Friday, December 24, 2010

A minha vida dava um anúncio automóvel - Renaul Twingo



A única razão para este anúncio figurar é porque parece que foi banido em Itália. Não o acho assim tão genial nem tão pouco provocante.

Monday, December 13, 2010

Vale a pena colocar



Já tive uns quantos acidentes de automóvel, alguns bem aparatosos, mas nunca me aleijei. Poderia dizer que tive sorte, tive certamente. A sorte também somos nós que a fazemos e a minha começou a ser feita no momento em que coloquei o cinto de segurança. Vale a pena.

Sunday, December 12, 2010

Quase inacreditável


Para aí há uns cinco anos vi o Kovalainen chegar à ROC e zupar tudo e todos. Na altura não conhecia o finlandês e louvei-o aqui como se de um novo astro do volante se tratasse. Na altura fiquei impressionado com um piloto de velocidade a ganhar um evento onde os pilotos de ralis teriam, teoricamente, vantagem - não será assim tanta teoria se pensarmos que o Loeb foi quem mais vezes ganhou.

Na edição deste ano, por mais incrédulo que eu e que os comentadores estivéssemos, foi um piloto luso a ganhar a "Corrida dos Campões". Não sei bem de que competição relevante é que o Filipe Albuquerque foi campeão, para que marcasse presença nesta corrida de campeões, mas o que fica para a história é que ganhou a competição deixando para trás o campeão do mundo de F1, Seb Vettel e o campeão do mundo de ralis, o extra-terrestre Seb Loeb.

Quem presta atenção a esta coisa dos automóveis sabia que o Filipe não era nenhum pézudo, mas andar da forma como andou certamente que ninguém estava à espera - acho que nem ele.

Não sei o que isto poderá significar para uma carreira que se começava a apagar, mas pelo menos uma oportunidade merece ser dada ao piloto de Coimbra.

Inacreditavelmente impressionante.

Sunday, November 28, 2010

Cidade Maravilhosa



Nos últimos dias só nos chegam imagens de tropas de elite a invadirem favelas no Rio de Janeiro. O filme mostra algo completamente diferente para se fazer na cidade maravilhosa.

Wednesday, November 24, 2010

MV Agusta F3 - Beleza Pura



Se os carros são cada vez mais parecidos uns com os outros, as motos parecem-se quase todas iguais. Doze anos depois a MV Agusta volta a ser uma pedrada no charco. A nova tricilíndrica F3 é a beleza da criação do homem no seu estado mais puro.

Sunday, November 21, 2010

Ao fim de uma semana



Ok, passou uma semana, acho que já consigo escrever qualquer coisa.

Como é que é possível perder um campeonato daquela forma? Mau demais para racionalizar. Infelizmente a Ferrari tem-nos habituado a este tipo de cenas patéticas.

Não que o Vettel esteja mal no papel de campeão do mundo, apenas é demasiado cedo. O miúdo alemão tem pinta de campeão, mas num ano em que cometeu erros tão idiotas, em que pareceu não saber fazer uma ultrapassagem, não era certamente o campeão que eu escolhia.

Se pudesse escolher, o campeão deste ano seria o Webber. Porque sim. Por tudo. Pela maturidade, pela forma de estar, de conduzir, de lutar, contra tudo, por ter sido quase sempre o mais inteligente, era o meu campeão. Teve um final de época menos bom, é verdade, nunca se superou e acabou sempre longe da vitória. Não tenho, no entanto, dúvidas que com uma equipa a puxar por ele, mais ou menos como a Ferrari puxou pelo Alonso - se calhar foi o Alonso a puxar pela Ferrari - a partir do meio da época, com toda a gente concentrada nele, tinha sido o campeão.

Assim não aconteceu, a Red Bull nunca escolheu um piloto e não os censuro. Não quero dizer que concordo, se a equipa fosse minha tinha de certeza escolhido um primeiro piloto. A meio do ano vaticinei que quem assim não o fizesse perderia o campeonato, assim dizia também a história. Enganei-me, uma equipa de bebidas esquisitas conseguiu mais uma vez o mais improvável. Têm mérito por isso, todo o mérito.

Em jeito de balanço, há que dizer que o campeonato foi espectacular, precisava de outro post só para enumerar os motivos de interesse. Que ninguém diga que a F1 é enfadonha, é porque não viram nenhuma corrida este ano. Que desporto fantástico.

Thursday, November 11, 2010

Só o ACP faz alguma coisa


Já aqui afirmei que gosto do meu presidente, Carlos Barbosa. É um tipo coerente, que foi eleito para o maior clube de Portugal, o ACP, com a missão de defender o automobilista. É isso que tem feito.

Que a GALP nos anda a vilipendiar há muito, todos nós sabemos. Que a autoridade da concorrência é uma agência inócua e estéril, também não é segredo para ninguém, por isso o ACP decidiu investigar a nova gasolina "low cost" da GALP, para ver em que é que esta era diferente da outra, a "high cost". A GALP anunciava que a gasolina mais barata tinha menos qualidade que a outra.

Para ver se a gasolineira dizia a verdade e perante a apatia da autoridade da concorrência, o ACP decidiu enviar amostras das gasolinas da GALP para um laboratório, afim de se determinarem as diferenças. Resultado: são ambas iguais, i.e., têm o mesmo tipo de aditivação. O que é que isto significa?

Significa que a GALP nos anda a enganar no preço da gasolina, já que onde tem realmente concorrência vende gasolina, exactamente igual, a um preço muito mais baixo.

O que é que a GALP tem a dizer? Nada, apenas que vai processar o ACP.

Proposta: deixar de abastecer nos postos da gasolineira portuguesa.

Esta proposta não vai resultar em nada, mas pelo menos não somos coniventes com este logro imoral ao automobilista.

Thursday, November 04, 2010

Momentos de Antologia - 2010 V8 Supercars Gold Coast Race2



Não sou o maior dos fãs do campeonato de V8s australianos, mas corridas de carros são corridas de carros e estes últimos dez minutos de corrida são alucinantes. De antologia.

Sunday, October 31, 2010

Orgulho Luso



Tenho recebido alguns e-mails sobre o facto de não ter falado deste ou daquele feito português no mundo do automobilismo. Este espaço tem uma política editorial muito própria, basicamente escrevo aquilo que me apetece, mas hoje tive um acumular de orgulho luso.

Filipe Campos, o mais recente campeão nacional, novamente um dos mais merecidos de sempre. Não é por agora andar com um X3 que tenho um prazer especial em ver este piloto vencer, este regozijo vem de há muito, desde a primeira vez que o vi correr. O Filipe Campos é, muito provavelmente, o melhor piloto de TT que até hoje tivemos, por pouco não passou ao lado de uma grande carreira e hoje recolhe os louros de alguém que é especialmente dotado para aquilo que faz. Não faço ideia o que será a YSER, mas abençoada hora que decidiu colocar alguém que sabia o que fazer com a "argola" dentro do BMW X3. Pena é, se esta senda vitoriosa não tiver hipótese de vingar também lá fora.

PS-TT: hoje também foi coroado em Portalegre, numa prova à antiga, o polaco Holowczyc, já anteriormente agraciado com o título de campeão europeu de ralis, assim como o Filipe, um dos pilotos que me ficou na memória depois de o ter visto andar. Pilotaço.

Pedro Lamy e João Barbosa. O primeiro é o melhor piloto de circuitos que já formámos neste pequeno país. O segundo é um daqueles exemplos dos quais nos devemos orgulhar, orgulho luso. João Barbosa é um grande piloto, mas como muitos outros, que incrivelmente ainda criamos no nosso paupérrimo panorama motorizado, viu-se sozinho e sem apoios, tendo que fazer pela vida, mesmo que isso significasse abandonar a tradicional carreira automobilística no velho continente. Arregaçou mangas, fez-se à estrada e passados para aí uns dez anos, é piloto conceituado não só nos EUA como por esse mundo fora onde houver uma corrida de GTs. Nas terras do tio Sam, estes dois pilotos nacionais são conhecidos como a nata da arte da condução, são portugueses e devem encher-nos de orgulho por isso.

Miguel Oliveira. Custa-me até falar do nosso Rossi, de já tantas vezes ter aqui louvado os seus dotes. Parece que para o ano terá um contrato para correr no mundial de 125cc. Não me surpreende. A quase todos os pilotos nacionais é exigido algo a mais que aos outros para poderem competir contra os melhores do mundo. O Miguel Oliveira e o pai tiveram que fazer sacrifícios para estarem onde estão hoje, mas sempre soube que um talento daqueles acabaria por ser recompensado. Não estamos a falar de um piloto com jeito para a coisa, estamos a falar de um sobredotado. Se tiver sorte com a equipa e se conseguir ultrapassar as mudanças que a puberdade sempre trazem, que ninguém tenha dúvidas que estamos a olhar para um piloto com potencial para chegar ao MotoGP e fazer boa figura. Disse o mesmo do Parente e não me enganei muito.

Por falar em Álvaro Parente, nem vou falar muito dele. É o piloto que sempre prometeu ser, em todos os aspectos. Dá gosto vê-lo correr, seguro, sem peneiras, terra-a-terra, robusto e virtuoso. Provavelmente nunca chegará à F1, mas isso é só culpa de de todos os outros, porque ele fez e continua a fazer tudo o que humanamente poderia ser exigido.

Bernardo Sousa. Vi-o correr há duas semanas, em Mortágua e não gostei. Estava, muito provavelmente condicionado pela necessidade de conquistar o título nacional, mas mesmo assim já vi muito melhor ao madeirense. Senti falta da fogosidade, da loucura, da vertigem com que ele brindava o público a cada passagem. De qualquer das maneiras, os parabéns pelo título. Em especial a ti, Rodrigues da Silva, por mais uma conquista.

Achei piada ao Pascoal dizer que com o Ford Fiesta S2000 também teria sido campeão. Não que não haja ali um fundo de plausibilidade, mas se eu ou qualquer um de vocês tivesse a mesma afirmação, também não seria menos verdade.

Somos um país pequeno, com condições pouco mais que sofríveis, com uma federação ao nível de um país como a Libéria ou Burkina Faso. Somos pouco mais de dez milhões, sem dinheiro, formação, ou qualquer outro factor que pudesse justificar o que quer que fosse no panorama motorizado mundial e no entanto, lá estamos nós, a dar cartas, a exigir respeito pelos feitos conquistados. Não é só de José Mourinhos e de Cristiano Ronaldos que este país tem que se orgulhar, também temos Lamys, Barbosas, Araújos, Parentes, Felix da Costa e muitos mais que nos dizem com muitas letras que, somos capazes.

Sunday, October 24, 2010

A minha dava um anúncio automóvel - Almost Harley


Há quem nunca ouse concretizar um sonho que seja. Duvido muito de quem suspira por uma Harley, mas gostos não se discutem e a vida é muito curta para ser feita de suspiros. Vale sempre a pena, quando a alma não é pequena.

Prémio Zandinga - Vou ganhar o campeonato (Alonso, Julho 2010)


O que aconteceu hoje na Coreia não era expectável. A vitória era para o Vettel e era merecida, dominou até o motor ter rebentado, sem erros nem hesitações. Em condições normais, o alemão teria ficado com o primeiro lugar no campeonato, o que já não se pode dizer que tivesse sido assim tão merecido.

Quem ficou com a liderança foi o Alonso e se para mim o melhor piloto da temporada tem sido o Webber, também não posso dizer que o primeiro lugar fique mal ao espanhol. Independentemente de tudo de mal que o Alonso representa, há que relevar que em Julho estava a 47 pontos da liderança, quando faz esta afirmação: "Vou ganhar o campeonato!"

Ora, a duas corridas do final, encontra-se já à frente e com mais dois pódios acredito que possa levar o caneco. Não consigo deixar de ser vermelho quando escrevo estas linhas, mas não é por isso que deixa de ser verdade que a Ferrari tem feito um trabalho brutal nesta segunda metade do ano. O carro não tem sido o mais rápido, mas consistente o suficiente para estar sempre entre os primeiros.

PS: por mais que pense não consigo arranjar justificação para o circuito coreano. Enquanto na Europa o Bernie obriga as organizações a mover o mundo para melhorarem os circuitos, nomeadamente no aumento das escapatórias, no oriente constroi-se uma pista de raiz praticamente murada em todo o seu perímetro. A pista coreana, era estreita, lenta, com bossas inacreditáveis, sem capacidade de drenagem e ainda por cima murada, não permitindo nada aos pilotos. Acho que nem Valência será tão aberrante. É por estas e por outras que o "duende" inglês é o que é e todos os outros, ao pé dele, são o que são, uns burros.

Saturday, October 16, 2010

Afinal acho que vai deixar saudades



Nunca fui grande adepto do IRC - quem viu este campeonato há dois anos atrás não deixou de sentir alguma desilusão, por os carros terem tanto chassis para tão pouco motor - no entanto tenho que reconhecer que a minha opinião tem mudado muito, para melhor. Os carros estão muito melhores, principalmente com a nova geração de Skodas e Fords, as coberturas televisivas são de excelência, muito à frente do WRC e o plantel é assinalável. A ver vamos se a FIA não estraga tudo outra vez com as novas regras do WRC. De qualquer das maneiras, com o "novo" WRC, julgo que o IRC como o conhecemos hoje, está morto.



***

opinião:

Há algum tempo eu disse que receava do que iria acontecer se as duas classes convergissem para o mesmo - os S2000 e WRC. Ora aqui estamos...
O IRC pode ressentir-se, mas o pior neste caso acho que acaba por não ser essa aproximação regulamentar, já que os "motores globais" até são uma boa ideia, mas o facto da FIA não esclarecer o que são afinal os Super Produção, que condições terão e em que pé ficam os S2000 actuais e como podem estes ombrear com os Mitsubishis e Subarus que por aí andam. O (relativo) sucesso dos S2000 acho que se deveu, principalmente, à clareza na definição do seu "modelo". Falta isso agora.
Noutra vertente, acho que a FIA não está a apostar o suficiente em tornar o desporto verde. E acho que isso também irá, a prazo, matar os ralis. Compreendo que não quiseram fazer o gosto à Citroen que até já tinha um protótipo, porque iriam afastar a Ford, mas haveriam outras marcas que com certeza se aproximariam. E, dessa forma, também se poderiam destacar dos carros Super Produção. (sim, os custos iam disparar de novo, mas as marcas podiam capitalizar esse conhecimento nos carros de série, e a verdade é que caros estes WRC 1.6T vão ser na mesma...)

autoemocion

BMW no seu melhor

Wednesday, October 13, 2010

25 anos M3 - O mais belo da família



O E46 é para mim o mais belo membro da família M3. Para além do último grande motor seis em linha aspirado, aquela carroçaria como que parecendo esticada sobre um chassis musculado tornam-no num memorável ícone motorizado.

Sunday, October 10, 2010

Momentos de antologia - Kobayashi no GP do Japão 2010



Bastas vezes elogiei a condução do Kobayashi, mas hoje o piloto da Sauber excedeu tudo o que alguma vez possa ter escrito ou dito sobre ele. Foi simplesmente soberbo no seu GP do Japão. Ultrapassou meio mundo, por dentro e por fora, rápidos e lentos, sempre com a mesma mestria. Quem disse que não havia ultrapassagens na F1?

***

opinião:

Foi bom ter acordado às 6h45 da manhã, para ver a excelente transmissão da RTL (claro que não "pesco um boi" de alemão...) e ter-me empolgado com a fantástica exibição do Kobayashi. A cada ultrapassagem deste pilotaço, cerrava os punhos, levantava-os e dizia Yeaah! Baixinho, para não acordar a familória!!! E mais 5 voltitas houvesse, lá ia o Schummy, ai isso ia...
Desde o seu 2º GP, Abu Dhabi 2010 quando fez um impressionante 6º lugar, e a comer de cebolada o Trulli, seu companheiro da Toyota, que me tornei fã instantâneo do Kobayashi! Carreira a seguir com atenção. Parece-me que a Sauber não o vai aguentar muito mais tempo. Um lugar competitivo pode ser na Renault em 2011...
O Presidente

Essência desportiva



Já antes aqui postei este video do Patrick Snijers ao volante do seu M3. Volto a fazê-lo porque é o que melhor transmite a essência desportiva dos carros de Munique.

O E30, para além dos ralis, correu em tudo o que foi autódromo por esse mundo fora, ganhando tudo ano após ano, muito para além da natural vida útil de um automóvel de corridas. O E36 teve pouca expressão no automobilismo, somente alguns troféus nacionais e alguns curiosos que decidiram utiliza-lo onde os regulamentos permitiam um motor com 3.2 litros. Do E46 também pouco se viu nas pistas, apenas uma "extra-terrestre" versão GTR equipada com motor V8 - por estas alturas a BMW gastava todas as suas energias na Fórmula 1, esforço esse que trouxe apenas vergonha e desilusão.

É com gosto que hoje vejo o E92 GT2 a correr por tudo o que é corrida de GTs. A marca bávara volta a honrar a sua história e identidade.

***

opinião:

As recordações dum certo Rali de Portugal em que o Marc Duez fez maravilhosas derrapagens controladas com o seu M3 E30 patrocinado pela "Fina". As minhas velhas gravações em VHS, feitas por uma JVC dos idos de 80's, um dia destes vão ser revisitadas...
O Presidente

made in Facebook



Vejo sempre com bastante curiosidade tudo o que sai do virtual da internet para se materializar na vida real. Impressionado fico quando observo o poder de coisas como o Facebook. Um grupo qualquer desse antro social, a que alguns chamam rede, decidiu votar para que a Audi construísse uma versão de corrida do TT-RS. Segundo as últimas notícias, a marca alemã vai mesmo lançar um destes TT na próxima corrida de endurance no Nurburgring.

Saturday, October 02, 2010

BMW M3 - 25 anos de glória



Celebram-se por estes dias 25 anos para duas icónicas marcas de automóveis. Há 25 anos atrás a Volvo lançou o 480 e a BMW lançou o primeiro M3. Estes acontecimentos marcaram indelevelmente ambas as marcas. A Volvo passou a produzir apenas viaturas de tracção dianteira, enquanto que a BMW redefiniu o conceito do carro desportivo derivado de uma berlina de grande produção.

Estes dois acontecimentos dizem muito das duas marcas. A Volvo cedeu a sua, até então, identidade de veículos seguros de tracção posterior por uma solução economicamente mais praticável, mas que levaria à sua própria banalização e consequente queda, sendo salva já à beira da extinção por uns novos-ricos orientais.

A BMW lançou o primeiro M3 por necessidade de homologação de uma versão competitiva para as corridas. Foi esta a génese do ícone primeiro da BMW Motorsport, a necessidade de ser mais competitivo, mais rápido. Em 25 anos, as sucessivas gerações do M3 mostraram serviço tanto nas pistas como nas estradas do dia-a-dia. Mesmo o mal amado E36, deu-nos fantásticas corridas no Autódromo do Estoril, no último grande troféu monomarca organizado em Portugal.

O M3 representou sempre o melhor de todos os mundos automóveis. Provavelmente os melhores motores atmosféricos do mundo, com o equilíbrio perfeito de um tracção posterior e motorização dianteira, associado à praticalidade e robustez de uma berlina de grande produção, tudo embrulhado num misto de descrição, agressividade e raça desportiva.

Foi bastas vezes intitulado como o anti-911, só que com uma bagageira e quatro verdadeiros lugares. Nunca partilhei desta opinião. Quem compra um M3 não o faz pela habitabilidade ou pela capacidade de carga, isso são argumentos para quem compra uma Renault Espace.

O M3 distancia-se em muito do 911, são incomparáveis. O 911 é um carro que nasceu mal, com o motor montado no sítio errado. Se hoje é o carro que é, tal deve-se ao incessante trabalho dos engenheiros de Estugarda, ao longo de mais de quarenta anos, conseguindo disfarçar o indisfarçável. Mais ou menos como a Luciana Abreu ou como a Ana Malhoa, não nasceram propriamente bem feitas, mas depois de uns valentes retoques até dá para aparecerem na capa da Playboy. O M3 é diferente, em qualquer uma das suas gerações, nasceu sempre bem, com tudo no sítio certo, como a Giselle.

Passados 25 anos o E30 ainda faz suspirar muita gente, assim como todas as subsequentes gerações. Dizem que no futuro já não terão os fabulosos motores aspirados, serão sobrealimentados. Quem está habituado utilizar o pé direito como um bisturi na forma de conduzir, estará certamente apreensivo com esta perspectiva. Os motores turbo não são propriamente conhecidos pela linearidade ou pela precisão de resposta ao acelerador, mas afinal se os magos da Motorsport conseguiram maravilhar-nos durante 25 anos a fio, não será agora que nos irão desapontar. Abençoado sejas M3.

Tuesday, September 28, 2010

Justiça aos vencedores



Justiça seja feita ao novo Campeão do Mundo de Superbikes, Max Biaggi.

Não é dos pilotos que admire mais e a Aprilia RSV4 apesar de ser uma grande moto, usufruiu de um perigoso precedente aberto no regulamento, ao ser-lhe permitido utilizar um sistema de distribuição completamente diferente do da moto de série - isto num campeonato de motos derivadas do que se encontra nos stands. Mesmo assim, é com gosto que vejo esta conquista por um construtor que estava falido há cinco anos atrás e por um piloto que foi enterrado vivo quando saiu do MotoGP.

Parabéns Aprilia e Biaggi, este ano foram sem dúvida os melhores.

Sunday, September 26, 2010

Hamilton, aí vão duas seguidas



Para o Hamilton ser campeão do mundo é preciso que os outros façam muitas asneiras, pelo menos tantas como ele. É um daqueles pilotos que não se pode dizer que realmente ganhou o campeonato, os outros é que o perderam. Esta foi a segunda corrida consecutiva em que acaba sem pontos, mais uma vez na sequência de uma manobra mal calculada. Quem erra desta forma não merece o título.

É claro que agora virá dizer que a culpa não foi sua, mas as imagens não deixam dúvidas e se com outros pilotos poderia ter resultado, com Webber nem pensar. O australiano, que luta verdadeiramente pelo título mundial, poderia ter-se amedrontado com a ousadia do inglês, poderia ter pensado nos pontos do quarto lugar e antecipado a travagem, deixando o McLaren passar. O Mark Webber não é assim. Mesmo arriscando um despiste e consequente perda de pontos, com ele uma posição disputa-se sempre até ao fim. Coragem e bravura é o que todos lhe reconhecem e da próxima vez que o Hamilton estiver em posição de tentar uma destas manobras suicidas sobre o australiano, vai certamente pensar duas vezes.

Para além de mais uma do Hamilton, que o deverá afastar da luta pelo título, Singapura testemunhou mais uma excelente corrida do Alonso. O espanhol está embalado para o título e parece que só mesmo o facto de já não ter mais nenhum motor disponível até ao final da temporada, poderá impedi-lo de conseguir o tri-campeonato. Isso ou o Webber, que parece na realidade o único com verdadeiras chances de lhe fazer frente.

Saturday, September 25, 2010

O Ring não perdoa



O Ring não perdoa a quem anda mais assanhado.

Monday, September 13, 2010

O efeito Rossi


Já que estamos a falar de Ducati, deixo aqui o primeiro resultado prático que a contratação de Valentino Rossi já teve para a marca italiana e para o motociclismo, i. e., o encerramento da equipa de Superbike.

A marca dos motores desmodrómicos renasceu, no início dos anos noventa, muito por graça dos fantásticos resultados desportivos que ia tendo no, então recém-criado, campeonato do mundo de Superbikes. Foi assim durante vinte anos, até que por força do investimento necessário para ter o pluri-campeão Valentino Rossi nas fileiras da sua equipa de MotoGP, acabou com a equipa de SBK. É claro que isto não foi cabalmente admitido, mas que ninguém seja ingénuo ao pensar que uma empresa com pouco mais de duas mil pessoas poderá abarcar tal aventura sem que isso tenha consequências no seu natural funcionamento - falo da competição como "natural funcionamento" da marca de Bolonha, porque esta é de facto a única marca de motos que faz da competição parte intrínseca do seu "core business", mais ou menos como a Ferrari nas quatro rodas.

Máquina do tempo


Já que estamos numa de revivalismo, aqui fica uma contemporânea de Agostini, uma Ducati 750 Sport, nesta ocasião montada por Keira Knightley.

Lembrar Agostini

Monza



O Alonso ganhou bem, a Ferrari tinha o carro mais forte em Monza e o espanhol esteve imperial, sem erros. Mesmo no arranque não se pode dizer que tivesse errado. A perda da primeira posição para o Button deveu-se só ao facto do McLaren do inglês ter um "grip" muito superior aos dos adversários. Este foi, para mim, outro ponto alto da corrida, o setup do carro do campeão em título.

Sabendo que o seu McLaren não teria vantagem na velocidade de ponta, o campeão do mundo, apostou num setup com muito mais carga aerodinâmica que toda a gente, aparecendo em pista com uma asa posterior absolutamente gigante, que lhe retirava muita velocidade de ponta, mas que lhe permitia travar muito mais tarde, no final da longa recta de Monza e fazer o restante circuito a fundo. Só nas boxes perdeu o primeiro lugar, conquistando preciosos pontos sem ter que arriscar absolutamente nada durante toda a corrida, ao contrário do seu colega, Hamilton, que no desespero de recuperar lugares acabou por se "enfaixar" no carro do Massa, acabando na gravilha com a direcção partida.

Surpreendente a prestação de Nico Hulkemberg ao volante do Williams equipado com motor Cosworth. Andou sempre entre os 7 primeiros e calou quem dizia que o motor inglês não tinha potência para acompanhar os Renaults ou Mercedes. Perguntem ao Webber o quanto suou para passar o jovem alemão.

Thursday, September 09, 2010

Kimi no shakedown


No shakedown do Rali do Japão o Kimi deixou o "macho" neste estado. Abençoados mecânicos que mesmo assim ainda conseguiram recuperar o carro para sair para a estrada e acabar o dia nos cinco primeiros.

Tuesday, September 07, 2010

Bravo


Desde a época passada que Álvaro Parente não corria com um carro de GP2. Foi convidado para "desenrascar" a equipa Coloni na corrida de Spa. Chegou lá, pegou no carro e logo na primeira corrida faz um segundo lugar. Na corrida do dia seguinte mostrou que não tinha sido sorte e repete o pódio com um terceiro lugar.

Para além de ter passado um atestado de condução à malta que participa regularmente neste campeonato, mostrou mais uma vez que merecia ter conseguido um lugar na F1. Decididamente, está no top 3 dos melhores pilotos portugueses de sempre.

Acaso também não é certamente o facto deste feito ter sido conseguido em Spa, a última pista do campeonato onde o piloto ainda faz realmente a diferença. Pode-se dizer que a pista belga está para os pilotos como o vento está para os incêndios, apaga os mais fracos e alimenta os mais fortes.

Friday, September 03, 2010

Sonhos no planeta Terra



Na semana passada parece que encontraram um sistema solar semelhante ao nosso, com um planeta do mesmo tamanho da Terra e tudo. De imediato, o imaginário colectivo avançou com mil possibilidades, desde seres semelhantes a nós, até a uma civilização mais avançada, que poderíamos visitar, como quem vai visitar os primos no Verão.

Quando vejo publicações como a EVO, a CAR ou semelhantes, pergunto-me de que planeta é que eles nos estarão a escrever? Estas revistas não escrevem sobre Citroens ou Toyotas, escrevem sobre os nossos sonhos de criança. Em que planeta é que um Pagani Zonda Cinque Roadster se cruza com um Koenigegg CCXR, enquanto é ultrapassado por um Veyron Super Sport?

Muitos de vocês dirão que decerto existe uma avenida, algures no planeta Terra, em que o Murciélago LP670-4 SV se encontra num semáforo com o Alfa 8C Competizione, para logo serem seguidos pelo 599 GTO e pelo 911 GT2 RS. Sim, é provável que num qualquer emirado árabe isso aconteça com alguma frequência, mas isso não é o dia-a-dia e nos emirados vive uma ínfima porção dos condutores do planeta. No resto do mundo motorizado, quase todos andam de Dacia Sandero, de Skoda Yeti, ou semelhante. Parece pessimismo, pois em grande parte da Europa já se trocou o Dacia, o Skoda e o Hyundai pelo Audi, Bmw e pelo Mercedes. Mesmo assim continuamos a falar de eunucos motorizados, já que mesmo estes burgueses alemães não passam, na sua esmagadora maioria, de versões assépticas e esterilizadas dos veículos feitos em França, no leste europeu ou no sudoeste asiático.

Não é o chapéu que faz o cozinheiro, nem tão pouco é a chuteira que faz o jogador e de igual forma não é o veículo que dita o condutor, nem o gosto que se tem no manejo da "argola" e dos pedais - retenho na memória momentos gloriosos ao volante de um Skoda Fabia a gasóleo. Não é no entanto, esta certeza de que podemos ser felizes ao volante de um Smart que nos faz deixar de suspirar por um planeta como aquele em que eles escrevem a revista EVO.

Vinha do Algarve e parei na Avenida Luísa Todi na Quinta à noite, para comer um peixinho grelhado ali logo ao lado do fogareiro. Estava ainda a ambientar-me aquela fantástica noite de Verão e a todo um bulício de gente que andava para trás e para a frente à procura de repasto, quando começo a ouvir, ao longe, o trabalhar inconfundível de um V4. Estou incrédulo, não é só um. À minha frente passam bem juntas três Aprilias RSV4 pretas, logo seguidas por duas Agustas 312R, uma vermelha e cinza, outra branca e preta. Enquanto pestanejava de surpresa, ainda vislumbro uma BMW S1000RR branca. Em que planeta estaria? Ali, numa esplanada da Luísa Todi, entre uma cerveja e uma sandes de choco frito, estavam estacionados seis veículos de duas rodas que no mundo das quatro só poderiam ser chamados por Paganis, Lamborghinis, Bugattis ou coisa do género. Estava no planeta Terra, em Setúbal, numa Quinta à noite na Luísa Todi.

Este é o grande segredo das motos. São o sonho de criança ao acesso de qualquer um. Um McLaren F1 de duas rodas pelo valor de um Kia Venga. Na minha garagem só ainda não está a VFR 400R branca, azul e vermelha, como a do poster que tinha na parede do quarto de miúdo (mesmo ao lado da foto do Ferrari 288 GTO) porque ainda não encontrei nenhuma à venda. Quanto ao GTO, talvez quando estiver noutro planeta.

Wednesday, September 01, 2010

Prémio - o meu sonho era saber ultrapassar


Dizer que o Vettel é imaturo, impulsivo, que é um verdadeiro barbeiro, é uma constatação óbvia. Para além disso tudo, o que eu acho mesmo é que ele é burro. Quando digo burro, refiro-me especificamente à falta de inteligência, acefalia.

Quase que se pode dizer que, no ano passado, ele perdeu o campeonato pelos inúmeros incidentes em que se envolveu. Este ano pode-se afirmar exactamente o mesmo e nestes casos o que é que se chama a alguém que não aprende com os próprios erros?

O alemão é rápido que nem uma bala, mas para além de não ser brilhante tacticamente em situação de corrida, é perfeitamente desastroso quando tem que lutar por um lugar, fazer uma ultrapassagem.

São incidentes a mais para quem quer ser campeão do mundo.

Friday, August 27, 2010

Grelhada mista



Entre nós o grelhador é muitas vezes o melhor amigo do Verão. Carvão e sardinhas é algo popular nesta altura do ano.

Este (m)otário australiano deveria estar desesperado por uns grelhados.

Tuesday, August 24, 2010

Trapaça



Não tenho grandes pruridos em assumir que o Senna não era o protótipo do fair-play, não era um "gentleman driver". Não há grandes dúvidas em afirmar que ele ceifou o Prost na primeira curva para garantir desde logo o título mundial. Poderá dizer-se que foi com trapaça. Não foi nesse sentido que disse que o Schumi era trapaceiro.

O Ayrton nunca evitou confrontar-se com os seus actos mais desleais. Sempre assumiu friamente as suas acções, como mais um meio para atingir o objectivo final, a vitória. O Schumacher é sonso, dissimulado, cínico. Provavelmente a diferença não é grande, ambos davam tudo para ganhar, mas a forma como o praticavam era diferente.

Temos, hoje na F1, outros pilotos que fazem quase qualquer coisa para ganhar, casos do Alonso ou do Hamilton, mas analise-se a época até agora e compare-se a conduta de cada um. Nenhum deles teve acessos de "chico-espertice", estilo o Schumi no Mónaco, no Canadá ou agora na Hungria. Sendo que o alemão não admitiu nenhum tipo de desvio à sua conduta em nenhuma das situações. O habitual.

Certo é que pilotos daqueles que se possam considerar exemplos do "fair-play", modelos da ética ao volante, há muito poucos a ganhar e nunca o conseguem fazer de forma continuada. Nos últimos vinte anos, lembro-me de um Button, Villeneuve, Hakkinen, Damon Hill e Nigel Mansell. Nada mais.

Há para mim um desvio de carácter entre o Schumi e o Senna. O mesmo que existe entre o espertalhão e o audaz.


***

Opinião:

De uma forma geral concordo com tudo o que escreves excepto:

1. Mais uma vez misturas tudo: que o Schumacher foi “Chico-esperto” no Canadá e na Hungria tudo bem. Comparar estas duas situações com o que se passou no Mónaco é incorrecto e impreciso.
2. Realmente o Schumacher nunca assumiu as “trapaças” que fez. Mas devias conhecer um pouco melhor a cultura germânica. Sabes bem que para estes indivíduos admitir erros, pedir desculpa,… não são coisas banais como acontece com os latinos. Ainda hoje lhes custa admitir o erro que foi a II Guerra Mundial.
3. Não poder comparar a conduta do Alonso e do Hamilton com a do Schumacher só mesmo este ano. Mais uma vez, memória não é uma coisa uma apreciada por estas bandas. Já te esqueceste do que o Hamilton fez em Melbourne no ano passado (com o Trulli e o Safety Car).

Para concluir, penso que escolheste muito bem a fotografia. Tinha-te ficado bem teres gasto duas linhitas com aquele que proporcionou ao Senna ser tão admirado por tanta gente.

Gonçalo

Wednesday, August 18, 2010

Momentos de antologia - Barrichello vs Schumacher, 2010



Depois da poeira assentar é mais fácil fazer comentários, mesmo se na altura em que aconteceu já tinha ficado com a mesma opinião. O Schumacher foi o Schumacher de sempre. Não vi no Hungaroring nada de novo. Ou melhor, o que vi de novo não teve nada com o Schumacher, i.e., a surpresa deste video são os "tomates" do Barrichelo, que eu não sabia serem tão grandes. Depois desta ultrapassagem acho que não serão somente grandes, deverão ser igualmente pretos. Grandes e negros.

O Schumie, agora tão criticado, não fez mais agora do que fez durante toda a sua carreira. Quem dizia que ele estava velho e acabado, enganou-se, está na mesma; a única diferença é que agora não joga baixo na disputa de títulos mundiais, agora vê-se obrigado a ser o mesmo trapaceiro de sempre na disputa de um lugar dentro dos pontos. Nada mudou, apenas o carro é mais lento e obriga-o a fazer o mesmo por recompensas menores. De resto, o que ele fez agora é tão mau como o que fez durante toda a sua carreira na F1. Agora foi contra o Rubinho e antes foi contra o Damon Hill, o Villeneuve ou o Hakkinen.

O que é de facto digno de nota é mesmo a ultrapassagem do Rubinho, que não descrava o acelerador por um único momento. Sai absolutamente "cravado" do cone de ar do Mercedes e nem com a proximidade do muro hesita, segue de acelerador agrafado no fundo, mesmo com as rodas fora de pista, até consumar a ultrapassagem. Foi de piloto, daqueles a sério.

Na minha escala de consideração por pilotos o Barrichello subiu muito, para onde nunca tinha estado, já o Schumacher manteve-se no mesmo nível de sempre.


***

Opinião:


esta foi uma ultrapassagem à senna, como ele tão bem explicou o que é ser um piloto

(bsendas)

***

É por causa deste tipo de pensamentos que a F1 hoje está como está… uma seca.
Antigamente este tipo de situações aconteciam, mas havia uma diferença: não era o “cabrão” do Schumacher que estava envolvido.
Dizer que o Schumacher é duro, está correcto.
Dizer que esta manobra foi excessiva, está correcto.
Dizer que o Schumacher não é exemplo de fair play, também está correcto
Dizer que o Schumacher lutou trapaceiramente por títulos mundiais, é uma injustiça – e tu sabes bem disso.
Mas é normal este tipo de comentários em “sennistas” como tu. Faz-vos muita confusão ter existido um piloto que tenha ganho o que o Schumacher ganhou e esse piloto não ter sido o Senna.
Não ouvi ninguém dizer que o Senna tentou ganhar trapaceiramente o campeonato em 1989, quando em Suzuka foi empurrado. Também não ouvi ninguém dizer que o Senna ganhou trapaceiramente em 1990 quando pôs o Prost de fora na primeira curva. Tudo situações normais…

Acima de tudo é preciso ser coerente e perceber que isto é competição e não um grupo de amigos que se junta ao fim-de-semana para dar umas voltas de Kart.

NOTA FINAL: apesar de não ser fã do Senna considero que foi o piloto mais rápido da sua geração.

(Gonçalo)

Monday, August 16, 2010

Bem Haja Petrolheads



Hoje ouvi nas notícias que, na Eslováquia, um homem tinha perdido a vida nas recentes cheias, ao tentar salvar o seu automóvel. A todos os que partiram tentando salvar a sua montada e a todos outros que ainda presentes entre nós, amam o seu automóvel como à própria vida, aqui fica um saudoso "Bem Haja".

Sunday, August 15, 2010

Momentos de Antologia - tributo a um Senhor, Ayrton Senna


O BSENDAS mencionou há pouco o tributo que o TOP GEAR fez ao Ayrton Senna.

Às vezes penso que exagero ao escrever tanto sobre o Ayrton, não quero parecer saudosista. Não sou. Não gosto do cheiro a mofo, nem quero transformar isto num obituário do desporto motorizado. Uma coisa é história, outra coisa é revivalismo, viver no passado. Não é para mim.

Não gosto dos actores que se parecem com o James Dean ou com a Marilyn Monroe, detesto o novo Carocha e o Ford GT. Gina Lollobrigida e Sofia Loren tiveram o seu tempo, hoje temos as Giseles Bündchens e Scarletts Johanssons dos nossos dias.

No entanto, pensando bem, relembrar o Ayrton Senna não é saudosismo, celebrar o brasileiro não cheira a bafio. O Senna é uma figura incontornável do desporto automóvel. Ter uma tertúlia sobre carros e não falar no seu nome, seria como ter Olimpíadas e esquecer Atenas, Lisboa sem mencionar o Marquês, viver em Democracia omitindo Mário Soares. Não dá, é incontornável. Não há volta a dar-lhe.

Preconceitos esclarecidos e postos de parte, aqui fica este tributo ao que foi não só um piloto do outro mundo, mas acima de tudo um homem marcante, que mesclava uma competitividade insana com uma humanidade quase divina.

O brasileiro marcou de forma indelével todos aqueles que com ele contactaram. Todos são unânimes: foi o maior de todos os tempos.

Os Domingos nunca mais foram os mesmos, infelizmente.

Tuesday, August 10, 2010

Bicicletas de ciclismo?


Há uns anos atrás o Doug Polen ganhou o Campeonato do Mundo de Superbikes com uma moto que só tinha quatro velocidades, quando a concorrência utilizava caixas de seis. O Polen não era maluco, nem a Ducati tinha falta de carretos da quinta e sexta. O reduzido número de relações de caixa devia-se ao motor, que era tão bom que não precisava de mais. O americano explicava as coisas de forma simples, "... enquanto se está a passar de caixa não está a ser transmitida potência à roda, logo está-se a perder tempo, por isso quantas menos velocidades tiver que meter, melhor, menos tempo perco e este motor dá para isso tudo e muito mais. Ainda vou experimentar só com três relações de caixa, uma para arrancar, outra para o miolo e a última para a recta".

Desde então, sempre que vejo alguma marca a desfazer-se em publicidade a veículos com caixas de muitas velocidades - seis, sete, oito e agora de nove - suspeito sempre que tal se deve ao facto do motor não ser grande coisa.

Agora é a Mercedes a avançar com uma caixa de nove velocidades. Das duas uma: ou a marca de Estugarda está a projectar automóveis para concorrer com bicicletas de ciclismo ou então os motores destes veículos têm a mesma faixa de utilização de uma tanga "fio-dental".


***

Opinião:

De facto é uma observação/desabafo válido...
Mas penso que esta recente mania de transformar a caixa de velocidades numa agenda telefonica, em que não tarda nada os carretos irão estar por ordem alfabética para a malta não perder a ordem,deve-se à tentativa de reduzir consumos...
O que vai levar a motores menos rotativos, mais mudanças, menos necessidade de muita rotação...
É chato, mas enquanto se insistir nos hibridos/electricos que no fundo continuam a queimar o mesmo combustível de sempre esta será a mudança esperada, mesmo nos old school combustão interna...

Esperemos que o hidrogénio apareça brevemente :D

Aí serão realmente electricos, limpos, e só irão precisar de 1 carreto pa frente e outro pa trás... (perde-se roncar do v8, mas não pode ser tudo mau)


(P.)

Sunday, August 08, 2010

A minha vida dava um anúncio automóvel - Honda NSX


Quando foi a última vez que um carro japonês gerou tanta paixão?

Friday, August 06, 2010

Prémio - Assim não brinco mais.


O responsável pela competição da Peugeot, Olivier Quesnel disse esta semana que "Se a Skoda mantiver equipa oficial a Peugeot sai do IRC`em 2011".

Como o Peugeot S2000 não tem feito outra coisa a não ser levar na cabeça, principalmente da Skoda, lembrou-se de amuar e dizer que assim não brinca mais. Supostamente os pilotos Peugeot que andam no IRC, andam todos em equipas amadoras.

Quantas vezes andou a Peugeot por esses campeonatos fora a correr contra verdadeiros privados?

Segundo número



Mais um excelente exemplo do que pode ser uma verdadeira publicação sobre as duas rodas, exemplo único na imprensa motorizada nacional, o segundo número da revista REV.

Wednesday, July 28, 2010

Compreensão


Num artigo de uma revista de F1 dizia-se que os pilotos desta disciplina distavam uns dos outros um máximo de 0.3 segundos. Ou seja, se todos andassem em carros iguais, o primeiro ficava no máximo a 0.3'' do último. No mesmo artigo dizia-se que se esse exercício se realizasse, o Alonso seria o primeiro.

Não é preciso saber muito do desporto, para perceber que o processo de selecção que leva um piloto até à F1 é de tal maneira apurado que os que lá chegam são o pináculo da condução e estão extraordinariamente próximos uns dos outros. Se essa proximidade cabe em 0.3 segundos não sei ao certo, mas não há-de andar muito longe.

Se o piloto à frente de todos os outros é o Alonso também não sei ao certo, mas que o espanhol andará entre os três primeiros não tenho grandes dúvidas. Dito isto, até pode passar a ideia de que gosto de o ver aos comandos do Ferrari. Não é assim, o bi-campeão sempre teve uma forma de ser e de agir que me causaram alguma repulsa, no entanto, em pista é um piloto extraordinário, pelo que compreendi os motivos da sua contratação.

Da mesma forma, compreendo os motivos das ordens de equipa que lhe deram a vitória em detrimento do companheiro de equipa, Felipe Massa. Por mais que goste de ver pilotos a lutar abertamente, como acontece na McLaren, a verdade é que no final só um pode ganhar e estes duelos não fazem mais do que desgastar as energias internas da equipa - para além do natural dispersar de pontos. Recordemos 2007, um título que parecia certo para a McLaren e que graças à luta aberta entre Alonso e Hamilton acabou nas mãos do Raikkonen.

Monday, July 26, 2010

Labaredas



Há uma cena fantástica no filme Miami Vice, de noite com um Ferrari 430 Cabrio a "cuspir" fogo pelo escape como um artista de circo. Na altura pensei que fosse truque à Hollywood. Parece que pelo menos o 599 GTO faz o mesmo tipo de labaredas e nem precisa ser de noite.


A falsa virgem ofendida


Christian Horner, a desempenhar o seu papel de chefe da equipa Red Bull, mostrava-se ontem escandalizado com as ordens da equipa Ferrari aos seus pilotos. Dizia mesmo que o que ouviu no rádio do Massa foi a "Mais clara ordem de ultrapassagem que tinha ouvido."

A ordem foi, de facto, clara e provavelmente a mais clara que já ouvi. Não foi, no entanto, a mais clara que já vi. A ordem de favorecimento mais clara que já vi foi quando tiraram a asa da frente do carro do Webber para a darem ao Vettel. Não ouvi tal ordem, mas posso dizer que foi o agora escandalizado Horner a proferi-la.

De repente ficámos todos uns puritanos da verdade desportiva. Só falta mesmo um comentário ofendido do dr. Helmut Marko.


***

Opinião:

Aqui está um bom tema para por em evidência a hipocrisia que caracteriza os comentadores, pilotos e adeptos da F1 de hoje.
Quando há cerca de 10 anos a Ferrari dava instruções especificas para o Barrichelo deixar passar o Schumacher, toda a gente dizia: “Que vergonha, isto não é desporto” e personalizavam sempre a questão culpando o do costume: “O cabrão do Schumacher é sempre a mesma coisa”. Inclusivamente diziam: “É preciso que a FIA cria regras concretas para impedir que estas situações ocorram”. E assim foi.
Passados 10 anos toda a gente já se esqueceu das palavras que proferiu na altura - dizem: “o sucedido hoje foi um acontecimento normal, que apenas põe em evidencia dois pilotos que lutam para o bem geral da equipa. O Alonso era mais rápido, vai à frente no mundial relativamente ao seu companheiro de equipa e precisa de maximizar os resultados de modo a reduzir a distância para os primeiros da tabela”. O Alonso, como virgem ofendida, sublinha exactamente o profissionalismo dos pilotos e o bem geral da equipa.
Agora vejamos o comportamento do Alonso neste últimos anos:
2007 – Mclaren culpada por espionagem industrial. Lembram-se quem recebia e-mails acerca do desenvolvimento de soluções da Ferrari? Exactamente: Alonso
2008 Singapura – a sua equipa (Renault) dá instruções para que o Piquet se mande contra o muro de modo a favorecer o Alonso. Alguém acredita que ele não sabia?
2010 – O que aconteceu ao interesse geral da equipa nas seguintes situações? 1) Alonso atira-se para cima de Massa na entrada das Boxes na China . O que é que o Alonso disse? “Se tivesse feito isto com um piloto de outra equipa alguém dizia alguma coisa?”; 2) Toque em Massa na largada em Inglaterra que lhe furou o pneu.

Se me perguntarem se acho que a Ferrari fez bem em dar instruções ao Massa, digo que sim. A F1 é um desporto, mas acima de tudo é um negócio. As equipas não são só equipas, são empresas que vivem dos resultados.
Se me perguntam se acho que a Ferrari deve ser castigada, respondo como o Alonso respondeu no final de Valência: “A equipa que respeitou as regras (Red Bull)acabou o GP da Turquia com 15 pontos. A equipa que não respeitou as regras acabou o GP da Alemanha com 43 pontos”…

No final do ano fazemos as contas...

(Gonçalo)

Dia 2 nas bancas



Dia 2 de Agosto temos a segunda edição da REV nas bancas. Vale a pena.

Monday, July 19, 2010

Eu já não acreditava


Confesso que no Sábado à tarde pensei que este Rali dos Açores seria mais um desaire na carreira do Bruno Magalhães, a juntar a todos os que teve até então nas provas internacionais disputadas em Portugal.

Enganei-me e ainda bem, para nós que gostamos das corridas, para o Bruno que precisava deste resultado e para a Peugeot que merecia algum retorno pela sua forte aposta no desporto automóvel.

Quando tudo parecia mais uma vez perdido, no último troço, a sorte sorriu-lhe, quando tantas vezes lhe tinha faltado. Ganhou, somou um fartote de pontos e já é terceiro no campeonato - não conseguirá mais, já que os dois Skodas estão quase imbatíveis - para além de que é o melhor Peugeot, à frente do campeão do mundo Kris Meeke.

Parabéns Bruno e já agora, Obrigado.

Saturday, July 17, 2010

Levem também as vuvuzelas


Depois do folhetim da PT e dos espanhóis, já anda por aí muito boa gente com uma ar triste no discurso a imaginar como será quando, no final do ano, o Sócrates entregar a GALP ao Lula (Petrobras) ou à filha do José Eduardo dos Santos (Sonangol).

Por mais que ache que o sector energético é estratégico para qualquer país do mundo, não consigo deixar de pensar que se a petrolífera portuguesa for entregue a qualquer um dos dois pretendentes, será sempre bem entregue.

Com a GALP nas mãos dos angolanos ou dos brasileiros o "gamanço" de cada vez que abastecemos o tanque não vai deixar de existir, isso vai continuar como até aqui. O que será certamente diferente será o patrocínio e o apoio ao desporto motorizado. Quer a Sonangol, quer a Petrobras apostam verdadeiramente naquilo que é mais próximo ao seu negócio e basicamente em tudo o que anda através de um motor de combustão interna.

Que se lixe a GALP mais a sua subserviência ao futebol. De todos os pilotos lusos que andam por esses campeonatos fora a conquistar vitórias, quantos contaram com o apoio da GALP? Que eu me lembre só mesmo o Lamy e isso foi há vinte anos atrás. Temos até casos como o do Miguel Oliveira, o primeiro piloto português com verdadeiras chances de ser vitorioso no MotoGP, que se internacionalizou com as cores da Repsol.

Que ninguém fique triste por ver partir os capitais da GALP para outro continente, que se vão e que levem o raio das vuvuzelas com eles.

***

Opinião:

Caro,
gostava de lembrar que o Armindo Araújo tem o cunho de campeão mundial de produção, com o apoio (maior ou menor, isso não sei...) da Galp, devido ao apoio que tem já uns anos, desde a entrada para a Mitsubishi. Também o Rui Madeira, julgo que foi campeão do mundo com o patrocínio da GALP, o Carlos Sousa foi longe porque também tinha a gasolineira por trás e o Miguel Campos, antes de se juntar à Peugeot e depois de lá sair também fui lá buscar uns euros, mais os manos Meireles que também já correram com a marca. De qualquer forma, na maioria destes casos, penso que se tratavam de acordos que envolviam sempre as marcas, de forma a potenciar a parceria também de forma contabilística...
Agora, não deixo de dizer, na mesma, que o dinheiro entregue ao futebol era bem dispensado em favor de criação de verdadeiros incentivos à prática de automobilismo de alto nível. Se a vitória em campeonatos (desde os karts - que andam a morrer em PT - velocidade ou ralis) significasse um apoio monetário com a chacela da Galp no patamar seguinte, conseguiriam "matar dois coelhos" de uma vez só. promoção das modalidades, ganhava-se competitividade em escalões intermédios e ainda geravam-se incentivos para a competição e aspirações de futuro para quem emprega o seu dinheiro nisto... (afinal de contas, é preciso sempre gastar algum)

(autoemocion)

Sunday, July 11, 2010

Novos e velhos


Não se trata de saudosismo, é algo que racionalmente toda a gente constata - os "antigos" circuitos são muito mais entusiasmantes que os da era moderna.

Não tenho nada contra a modernidade, muito pelo contrário, mas exceptuando o circuito de Portimão ainda não vi nenhuma pista construída nos últimos quinze anos que seja mais interessante que o que existia até então.

Silverstone é um bom exemplo disso, uma pista com um desenho fantástico a que se juntam cinquenta anos de história automóvel. A sequência de curvas que começa em Copse, depois Maggots, Becketts, Chapel e termina na travagem para Stowe, ainda está para ser replicada. É estonteante para o público e desafiante para os pilotos.

A juntar ao magnífico traçado e à história que este carrega, o que também faz a diferença em Silverstone são as bancadas que estão invariavelmente sempre a abarrotar. Isto também é uma característica que separa os "velhos" dos "novos" traçados, é que os primeiros têm sempre muito público a assistir, quando os segundos estão sempre "às moscas". Parece que a FIA estimulou a construção de circuitos em zonas onde ninguém tem interesse pelas corridas e aqui nem Portimão é excepção.

Há 25 anos viajaram até nós



Na passada Terça-feira deve ter chegado até nós, vindo de 1985, o Michael J. Fox aos comandos do seu DeLorean "Máquina do tempo".

Pois é, para aqueles cujo filme "Regresso ao Futuro" é um marco da adolescência, isto é a prova de que estamos velhos. De referir também que o futuro não é tão fascinante como era descrito no filme. Hoje em dia os carros ainda usam as rodas para se deslocarem e não há nada que flutue no ar, nem sequer uma prancha de skate.

Mesmo assim julgo que se em 1985 retratassem o futuro tal qual a realidade de hoje, ninguém iria ficar desapontado. Afinal de contas, em 1985 imaginar um carro matriculado com 1001 cv como o Veyron haveria de ser algo digno de ficção cientifica. O que dizer então, de coisas como o Caparo T1, o Pagani Zonda ou o Ariel Atom?

Em 1985 mesmo a ideia de um Porsche a gasóleo, um Jaguar feito por indianos, um BMW X6 ou a lista de equipamento do Mercedes Classe S, era o suficiente para nos colocar praticamente a par com OVNIS e marcianos.

Há vinte cinco anos atrás, para além do DeLorean só mesmo o Lamborghini Countach é que tinha qualquer coisa de futurista. Pouco mais existia no mundo dos carros, excepção feita aos monstros do Grupo B. Para além disso, vivíamos num mundo em que o Opel Kadett era o "Carro do Ano" e tudo o resto eram Renaults Supercinco, Peugeots 205 e Citroens Visa. Vivíamos no passado.

Martin McFly, se andas por aqui, aparece, eu pago um copo.

Monday, July 05, 2010

Momentos de antologia - O Samurai Kobayachi


Costuma-se dizer que até ao lavar dos cestos é vindima, para Kamui Kobayashi, até à última volta é corrida. Passar dois pilotos nas duas últimas voltas, num circuito citadino, em Espanha, sendo um deles o Alonso, não é para todos.

Os pilotos vindos do oriente têm normalmente a fama de barbeiros, neste caso estamos face a um piloto com pinta da samurai. Dá gosto e vale a pena ter estas lufadas de ar fresco num mundial de F1 que muitas vezes cheira a marasmo.

Aqui, no entanto, não é só mérito do japonês, há também muito demérito do Alonso que estava completamente a dormir.

De qualquer das maneiras, BRAVO.

Wednesday, June 30, 2010

Assim é difícil escrever


Não tem sido fácil escrever. Não é falta de tempo, é mesmo desmoralização.

O Rossi partiu uma perna, até já o Kobayashi passa pelos Ferraris, a Ducati é zupada a torto e a direito pelo Biaggi, a Ford já só luta pelo terceiro lugar do WRC, o Lamy nunca mais ganha Le Mans, a Ducati é zupada a torto e a direito pelo Lorenzo, o Bruno nunca mais pára de só ganhar experiência, o Campos perdeu a conquista do norte de África para um russo e para rematar isto tudo, o Webber em vez de voar para o título, voou contra a barreira.

PS: só há uma coisa que este ano está a correr como esperado, o "patrocínio" da FIA ao Hamilton para que este consiga a conquista de mais um campeonato.

Tuesday, June 22, 2010

Patético


Assistimos a mais uma trapalhada do Estado à conta do bom do automobilista ou motociclista.

Começam com os chips nas matrículas, que já aqui falámos, cuja a vontade de colocar em prática, contra tudo e contra todos, é tão sôfrega que mais parece que estamos a assistir a mais um episódio do género "atribuição-de-computadores-magalhães-a-uma-empresa-amiga-sem-concurso". Esperemos que, este forcing in extremis não seja porque já está alguma negociata feita com um produtor dos afamados chips.

A continuar esta patética confusão temos o pagamento das SCUTS. Não vou, demagogicamente, defender que devemos meter a cabeça na areia e tentar esquecer que estas auto-estradas têm custos, que se não forem pagos pelos utilizadores serão pagos por todos nós, quer utilizemos quer não. O que para mim é triste é o facto de nos últimos vinte anos termos andado a construir alegremente uma infraestrutura megalómana sem se se criar qualquer outra alternativa. Agora, sem qualquer pré-aviso, dizem às pessoas que se querem continuar a fazer a sua vida terão de pagar e muito.

Em vinte anos ninguém cuidou de manter a rede de estradas nacionais. Deixámos cair tudo o que tinha sido feito até então, criando uma mobilidade completamente dependente das auto-estradas e agora se queremos sair de casa temos que passar numa portagem.

É triste.

Saturday, June 19, 2010

Ralicross



Acho que nunca aqui falei de Ralicross, apesar de achar que é das poucas modalidades do automobilismo realmente desenhadas para oferecer um bom espectáculo ao público.

Quem estiver junto a Sever do Vouga aproveite.

Monday, June 14, 2010

Mclaren outra vez


Até andava bem animado com a McLaren, depois de ter estado a ler um especial sobre a celebração dos vinte anos do projecto do seu carro de estrada, o F1. No entanto, a vitória deste fim-de-semana foi McLaren a mais. Para ajudar à irritação com os carros cinzentos ainda tenho que vir para aqui admitir que eles ganharam e bem.

O Alonso até nem esteve mal, poderia ter ganho, tinha carro e velocidade para isso. Não ganhou porque foi um "menino", tanto na forma como se deixa ultrapassar pelo Hamilton, como pelo Button. Onde é que estava aquele Alonso de instinto matador e sempre de faca nos dentes?

Ao contrário, os dois pilotos da McLaren estiveram bem em tudo, na estratégia, na ausência de erros, na velocidade e muito particularmente Button, na inteligência. O actual campeão do mundo conquista um segundo lugar mais que improvável, a fazer conta pela fraca prestação dos treinos. Já Hamilton foi o mesmo de sempre nos dias bons, rápido, agressivo e empolgante.

Fraquinhos estiveram os Red Bull, Vettel porque o carro não dava para mais e Webber porque falhou completamente ao manter-se em pista com uns pneus que já não tinham mais nada para dar. Perdeu o avanço que tinha quando seguia em primeiro e quando foi à box já era tarde demais, caiu para quinto. A equipa do touro vermelho ainda não tem aquele "killer instinct" que lhe permita ser sempre competitiva, quando tem o melhor carro e quando tem um menos bom.

No campeonato as coisas começa a ficar engraçadas. Alonso deve estar fora, tudo apontando para uma disputa a quatro entre as duplas da Red Bull e da McLaren.

Péssimo, mau demais, miserável, a arrastar-se de curva para curva esteve Schumacher, um autêntico barbeiro que não se limitou só a fazer a corrida mais paupérrima da carreira, como ainda colocou fora o Kubica e o Rubinho. Adorei ver o Liuzzi a dar-lhe um "chega pra lá" na última volta, roubando-lhe a hipótese de pontuar.

O alemão é sem qualquer dúvida o mais premiado de sempre e merece respeito por isso, mas não deixo de ver com agrado pilotos como o Alguersuari ou o Liuzzi a limparem o chão com o pluri-campeão do mundo.

Saturday, June 12, 2010

Qualificação com Hamilton em grande



Mais uma volta de qualificação fantástica para Lewis Hamilton. Quando o inglês está nestes dias, nos circuitos que gosta, é vibrante vê-lo fazer uma volta. Esteja lá o carro como estiver, ele vai lá e resolve.

O Button é mais eficaz quando tudo está bem, mas precisa que tudo esteja bem, até ao mais ínfimo pormenor, senão é o que se viu hoje, arrasta-se. Nisso o Hamilton é mais parecido com o Senna, tira sempre o melhor de qualquer carro que lhe ponham à frente.

Surpresa na qualificação para o facto dos Red Bull terem feito segundo e terceiro com pneus duros. Dá para ver o quanto mais andam estes carros. Amanhã, caso não haja um safety car nas primeiras quinze voltas, a corrida é outra vez para eles.

Já agora, o Webber zupou outra vez o Vettel na qualificação.

O Alonso esteve melhor do que há quinze dias, o Massa nem se viu, o Schumi enterrou-se e os Force India estiveram em grande.

Esperava um renascer do Hulkemberg, mas o Rubinho voltou a mostrar que no circuito Gilles-Villeneuve a experiência tem um papel fundamental.

Amanhã com chuva ou sem ela, deveremos ter uma boa corrida.

Friday, June 11, 2010

BMW em Le Mans



Depois das 24h de Nurburgring vamos voltar a torcer pela marca bávara em Le Mans.

PS: um dos carros em prova traz de volta a tradição dos art-cars, desta vez pintado por Jeff Koons, que é mais conhecido por ter casado com a deputada italiana Cicciolina.

Ilha de Man


Foto incrível tirada no TT da Ilha de Man.

Sunday, June 06, 2010

O orgulho de ser sócio


Eu sou sócio do ACP e tenho orgulho nisso. Há muito que o maior clube do país é mais do que um fornecedor de reboques e de cartas de condução a preços acessíveis.

Para além de um interminável número de serviços prestados aos sócios, o ACP faz também o papel de verdadeiro promotor do desporto motorizado em Portugal - às vezes pergunto-me para que é que serve a federação, mas adiante que isso são contas de outro rosário.

Na semana passada estive no Algarve a acompanhar o Rali de Portugal. O ACP montou uma prova incrível, o símbolo máximo do que já vi em termos de organização de um rali. Percebia-se porque é que nos troços se viam muito mais do que os tradicionais carolas dos ralis. Estava tudo tão bem feito, que mesmo quem não percebia nada daquilo também ia até ao monte ver os carros passar. Raras vezes vi um rali tão fácil de ser visto.

Não passou ainda uma semana e já os homens do ACP se lançam em mais uma epopeia inédita, desta feita até terras africanas. Começou hoje e prolonga-se durante uma semana uma prova de TT que representa um mini-Dakar, levando a caravana desde o Estoril até Marraquexe.

Cá dentro não encontro paralelo e mesmo lá fora dificilmente se encontra um clube com esta dinâmica e coragem. Tenho orgulho em pertencer a este clube.


***

(opinião)


Sem querer desvalorizar ACP o (enorme) mérito do ACP por ter recolocado - e sabido manter! - o WRC no nosso país, apenas lamento a forma como a superespecial do Estádio do Algarve estava organizada em termos de recepção e tratamento do público, pelo menos no domingo.

Apesar de o estádio ter estado muito, mas muito despido de público, especialmente quando em comparação com o que vi no ano passado, não era fácil estacionar a menos de umas valentes centenas de metros do recinto (pode ser impressão minha, mas a relação entre espaço reservado para pessoal credenciado, e espaço para público em geral, pareceu-me bastante desproporcionada); não houve o cuidado de sinalizar as entradas/sectores com a devida antecipação - cheguei a dar de caras com um gradeamento com uma folha A4 pendurada, informando que o acesso àquela área era... para trás! Ora toca a voltar à casa de partida... e assim sucessivamente; por fim, após o final da superespecial, o público era "convidado" para fora do estádio por 10 ou 15 elementos das forças de segurança que, descendo os túneis em formação, não permitiam que fossem ficando pessoas mais vagarosas para trás...

Não queremos voltar à anarquia que nos custou o rali, mas entre isso e sermos tratados como se de uma inconveniência para o espectáculo nos tratássemos, vão muitos graus de cinzento.

Carlos

Volta depressa.


Em não sei quantos anos que tem de carreira nunca vi o Rossi ter uma lesão grave, algum dia teria de acontecer. Ontem o pluri-campeão partiu uma perna na sequência de uma queda.

Espero que volte depressa, porque o MotoGP sem ele não é a mesma coisa.

Saturday, June 05, 2010

REV - Motorcycle Culture



No meio da pobreza latente na imprensa nacional surge, de vez em quando, uma ou outra publicação a contrariar o marasmo.

A REV é uma pedrada no charco, uma pedra virtuosa e de muita qualidade, que não fica aquém do melhor que se faz lá fora. Às vezes aparecem coisas assim.

Momentos de Antologia - Ilha de Man 2010



É este fim-de-semana que se disputa o TT Trophy na Ilha de Man.

Passamos o ano todo a apelidar corridas como as mais loucas do mundo, mas nunca o adjectivo faz tanto sentido como neste fim-de-semana.

Dennis Hopper


O mundo das motos e da liberdade deve-lhe muito. Inesquecível em "Easy Rider", alucinado em "Apocalypse Now", Dennis Hopper que descanse em paz.

Sunday, May 30, 2010

Sebastien "Red Bull" Vettel



O Hamilton teve hoje uma vitória suada e muito merecida, no entanto disso pouca gente falará. O que será assunto no resto da semana será o incidente entre Vettel e Webber.

Correndo o risco de me chamarem faccioso - Webber é um dos meus favoritos - afirmo, desde já, que a culpa foi do Vettel.

Aceito que o Webber não deu muito espaço e pode-se mesmo dizer que tentou espremer o seu companheiro, no entanto o miúdo alemão é que provoca o contacto, virando intempestivamente para a direita. O australiano não se desviou, porque não tinha que o fazer e o contacto foi inevitável.

Os comentários de ambos no final até foram aceitáveis, nenhum assumiu a culpa, considerando o acontecido como uma situação normal de corrida. O que passou as marcas foram as declaração do homem forte da equipa, Helmut Marko, apontando tudo para cima do Mark Webber, fazendo do Sebastien Vettel uma virgem inocente. Bem, se calhar nada disto é de estranhar. Da mesma forma que a Mercedes é a equipa do Schumacher, a Red Bull é, em segredo, a equipa do Vettel.

***

(Opinião)

Eu pessoalmente não diria melhor, e finalmente encontro alguem que gosta do Mark Webber... Acho que após aquele acidente em Le Mans e a sua Estreia na F1 na Australia, aprendi a ter muito carinho pelo piloto! Que seja campeão do mundo, isto desde que, claro, a Red Bull não o comece a queimar a partir de agora.
Abraço

Il Capo

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A culpa foi do Vettel não tenho duvidas (nem mesmo ele). Mas só em equipas que não estão habituadas a ganhar (e a ter que tomar decisões dificeis - leia-se jogo de equipa) é que isto acontece...
No final do ano, quando estes pontos fizerem falta, não venham chorar.

Gonçalo

Tuesday, May 25, 2010

Talvez o último da sua raça


Estamos a sofrer uma recessão na mecânica automóvel. Não sou saudosista, mas os carros nunca mais serão a mesma coisa. Toda a gente está a correr para motores mais pequenos. Diz-se até que daqui a dois ou três anos a F1 terá motores de quatro cilindros.

Não tenho nada contra a eficiência energética ou contra a redução de consumos, mas um V12 sempre foi o expoente da excelência mecânica. Sempre foi a configuração perfeita para qualquer motor de combustão interna. Então quando era feito pela Ferrari...

Suponho que nunca mais farão um carro como o 599 GTO. Nunca mais lançarão um grande V12 puxado assim até ao limite. Nunca mais ouviremos um barulho destes vindo de um carro novo. Este é um dos últimos da sua espécie. Animal em vias de extinção.

Saturday, May 22, 2010

Depois desta nunca mais será a mesma coisa.



Há veículos que para além de o serem, representam também marcos da história. Depois do Ford T, as linhas de montagem nunca mais foram as mesmas. O Bugatti Type 35 criou as corridas de automóveis e estas nunca mais foram as mesmas depois do Auto Union Type C. Depois do 911, o Carocha nunca mais foi o mesmo. O que seria de São Francisco sem o Mustang do McQueen? E Le Mans? O que seria de Le Mans sem o Porsche 917? E sem o Ford GT 40? Então e o Miura? O primeiro carro com pestanas. Depois do Mini as cidades nunca mais foram as mesmas. Será que haveria desportivos matriculados se a Ferrari não tivesse feito o 250 GTO? Depois do Ford Escort RS1600 os ralis passaram a ser o desporto do povo. Será que ainda haveriam ralis se não fosse o Audi Quattro. Com o M3 passámos a ir às compras, para o trabalho, para o infantário, de férias com a família e por aí fora, ao volante do campeão do mundo de turismo. Com o Golf passámos a ter GTIs. Com o F40 tivemos Fórmula Uns matriculados. Com o McLaren F1 vieram os Hiper Carros e com o Veyron, 1000 cavalos passaram a ser tão comuns com o défice no orçamento.

Nas motos é a mesma coisa, a Honda CB 750 matou as europeias, a Suzuki GSXR fundou as superbikes de 750cc, a Honda CBR 900RR acabou com elas, a Ducati 916 mostrou como é que se ganhavam campeonatos com motos do stand, a MV Agusta F4 é a mais bela escultura desde o cavalo de Da Vinci e agora temos mais um genial marco do engenho humano, a BMW S1000RR. É tão só a moto mais avançada e evoluída de sempre.

Por 15000 euros a marca de Munique traz-nos a moto mais potente de série, numa ciclística de Superbike. No entanto, não será por isso que a moto bávara será recordada daqui a vinte anos. Nessa altura diremos então que depois da S1000RR a electrónica nunca mais foi a mesma.

Ainda carregamos o paradigma de que para andarmos verdadeiramente depressa temos que desligar as ajudas electrónicas, essas coisas para totós. Neste caso e pela primeira vez no mundo das motos, a electrónica não só torna os 193 cvs utilizáveis como torna tudo mais eficaz e consequentemente mais rápido. Basta dizer que quando foi apresentada no Autódromo de Portimão, a BMW lançou para a pista, ao mesmo tempo, 40 jornalistas, que depois de andarem a fundo durante toda a tarde entregaram as montadas imaculadas, apenas com mais uns kms e com os pneus carecas. Para além da ausência de quedas ser coisa rara nestas ocasiões, outro acontecimento inesperado aconteceu. Quem andou com a electrónica desligada foi, em média, dois segundos mais lento.

Monday, May 17, 2010

Mark contra o Clearasil


Não é a primeira vez que ouço dizer com regozijo que o regresso do Schumacher é prova da força dos quarenta.

Se o Schumi simboliza a força dos quarenta então o Webber transporta o poder dos trinta. Mais do que isso, o que as prestações do australiano nos dizem é que não é preciso ter-se menos de vinte cinco anos para se ser bem sucedido na F1. Esta torrente de adolescentes é mais um daqueles exageros que só este desporto tem.

Nos últimos dez anos o pelotão não tem parado de se renovar com miudagem borbulhosa, numa busca frenética da renovação, ou da procura do novo messias. Quem tem pago a factura desta vertigem de acne somos nós, que ao invés de termos corridas com pilotos feitos, assistimos muitas vezes ao desmame de miúdos do kart.

Dá gosto ver um piloto como o Webber vencer em Monte-Carlo daquela forma avassaladora, não só porque é daqueles pilotos "à antiga", correcto e corajoso, mas também porque rema quase sozinho contra a brigada do Clearasil.