Pode ser que ainda vá a tempo

Cá no burgo muitas das coisas são feitas de forma pouco consistente, falhando muitas vezes e mesmo quando são conseguidas normalmente significa que demos muito em troca, do género traga o porco e ganhe um chouriço.

A mesma coisa acontece com os pilotos nacionais a tentarem vingar nos campeonatos principais, as suas carreiras não são geridas de uma forma consistente e normalmente quando se abre uma porta para aceder a uma grande competição tal só é conseguido em troca de imensas somas de dinheiro.

Quando um piloto português não tem muito dinheiro então temo que a sua carreira pouco avance para lá do karting, mesmo que seja um reencarnação do Senna.

Isto tudo para dizer que fiquei esperançoso quando o misterioso empresário de futebol, Jorge Mendes decidiu pegar na carreira do Álvaro Parente, com o objectivo de o levar à F1.

Pegou tão só no melhor piloto que formámos desde o Lamy – julgo mesmo que está algo mais à frente – que muito provavelmente acabaria por morrer esquecido sem apoios, para de uma forma estruturada conseguir vender o seu valor a uma equipa de F1 e não fazer o que é habitual, que é comprar o valor do piloto numa qualquer equipa desta categoria.

Os efeitos já se fazem sentir, pelo menos na promoção da imagem, com uma boa entrevista do Álvaro no jornal SOL e também uma referência no “El País”, onde Jorge Mendes afirma que tem como objectivo transformá-lo no Alonso português.

Espero só que não seja tarde demais– a geração dele já está a dar cartas há um ano na F1 com Hamilton, Vettel ou Kovalainen – mas por outro lado devêmos ser optimistas, afinal de contas se esse tal de Mendes conseguiu vender o Pepe ao Real Madrid por 30 milhões de euros, então deve ser mesmo muito bom naquilo que faz.