Saturday, May 26, 2007

Prost, o cobarde - por Ayrton Senna


Estava a dar uma volta na blogosfera e encontrei num blog vizinho a conferência de imprensa do GP de Portugal de 93.
Estes cinco minutos e pouco são um tesourinho da F1 que vale sempre a pena relembrar.
O Mansell, que ganhou a corrida, parece que está ali por engano. Se nas corridas de automóveis tivesse que existir uma figura daquelas, então tinha que ser nas corridas de camiões ou na melhor das hipóteses no autocross, certamente com um garrafão de tinto e uma sandes de torresmos.

Depois, aqueles bonés. Alguém me consegue explicar o que é que se passa com aqueles bonés? Se esta corrida tivesse sido realizada por alturas do Carnaval, então compreendia-se que os bonés tivessem sido trocados com os dos bonecos gigantones cabeçudos que desfilam ali em Torres Vedras.

Bem, o que interessa nisto tudo são as declarações do Senna que disse de facto tudo acerca de um tipo que ganhou quatro títulos mundiais, mas que se não fosse o facto de ter corrido no mesmo tempo do brasileiro, já ninguém se lembrava dele.

5 comments:

Anonymous said...

"...mas que se não fosse o facto de ter corrido no mesmo tempo do brasileiro, já ninguém se lembrava dele."

ehehe... engraçado, até gostei da piada!

jocasipe said...

O Senna sempre teve um feitio de merda! Não gostava de ser batido, e queria sempre o melhor material! Quando levou com o Prost "em cima" teve que engolir muitos sapos! Ganhou algumas batalhas mas perdeu outras. E o seu mau caracter ficou bem patente em Susuka. Lembram-se? O ALAIN PROST foi 4 vezes campeão do mundo, para além de ter perdido um Campeonato por 2 pontos e outro por MEIO PONTO!
Por alguma razão o Prost ainda hoje corre...
Há um velho ditado que diz: Mais vale um cobarde vivo, que um heroi morto!
Feitiosinho de merda este Senna, hein!?!?!

Anonymous said...

O único comentário que posso fazer é que quem faz da sua filosofia de vida:
"Mais vale um cobarde vivo, que um herói morto."
É porque não passa de uma AMIBA.
Não tem Coluna vertebral, e nem carácter...
Descrição certeira do Alan, não???

albano@DE

Anonymous said...

Albano, vá mas é lá tomar tranquilizantes.


Sou o tipo do 1º comentário deste post, e também do do Williams FW15C.

Ao contrário de alguns neste blog, sou um fã do automobilismo per se : gosto de grandes carros, de grandes corridas e de grandes campeões - e tanto me faz a nacionalidade, a idade, a cor do cabelo... etc. do gajo em questão. Essas coisas são mariquices que não têm nada a ver com desporto.

Pois, tanto admiro o Nuvolari quanto o Clark, o Prost quanto o Senna, o Lauda quanto o Stewart, etc - mas de forma e por razões diferentes, como é óbvio.

Da mesma forma, não hesito em bater em qualquer um deles quando anda a fazer merda.

É que nenhum deles é (ou foi) o piloto ideal, absoluto. Todos tinham suas forças e suas fraquezas, todos fizeram grandes façanhas e todos cometeram erros gritantes.

Então, andar a dizer que um deles (seja quem for) é um deus e os outros todos apenas lixo só pode ser provocação, ignorância ou estupidez (e mais provavelmente, um bom concentrado das três).

Infelizmente, a morte do Senna - em circunstâncias terríveis e chocantes - lhe conferiu uma aura e um estatuto intocáveis que, estritamente falando, a sua carreira nas pistas não justifica (o mesmo vale para Gilles Villeneuve ou Henri Toivonen). Os cemitérios estão cheios de boa gente e o Senna não foge à regra…

De facto, Senna o piloto era um dos muito melhores, definitivamente no top 5 de todos os tempos. Muitas das suas corridas são momentos de antologia - especialmente nas qualificações. Tinha uma agressividade tremenda e uma filosofia do "tudo ou nada" marcante e – em final de contas e felizmente - muito telegénica e popular entre os fãs e os sponsors.

Mas também, verdade seja dita, Senna o homem era um menino rico e mimado, que entendia jogar pelas sua regras próprias, impondo-as aos outros, e que nunca foi avaro em putárias para quem não alinhar.

Assim, não era muito preocupado pelo fair-play (apesar de falar muito nisso em suas entrevistas), com muitas ultrapassagens que pareciam mais ataques-kamikazes, forçando o piloto-alvo a esquivá-lo literalmente para evitar o embate, do que manobras regulares.

O Senna era um génio, mas também era inflexível, despótico, convencido, megalómano, iluminado e... até às vezes perigoso. Afinal, o que o desporto perdeu com ele em elegância e fair-play, ganhou em "pimento" e popularidade.

Ao oposto e ao meu ver, o Prost (outro campeoníssimo) teve como principal problema de não aceitar de arriscar tudo por tudo, pondo a vida em jogo por uns meros décimos de segundos e foi copiosamente criticado por isso. Mas as suas forças eram outras, no seu entendimento técnico, na sua capacidade de afinar e de fazer evoluir o carro (o que sempre resultou, menos em 91 com a Ferrari).

Mesmo assim, o homem foi candidato ao título em quase todos os campeonatos em que tomou parte. Ganhou com quatro escuderias diferentes, tanto com motores turbo quanto com atmosféricos, com e sem efeito de solo, com e sem electrónica, com e sem o Senna, o Mansell, o Lauda, o Rosberg, o Hill. Ninguém enfrentou tantos outros grandes nomes com o mesmo carro. Ele ainda hoje continua recordman ou vice-recordman de quase todos os recordes da Formula 1 e até ganha no Trophée Andros, numa modalidade aos antípodes da F1.

Nada disso é acaso.

Pois é, é difícil imaginar pilotos – e homens – mais diferentes que Prost e Senna. Mas, para lá das suas diferenças, das paixões e das polémicas que suscitaram, ambos merecem respeito, ambos foram campeões incríveis e ambos deram à F1 umas das suas mais belas páginas. O Senna não seria o Senna sem o Prost e vice-versa.

Os meninos fanboys ficariam melhor com o futebol ou os concursos All-you-can-eat…


PS - Albano : é o "Alain", não o "Alan". Fica mal criticar alguém sem sequer saber o nome dele...


Xavier

Anonymous said...

Conclusão!!
Ayrton Senna foi e será o ídolo de uma geração...mesmo para pessoas q n percebem nada de automobilismo. Porque será!?