Museu Porsche - desde o Carrera GT que não criavam nada tão bom

“No início olhava à volta mas não conseguia encontrar o carro com que sonhava, então decidi construí-lo eu próprio.” – Ferry Porsche

Acho que foi com este propósito que construíram o novo museu, porque de facto, um edifício daqueles só pode nascer do sonho de alguém.

Muitos disseram que o novo museu da Porsche nasceu para bater o espaço vizinho da Mercedes, mas se olharmos para ambos vêmos que não há praticamente nada que se possa comparar entre um espaço e o outro. Ambos têm o automóvel na sua génese, mas nada mais que isso.

O espaço da Mercedes louva o automóvel como protagonista na história da civilização moderna, como instrumento do homem, tendo aqui e ali alguns rasgos de emoção para além das suas funções básicas como meio de transporte.

O museu da Porsche é exactamente o oposto, focando-se, quase maioritariamente, nos momentos de paixão da marca pelo automóvel como objecto de culto. Ali observa-se a obra e o que esteve na sua génese, por si só, sem interpretações paralelas ou correlações sociais. Excepões feitas ao Carocha e a mais alguns trabalhos que a marca fez para terceiros, tudo gira à volta de criações que tiveram como objectivo maior, serem mais rápidos e capazes de serem utilizados por qualquer um, em qualquer estrada, a qualquer altura.

Ali coisas como o Cayenne, o 924 ou o Boxster, têm aparições muito envergonhadas, porque simplesmente não se revêem na máxima que deu origem a todo o fascínio que representa a Porsche.

“No início olhava à volta mas não conseguia encontrar o carro com que sonhava, então decidi construí-lo eu próprio.” – Ferry Porsche