Monday, December 15, 2008

A crise como oportunidade de melhoria


Os actuais tempos de crise no desporto automóvel podem também ser uma oportunidade de mudança e de melhoria.

Na F1 parece que já perceberam isso, ao rapidamente avançarem com propostas concretas para mudar radicalmente um regulamento, que noutros tempos, foi defendido como se de um monumento nacional se tratasse; era para manter e defender na sua forma, contra tudo e contra todos. Se as alterações propostas serão as mais correctas isso já é outra conversa, mas o que há a registar é que houve uma reacção célere e efectiva a uma situação que faz perigar o futuro da modalidade.

A Honda já abandonou e se o Brawn, o Button e o Rubinho mereciam melhor, a realidade é que a categoria não perdeu nada, pois esta era uma equipa que dava uma triste imagem de como esbanjar recursos, sem qualquer relevância desportiva. Serviu para alertar os outros da gravidade da situação, para que racionalizem custos e consigam um maior retorno dos investimentos ao invés de continuarem a engordar os bolsos do tio Bernie.

A Force India parece que já percebeu isso e decidiu manter a dupla de pilotos para o próximo ano, evitando assim o esforço adicional de integração de novos membros na equipa. Afinal de contas o que eles precisam é de se concentrar em construir um bom carro e depois de conseguirem algum nível competitivo é que se pensa nos pilotos. No estado actual de competitividade, o Fisichela e o Sutil servem bem.

Mudando de categoria, quem também deve fechar as portas é a equipa da Suzuki no WRC, mas assim como a Honda, também não se perde nada. Em dois anos, pouco ou nada se viu dos carros amarelos nos ralis do mundial. Equipas assim não fazem falta e fica o aviso para todos os outros, de que se quiserem entrar no WRC, se devem preparar condignamente.

Até por cá os ventos da crise trazem ares de mudança, com a abertura do regulamento do PTCC aos carros de grupo N tradicionalmente vistos nos ralis. Estes carros poderão correr contra os tradicionais Seat e BMW com uma especificação alterada, sem restritor e com menos peso, para tentar nivelar andamentos. Julgo que os grupo N nunca serão uma ameaça real aos habituais carros do PTCC, exceptuando em condições de piso molhado, mas isso também não é o mais importante, pois o que interessa é trazer mais concorrentes às pistas e eventualmente colocar a correr umas quantas viaturas que já não participam nos ralis.

Só falta fazerem os mesmo nos ralis, permitindo que viaturas como os GTs possam pontuar e participar na mesma classificação que os S2000. Isto vai ser mais difícil de conseguir, porque no nacional de ralis há equipas oficiais (pelo menos uma) a concorrer e estas vão fazer tudo para que tal não aconteça. Não que, este ano, o Mex e o seu Porsche tenham representado alguma ameaça aos primeiros lugares, mas sempre pode aparecer um piloto mais habilidoso com este tipo de viaturas e envergonhar alguém.

3 comments:

Speeder76 said...

Pera aí... os Lancer Evo IX e os Impreza em Braga, Estoril e Portimão? Mas para quê, se por exemplo, os custos de inscrição não foram alterados? Nâo endendo isso muito bem...

Anonymous said...

A saída da honda da formula um não é surpresa nenhuma, tal como não surpreende a saída da suzuki dos ralis... O que surpreende é a saída do mitico subaro, ainda que nos ultimos anos, talvez desde a grande perda do holandês voador, tenham andado mais apagados, deixam sempre a saudosa imagem do lendário 555.

Anonymous said...

bem, há uma equipa oficial nos ralis... até ver...
já disse noutro sítio, no que respeita ao campeonato nacional de ralis, já estou como o Fernando Peres (que se calhar até é um candidato ao título absoluto para o ano), 2009 já está perdido, é melhor começar a pensar em 2010.
E isto não é dissociável da crise. O facto é que as crises são cíclicas e se é verdade que existe, também é verdade que irá passar. Por essa razão, quem conseguir tomar boas decisões de gestão e manter este tipo de investimentos a andar (com cortes nos sítios certos, claro), será concerteza mais forte no futuro!

O Grupo PSA deu um bom exemplo. Pôs as decisões de grupo "debaixo" do mesmo senhor, o que de certeza representará reajustamentos tanto no posicionamento, como na aplicação dos investimentos do grupo a nível desportivo, aproveitando as sinergias.
Se é uma boa decisão, só o tempo dirá, mas é em tempos de crise que as melhores são tomadas!