Wednesday, November 07, 2007

Eu escolhia o Hakkinen


A novela da F1 protagonizada este ano pela McLaren, Alonso, Hamilton e companhia, parece que se vai prolongar na “silly season”, não se falando noutra coisa a não ser nas equipas em que o Alonso poderá correr, ou em quem será o companheiro do Hamilton. Ontem ainda tivémos direito a um episódio extra da novela, um episódio cómico, que foi o lançamento da biografia do Hamilton, para delírio de milhares de fãs que o receberam em êxtase.

Escrever um livro de memórias aos 22 anos é tão ridículo como escrever um livro de culinária a descrever a preparação de uma sandes de queijo. A reacção histérica do público inglês à edição do livro, numa demonstração de idiotice colectiva levam-me a questionar se serão os americanos que têm uma costela inglesa, ou se os ingleses serão uma espécie de George Bush com sotaque snob.

Relativamente ao Alonso, acho que as chances dele não são tantas como se diz por aí. A ser verdade que o Ron Dennis o libertou sem pagamento de qualquer compensação, então deve ter limitado a possibilidade de ingresso do espanhol em equipas de topo, i.e., Renault, BMW e Ferrari estão fora. Se a Mclaren não tiver procedido desta forma, protegendo-se da concorrência para o ano que vem, então está provado que pelo menos o Ron Dennis é a versão inglesa do presidente Bush, só que ainda mais parvo.

Difícil vai ser achar um companheiro de equipa para o Hamilton. Se olharmos para a história da Mclaren, podemos ver que tiveram muitas duplas de sucesso, em que um era cabeça de cartaz e o outro um segundo piloto suficientemente rápido para roubar pontos aos adversários, lembro-me de Prost/Johansson, Senna/Berger ou Hakkinen/Coulthard. O problema é que actualmente o plantel da F1 é constituído maioritariamente por jovens lobos, com pouca experiência, que andam sempre de faca nos dentes e para isso já lá têm o tipo da biografia. Acredito que a escolha não recaia sobre ninguém que tenha corrido este ano, sendo mais provável que apostem no Pedro de la Rosa, piloto da casa do agrado dos patrocinadores espanhóis, que tem desenvolvido os carros nos últimos anos, suficientemente submisso e com grandes conhecimentos técnicos sobre a Ferrari.

Se fosse eu a mandar, colocava o Mika Hakkinen a testar de agora até ao início do campeonato, adaptando-se à aerodinâmica e à utilização dos pneus sem controlo de tracção. Em Março decidia entre o finlandês e o espanhol, mas não tenho grandes dúvidas que com o regresso dos carros sem ajudas electrónicas, em que o piloto possa fazer uma maior diferença, o Mika estaria entre os quatro mais rápidos do pelotão de 2008.

1 comment:

I wanna be Nuno Rogeiro said...

Nah, o Mika está gordo e desmotivado. Se ele em 2001 sai com a plena consciência que já não queria arriscar tanto como fazia, não ia voltar agora.

E reza a lenda que quem tem as calças lá em casa é a Erja e não ele...