Na pele do Schumacher

Já enerva a novela acerca da continuidade, ou não, de Michael Schumacher na F1. Tudo quanto é analista avança com enredos complicadíssimos acerca do Alemão. Mas o que será que vai na cabeça do piloto? Se nos tentarmos colocar na pele do não-sei-quantas vezes campeão do mundo, talvez seja mais fácil perceber qual será a sua decisão.
Ora se eu fosse o Schumacher, pensava que: "...apesar da idade ainda consigo ser tão rápido como os miúdos e ainda para mais, no ano que vem, o Alonso vai para a Mclaren-Mercedes, o que significa que vai andar para trás, prejudicado pela natural falta de competitividade e fiabilidade dos motores Mercedes, pelo facto de não terem um engenheiro que seja capaz de substituir o génio de Adrian Newey, tudo a juntar a uma equipa que nunca priveligia o piloto como chefe da companhia, rematando normalmente boas prestações deste com ruinosas, para não dizer hilariantes, tácticas de corrida.
Mesmo que tenha que levar com o Raikkonen aqui na Scuderia, o gajo ainda vai ter que aprender os cantos à casa e para bem dizer, eu domino esta malta Italiana toda, incluindo os Japas dos pneus, certamente que não me vão preterir para um miúdo que tem uma média de vinte palavras proferidas por dia e durante a noite tem média idêntica mas em litros de vodka.

Na Renault, apesar do Briatore ter contrato com mais de dez pilotos, é tudo miudagem sem rodagem e o Fisichela tem o mesmo problema da Honda, falta-lhe sempre um bocadinho de alguma coisa.
A Honda vai continuar, como o Fisichela, à procura daquele bocadinho assim, que faz a diferença entre uma boa equipa e a melhor equipa. A Toyota continuará no mesmo registo deste ano até perceber que a quantidade de dinheiro investida não é directamente proporcional à velocidade dos carros que constrói, para além de ainda não terem percebido que o meu irmão Ralf, de Schumacher só tem o nome, aliás, cada vez mais penso que o tipo foi adoptado.
A juntar a tudo isto, para o ano todos vão ter que andar de Bridgestone e como eu ando a desenvolver pneus com os Japoneses, hà anos, é claro que vou ter vantagem.
Resumindo, mesmo que este ano não seja campeão, o que vai ser difícil, para o ano sou de certeza e aí sim posso abandonar em grande. Para além disso, os tipos aqui em Maranello, dão-me carro de serviço com despesas incluídas e ao preço que está a gasolina sempre poupo uns cobres se me aguentar por aqui. Gaita, tenho que mudar este corte de cabelo, que já não aguento esta cara de idiota..."