Quem tem medo dos Mil Lagos?

Que ninguém queira ir ao Japão compreendo, o rali não tem piada nenhuma e fica no fim do mundo. O facto de praticamente só metade das equipas irem à Finlândia é que é estranho, porque é talvez o mais desafiante rali do mundial; esperava por isso que num campeonato de jovens lobos, muitos fizessem fila para mostrar serviço numa prova que é para pilotos a sério.
Se o factor emocional não fosse motivação suficiente para enfrentar o rali dos mil saltos, há a parte racional, pois este ano não deve correr nenhum piloto finlândês no PWRC e sabendo à partida que o resto do pelotão não marcaria presença (já no ano passado foi a mesma coisa) era um bela oportunidade para marcar pontos.
Ao invés da deserção do rali escandinavo, provas como aTurquia e a Argentina vão contar quase com o pelotão todo, 23 presenças, pelo que a juntar às presenças na Grécia vem provar o que vai na cabeça da maioria dos pretendentes ao título do PWRC – “Vamos a estes ralizinhos de terra com os troços todos escavacados em que não se consegue andar realmente depressa e assim ninguém vê que somos uns pézudos, poupamos um pouco o material, esperamos que os outros tenham algum azar e no final trazemos uns pontinhos para casa. Se correr mal dizêmos que o carro não aguentou a dureza da prova, ou então desculpamo-nos com o facto da organização ter os troços em estado lastimável.”
Esta malta não se apercebeu ainda que o título de PWRC não abre porta nenhuma no WRC, não vale nada, o único mérito deste campeonato é ser disputado em conjunto com a classe maior, logo serve de montra para as equipas oficiais. Acredito mesmo que vencer o rali da Finlândia dê mais prestigio do que a conquista do campeonato.
No comments:
Post a Comment