Thursday, September 25, 2014

Quase nada

 
Sete milésimos é quase nada. Mas ainda que invulgar, comum na F1. Os amantes dos outros desportos ficam incomodados com a escala temporal do desporto do Bernie, é que aquilo são zeros a mais depois da vírgual e muitos já têm tanta dificuldade com os décimos, quanto mais com os milésimos.

Há muito, acho que desde os oitentas, que nos habituámos a contar o tempo em milésimos de segundo, pelo menos ao Sábado antes de almoço - no Domingo já a "coisa" perde relevância. No entanto, nos últimos cinco a dez anos, contar milésimos ficou mais ainda comum. Hoje em dia as diferenças são mais pequenas e quando em carros semelhantes, os pilotos qualificam-se uns "em cima" dos outros.

Os pilotos têm formações similares, escolas de condução muito idênticas. A telemetria e as ajudas dos engenheiros também estão democratizadas. Os pneus são iguais para toda a gente. Os circuitos são do conhecimento geral, não havendo praticamente estreantes. Depois há também os simuladores, que ajudam a fazer "tábua raza" na vantagem dos mais experientes. É assim natural que andem todos muito mais juntos.

Mas para mim, há uma coisa que faz com que andem mesmo todos muito juntos: os carros actuais. É claro que os Mercedes não dão hipótese a ninguém, mas em carros iguais os pilotos andam todos mais juntos, porque hoje a condução é muito mais fácil e previsível. Já não vou falar das ajudas electrónicas, mas só o facto de ser impossível falhar uma troca de caixa, de não ter que se lidar com a embraiagem, nem no arranque, de quase se poder esmagar o acelerador a meio de cada curva, para além do inacreditável grip dos carros, faz com que a imprevisibilidade, a diferença do humano, desapareça quase por completo.

A diferença faz-se muito no virtuosismo, mas numa qualificação, em que a pressão por fazer a volta perfeita é mais que muita, o erro tem ainda mais preponderância e como hoje é muito difícil de errar, pois o carro não deixa, então a diferença é feita só mesmo por este último. Como os dois Merecedes são iguais, a diferença entre eles deve ser nula ou quase nada. Sete milésimos, são quase nada.

 

 

Sunday, September 14, 2014

Quem sai aos seus não degenera.



O que o filho do Prost fez hoje ao Heidfeld não foi acidental, foi propositado.

Há quem diga que é na pista que se revelam as verdadeiras personalidades, o verdadeiro carácter de cada um. Não consigo deixar de pensar que neste caso o pai teve muita influência no carácter do filho.

Uma nota final para a aberração que é fazer corridas em circuitos construídos "à pressão", por motivos puramente economistas - O Heidfeld podia ter-se aleijado a sério.