Friday, August 31, 2007

Com uma exibição destas ninguém tem que fazer fretes



O que escrevi acerca do destaque desproporcionado que foi dado à participaão do Mex no Rali de Ferrol, teve um comentário interessantíssimo, pertinente e oportuno feito pelo "White".

Apanhando a ideia deixada nesse comentário, digo aqui que não faço nenhum frete nem favor ao Armindo dizendo que a exibição de hoje foi fantástica. Acrescento que com performances destas ninguém faz mais do que a obrigação ao parabenizar o piloto de Santo Tirso.

Quem aqui vem com frequência pode entender isto como uma espécie de retratamento a anteriores opiniões emitidas por mim e até o pode fazer, porque a performance demonstrada hoje merece qualquer redenção da minha parte.

Acompanhei a etapa de hoje como foi possível a esta distância, pelos tempos e pelos comentários da rádio que cobre a prova. Fiquei com a convicção clara de que para além do primeiro lugar ficará gravada a demonstração de virtuosismo que deu principalmente na segunda passagem do troço de 44 Kms.

Mais do que as pontuações, é isto que se pede ao piloto português, que demonstre rapidez suficiente para ombrear com esta matilha de jovens lobos que este ano disputa o PWRC e que tem como objectivo maior dar nas vistas às equipas/patrocinadores presentes no WRC.

Que amanhã continue assim, pois a sorte parece que está do seu lado, visto que os principais concorrentes ficaram já hoje pelo caminho, ou muito atrasados.

Wednesday, August 29, 2007

Momentos de antologia - Patrick Snijers, Manx Rally 1988



Depois da vitória de um 911 na última edição do Rali de Ferrol, nada melhor do que lembrar um autêntico senhor da condução de carros com tracção traseira, Patrick Snijers.

O brilhantismo da sua participação no Manx Rally é de tal forma ofuscante que se torna difícil descrever o que se passou nessa edição de 88. Ficam as imagens que valem muito mais do que qualquer coisa que se possa escrever. Brutal.

As 49 mais belas máquinas de quatro rodas - Ford RS 200 (31)



Uns dizem que é o destino, outros que é a sorte ou o acaso, outros que é simplesmente a vida, como nos interruptores, umas vezes para cima outras vezes para baixo. A realidade é que a Ford atravessa o mais difícil período da sua longa história como construtor de automóveis, preparando-se para vender os últimos anéis até ao final do ano, depois da Aston Martin seguem-se agora Jaguar e Volvo.

Ao invés desta má sorte nos negócios, na equipa de ralis os tempos há muito que não eram tãos bons e isso não é mais do que o fruto da insistência da marca que mesmo em dificuldades nunca colocou em causa a sua participação no Mundial de Ralis.

É uma marca de pergaminhos e com muitos rasgos de genialidade e um dos mais marcantes é sem dúvida o RS200, com as suas 200 unidades produzidas para utilização em estrada aberta.

Lançar em 86 este carro para que o comum dos mortais (comum mas endinheirado) o pudesse conduzir legalmente em estrada aberta, é o mesmo que hoje em dia lançar uma versão matriculada do Focus WRC e dar garantia de dois anos ou 100 000 Kms.

Na versão de estrada, o 4 em linha debitava entre 250 e 300 Cvs, consoante as versões. Estava montado em posição central, num chassis tubular com suspensão composta por triângulos sobrepostos e dois amortecedores por roda. A tracção total era já standard nesta categoria assim como a carroçaria em fibra de vidro, o que não era de todo comum era o design deste carro, muito à frente de qualquer coisa que se tenha feito naqueles tempos e mesmo nos mais próximos. Definitivamente uma das 49 mais belas máquinas de quatro rodas.

Monday, August 27, 2007

Por este andar o Mundial de Ralis vai ser com carrinhos de rolamentos


Existem cada vez mais vozes que opinam no sentido da substituição dos WRC pelos S2000, no Campeonato do Mundo de Ralis, com argumentos de que estes carros são mais acessíveis e como tal existem mais interessados, assim como marcas envolvidas.

Este tipo de argumentos valem o mesmo que dizer aos organizadores do "Red Bull Air Race" para trocarem as aeronaves actuais por aviões telecomandados escala 1:20, porque estes são mais acessíveis e como tal apareciam mais interessados em participar.

Se calhar as expectativas eram baixas



Cada um é livre de escrever o que quiser, mas às vezes só por falta de assunto no desporto motorizado nacional é que consigo compreender os comentários à prestação do Mex dos Santos (um nome destes parece que saiu do elenco dos Buraca Som Sistema) no Rali de Ferrol.

Não é que a prestação não seja digna de registo, mas fazer-se uma ovação generalizada porque se conseguiu o “extraordinário” facto de melhorar os tempos da primeira para a segunda passagem, acho que é um ridículo ao qual a imprensa especializada se poderia poupar.

Mesmo quem nunca tenha visto, ou tido qualquer contacto com um rali, mas que saiba como é que este tipo de provas decorre, sabe que se as condições de estrada e da viatura se mantiverem, na segunda passagem só quem desmaiar ao volante é que não melhora os tempos da passagem anterior.

Depois vêm com a música de que para quem foi para Espanha preparar a próxima prova, o Rali do Centro de Portugal (outro nome fantástico), sair de lá com um quarto lugar é quase um fenómeno do Entroncamento.

Com o mesmo objectivo foi lá no ano passado o Armindo e veio com um segundo lugar, tendo-se batido com um tal de Sordo que ia aos comandos de um Citroen oficial.
Pelo que consegui perceber o nível deste ano foi tão elevado que a prova é ganha, imagine-se ... por um mais que improvável Porsche 911 (???).

O Mex já demonstrou ser um piloto rápido, tem provas dadas e certamente que este endeusamento escrito não passa de mais um episódio da "silly season" à portuguesa.

Sunday, August 26, 2007

A Ferrari faz sempre melhor, às vezes até de mais.


No que diz respeito a super-carros, a Ferrari faz sempre melhor.

Olhemos para a nova moda de emagrecimento, em que se tira tudo o que não seja essencial à condução e se substitui tudo o resto por materiais mais leves que o ar, com o objectivo de se obter uma relação peso/potência em que o número de quilogramas seja igual ao de cavalos de potência. Mais ou menos como ter o Mike Tison no topo de forma, a acusar 50 Kg na balança.

Seguindo esta nova tendência do mercado, a Ferrari vai lançar o 430 Scuderia, que é como dizer que fez um 430 com bulimia - estou convencido de que se o dono de um destes carros decidir instalar um auto-rádio, o carro vomita-o de imediato.

Comparando o Porsche 911 GT2 (1440 Kg), o Gallardo Superleggera (1430 Kg) com o 430 vêmos logo que o Talon esteve a trabalhar em Maranello, acusando apenas 1250 kg na balança.

Mas o construtor transalpino não se fica pela balança e como sempre tem que estar na vanguarda, tendo para tal incluído uns quantos gadgets semelhantes aos dos F1 que hoje fizeram a dobradinha na Turquia. Traz uma caixa tão rápida que transforma a ejaculação precoce numa eternidade e um diferencial electrónico combinado com o controlo de tracção que permite transmitir os 510 Cvs de uma forma que parece que os pneus se fundiram com a estrada, ao invés de deslizarem sobre ela.

Não é difícil imaginar quem será o condutor este 430 bulimico ou o Gallardo anoréxico. O Lambo saírá do stand pelas mãos de um cantor de rap ou de uma loira burra armada em estrela de Hollywood, pelo simples facto de lhe acharem graça ao nome, ou porque a cor cinza combinada com a as aplicações em carbono vão bem com a vestimenta que vão levar logo à noite à "pool-party".
Com tanta tecnologia, o Ferrari será conduzido por um daqueles cromos que sabe de cor a velocidade máxima e a potência de todos os carros listados no final das revistas de automóveis, revistas essas que são a literatura fundamental e o seu tema de discussão nas concentrações de fim-de-semana.

Isto não tem mal nenhum, pois existem cada vez mais filhos de milionários que procuram num carro o mesmo número de funcionalidades de um telemóvel 3G. A gerência da FIAT agradece, pois a Ferrari, incrivelmente, é a única companhia do grupo que tem dado lucros consecutivamente nos últimos 10 anos.

Com tantos dispositivos da F1 o que se está a perder é a elegância que a marca sempre teve associada. Os "Steve McQueen" dos nossos tempos já não se trasnportam ao volante dos carros vermelhos, como acontecia antigamente.

Mesmo o 599 GTB, que por fora emociona como o 250 GT, extermina qualquer romantismo com aquele volante tipo árvore-de-natal, feito pelo pindérico do Schumacher, que antes de qualquer passagem de caixa acende uns LEDs vermelhos na cara do condutor.
Acredito que para terem sucesso, os carros vermelhos não têm que ser todos uns F1 de rodas cobertas.

Se olharmos para trás podemos ver que o GTO nada tinha de relacionado com o 156 "Sharknose" que ganhava corridas de F1 no início dos anos 60. O GTO tinha, como devem ter as obras primas automóveis, um motor V12 (três litros de capacidade) e o 156 montava um V6 (litro e meio de volume).

O fã da marca torcia na bancada do autódromo pela vitória no GP e depois seguia para beber um Martini no bar da marina, aos comandos do seu GTO.
Ao cruzar a marginal, ele não precisava que o seu carro tivesse alguma semelhança com o que tinha visto antes a cruzar a meta no primeiro lugar, pura e simplesmente porque conduzia um das mais fantásticas criações do homem, o GTO.

Saturday, August 25, 2007

Boa sugestão




Speeder_76, obrigado pela sugestão. Belo Video.

Tuesday, August 21, 2007

O exército do pão-de-forma



Na semana passada uns tipos de cabelo comprido a tocarem uns batuques, atacaram uma plantação de milho, supostamente transgénico, em nome do planeta e da sua salvação. Não foi um acto simbólico, pois violaram propriedade alheia para dizimar cerca de um hectare de cultura, aos olhos do proprietário e da nossa complacente GNR – estes só não são assim mansos quando se trata da caça à multa.
Não é sobre o milho que escrevo, é sobre uma ideia antiga que se poderá ver daqui a não muito tempo.

Imaginem um bando de alienados da sociedade em nome da suposta salvação da Terra, qual fundamentalismo religioso, atacarem selvaticamente as viaturas num parque de estacionamento automóvel, sob o pretexto destas contribuírem com emissões de CO2.
Se a moda pegasse, a seguir seriam os autódromos a serem invadidos e exterminados, pois sítios onde se aplaudem demonstrações de tão vis e nocivos destruidores do planeta azul, não podem perdurar.

Estamos à beira de mais uma caça às bruxas, onde o automobilista e o automóvel serão os alvos mais apetecidos.

Resta dizer que este exército de vingadores do tambor e da sandália, se desloca numa frota de VW “pão-de-forma” ou similares, de construção, consumos e emissões dos tempos da Segunda Guerra.

Esta frota do exército verde “ranho” está, assim como os seus donos, longe de respeitar qualquer das regras feitas pela civilização com o intuito de tornar o insustentável mais sustendado.

Para eles, paladinos da beterraba biológica, coisas como inspecções periódicas, seguro automóvel, condução sob o efeito de substâncias (alcoólicas ou outras que nos façam ver elefantes cor-de-rosa), carta-de-condução, ou até mesmo o simples uso de cintos de segurança, são embustes e armadilhas que se inventaram para lhes domar o espírito e retirar a coragem de lutar contra umas quantas espigas de milho.

Monday, August 20, 2007

Duval: onde é que este piloto andava?


É por estas e por outras que o desporto automóvel tem o seu encanto.

Antes do início do Rali da Alemanha apostei tudo contra o Duval. Mesmo se sabia que é um dos pilotos mais rápidos em pisos de asfalto e mais particularmente nos do rali germãnico, também sabia que é dos poucos que superaram os records de acidentes do McRae ou do Armin Schwarz. Não me lembro do último rali que o piloto belga acabou.

Pois desta vez, o tipo não só terminou o rali como andou que se fartou, batendo tudo e todos, só com excepção para o extra-terrestre (Loeb).

Impressionante para quem estava parado desde o ano passado.

Gaita, com uma exibição destas quase que não me importei de perder aquela massa toda.

Sunday, August 19, 2007

O Álvaro parece um piloto à antiga.


Já aqui escrevi mais que uma vez acerca do Álvaro Parente, pura e simplesmente porque acho que é bom piloto.

Esta época, nas duas ou três corridas que vi pareceu-me que estava ainda melhor, muito mais adulto como piloto, medindo bem o que pode fazer e o que não pode, por forma a conseguir amealhar o número máximo de pontos para conseguir o objectivo final, o título de campeão. Para já está a resultar, mesmo se devido ao abandono do Vettel, vai à frente destacado e é o piloto que mais vitórias tem na categoria, ultrapassando um tal de Kubica.

Isto num piloto que no início do ano nem equipa tinha, preparando-se para ficar como muitos na categoria dos talentos perdidos. "In extremis" foi convidado por uma equipa estreante na categoria, para fazer umas corridas até arranjarem um piloto que trouxesse patrocínios.

Há que lembrar que o piloto do Porto corre sem um único patrocínio e só mesmo o seu talento lhe tem reservado o lugar - isto faz-me lembrar aquelas histórias dos grandes pilotos de antigamente.

Com meio campeonato disputado, não há como fugir à comparação com o Filipe Albuquerque, o outro "tuga" presente na competição da Renault.
O piloto da Red Bull tem-se prestado como o melhor da sua equipa, mesmo se este é o seu ano de estreia. Tendo em conta que está pela primeira vez nesta categoria, enquanto que o Parente vai no segundo ano, a prestação do Albuquerque não deixa de ser relevante. O que irrita no jovem piloto é que parece que anda a beber demais da bebida energética do Touro e adopta sempre uma postura de "vaca louca", totalmente oposta da do discreto Álvaro. Para já essa atitude de "puto estúpido" não o tem atrapalhado muito e está bem classificado nos cinco primeiros do campeonato.

Podendo ter os dois na luta pelo campeonato e mesmo se acho que o Álvaro é mais piloto, conseguind muito provavelmente o título, o Filipe é que deverá sair mais beneficiado no final da temporada, pois o seu patrocinador permitir-lhe-á vôos mais altos.

Rossi merecia mais


Espero sinceramente que o Rossi se esteja a sair melhor com a Canalis do que com a Yamaha. É penoso ver um piloto da craveira do italiano a sujeitar-se a humilhações destas, oferecidas pela sua própria equipa.

Foi ele que escolheu a marca Japonesa para lhe fornecer a montada, mas um piloto destes, muito provavelmente o melhor de sempre, deveria ter sempre material que lhe permitisse lutar pela vitória. A cada corrida que passa nestas condições uma boa dose de talento e de espectáculo são retirados ao desporto motorizado.

Wednesday, August 15, 2007

Rossi a pensar no fisco e a Canalis ali ao lado


Parece que o Valentino Rossi estava a passar férias na Sardenha juntamente com a Elisabetta Canalis (na foto) e ficou irritadíssimo ao saber que estava a ser investigado por fuga ao fisco.

Este tipo é mesmo responsável e atinadinho. Com a Canalis ali ao lado ainda tem cabeça para pensar no fisco?

Há tipos que ficam irritados com qualquer coisa.

Monday, August 13, 2007

Danica nas corridas idiotas


Nestas alturas é que percebo porque é que nos "states" ainda fazem a Danica correr.

Sempre acreditei que os americanos não gostam de automóveis, eles gostam é de acidentes de automóvel e para isso, para além das perseguições na auto-estrada com transmissão em directo na TV, têm também corridas idiotas em circuitos com duas curvas, com carros idiotas, onde colocam uns quantos pilotos idiotas, para que estejam assegurados bastantes acidentes e consequentemente bastantes espectadores, igualmente idiotas. Por isso é que a Danica e outros mais continuam a correr.

Já agora, no último mês é o segundo "safety-car" que quase vejo abalroado por um idiota ao volante.

Momentos de antologia - Toivonen no Talbot Lotus



Para se conduzir depressa um "tracção atrás", ou se tem muita potência, ou se conduz com a limpeza com que o fazia o Toivonen.

Foi um sobredotado em tudo o que lhe passou pelas mãos, mas os anos com o Talbot foram, para mim, os mais espectaculares do jovem filandês.

A banda sonora é impossível. mas este video traz-nos momentos de verdadeira antologia

Saturday, August 11, 2007

7m32s num 911


Dizem que carro que é carro mostra a sua raça nas curvas do Nurburgring e foi isso mesmo que a Porsche fez com o novo GT2.

O mais potente 911 de sempre fez uma volta ao Ring em 7m32s, ridicularizando em mais de 10 segundos o 599 GTB.

A continuar assim temos um suicídio desportivo


Muitas das vezes na carreira de um piloto, mais do que os resultados desportivos conta a forma como se gere essa carreira. No caso do Armindo cometem-se erros que lhe poderão custar muito no futuro.

Primeiro foi o desgaste de imagem auto-infligido com a participação no Rali de Portugal com um carro e com uma equipa que pouco davam para andar nos dez primeiros, quando as expectativas criadas em todos os media generalistas era de que teríamos o piloto de Santo Tirso no grupo dos que disputariam a vitória.

Agora é o facto de ir participar no Rali da Nova Zelândia depois de uma paragem de três meses sem sequer uma sessão de treinos ou qualquer outro contacto com o volante do Lancer.

Quando não há dinheiro não há milagres, mas pergunto-me como é que há verba para se alugar um WRC para participar no Rali de Portugal, só pelo gozo que é andar na categoria máxima e não há dinheiro para o essencial, que seria fazer kms no Lancer de grupo N, que é a categoria em que se propuseram ganhar.

Por mais bom piloto que seja, vai participar numa prova completamente nova em competição com pilotos que nos intervalos do Campeonato do Mundo estão em competição constante nos campeonatos dos seus países, ou noutros ralis por esse mundo fora. Atente-se só no caso do Anton Alen, que desde ralis na Filandia com Subarus e Mitsubishis, até ao IRC com o Punto S2000, não passa um mês sem fazer um rali.

Os tempos peregrinos do título mundial do Rui Madeira já lá vão e hoje tem que se andar mesmo muito, quanto mais à frente melhor, pois o que não faltam são jovens lobos a tentar dar nas vistas para darem o salto para o WRC.

Podemos todos lamentarmo-nos que somos pequeninos e que não temos os apoios que os outros têm, mas uma vez em prova o cronómetro não olha a isso e o que fica para a história é o resultado final.

Para mim em vez dos lamentos, acho que temos é que racionalizar mais o pouco que temos e não encarar o facto da inferioridade como consumado. Se um país como a Estónia conseguiu colocar um piloto no topo do automobilismo (Marko Martin), então porque não também nós?

Irvine, esse poço de virtudes


Acho piada ao facto do Edie Irvine vir opinar sobre as virtudes ou os defeitos do Hamilton e do Alonso.

Logo ele que se limitou a ser um mercenário do desporto e que a melhor coisa que fez na F1 foi levar uma "pêra" do Ayrton.

Friday, August 10, 2007

Momentos de antologia - Marko Martin, drift no RAC


Foi com ele que se começou a desenhar esta fase de renovada competitividade da Ford e não fossem os vicissitudes da vida, hoje estaria certamente a disputar o título mundial.

Neste video mostra bem a arte do "drifting" sem nunca deixar de andar para a frente.

Para mim o Marko Martin é um dos grandes talentos perdidos do Mundial de Ralis, no mesmo patamar que um Toivonen.

Tuesday, August 07, 2007

Retrato do automóvel (39)


Em 2001 o motor S54 da BMW recebeu o prémio international "Engine of the Year". Nos cinco anos seguintes, na sua classe, venceu sempre com a mesma unanimidade, só sendo destronado este ano pelo novo motor turbo da Porsche.

O S54 estreou-se no lançamento do M3 em 2001 e na altura espantou tudo o que era jornalista de revista pela forma como combinava o mais dócil trabalhar numa ida ao hipermercado, com a performance brutal de uma máquina de competição. Falava-se então de uma faixa de utilização quase infinita, desde o ralenti até às oito mil rotações, valores de potência específica só ao alcance dos magos das corridas, com um consumo de um Golf GTI.

Maravilhas de comportamento e equilíbrio, descritas em infindáveis testes e comparativos por esse mundo fora. Ainda no ano passado me lembro de ler uma apreciação do Jeremy Clarkson à última versão do M3 de seis cilindros, em que descrevia este carro como a "joie de vivre" sobre quatro rodas ao alcance de quase todos - pelo menos no Reino Unido, porque no nosso "jardim à beira mar plantado" com IA e IVAs...

Isto tudo para descrever este retrato do automóvel, encontro menos efémero que todos os outros, mas mesmo assim infinitamente pequeno para que pudesse satisfazer os voluptuosos desejos que se me despertavam na presença de tal viatura.

Foi um bom e velho amigo, provavelmente lembrado da eleição que fiz desta máquina para uma das 49 mais belas de sempre, que me recebeu no Aeroporto da Portela e me disponibilizou o seu BMW M3 cinzento prata, para que dele pudesse usufruir nestas duas semanas de férias em que matei saudades da sardinha assada, do bacalhau e do leitão à Bairrada.

Ia finalmente perceber porque é que os tipos que testavam este carro acabavam sempre com um sorriso idêntico ao do Jack Nicholson (Joker), no primeiro filme do Batman.

Os tipos dos ensaios recebem os carros directamente das marcas, num puro acto de simbiose comercial. A mim o carro foi-me cedido num acto que hoje, passados 3200kms, posso apenas considerar de um altruísmo e generodidade de dimensões bíblicas. Falamos de um filantropo automobilístico num gesto só comparável ao de termos a Jenna Jameson a viver lá em casa e irmos pô-la a brincar a casa de um amigo.

Pouco depois de rodar a chave na ignição percebi de imediato que com este carro há uma coisa para a qual temos que estar preparados, os atrasos serão uma constante, nunca mas nunca se consegue chegar a horas a qualquer lado. Em duas semanas não consegui chegar uma única vez a tempo, fosse para uma jantarada com os amigos, fosse para uma visita aos sogros. Pura e simplesmente porque este carro é de tal maneira viciante que se acaba sempre por fazer o caminho mais longo, ou dar mais umas voltas na rotunda, invariavelmente fazem-se sempre mais kms que o necessário, tal é a dependência que se cria daquele volante.

Sobre a bela carroçaria não me vou debruçar pois já o fiz anteriormente, digo apenas que é suficientemente discreta para se fazer notar só entre os conhecedores, o resto da rapaziada vai achá-lo diferente mas sem sequer se pronunciarem, o que para mim é uma vantagem. Na estrada, se formos suficientemente devagar, é um autêntico aspirador de tunnings e aceleras, sendo que todos se tentarão colar à nossa traseira - nada que uma leve pressão no pedal direito não resolva.

Sobre a condução começo por dizer que é um carro que se conduz perfeitamente na lida diária, andando sem bater desde as 1000 rotações, podendo-se fazer tudo o que um normal utilitário faz da mais civilizada das maneiras, mas só até às 4000 rotações. A partir daqui, acordamos um animal completamente infernal, com um ronco só semelhante ao do cão de guarda de Satã. A subida de rotação das cinco mil até às 8 mil é estonteante e se tivermos ligado o botão do modo "Sport", chega a ser assustadora - já andei em algumas máquinas de corrida mas nada me tinha preparado para tal.

Este botão é o melhor botão que alguma vez encontrei em qualquer máquina criada pelo homem, uma vez ligado apimenta tudo ainda mais, a resposta do acelerador e a direcção ficam tão directas que sentimos que de alguma forma o carro responde telepaticamente ao nosso mais simples e perverso pensamento. Ao lado do botão mágico está o botão proibido, aquele que desliga todas as ajudas electrónicas e que se não existisse transportaria a apólice do seguro para o nível da dívida pública do Burkina Faso.

Não se pense no entanto que este botão funciona como qualquer tipo de cinto de castidade da condução, pois os tipos da Motorsport programaram-no para o tamanho de um coração de uma pessoa normal, de forma a que se possa soltar a traseira num "drift" controlado sem que a adrenalina nos provoque algum enfarte. Para os valentes pode-se sempre ter uma besta indomável a varrer a estrada de um lado para o outro e a andar mais para o laddo do que para a frente.

A cereja no topo do bolo é mesmo o consumo, com uns honestos 12 litros de combustível por cada 100 kms, algo que hoje em dia significa muito mas que perto das sensações proporcionadas se torna irrisório, afinal enquanto reabastecemos sempre ganhamos fôlego para mais umas curvas e ter 340 cvs debaixo do acelerador é algo que quase não tem preço.

Para terminar há que dizer que na estrada praticamente nada passa pelo M3, a não ser que seja conduzido por um Hamilton ou um Loeb. Os limites deste carro já se encontram muito para lá da percepção natural, estão numa espécie de Triângulo das Bermudas da condução.

Hirvonen agigantou-se


No rali da Filandia, tudo correu bem à Ford, veja-se só a forma como o Hirvonen se saíu desta, com mérito mas também com bastante sorte.

Monday, August 06, 2007

Ron Dennis, o comunista


Depois do último GP ainda consigo ouvir alguns fãs da McLaren dizer que a penalização ao Alonso foi injusta, pelo menos aqueles que torcem pelo espanhol. Os que são pelo Hamilton dizem, claro, que a penalização foi justíssima.

Eu que não gosto do Dennis não posso deixar de lhe tirar o chapéu, por continuar a nortear toda a gestão da sua equipa num princípio tão simples como ético e virtuoso.

Basicamente ele acredita que o melhor para a sua equipa é comprar a melhor dupla de pilotos que conseguir, entregar-lhes (aos dois em simultâneo) o melhor material e proporcionar-lhes iguais oportunidades de vencer.

Isto por mais simples que pareça, vai contra tudo o que se faz no resto das equipas do pelotão e é considerado por muitos (por mim inclusivé) uma utopia. Acredito que seja difícil de atingir a harmonia com conflitos de egos tão grandes como foram os das duplas Lauda-Prost, Prost-Senna, ou mesmo Raikkonen-Montoya. No entanto, não deixa de ser bonito ver perseguido tão idílico sonho. É mais ou menos como o comunismo, é belo mas não funciona.

Pela coerência e persistência na perseguição desta perfeição, há que dar mérito ao homem. Vale mais ouvir críticas de que os dois pilotos da equipa se canibalizam um ao outro quando estão nos dois primeiros lugares da grelha, do que passar incólume com tristes demonstrações de superioridade asseguradas contratualmente, do Schumacher aos seus companheiros equipa.

Quanto à penalização, até acho que foi benéfica para a Mclaren, pois se os dois pilotos saíssem das duas primeiras posições, certamente que acabariam na escapatória da primeira curva, engalfinhados um no outro.

Saturday, August 04, 2007

Largada de Toro Rosso bravo


Na Toro Rosso, depois dos episódios recentes com cenas de pugilato nas boxes e autênticas comédias nas pistas, só faltava mesmo largarem uma vaca louca numa praça de touros.

Cena mais bizarra que esta só mesmo a paragem prolongada nas boxes que o Alonso fez hoje. Aliás, o espanhol iría sentir-se em casa se estivesse a conduzir um Toro Rosso, pois por ali cenas patéticas e corridas de touros parece que são o prato do dia, bem como ele gosta.

Piada do dia


Um automobilista a conduzir muito para lá dos limites, dos seus e dos do código da estrada, é mandado parar por um polícia de trânsito, ao que se estabelece o seguinte diálogo:
Polícia - Você vinha que parecia o Nelson Piquet.
Condutor envaidecido - Você diz isso devido à forma virtuosa como vinha a descrever as trajectórias, aliada a uma perícia e souplesse ao volante dignas de um campeão de F1?
Polícia - Não, simplesmente porque acabou de ficar sem carta.

Wednesday, August 01, 2007

Sobredotado?


Há pouco em conversa com um amigo, este disse-me que quem acompanhava a carreira de Hamilton há muito que sabia que o jovem britânico era feito da mesma matéria de um Mansell, Prost ou mesmo Senna.

Nunca me atrevi a dizer tanto, mas vendo exibições destas ainda com 11 anos, começo a suspeitar que este é de facto um sobredotado.

A gruta do Ali-babá


A primeira vez que esta e outras fotos acerca do maravilhoso tesouro automóvel chegaram à minha caixa de correio, foi para aí há uns seis meses.

Depois disso voltei a recebê-las mais umas quantas vezes, sempre com versões diferentes a explicar este fabuloso achado. Ouvi dizer até que tinham sido uns americanos que compraram uma quinta imensa sem terem verificado todo o recheio, angariado por um filantropo que não deixou descendência e que quando decidiram conhecer a propriedade e abrir o celeiro, encontraram esta maravilha esquecida há vários anos. Falou-se até de reconhecimentos aéreos para tentar descobrir a localização do celeiro e todo um sem fim de tretas maravilhosas que alimentaram o imaginário de todos os que gostam de automóveis.

Parece que foi preciso terem chegado à redação de uma conceituada revista de clássicos inglesa, para que alguém se tenha dado ao trabalho de desmontar este autêntico mito urbano.

Não foi nenhum mecenas, nem nenhum colecionador que se esqueceu de divulgar o conteúdo do celeiro antes de morrer, deixando o tesouro trancado por vários anos. Trata-se só de alguém que supostamente foi angariando viaturas automóveis com o intuito de as vender, mas que por outro lado não cuidou lá muito bem das mesmas, deixando-as pouco mais de um ano a cobrir-se de pó num celeiro.


A versão real não é tão espectacular como as suposições que correram mundo, mas não retira nem um bocadinho de virtuosismo a quem conseguiu juntar tal quantidade de automóveis ilustres.