Thursday, September 19, 2013

Mixed Feelings






Sim, tenho evitado falar da contratação do Kimi por parte da Ferrari.

Por um lado, é a oportunidade de ver um dos melhores que já vi correr, numa equipa que lhe pode proporcionar mais do que a Lotus; por outro lado, há muitos anos que defendo que as equipas de F1 só podem ter um piloto "número um".

O erro que a Ferrari agora está a cometer é o mesmo que a McLaren cometeu vezes sem conta e que eu tanto critiquei.

O Kimi é dos poucos pilotos com quem o Alonso se dá, mas isso é quando se encontram ao final do dia, com uma cerveja à frente dos dentes. Quando tiverem que competir pelo mesmo espaço diariamente, aí a coisa muda de figura. O espanhol consegue ser um pulha quando lhe apertam os calos, veja-se o que se passou com o Hamilton, com a ajuda do De la Rosa.

Adicionado ao mau feitio do espanhol, junta-se a indiferença do finlandês e a natural incapacidade de uma equipa latina para ser imparcial.

Só mesmo a McLaren é que mantém estoicamente este tipo de formações, com dois galos no galinheiro - mérito seja dado à teimosia dos ingleses. Caso contrário, nenhuma outra equipa cai nessa tentação, de ter duas estrelas na mesma box. A Red Bull ainda tentou, mas corrigiu rapidamente.

Enfim, é um gosto ver uma equipa como a Ferrari dar a mão à palmatória e voltar a contratar o Kimi.

É um gosto ver o Kimi ver quem o escurraçou a peso de ouro, voltar a elegê-lo. Mas não vai resultar, dois dos quatro maiores talentos actuais da F1 vão-se anular mutuamente. E a Ferrari vai continuar sem ganhar.


***



Porque é que a escolha do Raikkonen é uma má escolha.
Por momentos esqueçamos a rapidez do piloto e concentremo-nos em pontos muito mais importantes e que vão para além da rapidez:

1. A Ferrari não é uma equipa, é a equipa.O perfil dos pilotos tem que ser escolhido a dedo. Nesta equipa só têm lugar pilotos dedicados: daqueles que chegam à garagem antes dos mecânicos e que só saem de madrugada (e diretamente para casa descansar)
2. À Ferrari interessam pilotos que contribuam para o desenvolvimento do carro, ou seja, que a sua presença acresecente valor à equipa
3. Na Ferrari habita paixão, muito mais que razão
4. Todos os pilotos de topo ambicionam pilotar um Ferrari. Depois de lá entrarem nunca mais de lá saem

Não me parece que o Kimi caiba no perfil "piloto ferrari".

Até esse dia negro, considerava a Ferrari uma equipa muito bem gerida, em que pilotos e marca faziam uma quase perfeita sintonia. Sinto-me profundamente desiludido.

Agora algumas questões: como é que uma equipa despede um piloto por incompetência, paga-lhe para não correr, e agora volta-o a contratar? Como é que uma equipa (até aqui bem gerida) comete o erro de colocar dois galos no mesmo poleiro? Recordam-se do que aconteceu entre o Alonso e o Hamilton na Mclaren? Eu relembro: ofereceram o único campeonato do mundo ao agora piloto da Ferrari... O que é que o Raikkonen fez de especial nos 3 anos em que esteve na Ferrari? Eu relembro: um campeonato oferecido pela Mclaren; um terceiro lugar atrás do Massa(!!!) e um sexto lugar...

O que a Ferrari precisava não era de contratar um piloto rápido - para isso já lá tem um mais rápido e muito mais completo. O que a Ferrari precisava (e precisa) é de "varrer" a casa daqueles que apesar de já lá estarem há uns anitos ainda só revelaram serem inceitavelmente um "bando" de incompetentes (leia-se Stefano Domenicali e companhia).

Não queria ser pessimista e oxalá me engane, mas receio que esta brincadeira vá acabar num banho de sangue...

(Gonçalo)


1 comment:

Gonçalo said...

Porque é que a escolha do Raikkonen é uma má escolha.
Por momentos esqueçamos a rapidez do piloto e concentremo-nos em pontos muito mais importantes e que vão para além da rapidez:

1. A Ferrari não é uma equipa, é a equipa.O perfil dos pilotos tem que ser escolhido a dedo. Nesta equipa só têm lugar pilotos dedicados: daqueles que chegam à garagem antes dos mecânicos e que só saem de madrugada (e diretamente para casa descansar)
2. À Ferrari interessam pilotos que contribuam para o desenvolvimento do carro, ou seja, que a sua presença acresecente valor à equipa
3. Na Ferrari habita paixão, muito mais que razão
4. Todos os pilotos de topo ambicionam pilotar um Ferrari. Depois de lá entrarem nunca mais de lá saem

Não me parece que o Kimi caiba no perfil "piloto ferrari".

Até esse dia negro, considerava a Ferrari uma equipa muito bem gerida, em que pilotos e marca faziam uma quase perfeita sintonia. Sinto-me profundamente desiludido.

Agora algumas questões: como é que uma equipa despede um piloto por incompetência, paga-lhe para não correr, e agora volta-o a contratar? Como é que uma equipa (até aqui bem gerida) comete o erro de colocar dois galos no mesmo poleiro? Recordam-se do que aconteceu entre o Alonso e o Hamilton na Mclaren? Eu relembro: ofereceram o único campeonato do mundo ao agora piloto da Ferrari... O que é que o Raikkonen fez de especial nos 3 anos em que esteve na Ferrari? Eu relembro: um campeonato oferecido pela Mclaren; um terceiro lugar atrás do Massa(!!!) e um sexto lugar...

O que a Ferrari precisava não era de contratar um piloto rápido - para isso já lá tem um mais rápido e muito mais completo. O que a Ferrari precisava (e precisa) é de "varrer" a casa daqueles que apesar de já lá estarem há uns anitos ainda só revelaram serem inceitavelmente um "bando" de incompetentes (leia-se Stefano Domenicali e companhia).

Não queria ser pessimista e oxalá me engane, mas receio que esta brincadeira vá acabar num banho de sangue...