Monday, July 30, 2012

Quando sobe ao Olimpo é assim, divino.

Da mesma forma como elogiei a corrida da semana passada do Alonso, faço-o agora com Hamilton, que hoje esteve magistral. O ingles é assim, capaz do melhor e do pior, de um fim-de-semana para outro. Ontem, como alonso na semana passada, mesmo perseguido de perto, durante toda a corrida, com os adversários capazes de usar o DRS, nunca deu hipótese a ninguém.

Os indefectíveis do Alonso poderão dizer que o o inglês teve o trabalho facilitado por um um circuito citadino sem muros, onde é quase impossível ultrapassar. É verdade que o Hungaroring é o circuito mais enfadonho de sempre - pior só mesmo uma oval americana - mas isso só não tira mérito ao namorado da Nicole.

O inglês é absolutamente bipolar, tanto parece uma vaca louca com o volante nas mãos, como um daqueles sobredotados que aparecem na F1 de quinze em quinze anos. De genial a besta, de um domingo para outro. De Deus a simples humano, de uma corrida para outra. Hamilton é assim e o povo adora.

Monday, July 23, 2012

Há quem faça a diferença, sempre.

Merecem cada cêntimo que ganham, simplesmente porque fazem a diferença a cada corrida que passa. Acredito que o título deste ano é para o Alonso. Não tenho grandes dúvidas disso. Este será um título que deveria valer por dois.

Deveria valer por dois porque o espanhol tem sido simplesmente soberbo, para lá de bom. Quando o Ferrari esteve mais fraco, limitou danos, sempre que há uma oportunidade, não dá hipótese, vai lá e ganha. 

Ontem poderia ter acontecido uma corrida enfadonha, já que o Ferrari liderou da primeira à última volta. Nada disso, foi emocionante ver como Alonso foi perseguido de muito perto, quase sempre de menos de segundo, e apesar disso, mesmo com o DRS utilizado sistematicamente pelos seus adversários, controlou sempre a corrida, não dando nunca hipótese a ninguém. Soberbo em tudo, velocidade, táctica e inteligência. 

Se Alonso será campeão, muito o deve a Kimi Raikkonen, pois o finlandês tem feito o que Massa nunca fez, mas devia, i.e., roubar pontos aos adversários do primeiro piloto da Ferrari. 

Já não sei se foi o Panis ou outro qualquer ex-piloto francês que dizia que neste ano o piloto que mais impressionava era Kimi Raikkonen. Pouco importa, porque não dou qualquer crédito a pilotos de F1 franceses - uma questão de princípio - utilizo apenas a associação para reafirmar que apesar de eu ser completamente faccionso em relação ao "Iceman", acho que qualquer um tem que "dar a mão à palmatória" relativamente à prestação de um piloto que esteve a brincar aos ralis durante dois anos, chega a uma equipa completamente desorientada e sistematicamente mete o carro nos cinco primeiros, sem erros ou acidentes - quem duvidar muito, que compare com o colega Grosjean. 

O Kimi só ainda não conquistou o lugar mais alto do pódio porque não tem uma equipa que seja minimamente inteligente em situação de corrida, como se viu ontem, quando aplicou uma táctica contrária a toda a gente que estava em pista - onde é que eles estavam com a cabeça quando lhe montaram pneus moles para o segundo stint? 

De resto, para não massacrar novamente o triste do Massa, vou apenas realçar Hamilton. Teve azar quando furou, a corrida estava arruinada. Entrou para a pista, foi dobrado pelos primeiros, mas antes de abandonar, mostrou a todo o mundo que era pelo menos tão rápido como os líderes da corrida e decidiu ultrapassar Vettel. Porque é que o fez? - perguntava o irritado alemão. Fê-lo porque podia. Porque ao invés de passar ao lado da corrida, mostrou do que era capaz e ainda se foi a rir para as boxes. Certamente que ao fim do dia se riu em conjunto com a Nicole... 

Hamilton é assim, por mais tonto que seja, tem um propósito, de marcar a F1 enquanto faz o que gosta. Apesar da escassez de títulos, tem conseguido os seus propósitos e tem-no feito, arrastando uma eternidade de fãs atrás de si, basta comparar com Vettel; que em menos tempo tem conseguido mais títulos, mas não consegue arrastar ninguém a um circuito de F1, sendo mesmo batido em popularidade pelo impopular Schumacher.

Wednesday, July 18, 2012

Prémio - prefiro o mais lento, mas que não bate





Ogier diz que prefere o Sordo ao Latvala. Pudera, o Latvala até pode ser o piloto mais rápido do mundial, mas isso só é verdade até amarrotar o "macho" contra qualquer coisa, ou por alguma coisa abaixo, i.e., uns dez ou quinze kms depois de começar o rali.

O problema é que acho mais provável vermos o Sordo na Ford, do que na VW.

Monday, July 16, 2012

Belo e caro - 250 GTO




Provavelmente o mais belo carro de corridas de sempre. Seguramente o mais caro.

Wednesday, July 11, 2012

Fazê-lo com estilo


Uma das coisas que gosto no mundo das motos é que há espaço, tolerância e respeito por toda a gente, sejam trackers, scooters, racers, choppers e por aí fora. 

Este espírito de tolerância e de respeito pela individualidade de cada um, manifesta-se pelo cumprimentar mútuo, pelo gestor ordeiro, que tem lugar sempre que um motard se cruza com outro. 

Comigo só há uma excepção, os tipos das motos BMW. 

Eu não cumprimento, nem "passo cartão" a tipos que se cruzam comigo de moto BMW. Já o faço há muitos anos e nem me lembro bem porque é que ganhei esta indiferença aos condutores destas motos. Posso não me lembrar da génese deste sentimento de asco aos condutores das motos bávaras, mas todas as vezes que ando na estrada e me cruzo com eles, chego sempre à conclusão que esta estirpe não merece outro tipo de tratamento. É malta que tem a mania...

Podem-me dizer que nem todos são assim, armados ao pingarelho, que certamente há excepções. Certo. Concordo, não podemos generalizar este juízo; não posso dizer que todos os condutores de motos BMW são uns pedantes idiotas, como também não posso generalizar dizendo que todos os condutores de Harleys são gay, ou que todos os que conduzem Goldwings têm um fetiche sexual por Tupperwares.

Adiante, já que isto tudo também não vem muito ao caso deste post, que serve essencialmente para louvar o condutor do Lamborghini que devastou todas as motos BMW que estavam estacionadas à porta de um concessionário. 

O tratamento certo, mas com muito mais estilo. 





Sunday, July 08, 2012

Webber ganhou? Ou foi o Alonso que perdeu?



Webber ganhou bem! É o que me ocorre de imediato. Por outro lado, não tenho a certeza se foi o Webber que ganhou ou se foi o Alonso que perdeu a corrida.

Certo é que a Ferrari errou na estratégia dos pneus. O espanhol limitou danos com a conquista do segundo lugar, mas se tivesse acertado e colocado pneus duros no último stint, tinha conquistado a sua terceira vitória, ficando, quanto a mim, a pouco mais de uma vitória do título - o campeão deste ano não terá mais do que quatro ou cinco vitórias.

Webber esteve muito bem, acreditando sempre. O seu colega de equipa não esteve mal, assim como Massa, que sem fazer esquecer a sua imagem de "pézudo" ainda conseguiu alguns bons momentos.

Kimi esteve em grande plano, como tem sido habitual este ano e colocou mesmo a Lotus no terceiro lugar do mundial.
De resto, referência para o facto de todos os campeões em pista terem conseguido pontuar.

Fala-se muito do acidente com o Maldonado, mas apesar de achar que o venezuelano teve culpa, também acho que não foi nada por aí além, muito menos intencional.

Sunday, July 01, 2012

Pódio memorável

 

Pódio do GP da Europa de 2012

Uma semana depois ainda anda muita gente a falar do GP de Valência. Quem diria, no circuito mais enfadonho de sempre iria acontecer uma corrida absolutamente memorável, mérito seja dado à FIA.

O pódio dever ser o que mais títulos reuniu até hoje, os não sei quantos do "outrora mais eficaz de sempre" Schumacher, o do "absolutamente cool" Kimi e os dois "daquele que hoje em dia faz a diferença na F1" Alonso.

Não foi à toa que estes senhores foram campeões do mundo; foi um pouco à toa e muito graças ao Hamilton que o Schumi chegou em terceiro; as prestações do Kimi têm deixado muita gente à toa; não será à toa que o Alonso discutirá o título deste ano.

Sunday, June 24, 2012

O fascínio off-road

Para muitos a última grande fronteira, aqui protagonizada por um eterno clássico, a XR400.

Wednesday, June 20, 2012

F1 vs BTT

A sala era imaculada, como se de uma morgue do CSI se tratasse. Tudo estava impecávelmente arrumado, entre metaplans, quadros brancos, flip-charts e fotografias tiradas de momentos edílicos do "BBC Vida Selvagem". Lá dentro estava a equipa de gestão de produto da BMW. Uns tipos com o corte de cabelo em dia, com aspecto de quem calça umas luvas cirúrgicas antes de iniciar o acto do amor. Camisa salmão, gravata lilás, camisa bege, gravata jasmim, camisa amarela, gravata laranja...

Neste universo de eternos "pendants" do "pret-a-porter", alguém exclama: "BTT! - é isso, bicicletas de montanha. Vamos fazer um carro que tenha tantas velocidades quanto um bicicleta de montanha."

Experimentei a caixa de oito velocidades da BMW, num 320d, 525d, 640d e achei-a tão redundante que tenho a certeza que a sua génese aconteceu numa cena como a que atrás descrevi.

Oito velocidades, são velocidades a mais! As patilhas atrás do volante, então, não servem para nada. São tantos rapports, que passado um tempo já nem sabemos se havemos de premir a patilha esquerda ou a da direita; e mesmo quando imaginamos que somos o Alonso, durante uma travagem forte, são tantas mudanças que quando acabamos de reduzir, já falhámos a curva. Inútil. Como ter 250 canais por cabo, quando só queremos ouvir as notícias.

No outro dia experimentei um M6 e quando me disseram que a caixa era de sete velocidades, pensei de imediato "mais uma BTT". Enganei-me.

Formula Um - deve ter sido certamente daqui que veio a ideia da caixa de sete. Porquê? Porque de lá veio a ideia de criar aquele V10. Ou veio de lá ou então veio de Chernobyl, ou de outra qualquer central nuclear, porque aquilo tinha potência suficiente para alimentar toda a África subsariana.

É para traduzir o carácter, de um motor, que serve uma caixa de velocidades e não para funcionar como argumento de marketing. Aquele V10 é de tal forma assombroso nos altos regimes, que merece bem uma caixa que permita que o ponteiro ande sempre encostado ao redline. Um conjunto como deve ser, em que o motor é o artista principal e a caixa de velocidades é a partnaire, passando despercebida de forma natural, para não nos distraírmos do que realmente interessa, a condução.

Macaco ao volante

 

Fiquei de facto entusiasmado com a performance dos Toyota em Le Mans, pena é que os pilotos não estivessem à altura, acabaram por matar prematuramente uma prova que tinha tudo para ser memorável.

Um amigo meu costuma dizer que quando "pagas com amendoins, recebes macacos". Valia bem a pena a Toyota ter investido um pouco mais, numa equipa de pilotos mais capaz, tipo Pedro Lamy e afins.

Sunday, June 17, 2012

Foi pena

Apesar de achar que a culpa é inteiramente do piloto do Toyota, tive pena que se tivesse dado o abandono, pois tinham acabado de ultrapassar o Audi em pista e estavam a ser extraordinariamente rápidos.

Tuesday, June 12, 2012

Assustador

Isto é a coisa mais assustadora que vi nos últimos tempos, logo a seguir aquele puto da Galp que escreve uma carta aos tipos da selecção.

Monday, June 11, 2012

Bravo!

Disse, antes da corrida, que não haveria um sétimo vencedor diferente, em sete corridas. Enganei-me bem.

Já me disseram que estava demasiado certo da vitória do Vettel e que por isso nem reparei que o Hamilton partia na linha da frente, mas não. Eu vi bem que o Hamilton estava ao lado do Vettel, mas pensei que se não fosse a equipa a arruinar-lhe a corrida, então seriam os muros do circuito canadiano.

Enganei-me bem e não me importo nada de o admitir, porque vitórias como a de ontem são um regalo para quem gosta de corridas. O inglês foi simplesmente majestoso.

Nem os erros da concorrência, especialmente da Ferrari, beliscam o mérito desta vitória, porque se os italianos e a Red Bull erraram, tal deve-se em muito, senão na totalidade, à forma avassaladora como o Hamilton estava a andar.

Bravo! Este ano já tinha deixado indícios de que estava mais piloto, mas aquela equipa não estava a ajudar nada. Mesmo assim o campeão inglês soube limitar danos e já está na frente do mundial. Bravo!

 

Sunday, June 10, 2012

Evolução natural

 

Julgo que a senda de vencedores diferentes acaba hoje. Sete vencedores em sete corridas será hoje praticamente impossível. Com o evoluir do campeonato, as equipas evoluem também e as que têm mais recursos evoluem mais rápido.

As naturalmente candidatas McLaren, Ferrari e Red Bull começam a colocar ordem na casa e as outras equipas começam a perder o fôlego. Hoje deve dar Vettel, se chover aposto no Alonso.

 

Sunday, June 03, 2012

Frigoríficos de quatro rodas



Com a última moda dos carros brancos, alguém se lembrou que para parecerem realmente frigoríficos só faltava um autocolante destes.

Parece que daqui a um tempo serão mesmo obrigatórios.

Saturday, June 02, 2012

O Ferrari do Eric Clapton




Jaki Elkann, o neto de Agnelli, criou uma divisão na Ferrari que só vende modelos únicos, com preços entre dois e cinco milhões de euros.

Para os amantes da marca que acham que os modelos de catálogo não são suficientemente especiais, podem agora criar um Ferrari ao seu gosto, um que mais ninguém tenha ou alguma vez terá.

Se o excesso de dinheiro me metesse impressão, então depois Jaguar E, do Deltona, do Quattro, do M3 evo 2, do 911 GTS, do Daytona do Miami Vice, do Veyron, do Zonda Roadster, do Aston V12 Vantage e do 340R, lá me daria ao trabalho de especificar um Ferrari só para mim.

Não sei o que é que o Eric Clapton tem na garagem, mas achou que estava na hora de ter o seu Ferrari. Como o bestial guitarrista tinha um fetiche pelo 512BB, Elkann decidiu travestir um 458 com lampejos deste. Nunca gostei muito do 512, mas gosto bastante deste que foi baptizado como SP12 EC

Tuesday, May 29, 2012

Prémio Miguel Relvas

A FIA queixa-se dos ralis britânico e italiano por terem espectadores a mais, o que até se consegue compreender. Ao mesmo tempo pressiona o ACP para organizar o Rali de Portugal no norte do país, o que é completamente imcompreensível depois das queixas de excesso de espectadores.

Eu sou daqueles que afirma que os ralis no norte têm outro encanto, mas também digo que já não se consegue fazer por lá um rali com o mesmo nível do que se faz no Algarve. Há alturas em que o excesso de público pode ser um problema, depois há os acessos, ou falta deles, a pouca oferta hoteleira, o clima e os troços. Sim, porque os bons troços e em quantidade, estão a desaparecer das serras nortenhas, com muitos a serem transformados em auto-estradas de gravilha para acesso às torres eólicas.

 

Friday, May 25, 2012

Homenagem

É por estas e por outras que o Kimi se destaca entre o ambiente higienizado e esterilizado do pelotão da F1, maioritariamente composto por um sem-número de enfadonhos aprendizes de namorado da Barbie.

No Mónaco vai prestar uma homenagem a James Hunt, outro dos grandes da F1, que assim como todos os que realmente marcaram a categoria, era muito mais que um mero piloto.


Wednesday, May 23, 2012

Zonda, Ford T, Spectrum, Playstation e Hamilton

Estava a ler que o Hamilton encomendou um Zonda R muito especial. O carro em si é já das coisas mais especiais que se podem encontrar assentes em quatro rodas, mas Hamilton queria algo mais, queria um com uma caixa manual. Disse ele a Horacio Pagani que patilhas atrás do volante era o que ele tinha usado desde que começou a conduzir. Para um carro especial, queria aquela sensação especial de sentir que realmente comandava a máquina... de andar com uma mão na regueifa e outra agarrada ao pau.

Um bom e velho amigo meu, tem na sua garagem um Ford T, um Austin Healey, um Isetta e um Land Rover Defender, para além das coisas do dia a dia. Sempre me contou a experiência que era conduzir um ícone como o Ford T, como o acto de condução exigia dádivas de concentração e de coordenação absolutamente invulgares, quando comparados com os dias de hoje. É um purista destas coisas da mecânica e dos automóveis, enchendo o peito sempre que fala de carros para homens e suspirando com as frescuras motorizadas de hoje em dia.

Ontem encontrei-o no café. Estava empolgadíssimo com a sua experiência automobilística do fim de semana. Tinha conduzido um 430 Scuderia, com caixa atrás do volante e todos os gadgets electrónicos dos Ferraris dos nossos dias. Parecia um miúdo de doze anos, excitadíssimo, delirante com as passagens de caixa, com o "manetino" e tudo o mais. Valeram mais aqueles poucos kms no moderno Cavalino Rampante, que muitos anos de clássicos do mundo automóvel. Em termos de condução, aqueles breves momentos valeram mesmo muito mais; e nunca mais uma coisa com volante sem nada por detrás e com uma maçaneta entre os bancos, será a mesma coisa.

O que se passou entre o condutor do Ford T e o do Ferrari 430 foi o mesmo que se passou aos que jogaram num Spectrum durante anos e de repente experimentamos uma Playstation. Não deixamos de sentir um carinho especial pelo "Manic Miner" ou pelo "Chuckie Egg", eventualmente até os revivemos uma vez ou outra no telemóvel, mas depois do "Call of Duty" ou do "PES" o mundo nunca mais é o mesmo.

Quanto ao Hamilton, a caixa manual no último dos Zondas é apenas um devaneio excêntrico, mais ou menos como jogar Need For Speed com um joystick Kempston.

 

Monday, May 21, 2012

Duelo de cavalheiros

 

Há já algum tempo que não via uma corrida de MotoGP até ao fim, hoje valeu bem a pena. Um duelo daqueles à moda antiga...