Friday, February 21, 2014

Muito melhor que tudo o resto

 

Não conduzi muitos carros, mas de todos os que conduzi poucos se distinguiam de forma determinante de todos os outros. Sim, um Fiat Uno é muito diferente de um SLS. No entanto a expectativa também se adapta, pelo que sabemos de antemão o que esperar de um Skoda Fabia e de um 911.

Para mim isto era a verdade, de que todos os carros se assemelham uns aos outros na fundo da sua essência, até que conduzi um Ferrari.

O 575 Maranello sempre foi um dos meus favoritos, pelo que tinha lido o suficiente sobre o GT italiano. Por mais que tenha lido e admirado, a experiência de conduzir foi muito para lá do que poderia imaginar. Não é o carro mais potente que conduzi, nem o mais leve, mas há ali algo que faz com que se conduza de outra forma. Tudo parace mais leve, mais preciso, mais rápido. Tudo parece diferente, para melhor. Como se a sua génese, na sua esséncia, tivesse sido criado de outra forma, como nenhum outro.

Não sei se é o chassis, a direcção, a suspensão, o equilibrio, ou seja lá o que for, ao pé daquilo tudo o resto é como dançar o tango com um lutador de Sumo.

Nunca tive o desejo incontornável de ter um Ferrari, acho que nunca me tentarei por comprar um, no entanto agora entendo muita da loucura à volta da marca italiana, ou melhor dos seus carros.

São de facto muito diferentes de tudo o resto. Para melhor.

 

Saturday, February 08, 2014

Era bom, mas hoje é melhor

Por vezes podemos pensar que o Dakar já foi mais competitivo do que agora, principalmente se nos lembrarmos de batalhas ultra renhidas como as que habitualmente se travavam entre Hubert Auriol e Cyril Neveu.

Tinha um poster da Cagiva da Lucky Strike, que admirei durante anos de meninice, o Auriol e o Neveu eram os meus heróis.

Mas mesmo se cresci a ver esses tempos épicos continuo a achar que o Dakar de hoje é melhor, por um simples factor, porque hoje em dia conseguimos assistir à prova sentados no sofá.

Antes apenas ouvíamos qualquer coisa, aqui e ali, sobre o decorrer da prova. Normalmente só obtinhamos alguma informação depois da prova terminar.

Hoje seguimos muitas vezes a prova em directo e todos os dias recebemos muitos minutos de imagem que nos mostram a beleza da mais louca corrida do mundo.

 

Saturday, February 01, 2014

Não tenho a certeza, mas acho que sim


Ainda não tenho a certeza, mas acho que as alterações introduzidas na F1 nos vão dar uma boa época. Os carros continuam feios, o barulho dos motores não entusiasma, mas esta coisa de limitarem o consumo, obrigando a uma gestão adicional e com um KERS mais forte, que permita ultrapassagens para além das zonas de DRS, pode dar um resultado bem bom.

Para além do mais parece que o Vettel não tem, para já, um carro canhão.

Parece que tem a vantagem é a Mercedes, o que até nem é mau, uma vez que a Williams e não só, usam motores germânicos.

Estou curioso para ver como fica a Ferrari e o Kimi no meio da salada que vai ser a primeira corrida do ano.

Saturday, January 18, 2014

O Dakar acaba hoje




O Dakar acaba hoje. É pena.

Não senti a intensidade competitiva de outros anos, mas acho que isso se deve a não simpatizar nem com o Roma, nem com o Peterhansel.

A mesma coisa nas motos, o Coma não me diz nada e o Barreda é ainda um miúdo desconhecido, apesar de parecer muito, muito rápido.

Acho que é a minha embirração com os espanhóis e com os franceses. Com excepção do Sainz, acho que não gosto de nenhum.

De qualquer das maneiras, ter dois carros, no último dia, separados por menos de um minuto é notável.

Se o Peterhansel ganhar, será das suas vitórias mais justificadas, pois para qualquer outro piloto, o atraso que acumulou na primeira semana de prova, seria impossível de recuperar. Para ele não, há prova até à bandeira de xadrez e até lá é a fundo.

Para Roma pode ser a derrota de uma vida, uma vez que tinha um avanço tal, que para qualquer outro se trataria apenas de gestão até ao final. Há dez anos atrás, ainda de moto, as câmaras apanharam-no sozinho, completamente desorientado no deserto, a chorar. Nessa altura percebi que o espanhol não tinha aquela tenacidade que caracteriza os grandes pilotos do deserto. Como era espanhol, no ano seguinte a Repsol lá o colocou a correr de carro e assim se tem arrastado até hoje, nunca passando de um piloto mediano. Se assim é, porque é que está à beira de ganhar um Dakar? Porque tem o melhor navegador do pelotão e no Dakar os navegadores ainda ganham provas.

Quanto ao resto, muito abaixo do esperado, começando pelo Nasser, passando pelo De Villiers e acabando no Gordon, que este ano nem se viu.

O Sainz esteve bem enquanto o carro deixou, mas a ilação é a mesma dos dois últimos anos: seja de buggy ou de 4x4, um privado já não consegue ganhar o Dakar. O poderio de uma equipa como a Mini é simplesmente demasiado grande.

Nas motos, a desilusão é só Tuga, pois com três pilotos apontados pelo menos ao pódio, apenas o Helder conseguiu aproximar-se de um quinto lugar, mas mesmo assim sem nunca mostrar velocidade ou consistência para almejar sequer o pódio. Muitos estarão a dizer que teve problemas com a moto que o atrasaram. Então vejam o Després, que teve problemas quase todos os dias com a Yamaha e recuperou até terceiro e se o Dakar tem mais dois ou três dias de duração ainda ganhava a prova.

O mínimo que se esperava dos Tugas era que andassem ao nível de um Barreda ou de um Duclos, ou mesmo do Pain. Mas não, entre a queda do Rúben, as lágrimas do Paulo e os lamentos do Helder, nenhum deu nas vistas, sequer por uma etapa.

Isso foi o que fez o Sousa, que fez o que lhe competia, andar o máximo enquanto o carro aguentasse, ganhando a primeira etapa. Apareceu, deu retorno à equipa e só foi pena que o carro se tenha finado no dia seguinte. Para história fica mais uma vitória numa etapa para o Tuga, mostrando uma rapidez que já nem eu me lembrava que ele tinha.

Sunday, January 05, 2014

Dakar com motos ao rubro




Há mais de dez anos que não se viam tantos construtores a lutar pela primazia das motos no Dakar. Depois de enfadonhos anos de KTMs contra KTMs, temos este ano também Hondas, Yamahas e Shercos, todas com argumentos para disputarem a vitória.

A Honda refez por completo a CRf e contratou tudo o que era piloto em ascensão. O ano transacto foi uma desilusão para o maior construtor do mundo, pelo que decidiu puxar pelos galões e mostrar porque é que o HRC emprega mais de três mil pessoas. Têm cinco pilotos muito bons, mas o que tem mais experiência, parece que começa a perder velocidade - o Helder Rodrigues, que há quem diga que nunca mais foi o mesmo depois do acidente de há um ano e meio atrás. O cabeça de lista de verá ser o espanhol Barreda e o Paulo Gonçalves a fazer de mochileiro.

A Yamaha não investiu grande coisa na moto, porque seguiu uma estratégia inversa, apostou tudo no piloto e contratou o Després. Para mim, apostou bem, porque o francês vale mais do que muitas motos bem preparadas.

A KTM tem o Coma e o Rúben, mais não sei quantos anos de muita experiência.

No fim, aparece a Sherco, que tem umas motos muitíssimo boas para uma empresa mais pequena que o catering da Honda! Emprega o francês Duclos, que é um excelente piloto.

Enfim, perspectiva-se uma luta com quatro construtores, renhida durante duas semanas.

Tuesday, December 24, 2013

Natal, neve e 911

 

O Natal fica bem com neve, um 911 fica bem com quase tudo e eu ficava bem com um presente destes... uns dias a conduzir na Lapónia.

Feliz Natal

Sunday, December 08, 2013

Bestas da estrada

Este é um post de desdém pelos condutores de motos BMW.

Podem dizer que é um velho ódio de estimação e eu aceito. De estimação, porque estes parvos da estrada há muito que têm o mesmo estilo e comportamento absolutamente abominável.

Hoje, com o sol a brilhar, lá me decidi a tirar a moto da garagem para dar a tradicional volta de domingo de manhã. Passados dois ou três minutos de condução, já estava a pensar para mim, como a condução de uma moto é fantástica, que sensação, algo impossível de experienciar em qualquer outro veículo, porque é que não saía mais vezes de moto (?), valia bem a pena aquele festival de cabedais, luvas e capacete.

Apesar dos poucos kms que faço, digo com orgulho que sou motard e como tal cumprimento ostensivamente os camaradas que cruzo na estrada, dou passagem, facilito, dou sinais de luzes...

Hoje de tão contente que ia, decidi, ao cruzar-me, cumprimentar dois artolas que vinham nas suas BMW GS. Fingiram que não viram e continuaram nos seus chaços de cilindros descaídos e malas da Campingaz. Que idiotas!

Foram sempre assim. Não sei se é uma promessa que fazem quando compram uma moto da marca, passarem a ser lentos e com a mania que andam montados em algo de especial.

A maior mancha que tenho na minha vida de motard, foi uma vez que aceitei um test-ride numa 1000RR, que tinha como condição participar num passeio da marca. A vergonha não foi por ir metido num bando de pseudo-pilotos lentos e empertigados, a vergonha veio quando me vi a ser confundido por uns inergúmenos que não respeitavam nada nem ninguém, não davam passagem, ocupavam toda a faixa de rodagem e estacionavam como se um carro se tratasse, buzinavam a torto e a direito, tudo a pouco mais do que o mínimo legal de velocidade.

Devo dizer que adorei a 1000RR, fizeram-me até uma proposta quase obscena para ficar com ela, mas só pelo receio de algum dia ser confundido com um anormal de capacete com bluetooth, nunca, mas mesmo nunca mais conduzirei uma BMW.

Sunday, November 17, 2013

McRae, Colin




O rali de Inglaterra lembra-me sempre Colin McRae.

Todos nós temos os nossos favoritos, os que mais nos marcaram, mas o Colin era praticamente unânime, o mais popular entre os fãs dos ralis.

Normalmente no Mundial de Ralis não há a rivalidade da F1. Mesmo quem torcia pelo Sainz, conseguia aplaudir uma passagem do Colin e assumir que ele era especial.

Para mim, estarão sempre entre os eleitos o Vatanen e o Kankkunen, mas o Colin estava acima de tudo.

Nunca existiu quem dissesse tanto ao público e ele dizia tudo pela forma como conduzia. Nos anos 90 já se assistia ao evoluir do estilo de condução, que haveria de culminar no advento do Loeb, uma condução sempre com o carro muito certinho, sempre a andar para a frente. Veja-se por exemplo o Makkinen ou mesmo o Burns. Não queria dizer que o piloto não fosse numa batalha constante atrás do volante, o quê isso não era transmitido para o carro e como tal também não para o público.

Com o Colin tudo era diferente, se ele estava a lutar com o carro, então quem estava à beira da estrada percebia isso e se ele fosse em plena harmonia com o mesmo, como normalmente acontecia no RAC, nós também percebiamos isso, só de o ver passar.

Depois havia aquele tirocínio da vitória. A foto é do rali do Chipre, 2002, quando após domínio em toda prova, já no último dia, o Ford Focus capotou, levando a que perdesse a liderança para o Gronholm. Os mecânicos lá conseguiram amanhar a lata, por forma a acabar a prova, então num confortável segundo lugar. O Colin não fez nada disso, arrancou a fundo para ainda tentar apanhar o Gronholm e o primeiro lugar. O Ford acabou capotado novamente.

Colin McRae só corria para ganhar!

Sunday, November 10, 2013

Vinte anos depois




Passaram vinte anos, desde que assisti pela primeira vez ao vivo a um Portalegre.

Na altura a prova já era grande, a maior do género em Portugal e dizia-se que também na Europa. O Paulo Marques na CR250, o Bernardo Vilar na eterna XR, o Carlos Crespo na impressionante KX500 e os meus favoritos, os primos António e João Lopes, nas suas CR, ora 250 ora 500, dominavam as planícies alentejanas, na altura.

Eram 500 kms feitos a fundo e por altura da primeira zona de assistência, eu já estava decidido, tinha que fazer aquela prova. Não tinha moto, nem carta, nem tão pouco tinha alguma vez andado fora de estrada, mas algum dia tinha que ser e aquela era A Prova.

Passaram vinte anos entretanto e só há dois anos voltei a ver ao vivo a prova rainha do TT nacional. Lembrei-me então da promessa que tinha feito em 1993, ainda que continuasse pouco mais preparado, sem mota, sem experiência alguma, só tinha mesmo tirado a carta.

Comprar a moto foi o mais fácil. Aprender a andar no mato, na terra, sem aderência, pareceu-me já impossível, pelo pouco tempo e pelos anos de motos de estrada, pendurado nos travões e em largos pneus com a aderência de ventosas em vidro húmido.

Que se lixe, mesmo sem ser o Paulo Gonçalves, com mais ou menos dificuldade, substancialmente mais devagar, haveria de conseguir terminar.

Revisão feita na XR 400, pneus de acordo com os regulamentos, atrelado montado e lá fomos nós para o Alentejo.

Ainda na quinta-feira, assim que passei as verificações técnicas, já me sentia um vencedor. Ver a velhinha XR no parque fechado, ao lado de tão garbosa companhia como a Yamaha do Maio, ou a Suzuki do Patrão, deu-me aquele orgulho de missão cumprida, ainda sem um km percorrido.

Sexta de manhã cedo veio o prólogo e pensei, assim como os milhares que já se encontravam a ver, que de facto não fazia ideia nenhuma de como se conduzia uma moto na terra. O traçado era fantástico, o benevolente público aplaudia, apesar da evidente falta de jeito do piloto, a ribeira era pouco profunda e passei sem me molhar, acabei de punho enrolado, para não fazer má figura em frente aos amigos que estavam à espera na meta - pelo menos até a impressão da classificação, fui um herói. Acabei aqueles cinco kms com vontade de fazer 500 logo de seguida. Percebi em 5 kms o porquê da presença de tantos participantes, percebi a magia.

Durante estes últimos meses tentei treinar, mas nada me podia ter preparado para o que encontrei no dia de prova, nada, absolutamente nada. Distâncias inimagináveis a fundo, literalmente a fundo, entre vales e sobreiros, com a XR a cortar no red-line durante minutos a fio. Lama, pó, terreno lavrado, caminhos de terra, prados verdes, todo o tipo de terrenos numa só prova. E os ribeiros, ah os ribeiros, com milhares de pessoas a aplaudir, como se de uma corrida de toros se tratasse. Uns a apontar o melhor caminho, outros o pior, uns a ajudar outros somente a berrar, num frenesim de buracos, pedras e água pela altura do banco. Uma vitória a cada travessia.

Os pulsos, os braços e as costas já não aguentavam nem mais um metro, mas foi com pena que vi o final aproximar-se. Queria ali ficar mais outros tantos kms.

Terminar foi uma vitória e uma promessa de que para o ano lá estarei outra vez.

Passaram vinte anos desde que decidi fazer a Baja Portalegre, vinte anos a mais.

Thursday, October 17, 2013

Parabéns Kimi





Quem diria que o Kimi aos 34 anos estaria na berlinda da F1?

OK, a Ferrari não é a Red Bull em termos de performance, mas numa era em que o pelotão da F1 é uma amálgama de acne, é delicioso ver um tipo que para além de se estar a borrifar para tudo o que é mariquice, só quer mesmo divertir-se com um volante nas mãos.

Parabéns Kimi.

Sunday, October 06, 2013

O final de uma era

Não é ao final da era Loeb, a que me refiro, essa acabou no ano passado. O que constatei hoje mais uma vez foi o final da era dos finlandeses voadores. O terceiro lugar do Latvala não disfarça uma classificação final sem representação finlandesa. Apenas o piloto da VW e um triste Hirvonen, muito pouco para uma nação que reinventou a condução dos carros de ralis nos últimos trinta e tal anos.

Saturday, September 28, 2013

Porsche Q5

Um tipo disse-me no outro dia que a empresa onde trabalhava iria fornecer os plásticos para o novo SUV da Porsche. Perguntei-lhe que carro era ao que ele me disse que era um Q5 disfarçado de Porsche, um Cayenne mais pequeno.

O Cayenne é um Porsche absurdo, o Q5 é dos carros mais irritantes que conduzi. O tal Porsche, parece que Macan de seu nome, tem que ser muito bom para fazer esquecer a linhagem de família.

Sunday, September 22, 2013

Assim quem é que pode censurar a Ferrari?

Com uma exibição como a de hoje, como é que se pode censurar a Ferrari por contratar o Kimi?

Thursday, September 19, 2013

Mixed Feelings






Sim, tenho evitado falar da contratação do Kimi por parte da Ferrari.

Por um lado, é a oportunidade de ver um dos melhores que já vi correr, numa equipa que lhe pode proporcionar mais do que a Lotus; por outro lado, há muitos anos que defendo que as equipas de F1 só podem ter um piloto "número um".

O erro que a Ferrari agora está a cometer é o mesmo que a McLaren cometeu vezes sem conta e que eu tanto critiquei.

O Kimi é dos poucos pilotos com quem o Alonso se dá, mas isso é quando se encontram ao final do dia, com uma cerveja à frente dos dentes. Quando tiverem que competir pelo mesmo espaço diariamente, aí a coisa muda de figura. O espanhol consegue ser um pulha quando lhe apertam os calos, veja-se o que se passou com o Hamilton, com a ajuda do De la Rosa.

Adicionado ao mau feitio do espanhol, junta-se a indiferença do finlandês e a natural incapacidade de uma equipa latina para ser imparcial.

Só mesmo a McLaren é que mantém estoicamente este tipo de formações, com dois galos no galinheiro - mérito seja dado à teimosia dos ingleses. Caso contrário, nenhuma outra equipa cai nessa tentação, de ter duas estrelas na mesma box. A Red Bull ainda tentou, mas corrigiu rapidamente.

Enfim, é um gosto ver uma equipa como a Ferrari dar a mão à palmatória e voltar a contratar o Kimi.

É um gosto ver o Kimi ver quem o escurraçou a peso de ouro, voltar a elegê-lo. Mas não vai resultar, dois dos quatro maiores talentos actuais da F1 vão-se anular mutuamente. E a Ferrari vai continuar sem ganhar.


***



Porque é que a escolha do Raikkonen é uma má escolha.
Por momentos esqueçamos a rapidez do piloto e concentremo-nos em pontos muito mais importantes e que vão para além da rapidez:

1. A Ferrari não é uma equipa, é a equipa.O perfil dos pilotos tem que ser escolhido a dedo. Nesta equipa só têm lugar pilotos dedicados: daqueles que chegam à garagem antes dos mecânicos e que só saem de madrugada (e diretamente para casa descansar)
2. À Ferrari interessam pilotos que contribuam para o desenvolvimento do carro, ou seja, que a sua presença acresecente valor à equipa
3. Na Ferrari habita paixão, muito mais que razão
4. Todos os pilotos de topo ambicionam pilotar um Ferrari. Depois de lá entrarem nunca mais de lá saem

Não me parece que o Kimi caiba no perfil "piloto ferrari".

Até esse dia negro, considerava a Ferrari uma equipa muito bem gerida, em que pilotos e marca faziam uma quase perfeita sintonia. Sinto-me profundamente desiludido.

Agora algumas questões: como é que uma equipa despede um piloto por incompetência, paga-lhe para não correr, e agora volta-o a contratar? Como é que uma equipa (até aqui bem gerida) comete o erro de colocar dois galos no mesmo poleiro? Recordam-se do que aconteceu entre o Alonso e o Hamilton na Mclaren? Eu relembro: ofereceram o único campeonato do mundo ao agora piloto da Ferrari... O que é que o Raikkonen fez de especial nos 3 anos em que esteve na Ferrari? Eu relembro: um campeonato oferecido pela Mclaren; um terceiro lugar atrás do Massa(!!!) e um sexto lugar...

O que a Ferrari precisava não era de contratar um piloto rápido - para isso já lá tem um mais rápido e muito mais completo. O que a Ferrari precisava (e precisa) é de "varrer" a casa daqueles que apesar de já lá estarem há uns anitos ainda só revelaram serem inceitavelmente um "bando" de incompetentes (leia-se Stefano Domenicali e companhia).

Não queria ser pessimista e oxalá me engane, mas receio que esta brincadeira vá acabar num banho de sangue...

(Gonçalo)


Sunday, September 15, 2013

O melhor do fim-de-semana

 

O Felix da Costa ganhou e bem, o Albuquerque fez um bom resultado, o Ogier ganhou outra vez, o Latvala arrastou-se mais uma vez, um tipo com um nome esquisito ganhou na Polónia e o Lorenzo voltou a dar na cabeça das Hondas. No entanto, a coisa que mais me impressionou no fim-de-semana foi esta exibição do Kenny Brack em Goodwood, aos comandos de um Ford GT 40. Para lá de impressionante. Que loucura.

Saturday, September 07, 2013

Volante




A Alemanha é contígua à Itália, mas o bom gosto nunca cruzou a fronteira. Se no outro dia falava do horror experienciado com o vislumbre de um volante de um Porsche, hoje deixo a foto de um exemplo de mestria no desenho.

E de pensar que de Estugarda a Maranello não serão mais de quatrocentos kms.

Monday, September 02, 2013

Junta-se a fome à vontade de comer?





O dinheiro traz-nos destas coisas. Parece que o Alonso, que tem um forte passado de trapaça, quer na Renault, quer na McLaren, decidiu comprar uma equipa de ciclismo, um desporto de agarrados e trapaceiros.

Poderíamos pensar que com os trocos que lhe sobram nos bolsos, o Kimi poderia ter comprado uma destilaria, mas não, o finlandês comprou uma equipa de motocross, onde corre o português Rui Gonçalves.

Já o espanhol da Ferrari decidiu comprar entrada num desporto onde o budget para seringas e afins deve ser maior que o ordenado de muitos ciclistas.

Tuesday, August 27, 2013

Pilotaços

 

O filme mostra que pilotaço é o Alonso, impressionante.

O espanhol está no mesmo grupo que o Vettel, o Hamilton e o Raikkonen, para mim os quatro pilotos capazes de fazer a diferença. Button também já aqui esteve, mas parece que se deixou afectar demasiado pela letargia habitual da McLaren.

Tudo o resto, isto é, a miudagem ainda soa a mais do mesmo, demasiado previsiveis. Os mais velhos, estão todos mais para lá do que para cá. Webber está já com os sentidos em Le Mans, e o Massa está com acessos de autismo, pois ainda esta semana dizia que tinha ritmo para ficar na Ferrari.... Depois da corrida em Spa, acho que o brasileiro deveria ser internado, ou então ser obrigado a tomar os comprimidos. Para todos aqueles que me vão enviar e-mails a dizer que o brasileiro é o melhor piloto do mundo, peço que de antemão façam a comparação com a corrida do Alonso, no mesmo circuito, com um carro igual.

Por falar em lugares na F1 e mais concretamente da possibilidade de Kimi ingressar na Ferrari, um bom amigo, enviou-me um e-mail dizendo que estava tudo louco. Concordo com ele, depois de Kimi ter sido muito bem pago para não correr, era desconcertante ver a Scuderia pagar para o fazer correr novamente.

Tenho evitado escrever sobre a "silly season" e do eventual futuro do Kimi, apesar de seguir com atenção. Tenho evitado, porque tudo me parece demasiado movediço. Mantenho, no entanto a convicção de que o finlandês tem lugar tanto na Ferrari como na Red Bull, sendo que acho que a equipa austríaca seria um destino mais natural, pelo simples facto de que tem mais a ver com a maneira de estar do finlandês no desporto. A ver vamos.

Friday, August 23, 2013

O segredo da simetria




Há muito que o estudo da espécie humana identificou a simetria dos indivíduos como uma das características principais de atracção.

Sendo que a aquisição de um veículo de duas rodas é um exercício essencialmente de paixão, era natural que os construtores adoptassem tal característica na concepção dos seus produtos. Puro engano, essa coisa da atracção instintiva é algo que não cabe nos departamentos de design dos construtores, em geral.

Excepção feita aos mestres italianos, que há muito, ou desde sempre, que interpretam essa "fragilidade" do cérebro humano para fazerem sobressair os seus produtos.