As 49 mais belas máquinas de quatro rodas - McLaren F1 (33)
O Adrian Newey é muitas vezes intitulado como o génio da última revolução técnica na F1, atribuindo-se-lhe a responsabilidade pelo advento da aerodinâmica, que ainda hoje reina nos estiradores ou estações de CAD dos departamentos técnicos das equipas deste fantástico desporto.
Antes do Newey, os magos da F1 eram outros, primeiro o John Barnard e a sua fantástica criação do monocoque em fibra de carbono e depois o Gordon Murray, que não tendo inventado nada em particular foi, numa altura em que não havia simulações por computador e que quase tudo tinha que ser gerado primeiro na cabeça do projectista, o que melhor soube integrar todas as disciplinas da engenharia mecânica, na construção de um carro de corrida.
Com a chegada da electrónica, o então projectista chefe da McLaren, começou a perder interesse, pois as ajudas electrónicas mascaravam em muito as debilidades e erros de concepção dos carros. Assim, aquele ponto de excelência mecânica que só os melhores conseguiam encontrar deixou de ser decisivo nas vitórias de Domingo e o bom do Murray propôs ao Ron Dennis uma viragem nas suas funções na equipa, pura e simplesmente queria construir o melhor e o mais rápido super-desportivo do mundo, o McLaren F1.
Não estou a escrever isto para me redimir de tantos ataques que dirigi à McLaren, quantas vezes a carecerem de alguma imparcialidade. Também não estou a escrever por a beleza deste carro ser algo de inquestionável, de facto, não estamos perante um arraso estético. Escrevo porque este foi muito provavelmente o carro mais revolucionário da década de 90, sendo que ainda hoje, 15 anos após a concepção, dificilmente é ultrapassado.
Na altura concorria com o Ferrari F40, com o Jaguar XJ220 e com o Lamborghini Diablo, carros acerca dos quais se podem contar muitas e jocosas anedotas. Do Jaguar e do Lambo nem vale a pena escrever, em relação ao Ferrari F40, o que se pode dizer é que o F1 estava para este como o Space Shuttle para o avião dos irmãos Wright.
Ainda hoje tem uma relação peso/potência superior ao do mais que actual Ferrari Enzo. Somou vitórias em tudo o que foi campeonatos de GTs, mostrando bem que o chassis em carbono e o seu efeito de solo – o carro na versão de estrada não necessitava de qualquer apêndice aerodinâmico – não tinham rivais à data da sua produção, nem nos dez anos que se seguiram.
Para além de ser um marco da engenharia automóvel, para o descreverem tiveram que criar o termo “super-carro”, a outra revolução que este carro trouxe foi a nível desportivo, pois a McLaren mostrou então muito mais coragem que a Ferrari e “permitiu” que os endinheirados donos das suas máquinas as colocassem a correr por esse mundo fora, levando a um renascimento simultâneo das corridas de GT.
Pela a máquina que é em si, mas muito mais pelo que despoletou quer nos outros construtores automóveis quer no mundo das corridas de rodas tapadas, esta é sem dúvida uma das 49 mais belas máquinas de quatro rodas e certamente a mais rápida a circular com matrícula.
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