Direito à diferença
Estava a ler na versão inglesa do “Autosport” um artigo sob a falta de motivação do Kimi e a displicência com que a Ferrari lhe paga um ordenado milionário sem lhe exigir o “devido” retorno.
Parece que o finlandês ficou entediado de morte na mais recente conferência de imprensa, quando do já tradicional lançamento de mais uma época, numa estância de ski nos Dolomotis.
Segundo o jornal, tudo o que não for uma máquina de relações públicas como o Hamilton, não serve para a Fórmula 1 moderna.
Até pode ser assim para uma equipa como a McLaren e para todas as outras, que sobrevivem muito à conta da publicidade que os seus pilotos lhe trazem. No caso da Ferrari tal não acontece, até podem colocar um macaco na conferência de imprensa, desde que esteja vestido de vermelho, a sala estará cheia. Em qualquer outra equipa torce-se pelo piloto, mas no caso da “Scuderia” é maioritariamente pela equipa que os tiffosi sofrem. Daí que não ache escandaloso que um dos seus pilotos não seja tão prestável para as câmaras quanto a Luciana Abreu.
Se o Kimi está motivado ou não, é coisa que só ele saberá, agora dizer que já deveria ter sido substituído pelo o Alonso é já um exagero. No primeiro ano em que correu com os carros italianos, levou o caneco para casa e no ano passado começou o ano sempre entre os primeiros e só ficou para trás quando afectado sistematicamente por problemas mecânicos e por um carro que nunca serviu o seu estilo de condução.
Os maiores pilotos finlandeses tiveram sempre temperamentos “estranhos” - o Jean Todt sabe-o como ninguém desde os anos em que comandou a equipa de ralis da Peugeot - mas nem por isso deixaram de entregar resultados no final do ano. Ao contrário, as “pop-stars” vindas daquelas paragens nunca vingaram como verdadeiros campeões, vindo-me à cabeça de imediato o Kovalainen ou o nosso tão adorado Marku Alen – sei que isto vai causar polémica entre os mais emocionais, mas mesmo tendo sido um dos heróis de infância, a verdade é que o piloto da FIAT e da Lancia nunca conseguiu ganhar um campeonato do mundo.
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