Retrato do automóvel (7)
Ultimamente isto não tem parado com a participação da rapaziada aficionada por este espaço a enviar e-mails com o fim de contribuírem para esta tertúlia motorizada.
Desta vez, o Retrato do Automóvel tem uma edição especial, com esse grande piloto que participa com o nome de Albano, que depois de lançado aqui o tema acerca do Nurburgring, decidiu brindar-nos com um relato e algumas fotos de uma volta feita por ele a esse mítico circuito, nada mais nada menos que ao volante de um Porsche 911 RUF, tal qual o que aparece no video. Aqui fica assim a crónica e uma foto enviada pelo Albano:
"Uma volta no Ring com o "Yellowbird"
Fruto de um problema técnico com um dos turbos durante as qualificações
(leia-se: não estive para perder tempo para dar a primeira volta e depois fazer a volta lançada de qualificação – parece que não mas sempre são no mínimo cerca de 17:30 min. Que se “perde” até comecar a corrida)
e lá tive de partir da última posição da grelha de 6 carros.
Nada que me preocupasse muito, apesar de saber que o local de partida seria a recta da meta junto às velhas boxes do ‘Ring, e não a longa recta de onde se parte para as voltinhas quando o circuito está aberto ao público.
As questão acabava por ser que, devido à sinuosidade do circuito na sua fase inícial, apenas poderia comecar a ultrapassar com segurança ao fim de alguns quilómetros.
Mas afinal não. As coisa correram melhor do que estava à espera.
Bastou aproveitar um erro do Mustang de ’68 que seguia à minha frente e que entrou muito depressa numa curva média deixando fugir demasiado a frente. Vai daí, com um “esforcinho” deu para meter o Yellowbird mesmo no limite do corrector (uma roda na relva e era o fim do artista), e lá se conseguiu encontrar espaco para passar.
Um já estava. Faltavam apenas mais quatro.
Resolvi continuar com calma e tomei a decisão que para passar os seguintes dois concorrentes (um Lexus SC300 e um Mercedes CLK) era melhor não arriscar e esperar que chegasse a primeira parte da serpenteante e ondulante “recta” (recta apenas porque se faz sempre a fundo) que o circuito faz no sentido Sul-Norte.
Algum espaco livre e o Mercedes foi rapidamente ultrapassado. Tudo bem, toca a ir para o seguinte.
Quando completamente a fundo, e com todos os 453cv do Yellowbird no chão, me preparava para passar o Lexus pela direita (que devia seguir uns bons 40 km/h abaixo de mim) de repente o vejo repente com as 4 rodas bem no ar.
Só pude pensar: “Isto quando eu aterrar vai doer!!!”
Naquilo que foi um salto digno dos 1.000 Lagos, lá se lancou o Yellowbird pelo ar e ganhou mais uns metros ao Lexus. Raras vezes o nome de Yellowbird foi tao bem aplicado. A foto acima fala por si.
Fruto de um problema técnico com um dos turbos durante as qualificações
(leia-se: não estive para perder tempo para dar a primeira volta e depois fazer a volta lançada de qualificação – parece que não mas sempre são no mínimo cerca de 17:30 min. Que se “perde” até comecar a corrida)
e lá tive de partir da última posição da grelha de 6 carros.
Nada que me preocupasse muito, apesar de saber que o local de partida seria a recta da meta junto às velhas boxes do ‘Ring, e não a longa recta de onde se parte para as voltinhas quando o circuito está aberto ao público.
As questão acabava por ser que, devido à sinuosidade do circuito na sua fase inícial, apenas poderia comecar a ultrapassar com segurança ao fim de alguns quilómetros.
Mas afinal não. As coisa correram melhor do que estava à espera.
Bastou aproveitar um erro do Mustang de ’68 que seguia à minha frente e que entrou muito depressa numa curva média deixando fugir demasiado a frente. Vai daí, com um “esforcinho” deu para meter o Yellowbird mesmo no limite do corrector (uma roda na relva e era o fim do artista), e lá se conseguiu encontrar espaco para passar.
Um já estava. Faltavam apenas mais quatro.
Resolvi continuar com calma e tomei a decisão que para passar os seguintes dois concorrentes (um Lexus SC300 e um Mercedes CLK) era melhor não arriscar e esperar que chegasse a primeira parte da serpenteante e ondulante “recta” (recta apenas porque se faz sempre a fundo) que o circuito faz no sentido Sul-Norte.
Algum espaco livre e o Mercedes foi rapidamente ultrapassado. Tudo bem, toca a ir para o seguinte.
Quando completamente a fundo, e com todos os 453cv do Yellowbird no chão, me preparava para passar o Lexus pela direita (que devia seguir uns bons 40 km/h abaixo de mim) de repente o vejo repente com as 4 rodas bem no ar.
Só pude pensar: “Isto quando eu aterrar vai doer!!!”
Naquilo que foi um salto digno dos 1.000 Lagos, lá se lancou o Yellowbird pelo ar e ganhou mais uns metros ao Lexus. Raras vezes o nome de Yellowbird foi tao bem aplicado. A foto acima fala por si.
Fotos tiradas no mesmo local com duas máquinas distintas. A primeira foi com uma velocidade de obturacao de 1/300s ao passo que a segunda foi tirada com uma velocidade de obturacao de 1/1.250s. Note-se, no canto superior esquerdo da imagem, o topo da bancada Mercedes ao fim da recta da meta do circuito de F1.
Nunca o “Liebe” do Graffiti foi tao bem aplicado. Quanto à “Conny”, mostre-se primeiro e depois diremos se merece tal declaração...
E se doeu ao aterrar...
E três já estavam, só faltavam os dois últimos. Por sinal os ossos mais duros de roer, fruto da experiência do test-driver do protótipo da Nissan que seguia à nossa frente e de toda a electrónica e tracção disponível no Mitsubishi Lancer Evo VI que seguia em primeiro.
Na segunda parte da supracitada recta lá deu para passar o Nissan, fruto da diferenca de potência, e preparar a abordagem ao Mitsubishi.
Depois de passar o Nissan lá fui colado ao Evo ao longo de uma longa esquerda muito rapida e no fim destatentar ultrapassar o mesmo pela direita.
Só que o Evo em questão tinha outras ideias e resolveu aproveitar o instante em que me encontrava ao lado dele para me dar um “chega-para-lá”.
Claro que fruto da minha sobrecorrecção, a traseira do Yellowbird deu sinal de si e pior que tudo isso, resolveu enfiar com a roda traseira direita na relva, o que como se pode ver pela foto abaixo, trouxe uma sobre-viragem como até aí nunca tinha visto.
E três já estavam, só faltavam os dois últimos. Por sinal os ossos mais duros de roer, fruto da experiência do test-driver do protótipo da Nissan que seguia à nossa frente e de toda a electrónica e tracção disponível no Mitsubishi Lancer Evo VI que seguia em primeiro.
Na segunda parte da supracitada recta lá deu para passar o Nissan, fruto da diferenca de potência, e preparar a abordagem ao Mitsubishi.
Depois de passar o Nissan lá fui colado ao Evo ao longo de uma longa esquerda muito rapida e no fim destatentar ultrapassar o mesmo pela direita.
Só que o Evo em questão tinha outras ideias e resolveu aproveitar o instante em que me encontrava ao lado dele para me dar um “chega-para-lá”.
Claro que fruto da minha sobrecorrecção, a traseira do Yellowbird deu sinal de si e pior que tudo isso, resolveu enfiar com a roda traseira direita na relva, o que como se pode ver pela foto abaixo, trouxe uma sobre-viragem como até aí nunca tinha visto.
Escusado será dizer que o resultado foi uma sequência de golpes de tesoura que acabaram por ser salvos seu eu saber muito bem como....
O importante é que o Yellowbird lá acabou estável, a apontar para a direcção certa. Se bem que completamente em cima da relva e a uns escassos 10 centímetros do duro aço dos rails de protecção e de uma elevada despesa de recuperação do carro e de uns bons metros de rails...
Mas lá se conseguiu evitar qualquer dano quer na máquina, quer nas infraestruturas do circuito e agora na frente, era tudo era apenas uma questão de “manter” a calma. Sim porque manter nao é o verbo mais adequado. Adequado será mais o verbo REGRESSAR que, com umas atravessadelas destas e com os rails tao perto, a descarga de adrenalina foi brutal e a bomba mãe estava a debitar para aí umas 200 batidas por minuto...
A partir de agora era apenas uma questão de gerir a concorrência e todo o potêncial muito mais elevado do Yellowbird.
Mesmo assim as atravessadelas controladas à saída das curvas sucediam-se a uma sequência impressionante.
A partir de agora era apenas uma questão de gerir a concorrência e todo o potêncial muito mais elevado do Yellowbird.
Mesmo assim as atravessadelas controladas à saída das curvas sucediam-se a uma sequência impressionante.
Só quando a travar para a apertada “Wehrseifen” me comecei a aperceber do ensurdessedor barulho que emana dos escapes do Yellowbird em alturas de fortes reducções.
Claro está que este fantástico som é causado pelos habituais rateres com longas labaredas de fogo. Algo que me soa a “dejá vu...”.
Vem-me à memória a fascinação que exerciam em mim semelhantes chamas quando, enquanto miúdo, ia ver o Circuito de Vila Real e onde uma carroçaria igual a esta e decorada com as cores da Giannone passava por mim...
Os sinais ao longo da pista vão-se mantendo, como o limite de velocidade para a saída nr. 4, mas claro está que somos superiores a essas coisas...
Nota-se que a calma comeca a reinar e já é possível, apesar das elevadas velocidades e inúmeras dificuldades do circuito, tentar ler e encontrar significado nos inúmeros graffitis que povoam a pista.
Como aquele em que o Wellowbird aparenta pisar os simbolos da Audi e VW, que nem accionista maioritário, que a seu belo prazer arrasa com cabeças de CEO’s, apenas porque não alinham a sua opinião com a da família detentora das acções. J
É bom não esquecer que o Yellowbird, em quase todos os seus genes, é um distinto membro da família PORSCHE... J
Ou então aquele Graffiti em que está representado o símbolo do sindicato que povoa todas as fábricas da industria automóvel e de componentes alemã – o IGM – com o seu conhecido triângulo.
Ando eu a tentar convercer-me que o ‘Ring não é na realidade algo de profundamente Socialista...
Se dúvidas tivesse, este graffiti tirava--as!
Ou não? Será que não foi algum constructor que o mandou pintar num momento de negociação mais tenso, de forma a que os seus carros aproveitassem também umas voltas no ‘Ring para pisar o Sindicato? Escolham a vossa versão. Eu cá sei claramente qual prefiro...
E eis que o fim da longa volta (já passaram cerca de 7,5 minutos desde que comecou) se comeca a delinear no horizonte. A longa recta onde o Yellowbird alcança cerca de 290 km/h já se inicia, mas a estas velocidades nem sequer dá para apreciar a paisagem, com o mítico castelo de Nürburg, que dá o nome ao circuito, a aparecer sobre o lado direito.
Ao fim da recta, lá se tem de comecar a travar muito cedo, e ao passar-se por debaixo do viaduto que dá acesso à pista em dias de abertura ao público, já se tem de ir em 3ª e preparar a entrada na curva a 90° que dá acesso à recta da meta junto às velhas boxes do ‘Ring.
Antes de entrar na mesma, um olhar sobre o moderno circuito de F1, cujo acesso está vedado apenas por uns simples mecos plásticos, com o seu padock, bancadas e o mítico Dorint Hotel, onde muitos guerreiros fazem o seu descanço e outros hóspedes as suas delícias...
Passados cerca de 8,5 minutos lá se inícia mais uma volta..."
Claro está que este fantástico som é causado pelos habituais rateres com longas labaredas de fogo. Algo que me soa a “dejá vu...”.
Vem-me à memória a fascinação que exerciam em mim semelhantes chamas quando, enquanto miúdo, ia ver o Circuito de Vila Real e onde uma carroçaria igual a esta e decorada com as cores da Giannone passava por mim...
Os sinais ao longo da pista vão-se mantendo, como o limite de velocidade para a saída nr. 4, mas claro está que somos superiores a essas coisas...
Nota-se que a calma comeca a reinar e já é possível, apesar das elevadas velocidades e inúmeras dificuldades do circuito, tentar ler e encontrar significado nos inúmeros graffitis que povoam a pista.
Como aquele em que o Wellowbird aparenta pisar os simbolos da Audi e VW, que nem accionista maioritário, que a seu belo prazer arrasa com cabeças de CEO’s, apenas porque não alinham a sua opinião com a da família detentora das acções. J
É bom não esquecer que o Yellowbird, em quase todos os seus genes, é um distinto membro da família PORSCHE... J
Ou então aquele Graffiti em que está representado o símbolo do sindicato que povoa todas as fábricas da industria automóvel e de componentes alemã – o IGM – com o seu conhecido triângulo.
Ando eu a tentar convercer-me que o ‘Ring não é na realidade algo de profundamente Socialista...
Se dúvidas tivesse, este graffiti tirava--as!
Ou não? Será que não foi algum constructor que o mandou pintar num momento de negociação mais tenso, de forma a que os seus carros aproveitassem também umas voltas no ‘Ring para pisar o Sindicato? Escolham a vossa versão. Eu cá sei claramente qual prefiro...
E eis que o fim da longa volta (já passaram cerca de 7,5 minutos desde que comecou) se comeca a delinear no horizonte. A longa recta onde o Yellowbird alcança cerca de 290 km/h já se inicia, mas a estas velocidades nem sequer dá para apreciar a paisagem, com o mítico castelo de Nürburg, que dá o nome ao circuito, a aparecer sobre o lado direito.
Ao fim da recta, lá se tem de comecar a travar muito cedo, e ao passar-se por debaixo do viaduto que dá acesso à pista em dias de abertura ao público, já se tem de ir em 3ª e preparar a entrada na curva a 90° que dá acesso à recta da meta junto às velhas boxes do ‘Ring.
Antes de entrar na mesma, um olhar sobre o moderno circuito de F1, cujo acesso está vedado apenas por uns simples mecos plásticos, com o seu padock, bancadas e o mítico Dorint Hotel, onde muitos guerreiros fazem o seu descanço e outros hóspedes as suas delícias...
Passados cerca de 8,5 minutos lá se inícia mais uma volta..."
1 comment:
Infelizmente não arranjei maneira para postar o PDF, mas fiz uma selecção das melhores três. Se tiveres outra da tua preferência diz.
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