O pendura
É ao lado do volante, com o caderno nas mãos que muitos pilotos frustrados conseguem chegar próximo do sonho de infância, o desporto automóvel e os ralis.
Co-piloto ou também conhecido por navegador, pendura, lastro, o que vai no lugar do morto, representa a, tantas vezes, ingrata função de navegar o piloto durante uma prova de rali. Navegar significa orientar o piloto através do itinerário de prova, na gíria, “cantar” as notas que antecipam a descrição da estrada, alertam perigos, desenham trajetórias e impõem ritmo e velocidade. Cada equipa utiliza o seu código de notas estabelecendo uma comunicação muito própria, alheia e estranha ao público em geral, menos conhecedor destas andanças. Existem pilotos que gostam de ouvir as notas em tom elevado e com algum ritmo, mantendo uma certa cadência, exigindo no entanto uma maior cumplicidade entre piloto e navegador, num estilo observável em equipas rotinadas e com muitos quilómetros em conjunto. Outros há, que preferem um tom mais pausado, quase relaxado, num estilo mais universal, menos personalizado, acessível desde o início, de aprendizagem rápida.
Das boas equipas diz-se que o piloto é cego e guia só de ouvido, ao som das notas do seu navegador, servindo este de catalisador ao virtuosismo do primeiro, quantas vezes motivando para um andamento mais rápido e outras abrandando, servindo de contrapeso à impetuosidade do condutor.
Ao co-piloto, exige-se que mantenha uma concentração inabalável, que não se atrase nem se adiante, com uma dicção de locutor e bom senso de ancião conduza o piloto até à vitória. Quando esta acontece, de forma ingrata, o mérito pertence só a quem leva o volante, parecendo que vai sozinho dentro do carro, como se por milagre pudesse conhecer todas as curvas de todos os ralis, conduzindo com a máxima certeza e confiança, como se do caminho de casa se tratasse. Em prova, ambos conhecem as suas indispensáveis funções e enquanto o piloto é destreza e virtuosismo, ao qual tudo se aplaude e se perdoa, o navegador é a constante angústia do erro, ao qual não passará sem o habitual adjectivo de “lastro” ou sem o comentário “…só vais a fazer peso”, de nada valendo as intermináveis horas a passar cadernos de notas ou o trabalho invisível, da burocracia, da organização dos meios, marcações de hotel, inscrições, verificações, horários, ..., enfim tudo pela paixão pelos ralis.
Co-piloto ou também conhecido por navegador, pendura, lastro, o que vai no lugar do morto, representa a, tantas vezes, ingrata função de navegar o piloto durante uma prova de rali. Navegar significa orientar o piloto através do itinerário de prova, na gíria, “cantar” as notas que antecipam a descrição da estrada, alertam perigos, desenham trajetórias e impõem ritmo e velocidade. Cada equipa utiliza o seu código de notas estabelecendo uma comunicação muito própria, alheia e estranha ao público em geral, menos conhecedor destas andanças. Existem pilotos que gostam de ouvir as notas em tom elevado e com algum ritmo, mantendo uma certa cadência, exigindo no entanto uma maior cumplicidade entre piloto e navegador, num estilo observável em equipas rotinadas e com muitos quilómetros em conjunto. Outros há, que preferem um tom mais pausado, quase relaxado, num estilo mais universal, menos personalizado, acessível desde o início, de aprendizagem rápida.
Das boas equipas diz-se que o piloto é cego e guia só de ouvido, ao som das notas do seu navegador, servindo este de catalisador ao virtuosismo do primeiro, quantas vezes motivando para um andamento mais rápido e outras abrandando, servindo de contrapeso à impetuosidade do condutor.
Ao co-piloto, exige-se que mantenha uma concentração inabalável, que não se atrase nem se adiante, com uma dicção de locutor e bom senso de ancião conduza o piloto até à vitória. Quando esta acontece, de forma ingrata, o mérito pertence só a quem leva o volante, parecendo que vai sozinho dentro do carro, como se por milagre pudesse conhecer todas as curvas de todos os ralis, conduzindo com a máxima certeza e confiança, como se do caminho de casa se tratasse. Em prova, ambos conhecem as suas indispensáveis funções e enquanto o piloto é destreza e virtuosismo, ao qual tudo se aplaude e se perdoa, o navegador é a constante angústia do erro, ao qual não passará sem o habitual adjectivo de “lastro” ou sem o comentário “…só vais a fazer peso”, de nada valendo as intermináveis horas a passar cadernos de notas ou o trabalho invisível, da burocracia, da organização dos meios, marcações de hotel, inscrições, verificações, horários, ..., enfim tudo pela paixão pelos ralis.
6 comments:
Agora sim...
Agora sim escrve-se sobre ralis...
Sim...
Bem vindo à blogosfera.
Pilotos frustrados?
Ha navegadoires que nunca desejaram soltar para o lado do volante...
bom artigo, mas pense-se que nem sempre o navegador é um piloto frustrado!
ha quem tenha virtuosismo para o volante, e ha quem tenha vocação para refrear ou espicaçar o andar no limite.
De uma forma ou de outra pense-se que dentro de um carro de ralis, há duas pessoas que entregam mutuamente as suas vidas e as colocam em jogo. Essa é a filosofia mestra de um trinomio, piloto-navegador-carro.
Caro blogger , depois de ter lido o seu texto sobre o que é ser co-piloto fiquei com a certeza de que de ralis pouco ou nada percebe ... falo por mim e pelo meu pai , que muitos ralis fez como co-piloto , inclusive o campeonato europeu de ralis e que muito pelo contrario do que aquilo que voce diz , nunca quis ser piloto apesar de todas as opurtunidades que teve . Neste momento eu como piloto posso garantir-lhe que a funçao do co-piloto seja talvez ate mais importante dentro do carro do que a do piloto, porque nos limitamo-nos a conduzir na estrada segundo notas , com alguma tecnica é certo ,mas o co-piloto tem uma tarefa muito mais complexa e provavelmente ate desconhecida pelas pessoas que vêm de fora o rali. Muito provavelmente nao sabe mas quem reune de manha com a equipa de assistencias e calcula quantidades de gasolina , tempos , notas e organizaçao da equipa é o co-piloto. O co-piloto ao chegar a uma prova tem de esperar o tempo certo para passar na zona de controle e entregar a carta enquanto nos esperamos ate que seja dada a partida. No final a mesma coisa , o caminho para cada prova é feito pelo co-piloto . Eles sim sao os verdadeiros campeoes num rali , mas com um trabalho muito injusto confesso, pois nunca têm merito , muitas das vezes vao e vêm sem ninguem dar por eles ! Por isso foi com tristeza que vejo textos como este e muitos outros , porque no geral é a ideia que as pessoas têm.
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