F1 em Lisboa
Li no outro dia que em Braga estão a planear reabilitar o circuito Vasco Sameiro, assim como em Cascais se tentam encontrar formas de viabilizar o autódromo do Estoril. Juntando o autódromo de Portimão, ficamos com três excelentes pistas às moscas, sem corridas que as possam justificar economicamente.
Já todos sabemos que não temos dimensão para ter grandes campeonatos nacionais, pelo menos enquanto o país não acordar para o facto do futebol não ser o único desporto existente em Portugal.
Visto isto, estamos perante mais uma fatalidade lusitana, continuamos a gastar dinheiro em infraestruturas que só servem uma reduzida malta com dinheiro que gosta de brincar às corridas, que por sua vez são normalmente desinteressantes para o público em geral e nunca mais teremos o grande motor do desporto automóvel de massas que é a F1. Muitos de vocês dirão que temos as MotoGP, mas mesmo isso é uma questão de tempo pois a tendência é que esse campeonato siga as pisadas da F1, procurando mercados maiores ou paragens mais exóticas.
Parem de imaginar remodelações malucas nos autódromos porque a única maneira de vermos o Bernie Ecclestone em Portugal é adiantarmo-nos à nova moda e propor uma corrida de F1 nas ruas de Lisboa, à noite.
A F1 é hoje um desporto de sofá, não interessa quantas pessoas estão nas bancadas, até podem estar vazias que isso pouco importa, o dinheiro ganha-se hoje nas transmissões e como tal o que interessa é que o espectáculo seja de qualidade. Também já percebemos que não interessa se o circuito foi desenhado por Herman Tilke ou por outro qualquer cromo do betão, veja-se que mesmo com biliões investidos na China e na Malásia, o Mónaco continua a liderar as audiências das transmissões televisivas.
Então, se as pessoas gostam é de ver passar os carros por cima de tampas de esgoto então façamos circuitos citadinos com fartura, este ano já em Valência e Singapura, se possível no Domingo ao fim da tarde, num horário mais consentâneo que a tradicional hora de almoço, com a vantajem de servir também o continente Americano.
Já imagino os holofotes a realçarem as marcas de travagem na Av. da Liberdade, com os carros a entrarem para o Marquês ainda com os travões ao rubro e depois outra vez a fundo a subir para o Saldanha, com a recta da meta na Av. da República...
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