” de um powerpoint sobre o equilibrio entre homens e animais mais a sabedoria chineza, para 25 amigos sob pena de lhes cair em cima uma maldição terrível?

Acreditando que sim, que desenhavam o carro às escondidas, à revelia das chefias, em todos os bocadinhos livres, à hora de jantar e ao fim-de-semana, não deixa de ser arrepiante imaginar que tipo de pessoas serão estas. A bem dizer, uns cromos destes nunca poderiam desenvolver algo que tivesse como principal função causar prazer e satisfação.

Mas pronto, sendo isto verdade ou mito, o que realmente interessa é que o carro que eles criaram é de facto algo sem compromissos com o intuito de ser o mais fiel e mais puro do que há na essência automóvel, algo cada vez mais raro e único nos tempos que correm.

Do Z3 Coupe dizem que se ama ou que se detesta, mas isso também é de louvar, neste tempo das viaturas amorfas.

Aquela silhueta com a infinita frente a terminar numa cabine estilo “shooting break” de dois lugares, ficará para sempre. O mesmo se pode dizer daquela traseira, com as cavas das rodas traseiras a derreterem sobre estas, rematando com as quatro ponteiras de escape cortadas a direito, de forma tosca e quase grosseira, dando a entender que debaixo daquelas curvas sedutoras se esconde algo de absolutamente demoníaco.

Por experiência de uns poucos kms, sente-se uma suspensão duríssima sem quaisquer cedências ao conforto, o que é bem compensado com a eficácia com que se pode curvar e acima de tudo pela forma como, sem qualquer ajuda electrónica, se consegue transmitir os 321 cvs ao asfalto. Impressionante, como uma lapa, sendo que só mesmo com uma provocação obscena de volante e de acelerador é que se consegue tirar as rodas dos carris, tal é o equilíbrio deste pequeno belo monstro.

Uma viatura realmente especial, pela estética, pelas poucas unidades produzidas, pela excelência mecânica e por ter nascido completamente à margem do habitual, sendo uma das 49 mais belas máquinas de quatro rodas.

Wednesday, October 10, 2007

Relembrou-nos o grande piloto que é


O Rui Madeira acabou o Rali da Catalunha em terceiro, mas até podia ter acabado em quarto, que isso em nada beliscava a excelente prova que o ex-campeão do mundo fez em terras espanholas.

Dando uma vista de olhos pelos tempos dos troços dá para ver que andou sempre ao nível dos melhores, mesmo se o seu Mitsu não era tão evoluído como o dos da frente e mesmo se nunca tinha feito ralis de asfalto com esta máquina ou com pneus Pirelli.

É em provas destas, extensas e difíceis que se vêem os verdadeiros pilotos e não nos ralis sprint que toda a gente sabe de trás para a frente, que temos cá no nosso campeonato. Não digo que não tenhamos bons ralis, mas a habituação e o conhecimento sempre das mesmas classificativas esconde muitas das diferenças entre os pilotos.

Sunday, October 07, 2007

Alonso, agradece ao Dennis


Que corridão que foi o GP da China. Teve de tudo, até o abandono do Hamilton, algo nunca visto e logo na pior altura.

O inglês não se sagrou campeão este fim-de-semana por causa de uma saída de pista absolutamente patética , de que a meu ver teve só culpa parcial. Por mais que o piloto tenha sido descuidado na entrada das boxes, tal não absolve a equipa pelo facto de o ter deixado em pista a rodar com os pneus no estado que a foto demonstra. Pela televisão já era possível ver, duas voltas antes da chamada às boxes, que o pneu traseiro direito rodava nos arames.

Imagino o estado de aflição em que o inglês deveria estar, a ver que estava a perder tempo para toda a gente na pista e a ser obrigado a continuar naquelas condições.

O Alonso, que não faz outra coisa a não ser queixar-se da McLaren, deveria agradecer novamente, pois não só a equipa lhe voltou a dar um carro e todas as oportunidades para disputar a vitória, como ainda lhe faz o "favor" de eliminar o seu principal adversário.

Excelente exibição do Raikkonen (novamente) que mostrou a diferença de um bom piloto e de um sobredotado. Quando as situações se complicam, como hoje, ele sobressai sempre enquanto que o Massa se perde completamente.

Saturday, October 06, 2007

O título será merecido


Ontem estava a pensar que o melhor que podia acontecer este fim-de-semana, era um acidente entre o Hamilton e o Alonso, que deixasse os dois fora de prova, deixando caminho livre para o Raikkonen vencer.

Hoje estive a ver a qualificação e depois da demonstração de superioridade do Hamilton, acho que o título fica bem entregue se for para ele. Para um só ano já chega de episódios anormais, pelo que espero que corra tudo dentro da normalidade e que o inglês conquiste o título, nas terras antes conquistadas por Gengis-Khan.

Aos fãs da Scuderia, que não fiquem tristes se o título for para o Hamilton, todos sabemos que o carro dele também tem um pouco de Ferrari.

Thursday, October 04, 2007

Obrigado Colin, novamente (parece nunca ser demais).

O "post" acerca do desaparecimento do Colin McRae foi dos mais comentados aqui, nos últimos tempos, mostrando o carisma e o que o escocês voador significava para todos os amantes do automobilismo, ou mesmo do desporto em geral.

Um programa qualquer italiano fez um tributo com uma banda sonora fantástica e uma variedade de imagens muito superior ao que normalmente circula pela net. O resultado final é muito bom, à altura do que o piloto merecia.

Há um comentário que diz tudo, qualquer coisa como o facto de ser adorado e admirado como se tivesse conquistado 25 campeonatos do mundo e não apenas um, tal era a generosidade e o talento que lhe era reconhecido por quem acompanhava a sua carreira.

Está dividido em três partes, começando de baixo para cima. Deleitem-se com o talento e com a generosidade de um dos maiores de sempre.






Tuesday, October 02, 2007

Momentos de antologia - Pedro Dias da Silva, Saxo S1600



Como já mencionado num comentário, não é só o facto dos S2000 não darem hipótese a ninguém que está a matar o campeonato de ralis em Portugal, entre muitos factores que contribuem para este fado, também se nota alguma falta de virtuosismo na rapaziada que por lá anda, i.e., o nível de condução anda fraquinho.

Para fazer alguma justiça aos S1600, que também nos proporcionavam bons momentos e também para lembrar um piloto que brindou sempre o público com bonitas passagens, rápidas e virtuosas na arte da condução, quer com um Mitsubishi de grupo N, quer com o Saxo S1600, aqui fica este bonito momento de antologia automóvel pelo volante de Pedro Dias da Silva.

Monday, October 01, 2007

Espectáculo em EVOlução


A Mitsubishi deveria receber uma medalha da FIA, por ter mantido viva a chama dos ralis durante mais de dez anos, em campeonatos nacionais por esse mundo fora.

Em quantos países não foram os EVO a dar o espectáculo, que os S1600 não davam, a um público a suspirar por verdadeiros carros de ralis e não por aquelas latas de duas rodas motrizes, com um motor com pouco mais de litro e meio de capacidade e com barulho de moto-serra?