Eis os "nuestros hermanos"

No que diz respeito ao racismo os portugueses não são exemplo para ninguém, aliás como não o é quase nenhuma nação do mundo - existe para mim uma maravilhosa excepção que é o Brasil.

Ainda que ache que temos muito por onde evoluir neste aspecto, quando olho para "nuestros hermanos" não consigo deixar de dizer com um certo orgulho que em comparação connosco, eles são uns absolutos primatas.

Tendo sido outrora o "Ex-libris" do mundo islâmico, é sintomática a forma como renegaram essa herança histórica e cultural, perdendo-se até aos dias de hoje em intermináveis disputas e aspirações de independência dentro das suas próprias fronteiras.

É um povo irreconciliável consigo próprio, que vive num constante desassossego interno com o terrorismo basco como pano de fundo. Ultimamente, no entanto, esse povo tinha-se conseguido unificar, mesmo que só durante as tardes de Domingo em frente à TV a ver o GP, numa efémera harmonia em prol do asturiano Alonso.

Como o "mau íntimo" é algo que se esconde mas não se apaga, mais tarde ao mais cedo acabaria por vir ao de cima, desta vez não uns contra os outros, mas unidos contra o Hamilton, demonstrando que o preconceito racista está bem vivo na sociedade espanhola.

O que aconteceu ao piloto inglês já tinha acontecido há uns meses ao futebolista Samuel Eto'o, e quem ficou surpreendido porque pensava que o adepto de F1 tinha um espírito um pouco mais elevado que o de futebol que se desengane, afinal de contas espanhol é espanhol e não muda, só piora.