Calendário WRC - a imbecilidade de sempre

Quem é que se lembra de quantos pontos é que Loeb tem de vantagem de Gronholm? Mais fácil - quem é que se lembra quem foi o vencedor da última prova? E onde foi a última prova do mundial de ralis? Só mesmo os mais aficionados ou aqueles com memória de elefante, ainda se lembram de algo que se disputou há mais de dois meses. Será que é preciso um tratado científico para se perceber que é necessário criar alguma continuidade e ritmo em qualquer tipo de competição? Para que é que serve um interregno de dois meses a meio do campeonato? Depois queixam-se que o campeonato do mundo de ralis promete, promete, mas nunca desencalha e continue ano após ano na sombra da F1, ou mais recentemente do campeonato de motos, MotoGP. Se comparar-mos a organização do WRC e da F1 podemos aferir que são o completo oposto, uns são uns bossais naquilo em que os outros são geniais e vice-versa. A F1 é mestre no que diz respeito à sua envolvente, na publicidade, promoção, exposição aos média e contratos milionários de publicidade, já no que diz ao real espectáculo das corridas, deixa muito a desejar, para não dizer pior e mesmo assim, vivemos todos agarrados ao ecrã à espera de uma ultrapassagem ou de uma atravessadela, que quando acontecem fazem todos exclamar em uníssono, que foi uma grande corrida. Por sua vez, o WRC é mestre naquilo que parece o mais difícil de conseguir, criar verdadeiro espectáculo para o público, competitividade (apesar do recente domínio de Loeb) e incerteza no resultado. Na vertente oposta é uma autêntica nulidade, no que diz respeito à promoção, horários favoráveis ao público, calendário, etc, no fundo tudo aquilo que que é o mínimo exigível nos dias que correm, em que tudo depende dos media, no fundo aquilo que quase não custa dinheiro, nem necessita dos maiores cérebros do planeta, simplesmente organização e alguma visão.