Sunday, November 02, 2008

Sébastien Loeb - o francês voador


O Loeb lá ganhou o caneco outra vez, nada que já não estivesse todo o mundo à espera. A conquista do quinto título mundial de pilotos era tão certa como o aquecimento global ou como o risco ao meio no cabelo do Paulo Bento.

Há outras coisas também certas à volta da carreira do francês, como o facto da Citroen se manter no mundial apenas por sua causa, se bem que aproveitando de forma bastante proveitosa o talento do piloto maravilha.

É certo também que todos os principais adversários do agora penta-campeão, são e foram grandes pilotos, assim como nos últimos três anos o Ford ter sido o melhor carro; o problema é sempre que Seb é simplesmente sobrenatural quando atrás do volante. Sobrenatural de uma forma nunca antes vista, nem nos ralis nem noutras disciplinas automóveis, sem paralelo algum. Se olharmos para hegemonias recentes, como as do Doohan, Makinen, Schumi ou Rossi, nada se compara à do francês. Mais do que a derrota de alguém, os cinco títulos são a vitória deste francês, Sébastien Loeb.

O futuro, no entanto, não se afigura risonho, pois nos ralis ele já estabeleceu a sua marca e mesmo que ainda tenha motivação para continuar num campeonato que é um marasmo, não sei se esse mesmo campeonato conseguirá sobreviver ao seu talento. A menos que haja uma alteração regulamentar para tentar nivelar os andamentos, como a introdução de lastro à semelhança do WTCC, a categoria maior das provas de estrada, já de si frágil, não sobreviverá a mais uns anos de hegemonia do francês, devido à falta de competitividade e incerteza no resultado. Os cinco títulos consecutivos já reformaram uns quantos pilotos antecipadamente, veja-se o Gronholm, poderá mandar para a pensão também a Ford e mesmo o campeonato inteiro.

Assim é com naturalidade que vejo aventarem-se possíveis participações noutras categorias, como a F1 ou os GTs. Trata-se de um processo idêntico ao do Rossi, mas no caso do francês era de todo benéfico para toda a gente, talves menos para ele, pois ao ingressar numa outra categoria certamente que arrastaria interesse acrescido e os ralis poderiam aproveitar o luto da perda do eterno vencedor para finalmente se reabilitarem.

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