Do que é que estávamos à espera?

Voltaram a aparecer notícias relativas à crise do lixo em Nápoles. Desde o início do ano que a situação se arrasta e o governo por várias vezes teve mesmo que enviar o exército para remover o lixo que atingiu tais proporções nas ruas da cidade, que esta ficou completamente bloqueada.

A crise do lixo em Nápoles ajudou-me a perceber o que é que se passou no Domingo à noite em Singapura, com a equipa de F1 da Ferrari.

A nossa desilusão vem do facto de para aí há dez anos que nos habituámos a ver a equipa vermelha ganhar tudo e a todos de forma inequívoca, nunca perdendo uma corrida por culpa própria, sendo que tal só acontecia quando os adversários eram muito melhores.

Uma união de esforços germânicos (M. Schumacher) e italianos nunca antes tinha dado grandes resultados, basta para tal ver o que sucedeu há cinquenta e tal anos atrás quando um italiano careca se aliou a um alemão de bigode ridículo. Desta vez, no entanto, havia dois factores que fariam com que a fórmula funcionasse como nunca antes, pois na scuderia transalpina estavam também um protagonista francês (Jean Todt) e um inglês (Ross Brawn), fazendo com que todas as grandes potências do velho continente se vissem representadas numa só equipa. Hoje em dia as coisas estão diferentes, os lugares de comando voltaram a pertencer somente a conterrâneos de Enzo Ferrari.

Não podemos assim ficar tristes com os resultados de uma equipa que é gerida por tipos que, no século XXI, ainda não sabem despejar o lixo.