Thursday, April 24, 2008

Ralis são para quem gosta, muito.

No Sábado lá estava eu alegremente a desligar o despertador por volta das 7 da manhã, em passo apressado para me fazer à estrada em direcção a Fafe, palco da segunda prova do nacional de ralis.

Choviam cães e gatos, como há muito não via chover, um autêntico dilúvio, mas se não tinha sido vencido pela preguiça de Sábado de manhã, também não era a chuva, que alguns diziam a mais forte dos últimos cinquenta anos, que me ia tirar o gozo de voltar a ver os carros passarem no Confurco.

A caminho do Vizo o trânsito adensava-se, tal facto àquela hora da manhã, tornava evidente que havia muita gente que como eu não se importava de ver as corridas com água até aos ossos e assim que estacionei junto ao troço ainda mais convicto fiquei, de que uma prova de rali é do mais popular que pode existir no desporto em Portugal.

Impressionante a quantidade de pessoas que estavam ali ao frio e à chuva, enlameadas no meio do monte para verem passar pouco mais de trinta carros. Fez-me pensar porque razão é que tal acontecimento, que movimentou tantos milhares de pessoas num exercício de quase devoção religiosa não provocou uma simples nota de roda-pé nos telejornais desse dia. É esta ignorância dos “media” portugueses que está a matar todo o desporto que não se jogue com uma bola de futebol.

Não se trata de uma questão de falta de público porque esse está lá, indefectível à beira dos troços a comer lama e pó. O problema é que sem televisão não há patrocínios e sem estes não há orçamentos que aguentem os custos dos S2000, Grupo N ou qualquer que seja o troféu monomarca. Assim definha o desporto automóvel em Portugal, mesmo se movimenta por ano mais apoiantes que todos os clubes da primeira liga de futebol, excepção feita aos três grandes.

Se de fora as corridas de automóveis não se consegue grande ajuda, quem anda por dentro também não presta grande ajuda e duma organização que há muito organiza uma prova de forma perfeitamente insuficiente, surgiu este ano mais uma bizarria. Rali do Porto? Mas porque razão é que uma prova que se disputa totalmente na zona de Fafe, se há-de chamar rali do Porto? Há muitos mistérios no universo, alguns criados pela natureza, outros por organizadores de provas automobilísticas.

Falando mais da prova, o que se pode dizer é que foi fraquinha, muito fraquinha. As condições atmosféricas não ajudavam, mas a aviadela que o Bruno deu a toda a gente nos dois primeiros troços, tiraram qualquer emoção que a prova pudesse ter.

Bruno Magalhães/Mário Castro e o Peugeot estiverem imperiais e inalcansáveis, precisam-se adversários ou então de mandá-los lá para fora onde haja concorrência à altura.

Foi a primeira vez que vi os S2000 em provas de terra, mas fiquei com a mesma ideia de quando vi estes carros no asfalto, têm chassis e travões a mais para tão pouco motor.

Depois do Bruno foi quase tudo penoso de ver, à excepção do Peres que continua a um senhor nas largas classificativas de Fafe e o Pedro Leal que parece que passa em roda livre com o motor desligado, para deixar toda a gente de boca aberta quando olha para o cronómetro.
Seja lá como for valeu bem a pena a deslocação, a molha monumental, a lama e as varetas dos guarda-chuvas espetadas nos olhos quando me esticava para ver um carro passar.

Já agora, um bem haja para a D. Maria e para o Ti Abel que a cabidela estava divinal.

3 comments:

Anonymous said...

o post aborda bem a questão económica, mas cometeu um erro na minha opinião, o rally chama-se rally futebol clube do porto e não rally do porto, e é organizado pela secção de desportos motorizados do FCP...

Anonymous said...

é uma tradiçao a ida as classificativas de fafe, com ou sem chuva, e é nosso o dever de divulgar, de fazer barulho, para que em vez dos job´s for de boy´s na federaçao,nao deixemos morrer o desporto automovel

Anonymous said...

Grande amigo. Foi com muita satisfação que te vi no final da especial da Lameirinha. Que bom que é saber que temos amigos que se deslocam de tão longe para nos apoiar. Um abraço de Mário Castro